[Auto Narrada/Aberta +18] - Antes do Encontro

A recente informação que conseguia era promissora, não sabia ao certo seu gênero, sua raça, seu tamanho e sua real influencia em Erwood, mas a chegada de um nobre em terras desconhecidas sempre era um momento de tensão, afinal, qual seria o motivo de sua vinda?

Em Rozovyy já existem nobres, consolidados e com seu espaço na hierarquia, este nobre que estava para chegar tinha a intenção de mudar o ecossistema do arquipélago? De toda forma, os que chegassem primeiro seriam os mais beneficiados em uma possível aliança.

Tendo isto em mente, após acabar de me arrumar, cabia a mim descobrir mais informações sobre o nobre que estava a caminho. Com tal ideia na mente, tomava meu rumo para o porto, onde começaria a minha pesquisa de campo.

Preferindo pela noite, quando a lua se centralizava ao topo do céu eu de fato saia pelas ruas, a tal ponto, meu nome já era parcialmente conhecido pelas pessoas que mexiam com atos ilegais, então não seria tão bom sair a luz do dia, além que, eu particularmente nunca gostei muito do dia, sempre fui fã da noite e do misticismo que surgia com ela.

Logo os olhares baixos e sérios começavam-se a se voltar para mim conforme andava pelas ruas de Rozovyy.

Para a surpresa dos estranhos eu sorria mordendo meus lábios, para ser sincero, eu adorava ser o centro das atenções, ainda mais quando percebia a beleza em alguns dos muitos que passavam me olhando.

Não era momento para isso, então remexia a cabeça me desligando de tais pensamentos e continuava meu caminho, até que finalmente chega à taverna mais próxima do porto, local onde normalmente algum bêbado acabava cedendo e falando mais informações do que poderia.

O perfil da maioria dos homens ali eram marujos sujos e com vestimentas rasgadas, em maioria com aspecto cansado e claramente precisando de um descanso, talvez fosse o momento perfeito para tirar deles as informações que precisava.

E naquele emaranhado de sujeira e fedor, encontra algumas pessoas de melhor vestimenta, o que agradava meus olhos e indicava que talvez, mas só talvez, fosse a pessoa que estivesse esperando a chegada do nobre.

Aproximando-me com calma diria – O que um bar acabado como este fez para esperar uma presença tão ilustre como a tua? – Perguntava a moça – Com tamanha beleza você combina mais estando entrelaçada em meus braços... – Meus olhos se cerravam e eu viajava pelo seu corpo analisando cada detalhe.

Pena que ela aparentemente não gostava, pois ficava em silencio, deixando-me sem graça e triste por não ter conseguido o que queria.

Contudo, após os minutos de silencio a moça que lentamente acendia um cigarro, em seguida o acendia, tragava e soltava a fumaça em meu rosto finalmente começava a falar – Nós não acabaremos na cama ao final desta conversa, você sabe disso né? – Talvez fosse a intenção primordial, afinal, as informações chegariam em meus braços com muita mais facilidade nesse caso, sorria ouvindo a resposta da moça misteriosa – Transar com você era uma das minhas vontades, mas podemos deixar isso para depois.

Arrastando a cadeira a minha frente sentava-me a frente da mulher, meu rosto se fechava e meus olhos de cobra penetravam no rosto sério dela que desviava o olhar resmungando – Tsc... – Apoiava-me sobre a mesa com os dois cotovelos segurando meu rosto com as mãos – Nunca te vi por aqui e sem motivo não há por que aparecer em uma taverna como esta, se bem que, neste andar você não vai conseguir nada que busca – Acreditava fisgar a atenção dela que retornava o olhar a mim.

- O que você procura provavelmente não encontrará neste nível, mas talvez... conhecendo uma certa pessoa que aqui vós fala... você consiga chegar aonde precisa, basta compartilhar comigo algumas informações – Dando uma leve piscadinha lambia meus lábios ao vê-la mais de perto – Me chamo Salazar e você?

- Kassandra – Sorria de forma entusiasmada passando a língua sobre meus caninos pontudos, olhava para a moça intrigado – Você parece ser uma batedora, aquela pessoa que chega na ilha antes de alguém importante, tendo informações que eu, uma pessoa importante adoraria saber.

- Quem é seu mandante? Um pirata de respeito? Um rei? Um nobre? – A feição dela mudava quando citava a possibilidade de ser um nobre – O nobre a qual falarei sempre está acompanhado de um corvo - Tentava entender o que um nobre de outras terras estaria planejando fazer por aqui – o brasão de sua guilda é envolto de correntes – O silencio voltava e de informação era a única coisa que ela parecia ter.

- Só isso? – Kassandra novamente resmungava – Tsc... Você sabe que me trabalho é só conhecer o ambiente antes da chegada do nobre, eu não sou alguém na hierarquia, apenas uma peça de uso – Acabava gargalhando com sua fala e notava que ela começava a se levantar, era quando empurrava a mesa contra sua cintura, prendendo-a contra a mesa e a parede atrás dela.

- Mas você pode ser mais, muito mais se aliar-se a mim, em Rozovyy alguém precisa cuidar do submundo e está pessoa sou eu, bastava você fazer um trabalho para mim que prove sua lealdade e eu aceitarei você – Os olhos da moça enchiam de esperança ao ouvir minhas palavras e quando ela estava prestes a falar, com a faca na mesa eu cortava sua garganta de uma ponta a outra – Pena que eu não vendo sonhos e sim drogas, agora se me dá licença, eu preciso ir – Engasgando no próprio sangue enquanto eu levantava, eu soltava algumas moedas na mesa para pagar a bebida que ela havia pedido e então, tomava meu rumo.