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[AUTONARRADA/NARRADA] Achytias

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Mensagem por Dalli Qui Jul 11, 2024 6:51 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Achytias
Prelúdio
— Ano/Estação: 840 DG / Inverno
— Pessoas envolvidas: Jabber
— Localidade: Alfhildirian
— Descrição: Jabber retornou para casa. Seu desejo agora é voltar-se a pesquisas e entendimento dos Achytias, enquanto ajuda com oque seu lar precisar.
— Tipo de aventura: Autonarrada e Narrada.
— Aviso: Álcool, Linguagem Explícita, Conteúdo sensível e Violência  
「R」

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[AUTONARRADA/NARRADA] Achytias - Página 2 Empty Re: [AUTONARRADA/NARRADA] Achytias

Mensagem por Dalli Dom Set 08, 2024 9:23 pm

Post 05

Eu errei? Impossível. A ideia que eu tivesse cometido tal erro é tão desafiadora quanto a noção de espaço alterada. Precisava mudar de plano, ir até o laboratório para tomar o sangue ou tentar terminar de enfrentar a criatura. Independente da decisão,
primeiro preciso me proteger. Conectei minha consciência a minha mana, uma tarefa atualmente tão natural como andar ou respirar e invoquei o Opla. A criatura surgiu a minha frente e rapidamente escalou meu corpo contornando-a até alcançar minha coluna, onde se prendeu as minhas roupas com suas patas e ergueu suas pinças para me proteger. Estava pronto.

"Ele é um predador da mente..."

A frase de Ulrik me incomodava. Uma parte de mim está incomodada de como as coisas se seguiram, não parecia certo. Meu cabelo flutuava com o vento, mas não podia me incomodar com isso agora. Decidi avançar até B-02, Ulrik teria que aguentar...

NÃO

Foi quando a experiência gritou mais alto. "Um predador da mente", então tudo fez sentido. Não tem vento aqui dentro, o lobo ta brincando com minha mente, me fazendo ver algo que não está acontecendo. Meu mentor tem muitas habilidades, garanto que gravidade não é uma delas. Adaptei meus planos, me aproximaria do cientista não olhando-o diretamente, mas encarando seus pés, apenas perto o suficiente para fazer o movimento de estocada como foi ensinado e liberar a guia para prendê-lo. O Opla estaria pronto para me defender de qualquer ataque físico que viesse em minha direção, bloqueando com suas duras pinças ou redirecionando para o lado, usando o melhor de nossa simbiose para a sobrevivência de ambos. Eu manteria minha postura firme, me adaptando a força dos ataques para que ele tenha uma base sólida e não sejamos arremessados longe com a força dos impactos.

Invocação:
Controle:

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[AUTONARRADA/NARRADA] Achytias - Página 2 Empty Re: [AUTONARRADA/NARRADA] Achytias

Mensagem por Spare Kin Qua Set 18, 2024 1:49 pm

Incrédulo de ter realmente errado seu golpe, quis ter certeza se fazia o que Ulrik anunciava ter sido verdade e com isso, Opla fora invocado, uma centopeia de um reino distante que prontamente envolveu-se na perna de Jabber, escalando-o e colocando-se diante da coluna do rapaz, penetrando suas garras pelas roupas, o que em teoria, deveria ter algum efeito doloroso, mas era como se a própria pele dele se abrisse e permitisse que as patas do quilópode penetrasse entre suas vértebras e a abraçasse, envolvendo-se em meio aos seus músculos sem causar um único vestígio de sangramento e assim, fortalecendo a simbiose entre ambos. Sua cabeça ficava acima da do rapaz, alguns centímetros a mais e que eram vistas. A mobilidade não fora prejudicada, inclusive, suas costas eram completamente protegidas pelo exoesqueleto de sua invocação e o desconforto, no máximo era de uma estranheza de sentir o animal movendo-se, realocando-se em cada movimento que a coluna tinha de moldar-se, fortalecendo sua postura.

Aproximou-se de Ulrik para ver os seus pés e ter certeza que houvera acertado o cientista e tão logo o fez, percebeu que ali não havia nada de humano. Uma pata de um canídeo robusta e que pingava sangue fino, como o gotejar de uma torneira que não fora fechada corretamente, não espesso como de um ser vivo em plenas funções, mais como de um corpo descoberto após o período mensal ter passado.

A olhada durou apenas um instante, mas assim que seu olhar cruzou com o da pata, um olho vermelho brotou no peito do pé, permitindo que o líquido vital escorresse como lágrimas que mesclavam com o rubro mais forte da orbe. Quanto mais se olhava, pior ficava, pois parecia que sua visão (ou mente) criava ilusões de ótica em que se deformava, alongando-se e girando de maneiras nada naturais, criando uma boca com dentes serrilhados tal qual de um tubarão, a língua comprida e fina que saía, na verdade era apenas um emaranhado de tentáculos tímidos que exploravam além dos lábios presos contra a pata do animal.

Ele não podia ficar muito tempo vendo as transformações que ocorriam, sendo conduzido pelo espetacular ou curiosidade, pois seu corpo, involuntariamente esquivava para o lado. Era Opla movendo sua coluna para a direita e logo em seguida o som de batidas de dentes.

- Tire essa máscara, me veja como eu o vejo.
- A fala de Ulrick transitava entre sua voz normal, algo distorcido e inumano até finalmente, manter-se firme em algo que trespassava o elmo, chegava aos ouvidos de Jabber e era extremamente envolvente, não permitindo que nenhum som mais fosse ouvido. As pinças de Opla batendo? Inexistente. Seus próprios passos? Ignorável. Agora, a voz desse lobo, desse achitya que era estudado e compreendido como algo inesperado até para sua própria raça, isso sim era envolvente, perdendo apenas para seu batimento cardíaco, que era ouvido com facilidade quase como se ambos estivessem conversando próximos de sua caixa torácica, essa, no entanto, que era o capacete que circundava-o, preenchendo-se de palavras que eram não somente sedutoras, mas também grossas como algodão, embotando o espaço vazio até que um sentimento de claustrofobia viesse do fundo de seu encéfalo, mas não era um medo racional, apenas algo que surgia do nada, diferente de alertas primitivos, seu próprio corpo não sabia a origem daquele pânico que não era presente, mas aumentava a frequência cardíaca e se comparado a algo sólido, era uma presença ameaçadora que ficava no canto de uma sala em penumbra, em que se sabe que está lá, difícil de ignorar e que se deseja que vá embora ou tenha misericórdia, mas a parte racional dizia que ele tinha que enfrentar, mesmo que houvesse um vazio em seu estômago que preferia não lidar com isso, manter-se ignorante, que se virasse e encarasse a tal presença, validaria sua existência.

Opla parecia perturbado, sendo uma criatura parasitária, ele movia o corpo para o lado e movia as pinças, parecendo lutar com seus próprios demônios enquanto, involuntariamente Jabber seguia os movimentos. As pinças estalavam contra o elmo, mas não era para machucá-lo ou retirar a proteção e sim, de círculos que eram feitos no ar, indo e vindo.

A onda gravitacional que todo achitya tem, e a da Raíz do Inconsciente era lateral, por um momento cessou e houve um descanso, uma sensação de alívio de que aquela ameaça no fundo de sua psiquê não mais existia, ele estava livre, seu coração aliviado retomava o ritmo estável e toda onda de estresse, como quando a adrenalina deixa de bombear no sangue e seu corpo até ficava mais mole, leve, relaxado. Opla parava de se debater e olhando para baixo, na fresta do capacete...

- Você é minha presa, achitya artificial! - Havia um escuro abaixo de Jabber, mas que logo as laterais se fechavam e o que ele via, nada mais era que a garganta do Raíz do Inconsciente. Ele parecia imenso, ou o rapaz que era pequeno o suficiente, nada explicava como a criatura estava agora no chão, engolindo o jovem debaixo para cima, quase como um peixe mordendo a isca acima, em desproporção. As paredes se fechavam nas laterais e ele sentia a umidade do interior da boca canina, os dentes fortes e de base amarelada, as dobras do céu da boca em camadas e até o bafo quente que lhe subia como uma caldeira, não permitindo que mais nenhum cheiro fosse sentido. Suas costas doeram quando Opla se contorceu, quase querendo se enrolar em um redemoinho de patas, mas sem soltar o hospedeiro, mas acima disso, a pressão era real em seus ombros, querendo esmagá-lo para que fosse engolido.

[AUTONARRADA/NARRADA] Achytias - Página 2 LTYkPi

Quando um objeto indestrutível encontra-se com uma força imparável, só resta a fusão e fora exatamente isso que aconteceu. Difícil dizer se não havia força para esmagá-lo ou se ele era muito resistente para isso, mas assim que a guilhotina de carne o prensava e esmagava, antes que sua pele rasgasse e os ossos quebrassem enquanto os mais resistente se deslocavam, a boca do monstro atravessou da maneira mais anti natural possível, pois o certo é que a mandíbula e o maxilar se encontrem no fechamento da boca, mas eles se atravessavam ao não conseguir fechar-se sobre Jabber.

Parecia acordar de um pesadelo, tudo era muito real e por um momento, o jovem se viu confuso o suficiente para não se lembrar de onde estava e o que era aquilo em sua cabeça, o amarrando e sufocando.

No que a realidade ia se reconstruindo para seus sentidos, sua audição fora a primeira a alertá-lo de que algo não estava certo e seus cabelos começarem a serem puxados e Opla soltando-se da coluna do jovem, pendendo para o lado oposto do corpo de seu hospedeiro, fazendo um "Y". As costas abertas, secretavam um líquido espesso e branco-amarronzado, que coagulava não muito depois e era exatamente isso que fazia, pois para não machucá-lo, ali havia um anestésico misturado com coagulante, mesmo que os músculos e até a ossada fosse visível a olho nu, mas isso pouco importava, pois a criatura chiava e pendia para os lados, circulando enquanto diversas passos eram ouvidos ao chão, circulando Jabber.

- Você é como o rei. Mas não é rei. Achitya é contaminação e você é contaminado, mas não pelo rei e sim pelo achitya. Você é rei? Seu cheiro... Eu me pergunto, seu gosto... - A própria pele de Jabber começava a abrir bocas com dentes que não cabia nela, arregaçando o órgão que escapavam pequenas saliências que deveriam ser a língua (ou as), mas logo o dedo que era carregado se contorcia e em um piscar de olhos, sua pele parecia comum como qualquer outro dia. As passadas ao redor paravam e se antes ele ouvia o som de vários, de diversos lobos ao seu redor, agora só havia um e Opla retornava para sua posição, erguendo-se além da nuca do jovem. - Talvez o tempo do rei tenha se ido. Talvez você seja o rei dessa nova era. Mas ele virá proclamar sua cabeça como coroa. Eu sei disso. Você sabe disso. Enquanto ainda tivermos seu sangue impuro. O rei... O rei não é um inimigo, ele é O Inimigo. - O lobo se levantava e a gravidade contra si ficava mais forte, não ao ponto de empurrar Jabber, mas sim pra ele sentir como se alguém segurasse a ponta de seus cabelos e dedos e os puxasse. - Sangue... Sangue não é o correto, isso quem fala é o lobo. O rei toca com seu dedo em nossas mentes. Ele molda o imaginário como algo sólido. Nós somos todos sólidos e mundanos para ele. O rei é rei e sempre será, pois nenhum deus consegue domá-lo. O caos, o rei é a personificação do caos. Mas o que é você, achitya artificial? Uma partícula? Uma imitação? Não... Você é algo diferente... Algo novo... Você é achitya, mas não é. É mais... O rei virá proclamá-lo por sua blasfêmia. Fuja, achitya artificial. Corra e reze.

O elevador parava, chegando em seu andar. O barulho e até a vibração do grande corpo era sentido naquele andar e uma risada que se desfocava em diversas outras vozes.

- Jovem achitya... Sua mente já está contaminada, mas nessa floresta, eu sou um caçador e irei evitar os ursos, mas ainda há muito o que se comer por aqui. Pode ficar com sua presa caída, considere um pedido de desculpas por atravessar seu caminho, mas enquanto esse lugar estiver aqui, não sou eu quem será contido... - Tão logo o achitya terminou de falar, as luzes se apagaram subitamente e mais uma vez aquele breu, aquela escuridão que ocultava terrores da mente paranoica, cicatrizada pelos terrores alucinógenos e enlouquecedores além da compreensão. Uma luz vermelha piscou abaixo dos pés de Jabber, mas não era nenhuma garganta ou algum olho e sim, o cenário todo se tornava vermelho e uma fraca iluminação rubra se acendia nas paredes e refletiam no solo abaixo dele. O único problema, é que as lâmpadas pareciam piscar de tempos em tempos, mas não de maneira artificial como um objeto faria e sim, algo mais natural, como um olho faria para lubrificar.

O lobo não mais estava ali.
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[AUTONARRADA/NARRADA] Achytias - Página 2 Empty Re: [AUTONARRADA/NARRADA] Achytias

Mensagem por Dalli Sáb Set 21, 2024 5:51 pm

Post 06

Eu estava certo sobre Ulrik e o lobo, era apenas uma armadilha da Raiz do Inconsciente, mas talvez, só dessa vez fosse melhor estar errado. O "rosto" grotesco de apenas olho, boca, dentes, pé e sangue quebrou minha barreira mental do que é real e oque não é. Como meu mentor havia instruído e eu havia ignorado, a mente é seu território de caça, e como todo caçador, é como um jogo. O opla me protegeria dos golpes físicos, mas bom... não reforcei minha determinação. A batalha mental havia começado.

Aquilo era diferente de uma magia de ilusão ou sedução deste mundo, assim como sua atração gravitacional, esse achitya tem uma força própria que nos leva ao seu mundo, puxando seus medos para a superfície, brincando não com o sentimento de sobrevivência, mas com a percepção da realidade. Medo de espaços fechados? A primeira vez que estiver que se encurralar em um buraco para salvar sua vida você perde rapidinho. Não, aqui em Alfhidiran somos treinados a não temer, a observar, analisar, decidir, e agir. Apenas existe obstáculos que vencemos e aqueles que não podemos lidar, claro que para mim, um missionário da entidade primordial, só existe a primeira opção. Ainda assim, hoje eu estava claustrofóbico, que ironia, não? Isso é oque este espécime faz, "você sabe oque é real? Tem certeza?" é isto que ele faz com suas presas. Sinto ele duvidando a todo instante, "você é invencível? veremos".

Comecei a rir na minha cabeça. Eu não sou presa de ninguém. Então tudo ficou escuro. Ele havia desistido, foi oque pensei. Mas claro, como todo bom questionador, o lobo não responde a pergunta, apenas te bota em cheque. Como, como pode haver algo tão grande? Até mesmo o opla havia sido tomado, me apertando para o fim. Caos. Lembrei. Para entender melhor, pense em um universo diferente, nós nascemos em um espaço, em um tempo, com leis físicas e magicas, mas antes já havia algo. Caos. Para ela tudo isso é apenas um parque de diversões, uma brincadeira para se divertir. E esse lobo possui a essência da deusa HAhaHAHaHAAhaa.

Acordei retomando meus sentidos se adaptando a um universo criado e ordenado. A dissonância era absurda e enjoativa, mas não fraquejei. Em minha cabeça, passei por essa situação como um bravo herói, mas para quem vê de fora, pode ter outra interpretação. Segurei meu braço com força, tampando a primeira boca, inútil, surgiram tantas. Então sumiram, não percebendo que foi o dedo, meu coração recuperava o folego do orgulho. Oque ele está dizendo? Eu ouvi as palavras, mas não encontrei sentido. Rei. Artificial. Correr? Rezar? Queria responder, mas minha mente travou. Só não consegui. Então, brevemente, havia uma lógica em sua fala. Trama. Oque o lobo estava me mostrando era a trama do mundo que eu havia me envolvido. Os fios do destino foram puxados.

Acordei zonzo. Não consegui pensar. Parece que fui esmagado por uma rocha gigante. Apoiei uma mão no chão e fiz força para erguer meu corpo. Tudo doía. Olhei ao redor com uma expressão irritada — Minha vez. — estava pronto para contra-atacar, mas não havia nada ao meu redor. Virei de um lado, depois para o outro. Ele havia fugido — DROGA!! — varri os olhos pelo ambiente procurando-o para ter certeza.

Começaria a andar até o elevador e apertaria o botão. Uma, duas, três... não parei até que chegasse. Fecharia aquela porta com força, apertando para ir até o último andar, a mansão dos Alfhidir. Cambaleei para o lado, ainda um pouco sem forças, mas me pus de pé novamente. Não posso aparecer nesse estado. Joguei o cabelo para trás e arrumei a postura — Onde está Ulrik? Um achitya fugiu, enviem soldados! — agora não importava mais, precisamos encontrar aquele lobo. Se encontrasse Ulrik, não pouparia tempo — Ulrik. Onde encontrou aquilo? Me conte tudo oque sabe e aprendeu. — parecia irritado e de fato estava. Eu não perdi, mas cheguei muito perto.

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[AUTONARRADA/NARRADA] Achytias - Página 2 Empty Re: [AUTONARRADA/NARRADA] Achytias

Mensagem por Spare Kin Sáb Set 28, 2024 5:57 pm

Jabber não era apenas inteligente, como também experiente e com facilidade, entendeu o que ocorria ao seu redor. O lobo não estava brincando com seus sentidos como em uma ilusão ou fazê-lo sentir, muito pelo contrário, aquilo tudo era real e ele sentia na pele que os achityas eram distorções da realidade movidos pelo caos, uma mistura que ia além do conhecido, mágico ou até, dimensional, eram apenas perturbações disso tudo, existências singulares. As bocas e dentes que cresceram em seu braço haviam ocorrido como se sua estrutura física sempre houvera sido assim, uma mescla do predador e presa no mesmo lugar. Uma mente humana comum não iria conseguir lidar com esse tipo de trauma, quebrando-se em consequência ou desligando-se e gostando ou não, o rapaz ainda tinha um pouco de criatura mundana em sua existência e por conta disso, era melhor o encéfalo se desligar para evitar a contaminação e proliferação do invasor que subia, não por dentro de sua pele ou mente, mas de uma existência que talvez nem pudesse ser chamada de "alma", mas algo singular dos achitya e que ele conseguia interagir como se fosse um próprio.

Indo até o elevador, ele apertava o botão para chamá-lo diversas vezes, ouvindo o som da pressão em contato com o metal e Opla entrelaçou as pinças ao redor do pescoço do jovem, mas não para ameaçá-lo ou mesmo, ir além e matá-lo, e sim, em uma tentativa de acalmá-lo. A parte laminada do exoesqueleto estava evitando encostá-lo, mas por ter seus membros como pequenas foices, ele não tinha como segurá-lo e retirá-lo dali, assim como a língua comum era desconhecida para um inseto, mas a troca de sentimentos era algo palpável e ele, que houvera enlouquecido com o lobo anteriormente, sabia bem o que o jovem estava sentindo e como um guardião que era, tentaria proteger seu hospedeiro nem que fosse de si mesmo. As pinças agora encostavam no painel do elevador e ao invés de pressionar mais uma vez, ele empurrava para se alavancar para trás e criar um espaço entre aquilo que poderia quebrar e Jabber.

O elevador era lento, afinal, era para transporte de maquinários pesados e grandes números de pessoas (como soldados escoltando um monstro) e a espera era de uma ansiedade que poderia até nublar a mente do jovem. Opla, mais uma vez, tentava preencher o ambiente inundado pela cor vermelha com alguns tiques e guinchos de sua espécie, chiando em sua própria forma de comunicação como os humanos faziam entre si. Poderia estar falando algo, ou poderia simplesmente estar sendo um forma de vida menos instruída que o rapaz e fazendo barulhos irracionais contra o cenário artificial que mudava drasticamente.

Demorou, mas chegou. As portas se abriam e mostravam o elevador vazio e adentrá-lo era o objetivo, mas havia também um sentimento que era difícil dizer se eram truques de uma mente arisca pelos acontecimentos recentes ou se realmente tinha alguma coisa ali, mas seus instintos gritavam que adentrar ali era uma forma de se encurralar e ficar a mercê do inimigo, seria estupidez ir sozinho direto para a toca dos leões... Ou melhor, à boca do lobo. Mas ele não estava sozinho, pois uma respiração pesada vinha atrás de si e dessa vez, sem conduzir os movimentos de Jabber, a centopeia virou-se e observou a nova presença (pelo menos, para si), mas suas pinças não saíram ao redor do pescoço do hospedeiro, no máximo relaxaram e desceram pelo peito, parcialmente recolhidas para permitir que ele se movimentasse sem risco de se cortar no processo.

- Jabber... - Ulrick vinha atrás antes que as portas do elevador se fechassem, mas ele estava totalmente drenado e cansado, batendo ombro na parede, mas mesmo assim, ele não pedia ajuda do rapaz, pois tão logo viu a criatura acoplada em suas costas, ele deu um sorriso tão singelo que era discutível se algum dia esteve ali, adentrando no local sem medo algum, servindo como cobaia para as preocupações de seu lado mais primitivo. O velho se jogava e batia as costas na parede oposta da porta e dava um gemido desconfortável, permitindo seus joelhos fraquejarem e sentar-se em um movimento abrupto, respirando pesado pelo esforço. Seu rosto ainda estava deformado pela mera visão que teve com a Raiz do Inconsciente, deixando claro que Jabber não era um humano normal. Ele levava a mão ao rosto, debaixo para cima, como se tentasse segurar para que a pele e os músculos não caíssem do crânio, grandes demais para se manterem seguras, escorregando e o desfigurando no processo. Olhou para o rapaz com um olhar decidido e feroz. - O que está esperando? Vamos, precisamos conter essa fuga...

Com ambos adentrando na área do elevador, as grandes portas se fechavam e deixavam aquele segmento para trás. Com um solavanco, começava sua subida para o andar principal com a mesma lerdeza de sempre. As luzes ainda eram um véu avermelhado sobre ambos e com o rosto desfigurado, o brilho rubro contaminava totalmente o glóbulo, que em outros momento fora branco como um ovo cozido, mas agora, a mera imagem de Ulrick era tal qual de um corpo que esqueceu de morrer e já entrava em decomposição. A única certeza que vivia era o movimento ritmado de seu peito, pois ele continha o máximo que conseguia de fazer qualquer proclamação da dor que sentia.

A voz de Jabber o questionando sobre o que ele sabia do lobo o pegou de surpresa, concentrado demais em manter-se o mais silencioso possível, ergueu a cabeça em um movimento rápido, umedecendo a boca antes de falar, pois estava ressacada pela respiração pesada.

- Acalme-se, meu rapaz, lembre-se do treinamento militar e mantenha a razão ante a emoção. - Sua fala era ríspida, ele também queria expor sua raiva, mas fazia força física para se manter neutro. - O espécime fora encontrado vagando Urco, mas parece que veio de algum lugar de Darkaria. Não sei dizer o modo como se locomove, mas de alguma forma, ele atravessou continentes sem que aqueles vigilantes da Dead Garden se intrometessem na ordem natural do mundo. Seu rastro... Parece que sua divergência gravitacional indicava lugares opostos para onde ele ia, gravitite, você sabe? Diferente do que se compreende, que a gravidade puxa para baixo, ele empurra para o lado e parece ter algum controle sobre isso, despistando, talvez, é uma teoria... Enfim, meus contatos entre os ignobles me vendem informações bastante precisas sobre todos os cantos e por isso, eu enviei um esquadrão e assim, infelizmente, descobrimos que seu M.O. é no olhar. Perdi bons guerreiros nisso, mas os dados que coletamos com sua captura... Jabber, sua ida a Tekkionia pode não ter sido tão frutífera quanto você esperava, mas o que conseguimos testar aqui... A próxima geração de Afhildr virá com capacidades totalmente novas... Você foi um ótimo experimento, eu me orgulho da sua criação, mas com o conhecimento que temos naquele laboratório... Uma cria do Caos. - Ele ria, mas perdia o fôlego após pouco tempo, soltando um longo gemido enquanto se encolhia em dor e mesmo assim, ele seguia falando. - Eu sei que é muito otimismo, mas eu acredito que consigo mesclar, não apenas o químico do sangue de um achitya, mas também ir além, de moldar o DNA, não... Isso é muito limitado. O corpo é importante, pois precisa receber a presença do rei, o que cria essas criaturas maravilhosas e únicas, elas não são animais, não mais, um achitya é uma existência incrível e existe desde a criação do mundo e se persevera imutável até hoje, é errado dizer que é uma forma de vida perfeita? Sim, morrem e são caçadas, destroem civilizações e invertem a ordem natural das coisas, mas quem somos nós, Jabber? Nós vivemos um décimo do que um achitya, de toda sua história, estamos aqui há menos tempo que qualquer outra raça, mas quem realmente está aqui como verdadeiros deuses terrestres, são eles.

- Agora... Eu tenho uma pergunta para você... Como você acha que o Raiz do Inconsciente consegue se comunicar na língua comum? Se tivesse uma configuração humanoide, até poderia dizer que consegue mimetizar a fala, mas não, ele raciocina, ele conversa, ele induz e seduz. Eu lhe trago algumas teorias: primeiro, aquela não é sua forma real e apenas, uma forma mais "frágil" para caçar suas presas; Segundo, seu corpo nada mais é que um boneco de carne, uma marionete de uma existência que não está aqui, mas fala através dele, como um corpo-portal; Terceiro, sua fala é na linguagem achitya, mas por alguma forma, nós compreendemos e por mais absurdo que isso pareça, isso pode ser aceitado pelo simples fato de que há escribas que escrevem à partir do som, podendo escrever em uma língua que não conhece ou fala, mas sim, que consegue traduzir o timbre em letras... Você entende tudo isso? O Raiz pode ser um escriba, um emissário ou um arauto de alguma outra coisa e eu ouso dizer, do Caos em si. O Rei Achitya não é o ponto supremo, pois ainda há alguém acima... Ele é extremamente importante, mas você sabe...
- Seu rosto se erguia das sombras e por entre os dedos, o globo ocular totalmente vermelho pela iluminação, a íris negra, ele anunciava de forma mais seca, talvez sua voz tenha falhado naquele momento, pois não era uma pessoa voltada para o drama, mas era inevitável o tom que se pintou quando ele falou com total imposição e certeza. - É substituível...

Um silêncio brutal se abalou logo em seguida, parecendo sufocar o velho cientista até que a viagem terminasse. As portas se abriam e Ulrick tentava se levantar, mas desistia e olhava com horror o ambiente que era apresentado para eles. Dado que Jabber estava de frente para o homem, então estava de costas para as portas, então estava alheio e seu único indicativo e convite, era o medo estampado na face do outro.

Alfhildirian estava totalmente avessa e revirada. Uma base militar que sempre fora tão organizada e de estrutura perfeita, agora parecia que tinham passados anos ao esquecimento. A estrutura ainda estava intacta, mas o confinamento provocado pelos fantasmas que assombravam as memórias e visões de Jabber e que obrigaram o local a fechar-se para proteção, agora e ironicamente, era ele quem estava preso com a ameaça. Haviam diversos corpos ao chão, mas nenhum sinal de luta, como tiros das armas encomendadas de Tekkionia, sinais de cortes ou pancadas, era como se os soldados bem treinados estivessem morrendo internamente ou vítimas de alguma doença.

As luzes de suporte eram normais, de iluminação fosforescente e permitiam ver a tudo com perfeição, exceto por pequenos defeitos que as faziam tremer, mas não era falta de energia e sim, por haver algo que interferia em sua alimentação, ligadas e com uma passagem que talvez, a levasse a pequenos curtos, estalando, mas nunca o suficiente para estourar e queimar de vez.

Sem aviso algum, um corpo se estatelava atrás de Jabber, chocando-se contra o chão e criando uma enorme poça de sangue. Ainda havia muito de uma pessoa ali, mas era visível que seus ossos estavam deveras quebrados, pois o formato do que não era visto, certamente não era natural e a carne, diante da pele rasgada, mostrava lacerações do impacto, mas nada de cortes, mordidas ou rasgos de garras. Antes estava silencioso, no máximo alguns pequenos estalos da fiação, mas agora, parecia que o choque do soldado era um sino, que provocava demais sons a se proliferarem pela torre. Passos rápido ecoavam pelos andares superiores enquanto um gemido agourento os seguia, mas novamente, não havia luta, apenas a fuga e isso era algo que nenhum soldado faria, ainda mais quando haviam Afhildr no ambiente.

A menos que eles soubessem que não adiantava lutar.

Um uivo era ouvido dos andares superiores e todos os corpos espalhados por ali pareciam abrir bocas e olhos, mas em lugares descobertas de roupas e não os seus próprios e sim, dos do lobo. O antebraço de um soldado repartia os ossos e formava uma bocarra lupina, repleta de dentes enquanto no topo de sua cabeça, um único olho vermelho era visto; Um outro, a coluna se virava de modo antinatural e as pernas formulavam a boca e nas costas das mãos, vinham os olhares. Indiferente, todos pareciam entrar numa espécie de mutação, mas nunca a real criatura.

- Jabber... - Ulrick, dessa vez era quem ficava atrás do jovem, se apoiava na parede e erguia-se com dificuldade, mas retirando a mão do rosto, mostrava que um de seus olhos ainda estava vermelho e não era por iluminação e sim, por contaminação com a visão que ele dera no Raiz do Inconsciente e no que ainda estava branco, um risco o repartia como um zíper, mostrando os dentes e... Lágrimas escorriam, mas era grosso demais para serem lacrimais e sim, baba canina que escorria pela bochecha do velho. - Eu não estou me sentindo muito bem... Não sei se consigo subir as escadas, então ficarei no elevador... Não serei de grande ajuda, então deixo em suas mãos encontrar o lobo e segurá-lo. Não perca o cajado, ele... Ele pode ser contido. Enrosque no pescoço como qualquer cachorro, a máscara poderá proporcionar alguma proteção, mas você ficará cego. Sei que encontrará uma forma de lidar com isso e... - Ele vai até Jabber em passos vacilantes, Opla se arma, prostrando as lâminas e ficando em alerta com a aproximação do velho, que o observa enquanto fecha parcialmente o olho rasgado com as presas, mas continua sua movimentação, colocando uma palma no peito do jovem e simplesmente isso. Ficou parado um momento sentindo seus batimentos cardíacos e então o empurrou para fora e bateu o punho para fechar as portas e ir andares acima. Sua voz era ouvida abafada do outro lado, esvaindo-se na distância da subida (mas que dava tempo por ser uma máquina lenta). - Encontre soldados capazes, não ajude sobreviventes e use suas capacidades para atravessar, te vejo lá em cima e boa sorte. Faça-os se arrepender.

A vida daquele mundo fechado não poderia ser propriamente dita como "viva", pois a alcateia estava por todo o ambiente. Olhos brotavam dos corpos, assim como bocarras com dentes arreganhados que apenas aguardavam a aproximação da Jabber para atacá-lo, mas totalmente inválidos por limitações físicas do post mortem. Os sons de passos ainda eram presentes, de fuga e gemidos de agonia ecoavam por toda a instalação.

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Mensagem por Dalli Seg Set 30, 2024 8:20 pm

Post 07

Virei-me para trás e me deparei com Ulrik em estado quase catatônico. A aparência fúnebre mexeu mais comigo do que a estranheza das deformações causadas pela Raiz do Inconsciente, não que estas sejam aceitáveis, de forma alguma, como já dito, elas causam um incomodo único e perturbador além dessa realidade, de forma que a melhor palavra para descrever é "antítese". A explicação do cientista só confirmaria esse fato o lobo é algo, mas também não é. Eu pelo oque fui capaz de entender, ele tem noção disto, até usa para brincar com suas presas.

"Você é como o rei. Mas não é rei.
Achitya é contaminação e você é contaminado, mas não pelo rei e sim pelo achitya."

Após entrar no elevador, estava tão tensionado e irritado que o Opla se contorcia, um instinto a sua função simbiótica de proteger o hospedeiro. Teria ficado assim se não fosse as palavras tranquilizantes que pareceram me atingir como uma lança em brasas no coração. Lembrar do treinamento militar, manter a razão antes da emoção... oque diabos eu estou fazendo? Eu nasci para isto, treinei para isto, e vivo para isto, mas aquele lobo conseguiu tocar meu subconsciente e tornar meu medo real: eu estou errando. Posso ter sido resistente aos efeitos da "anti-realidade" dele devido a minha mutação, mas mesmo que não esteja deformando e com bocas e dentes pelo corpo, a sua influência permaneceu em minha mente. Bizarro, ele continua acertando todos em suas fraquezas. Respirei fundo, tentando momentaneamente esquecer oque aconteceu, apenas empurrar a poeira para embaixo do tapete.

— Ohhh, não doutor, a nova geração não... — deixei meu lado "chefinho" e ganancioso vazar — Você dará um jeito de me aprimorar também. Os novos também é claro, mas nós daremos um jeito de alterar oque já existe, como ele faz. — disse apontando para o rosto dele em constante transfiguração. — A assimilação é uma habilidade achitya, talvez a principal. E se essa habilidade estiver escondida dentro de cada Alfhidir apenas esperando para ser ativada? Talvez o sangue que usamos até agora seja de segunda mão, o senhor mesmo acabou de dizer, se o Rei Achitya é apenas um pedaço de algo maior, talvez tudo oque sabemos sobre eles é apenas o começo. E se tudo oque tivemos até agora foi só a primeira onda? Os batedores. A Raiz do Inconsciente pode ser o primeiro de uma nova leva, uma leva mais forte, mais poderosa e mais pura. — ponderei uns instantes sobre oque Ulrik falou e oque o lobo me disse — Um emissário, um arauto ou um escriba!? Um pouco de cada.  Eu sinto como se ele estivesse testando oque pode fazer e aprendendo o quão poderoso é nesta realidade, mas ele está abaixo do Rei na hierarquia. Acredito que o teme, ou pelo menos respeita sua força. — Minha cabeça doía de tentar entender, é como olhar para um quebra-cabeça com peças faltando e tentar montá-lo. Oque é certo é que ele traz uma parte de Chaos para este mundo, traz o conflito e a divergência, posso afirmar isto já tendo "visto" a deusa. Outro problema para embaixo do tapete, tentarei entender estes mistérios após capturá-lo.

O elevador abriu e a cena me arrancou um sorriso impressionado, varri os olhos pelo lugar analisando o estado — Ele não foi tão discreto aqui quanto no laboratório. — o monstro no armário fugiu e garantiu de destruir toda a casa.  Dei alguns passos em direção da criatura azarada e contorcido que um dia foi um soldado, quem sabe um dos que me serviram esta manhã, mãos no pescoço, um movimento abrupto e "crack", senti um alivio de espirito melhor que uma massagem. Sua alma está livre agora... boa desculpa — Ulrik, anote isso. Ele toma controle não só pelo oque o vê, mas também pelo oque o escuta, o uivo é um gatilho. A infecção achitya que normalmente seria contaminação pelo sangue pode ser feita à distância, acredito que ele está tentado infectar os corpos para criar novos hospedeiros ou semelhantes a ele, talvez um exército, como um Necrolich. — ponderei — Ele pode ser um general que veio para expandir seu controle e dominar território. Vamos contê-lo, antes que fique pior e... — interrompi as palavras ao perceber que ele também estava na pior. Apenas concordei com a cabeça e deixei-o para trás.

Os primeiros passos foram lentos, mais contemplativos da cena de terror em que estou. A caçada começou.

Passei a andar rapidamente, ainda que não correndo para evitar o barulho em busca de soldados capazes de lutar, preferencialmente Alfhidir's. Buscaria indo pela área menos afetada pela destruição, se houvesse algo assim, mas se não, buscaria com o olhar e ouvido atentos por sinais de sobreviventes. Ao vasculhar, evitaria entrar na área do lobo por enquanto, preciso primeiro me preparar, montar uma armadilha e então capturá-lo, alguns soldados terão que ser sacrificados, mas tudo pelo bem maior. Se encontrar oque busco abordaria — Ei, vocês, comigo! Em silêncio, tampem os ouvidos e não olhem para os arredores. Preciso saber se virão mais algum Alfhidir por aqui. — agora se encontrasse diretamente um membro da família, manteria a postura mais relaxada — Um achitya especial fugiu, precisamos reunir um grupo para recapturar, não importa oque aconteça, não pode fugir desse forte. Ele caça pela mente e o gatilho são nossos sentidos, cuidado para onde está olhando e abafe os ouvidos, após invadir sua mente, vai buscar te infectar, mas primeiro precisa quebrar suas barreiras. Não o dê ouvidos. Precisamos montar uma armadilha, consegui uma arma capaz de contê-lo, mas ele é esguio. Vamos precisar usar alguns como isca, atraí-lo e depois capturar.  Ele é um ovo de ouro da família, não o matem se não for necessário. — tentei resumir para meus primos.

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Mensagem por Spare Kin Sex Out 11, 2024 4:44 pm

Em um ato de piedade, Jabber fora até um soldado e segurou a cabeça do mesmo com ambas as mãos, sentindo um peso que não era comum para aquela parte do corpo, o que apenas facilitaria no movimento que se sucedeu, fazendo pender com leveza logo em seguida, quase escapando de suas mãos, que sentiam toda a musculatura por baixo da pele se esvair como se tivesse cortado um emaranhado de fios que deslizavam entre si no corpo sem vida. O soldado ainda parecia totalmente desfigurado, mesmo após a sua morte, causando uma cena grotescamente gráfica para olhos não treinados, o que era minoria naquele ambiente.

Após a saída de Ulrick, o jovem iniciou uma corrida silenciosa que era feita de passos leves, o mais rápido possível pelo ambiente, visitando o saguão em busca de mais soldados, mas tudo que encontrou foram corpos jogados. O ambiente estava destruído, mas as pessoas ainda pareciam que tinham morrido de alguma infecção que os consumiu de dentro para fora. O chão, limpo de fluídos vitais, mas cheio de cacos de vidro, armas caídas, o que tinha de quebrado e caótico era simplesmente o que fora solto no momento da repentina morte.

Parou um momento e tentou averiguar a situação, mas não havia muito o que se ver, pois todos os lugares estavam assim. Soldados treinados a vida toda para combater achityas, agora, deitados sem ter sequer a chance de reagir. Claro, não estava todo o batalhão ali, mas era um número considerável de suas forças internas que perdiam suas vidas.

Os ouvidos atentos de Jabber então anunciaram que mais à frente havia vida e sem pensar duas vezes, ele correu naquela direção.

Perto das barricadas do primeiro andar, onde ficava os alojamentos dos guerreiros, agora era apenas um lugar abandonado e de iluminação vacilante, um cheiro de queimado e antes que pudesse abafar o som de seus passos, ele já pisava em cacos de vidro das lâmpadas quebradas, dos vidros estilhaçados. Mais à frente, haviam dois homens parados, um deles tremendo sobre uma poça de mijo enquanto estava de testa encostada entre duas paredes, usando do espaço para ter uma segurança de que nada estaria em seu campo de visão. Outro, porém, estava num paredão próximo a uma cama, de forma plana e não tendo muita proteção lateral, ao ouvir os passos de Jabber ele soltou um grito assustado, começou a chorar e colocou ambas as palmas abertas na parede, pegando impulso e força para então ir com tudo contra a parede, martelando-a contra a superfície sólida, não uma ou duas vezes, mas o suficiente e com uma potência que não poderia ser humana, pois facilmente haviam marcas de sangue na tinta branca, escorrendo do nariz, que a cada pancada, afundava até que a cartilagem interna se quebrasse e afundasse, fazendo-o cair pesado no chão. Seu colega, se encolhia e ficava mais próximo da bifurcação, evitando ver ou ouvir, totalmente em choque e incapacitado.

Uma voz sussurrou no pé do ouvido de Jabber, sendo impossível compreendê-la, pois era fraquíssima, mas não havia ninguém ali por perto, porém ao mesmo tempo, ele ouvia sons que vinham de dentro das barracas internas dos soldados, algo ou alguém estava ali com ele e não temia se movimentar por aí.

O homem que houvera se matado com traumas crânianos, agora fazia um movimento brusco ao criar dentes no vão do pescoço e tentar morder a perna do jovem, mas Opla se soltava facilmente de sua coluna, rasgando a pele sem dor alguma (no máximo, uma fisgada) e passando por entre as pernas, cravava suas lâminas na cabeça e tronco, os puxando para si e sem receios, começava a comer sua cabeça, mas não como é de se esperar de um animal como um lobo, mas sim, de um inseto: rasgava a pele e ia afundando o rosto dentro da carne, consumindo o interior e deixando o exterior como uma mera múmia esquecida. A centopéia ficava pendurada por suas patas na junta da base da coluna, passando algumas mais para dar sustento na entrada da bacia e funcionando quase como uma cauda para o rapaz, que sentia a função de uma em equilibrar o corpo e consequentemente, um peso pela posição ereta, sendo obrigado a arquear para a frente à fim de não sentir grandes pressões e ficar mais confortável com suas próprias modificações simbióticas corporais. Opla comia a cabeça, destruindo os ossos com uma enzima encontrada na saliva e afundando seu rosto insectóide até quase o pescoço do homem, tal era a voracidade e velocidade que consumia.
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Mensagem por Dalli Sex Out 18, 2024 3:08 pm

Post 08

Aproximei-me apático do homem que cedeu ao medo em seu coração, observando apaticamente a cena que ceifaria sua vida. Achityas não são para os fracos, cada um que cai está caindo pelo próprio medo é um frado a menos no exercito vermelho. Encarei o resto de miolos e o sangue que escorria pelo chão que logo iria sujas as botas e rapidamente levantei para que não manchasse o solado onde estava os círculos alquímicos, seria ruim se os perdesse, mas em um instante acabei sendo atacado pela própria vitima do lobo. O Opla se movimentou rapidamente e tive que ceder meu peso para que nossa simbiose não acabasse causando danos a minha coluna. Girei entorno do próprio eixo e quando ele se alocou como uma cauda, ouvi o uivo do lobo. Rapidamente levantei o olhar para o outro homem na sala, mas não entendi ao certo oque aconteceu, mas com certeza eu que havia caído em uma armadilha. Senti um impacto na testa e minha visão escureceu.

Não senti meu corpo cair, pelo contrário, foi como flutuar. Eu estava coberto por uma energia poderosa, mas só por um instante, já no seguinte, apaguei, caindo no abismo do inconsciente.
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Nota:

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