[Auto Narrada/Aberta+18] - A Sombra do Corsário de Âmbar

O sol mergulhava no horizonte, pintando o céu acima de Foz Dourada com uma mescla de cores quentes. O porto estava agitado, como sempre, com piratas e marinheiros de todas as partes do mundo se misturando entre as sombras das velas e cascos de navios. Ineel, com sua capa esvoaçante e olhar perspicaz, percorria as ruas de paralelepípedos com passos firmes, exalando a aura de um verdadeiro aventureiro.

Enquanto buscava recrutar tripulantes para sua escuna, a qual ele chamava de "Tempestade Dourada", uma cena chocante capturou sua atenção em um beco escuro. Dois homens armados com espadas cercavam uma mulher de cabelos brancos, que, mesmo em meio ao perigo, mantinha uma dignidade e uma beleza marcante.

Ineel não era um herói, mas também não era indiferente à injustiça contra mulheres. Sua mente ágil avaliou a situação em um instante. Ele podia simplesmente seguir seu caminho, ignorando os problemas alheios, mas aquela mulher intrigante lhe despertou uma curiosidade incomum.

-  O que está acontecendo aqui? - Sua voz soou firme e autoritária, ecoando pelos cantos estreitos do beco.

Os dois homens se viraram para encarar o pirata de cabelos escuros e olhos vivazes. Eles claramente reconheceram Ineel, mas a familiaridade não intimidou sua sede de violência.

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A cena ficou congelada por um breve instante, como se o tempo estivesse suspenso no beco escuro. A mulher de cabelos brancos mostrou uma faceta surpreendente de sua natureza, revelando uma ferocidade que contrastava com sua aparência delicada. Sem hesitar, ela se lançou sobre um dos homens, suas presas afiadas afundavam-se no pescoço do agressor.

O grito do homem ecoou pelas paredes sujas do beco, mas foi rapidamente abafado pelo som gutural da mulher se alimentando de sua vítima. A cena era assustadora e macabra, deixando claro que, apesar de sua beleza, ela não era alguém a ser subestimada.

Ineel assistia a tudo com uma mescla de surpresa e fascinação. Ele havia visto muitas coisas em sua vida de pirata, mas aquela cena era incomum até mesmo para seus padrões. No entanto, ele sabia que não tinha tempo para hesitar. O outro homem estava se preparando para atacar a mulher, e Ineel tinha que agir rapidamente.

Com sua agilidade felina, o capitão pirata se aproximou do agressor por trás, sem fazer barulho. Ele esperou o momento certo e, quando o homem ergueu sua espada para desferir um golpe, Ineel deu um salto preciso e certeiro.

Seu pé conectou-se ao braço do homem, justo no momento em que ele tentava descer com a lâmina. O impacto desestabilizou o atacante, fazendo sua espada errar o alvo e voar para longe, assim como seu companheiro havia perdido a arma segundos antes.

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Ineel aterrissou com graciosidade, enquanto o homem cambaleava para trás, agarrando o braço dolorido. O capitão pirata aproveitou-se da vantagem momentânea pegou a espada das mãos frias e gélidas do morto, apontando-a em direção ao homem derrotado ainda ao chão

- Você já teve sua chance. Agora, saia daqui antes que eu mude de ideia. - Ele advertiu, com autoridade, encarando o sujeito em quanto empunha a espada.

O homem, sentindo-se impotente e derrotado, não hesitou em fugir do beco o mais rápido possível, como se temesse a fúria que o capitão pirata poderia desencadear sobre ele.

Ineel rapidamente pegou a outra espada caída ao chão, voltando sua atenção para a mulher, cujos olhos estavam ainda brilhando com a ferocidade que ela havia demonstrado durante o confronto. Ela respirava ofegante, seus lábios estavam manchados com o sangue daquele que ousou ameaçá-la.

A mulher olhou para ele, com seus olhos agora revelando uma mistura de emoções, incluindo gratidão e cautela. - Obrigada... Mas eu sei me cuidar sozinha. - Respondia, timidamente.

A medida que Ineel se aproximava da moça, seus olhos atentos logo capturaram detalhes intrigantes em sua aparência. Seus olhos, antes apenas brilhantes, agora estavam avermelhados, exalando uma aura selvagem que lembrava o brilho intenso de rubis. Aquela coloração incomum conferia à mulher um ar misterioso e fascinante, como se ela carregasse consigo segredos ancestrais.

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A pele da mulher, inusitadamente branca como a neve, apresentava marcas de queimaduras, indícios de uma vida cheia de batalhas e perigos. O sol impiedoso daquele porto não parecia ter piedade dela, mas sua palidez não diminuía em nada sua beleza única e marcante.

Seu cabelo branco e prateado caía em cascata ao redor dos ombros, dançando suavemente com a brisa que penetrava no beco. Cada fio parecia refletir a luz de maneira etérea, como se ela própria fosse uma criatura que habitava entre o mundo dos homens e o reino dos espíritos.

E então, algo que não poderia passar despercebido: seus dentes afiados. Eram presas, quase como as de um predador, o que aumentava o ar de mistério e até mesmo um leve arrepio percorreu a espinha de Ineel ao notá-las. Essa peculiaridade acentuava a impressão de que ela não era uma mulher comum, mas sim uma figura sobrenatural que emergira das profundezas do mar para habitar os becos sombrios da cidade portuária.

A mulher observou Ineel com uma expressão impassível, como se estivesse acostumada a despertar reações mistas nas pessoas que a encontravam. Seu olhar se encontrou com o dele, uma troca silenciosa que parecia contar uma história em si mesma. Ela se levantava, e rapidamente deixava o local.

Ineel não podia negar que estava intrigado. Aquela não era uma mulher com quem ele cruzava todos os dias, e a combinação de beleza, ferocidade e um toque de mistério o atraía como uma mariposa à luz. Ele se viu desejando desvendar os segredos por trás daquela figura enigmática.

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Ineel ficava surpreso pela velocidade e habilidade mortal da mulher. Seu corpo atraente e suas feições penetravam a mente do marujo, deixando-o ansiando por encontrá-la novamente. Destraído, acabava por tropeçar nos próprios sapatos indo de encontro ao chão, recebendo um leve corte nas bochechas. E então  a mesma mulher de cabelos prateados estava à espreita e se aproximou rapidamente, impulsivamente beijando seu rosto e saboreando o sangue que ali escorria.

- Não pude resistir a esse cheiro, tão doce... Suculento... - Dizia a mulher, revelando-se uma vampira com seus dentes a mostra, junto a um toque de vulnerabilidade em seus olhos avermelhados. Ineel sentia uma mistura de fascínio e inquietação, mas não se deixava assustar. Em vez disso, ele segurou delicadamente aqueles cabelos prateados e aproximou seus rostos com suavidade. - Se é isso que você quer, saiba que eu também quero outra coisa em troca. - Respondeu o rapaz, com uma expressão sincera e apaixonada.

- E o que você deseja, pirata audacioso? - Ela sussurrou, com sua voz suave e melódica como uma canção que ecoava na mente do jovem capitão. Ao ouvir a indagação, ineel rapidamente cortava levemente seu antebraço com sua espada, permitindo que uma pequena parte de seu sangue escorresse. E assim, em meio àquela atmosfera de mistério e surpresas, os lábios de Ineel encontraram os da vampira, em um beijo apaixonado que transcendia a diferença entre suas existências.

Ambos se entregavam aos desejos avassaladores daquele momento, arrastando-se para as profundezas do beco escuro. Vergonhas e roupas eram deixadas de lado, o suor e o sangue se misturavam, enquanto a vampira explorava cada centímetro de seus desejos com intensidade e paixão. Os gritos de prazer ressoavam intensos e inigualáveis, ecoando pelas ruas, caso alguém passasse por perto poderia ouvi-lo sem dificuldades. A troca de fluidos no final, se mostrava revigorante para ambos, e com sorrisos tímidos, enfim descansavam-se nos braços um do outro.

No entanto, um pouco acima de suas cabeças uma misteriosa porta se abria, sem que ambos percebessem por ocasião do calor do momento.

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O pôr do sol chegara, dando lugar à noite, enquanto a luz lunar se mesclava com os últimos raios solares. Ineel observava fascinado a pele da linda vampira, notando como ela se regenerava rapidamente do contato com o sol. Os carinhos e beijos continuavam, e o jovem virou-se para ela, oferecendo um pedido emocionado.

- Entre para minha tripulação, serás minha segunda em comando... - Ofertava o marujo, com uma pitada de súplica em sua voz.

A donzela de cabelos prateados sorriu, mas logo respondeu com um toque de humor. - Eu?! Uma pirata? Não me faça rir. - Porém, ela continuou, revelando uma angústia oculta. - Eu sou uma mulher amaldiçoada, a morte sempre irá me espreitar, e não sei se conseguirei controlar minha sede para sempre... Você é o primeiro que se entrega com tamanha vontade assim, temo machuca-lo. - Respondia.

Ela parecia desesperada, mas ao mesmo tempo encontrava alívio ao saborear novamente as últimas gotículas de sangue do antebraço do rapaz, uma sensação que os envolvia num misto de êxtase e intimidade. O ar estava impregnado de um desejo incontrolável que transcendia o momento.

Ineel encarou-a com um olhar profundo e sincero, seus dedos acariciavam gentilmente o rosto da vampira. - Eu também sou um homem amaldiçoado, incapaz de resistir à beleza de almas como a sua. Não acha que é um acordo justo? - Indagou o pirata,  com seus olhos revelando uma mistura de confiança e vulnerabilidade.

A vampira respondeu ao gesto do capitão com um alegre sorriso, um brilho travesso em seus olhos vermelhos, como se ela entendesse as complexidades do coração humano melhor do que qualquer outro ser imortal. Seu sorriso irradiava uma doçura enigmática, convidando-o a desvendar mais segredos sobrenaturais e humanos que ela escondia. - Não sei se ainda tenho uma alma.. - Respondia a vampira.

O jovem capitão se ergueu, estendendo suas mãos para a linda vampira, que prontamente as segurou e se levantou ao seu lado. Em um gesto claro de aceitação, ela o abraçou fortemente sob o brilho suave do luar que iluminava aquela rua. Mas, de repente, algo ainda mais inesperado aconteceu diante de seus olhos. A porta de propriedades mágicas se aproximava ao seu campo de visão, trazendo à tona uma lembrança do encontro com a Deusa da ansiedade. Quase involuntariamente, como se impulsionado por lampejos e intuições, Ineel começou a fazer flexões e abdominais ali mesmo, onde se encontrava.

Foram duas tarefas desafiadoras, até mesmo para o físico excepcional do rapaz. Cansado e chegando ao limite, seu corpo suava como se estivesse prestes a ser abatido, e ele sentia dores pelo esforço das cerca de 100 flexões e 100 abdominais.

Cambaleando e exausto, Ineel se levantou, mas tropeçou novamente, porém desta vez sendo amortecido graciosamente pelos seios fartos da donzela, repousando suavemente sobre seus bustos. Sem entender o que havia acontecido, a mulher gargalhava, porém encontrava graça o bastante no ocorrido para ter um alívio cómico em quanto o rapaz caia no sono em seus braços.

Ao acordar, Ineel ficou surpreso ao notar que estava em sua escuna, ao lado de sua apaixonada vampira. - O que aconteceu? Bem, não foi difícil perguntar onde estava a embarcação do grande O'Malley. -   Dizia ela, com um sorriso nos lábios. Porém, uma descoberta ainda mais surpreendente aguardava o jovem pirata. Entre os aposentos do navio, estava o misterioso ovo dourado de outrora, que agora chocava, revelando uma filhote de dragão. Os olhos da pequena criatura encontraram o rosto de Ineel e da vampira, e em um instante, eles foram aclamados como sua família. Naquele momento, uma nova e extraordinária jornada se desenhava para o capitão pirata, sua amada vampira e a jovem criatura.

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