[Evento] - Acampamento

Após as árduas batalhas das quais havia participado, só havia uma coisa que tomava conta de minha mente. A imagem borbulhante e gélida de uma cerveja para matar a sede.

Com passos arrastados, me dirigia ao acampamento dos girassóis, ou algo assim. Não demorava muito até avistar uma tenda improvisada com um bar e várias mesas enormes de madeira. Um sorriso cansado iluminava meu rosto e rapidamente tomava meu assento.

Era nesse momento que eu avistava... Um anjo! Só poderia ser! Nem sequer pedi nada e uma belíssima elfa loira de olhos claros se aproximava com uma caneca opaca de tão gelada. A encarava de boca aberta antes de dizer. - Consegue ler mentes, docinho? Era exatamente o que eu precisava. - Pegava a caneca com as duas mãos, como se fosse preciosa e virava seu conteúdo todo de uma só vez.

- ARGHHHHH! - Batia o copo com força na mesa com um sorriso imenso no rosto. - Traz mais 2! - Sinalizava com a mão para a elfa e a observava sair. Enquanto esperava, olhava os bravos guerreiros em seu local de descanso. Não demorava muito até minha atenção se voltar para uma figura estranha e familiar.

As canecas chegavam em hora perfeita e não perdia tempo para levantar com ambas em mãos. - Ei, beijinho, vou ali pra fogueira, pode continuar trazendo esse néctar dos deuses, por favor? - Com minha melhor expressão de coitada, me dirigia à fogueira, sentando ao seu redor e segurando a cerveja na frente do rapaz.

- Quanto tempo, Abóbora! Como tem passado? - Estava feliz em vê-lo, mas meu corpo não negava o cansaço, deixando transparecer, inclusive, em minha voz. Dava mais alguns goles antes de prosseguir. - Isso aqui não parece muito seu tipo de aventura. Veio ajudar o continente?

Enquanto olhava o bardo bebendo timidamente a cerveja e evitando o assunto, que provavelmente era demais para ele, notava uma aproximação. Era meu primo, ou qualquer que fosse o parentesco de um Navis perdido pelo mundo. Erguendo minha caneca, encarava o homem.

- Ah, abóbora é ele. Não vê a semelhança? - Apontava para o rapaz ao meu lado e voltava a falar com o pirata. - Você tá mais pra Alcaçuz. É... Alcaçuz é bom. - Sorrindo, bebia novamente minha cerveja. O homem segurava uma garrafa que emanava um cheiro delicioso de rum, deveria pedir em breve, mas antes fingiria interesse em seu assunto.

Ou eu achei que precisaria, na verdade era interessante mesmo. Colocava a cerveja de lado para encarar o mapa velho nas mãos calejadas do homem. - Eu não usaria essa palavra. - Sorria maliciosamente para o pirata ao ouvir sua indagação. Em seguida, notava o outro papel e, de maneira provocante, passava minha mão sobre a dele para pegar a nova informação.

- Hmmm. Códex pirata, irmandade, um lugar onde nossa lei prevalece... - Repousava o queixo sobre a mão, pensativa. - Parece tentador. - Sorria de volta para ele antes de dar minha resposta. - Acredito que temos uma nova parceria, caro Alcaçuz. - Estendia a mão para ele, esperando que pudéssemos firmar um acordo.

Logo após isso, porém, uma figura estranha também se aproximava da fogueira. Ela estava literalmente caindo aos pedaços e me chamando pelo nome. - MACACOS ME MORDAM! VOCÊ É UMA ASSOMBRAÇÃO?! - Exclamava amedrontada enquanto me escondia atrás do outro Navis presente. - C-c-campo? Você diz o campo de batalha...? As coisas estão bem caóticas ainda. Apareceram alguns portais que transportaram pessoas e Youkais ainda aparecem em hordas para tentar invadir o continente. Não vi muitas baixas.

Após toda essa fala, apertava os olhos ainda encarando a estranha figura em minha frente. Ainda atrás do pirata e com uma  mão apoiada em seu ombro, apontava a outra para a possível assombração. - Mas quem diabos é você?!