[Narrada/Fechada/18] - WD40

Jonas então abria seus olhos, aonde estava? Parecia uma casa abandonada, mas porque estava lá? Olhava para seus braços agora metalizados, assim como o resto de seu corpo. – Aonde eu estou? Porque estou aqui? Dizia, com sua voz um pouco robotizada, em sua mente surgia imagens rápidas e desconhecidas, não conseguia descobrir nada e nem entender no momento, apenas escutava um nome: “Garev IV”. *Quem é esse? Será que ele teria as respostas que eu procuro, sobre o que aconteceu comigo e quem é esse elfo?* Depois de muito tempo, o autômato começava a caminhar, quebrando o que parecia ser vinhas ou correntes, algo que já estava desgastado com o tempo, Jonas procuraria vasculhar aquele local em busca de respostas sobre si mesmo e também, sobre a moradia. *Aqui deve ter alguma coisa que me ilumine sobre o que eu não consigo lembrar.* Jonas vasculharia todos os cômodos do local em busca de algo que pudesse lhe ajudar, na esperança de preencher o vazio no espaço-tempo de sua mente.

Histórico:

Legenda:

Com seu novo corpo, nada poderia afeta-lo naquele local, não possuía mais carne humana, era um autômato agora. Para cada pisada no chão, Jonas escutava a madeira do local ranger, indicando que aquele estabelecimento não era uma casa nova, o rapaz já deveria estar por lá fazia algum tempo, mas quantificar era difícil. *Se eu fosse humano, eu estaria com problemas por conta dessa casa e seus animais e condições..* O local tinha pregos soltos também, mas para Jonas não era perigo por conta de seu corpo atual, mas estava curioso para saber de quem era aquela casa. Durante sua aventura pelo local, o autômato observava o estabelecimento em busca de pistas sobre quem seria o proprietário. Vento sibilava uma melodia aterradora pelo local, em algum lugar da casa tinha uma janela aberta, mas aonde? Sair não era o seu propósito no momento e por isso, decidiu apenas continuava a desbravar o local.

Não demorou muito e Jonas agora estava no ponto central daquele vento de antes, naquele local uma corrente de areia parecia invadir o local e por conta de não possuir olhos que um ser de carne e osso possui, aquilo não atrapalharia a visão e nem incomodaria seus olhos. Com mais atenção, descobria que o local que estava era uma biblioteca, o proprietário da casa deveria ser algum estudioso da cidade. *Tinha algum pesquisador ou estudioso por aqui naquela época? Não, na verdade, não sei.. Porque está acontecendo isso? Porque estou assim? Quem fez isso?* Dava mais um passo para dentro e murmurava consigo mesmo: – Preciso, encontrar, Garev. As estantes eram altas e escuras, a atmosfera da biblioteca era diferente, era mais misteriosa e imponente, o que poderia encontrar nos livros empoeirados? Dentre vários, Jonas esticava seu braço mecânico direito e pegava um livro, cujo era intitulado: “A história de Erwood”, cujo autor se autoproclamava “Azagor”. – A.. Azagor ? Dizia num murmúrio robótico, se questionando sobre o nome, mas não sabia quem era e nem se era o nome verdadeiro desse autor. Com a mão esquerda, passaria sobre o livro, na intenção de tirar toda a poeira dele para assim, abri-lo e começar a leitura. Assim que o livro estivesse livre de poeira, pelo menos do grosso dela, o autômato abriria com cautela, visto que seu tato e movimento como uma máquina poderia ser diferente de quando era humano. Sua leitura seria com interesse em obter informações que aquele livro pudesse passar, mas não seria idiota o suficiente para ficar alheio ao seu redor durante a leitura.

Histórico:

Legenda:

O livro sobre a história de Erwood continha páginas amareladas pelo tempo, numa biblioteca abandonado sabe-se lá aonde da cidade, mas a máquina tratava de tirar a poeira daquele livro que podia lhe ajudar a preencher as lacunas de sua memória. Sua intenção era ler, mas sem ser tragado pela escrita e ficar alheio ao ambiente, por isso dividia a sua atenção com o livro e com o ambiente ao seu redor. As traças haviam dificultado a leitura completa, mas conseguia adquirir informações úteis. * Então, segundo esse livro, Bathestsa foi fundada pelo rapaz Garev em 147 D.G, até aí tudo bem, mas parece que em algum momento entre 179 e antes de 370 alguma coisa aconteceu com Garev, visto que em 370 já havia outro Garev, o IX. O que aconteceu com ele? Foi morto? Velhice? Agora tem nomes aqui que eu desconheço, que criatura era Savar? Invadiram o palácio, mataram o IX e ainda roubaram os restos da besta que foi enterrada debaixo do Castelo do Sultão, mas para qual propósito? Garev X recebeu um anel misterioso e por conta deste artefato, o medo se instaurou e alguns membros do submundo entregaram uns cabeças responsáveis pelo assassinato.* O Automato dava uma breve pausa em seus pensamentos para então, constatar algo: – Essa arma feita com uma das presas de Savar, é perigosa, preciso adquiri-la ou, destruí-la. Murmurava o robô.

* Estamos no mínimo no ano 751 D.G, por conta das traças é difícil fazer algo mais exato, apenas que estou no mínimo em tal ano e, pensar que já se passou pelo menos, 604 anos desde que conheci Garev IV....* Após aquela leitura informativa, a luz que havia notado anteriormente, agora já estava enfraquecida, indicando que a noite estava para cair e nesse momento, o que parecia ser roedores surgia no local, se movimentando pelos cantos do santuário escuro. Fechava o livro com cautela e então, colocava-o de volta na prateleira daquela estante. Naquele instante, o que ecoava nas paredes do local não era nada similar ao som de uma cidade movimentada, pelo que aparentava ter se tornado pela linha temporal do livro, os ruídos eram escassos sendo reduzidos a sussurros do vento e passos aleatórios que, foi graças ao silêncio perturbador do local, que pôde notar os passos de alguém sem rumo, um errante. *Não posso ficar para sempre e nem parado, preciso averiguar e descobrir de quem são esses passos e, tomar cuidado com a espada citada no livro, não seria legal ser atingido por ela, então vou ter que sair e descobrir por conta própria mais informações..*

Jonas então procuraria sair da biblioteca e seguir o som dos passos aleatórios, a única desvantagem do autômato era o seu peso e corpo metálico, que poderia acabar sobressaindo e ao invés de o deixar oculto, pudesse acabar se tornando um chafariz e os passos aleatórios poderia se tornar passos com rumo: Rumo ao Jonas. * Este meu corpo não é muito propício para isso, ainda mais nessa casa que não sei de quem é e, abandonada... Será que, pode ser invasores em busca de coisas para roubar? Ou então, alguém buscando por um local para dormir? É uma invasão com propósito ou é apenas uma invasão aleatória? * Jonas pensava sobre os passos, enquanto ia na direção, pela curiosidade de saber quem era, mas nunca fora de si, poderia estar caminhando em busca de ser furtivo e chegar próximo dos passos, mas ao mesmo tempo, procuraria não ser pego desprevenido, tanto pela fonte dos passos quanto por outras coisas que pudessem surgir da casa.

Histórico:

Legenda:

Havia sido graças aos passos que decidia sair explorando para descobrir o paradeiro, sua leitura já acabara e sabia que 604 anos haviam se passado, somado com sua idade de trinta anos, atualmente estava com no mínimo 634, não era o número atual pois aquele livro faltava dados, mas como era antigo, as traças haviam atrapalhado o log da linha temporal do reino. O autômato então saia do ambiente e se encontrava fora e encontrava uma vila que pelo que aparentava, estava abandonada e deserta, as casas eram alaranjadas e casas tradicionais, mas porque estavam abandonadas? *O que aconteceu para ficar assim? Será que é por conta do que Garev X fez? Mas pelo que consta e considerando que estamos em 751 D.G, faz 374 anos desde a chacina cometida, será que isso tem haver? Mas se esse for o caso, deve ter sido uma horrenda, para deixar essa vila abandonada, mas, também pode ter acontecido nessa década e não ter relação com o ocorrido em 377 D.G, mas para isso, preciso encontrar pessoas.... *

Durante os passos e seu devaneio, Jonas encontrava uma casa dentre várias que pareciam parcialmente cobertas por areia, tal casa apresentava uma entrada estreita que, se alguém quisesse entrar, teria que fazer agachado. Ainda do lado de fora, Jonas escutava dois sons, o primeiro era de um ser vivo, o outro, não parecia ser humano, provavelmente vinha de algum animal. - Não encontramos nada desta vez, Zuk! Talvez seja melhor tentarmos na otra casa. Pelo que escutava, era um homem falando com o animal, seu parceiro, que se chamava Zuk e eles estavam na procura de alguma coisa naquela vila. O jeito que o humano falava era informal e um som respondia o que ele havia dito e não demorou muito para as duas fontes saírem dos escombros: Um humano e uma formiga grande, do tamanho de um cachorro. A tonalidade era violácea e seu rabo proeminente preto. As mandíbulas do inseto se mexiam de um lado para o outro, buscando alguma coisa, mas o que?

*Bem, posso me aproximar deles e perguntar o que eu preciso saber e o que eles estão procurando..* Jonas então se aproximava aos poucos da dupla, erguendo seu braço direito para executar um aceno e então, se expressa, soando um pouco robótico, mas tentando ao máximo disfarçar tal fato. – Olá, senhor e Zuk! Desculpa a intromissão, mas eu escutei você chamando-o de Zuk. Estava olhando para o homem e para a formiga, não sabia quais eram as intenções da dupla, mas buscaria descobrir. – Poderiam responder algumas perguntas? Caso fosse positivo, mas antes perguntassem seu nome ou se fosse negativo até que ele soubesse o nome do rapaz de armadura, diria: – Me chamo Jonas e eu gostaria de saber o que aconteceu com a Vila? Porque ela esta assim, abandonada? E o que vocês estariam procurando, porque talvez eu possa ajuda-los... Ah, estamos em 751 D.G, certo? Sobre a data, Jonas soltava sua suposição de que estaria no mínimo em 751 D.G, visto que o ano de 750 foi descrito no livro, mas as traças destruíram o log, logo teria que trabalhar em hipóteses até que alguém lhe falasse a data correta.

Histórico:

Legenda:

Um diálogo se iniciava com o homem, seu nome era Zim e o seu sotaque entregava que o mesmo não era de uma alta classe, era um simples aldeão. Sua formiga fazia barulhos hediondos que por alguma razão, o barulho ressoava em sua alma, como se tivesse alguma ligação com o passado perdido de Jonas. Zim puxava de sua mochila um cantil, provavelmente contendo água, o sol ainda se mantinha forte, mas o rapaz automata não sentia o calor, como Zim sentia. - Essa vila sempre teve assim, meu vo dizia que era um monstrão de lata que nem ôce que fez isso, mas num sei não, ocê não parece sê grande coisa. Jonas escutava com atenção o que o velho dizia. *Então antigamente tinha outros seres “de lata” como eu e um deles causou o soterramento e destruição da vila.. É, eu penso o mesmo sobre você, não parece ser grande coisa, com exceção dessa formiga anormal..* Não esboçava uma expressão, apenas fitava-o.

Zim então respondia a pergunta do robô, sobre que ano eles estavam, estava supondo que seria 751 no mínimo, mas o velho não sabia com exatidão, apenas dizia que deveriam estar em 800 e alguma coisa, no mínimo quarenta e nove anos a mais do que imaginava. O velho em nenhum momento parecia desconfortável, conversava de boas com o autômato e Zim até sugeria levar Jonas para a cidade, mas cobrando uma peça de ouro para tal ato. – Eu não possuo 1 peça de ouro, mas poucas peças de pratas.. Era o que lembrava, revistando seu corpo de metal, encontrava algumas peças de prata, cinco para ser exato. Mostrava para Zim a quantidade, segurando as cinco peças. – Cinco, mas não posso te dar todas, pois preciso de algumas para sobreviver. Talvez agora ficasse em um impasse, mas com a personalidade atualmente de Zim, talvez ele aceitasse que fosse pago por uma ou duas peças de prata. *Três peças é o máximo que posso aceitar, caso ele peça mais, terei que recusar a viagem com guia e ir sozinho..*

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