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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

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Mensagem por Tomita Seg Jul 22, 2024 9:06 am

Relembrando a primeira mensagem :

2.0 Dawn of the First Day
O custo amargo da vitória
— Ano/Estação:  841 DG/Primavera
— Pessoas envolvidas: Eldarion Elen Estelmir - NPC: Ethan Wilhelm Blackclaw
— Localidade: Elenathria - Skraev
— Descrição: A invasão de goblins  sobre a cidade dos magos havia cessado, porém as cinzas, as lágrimas e o sangue ainda estavam frescos sobre a terra. Exausto mas triunfante, o nobre elfo se levanta para testemunhar sua vitória e procurar por respostas, pois afinal, de onde vieram todos aqueles goblins?
Aviso:  Nenhum
「R」
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Mensagem por Tomita Sáb Ago 24, 2024 5:23 pm




Dawn of The First Day


Meus olhos se abriam lentamente. A luminosidade do sol para fora da janela incomodava um pouco mais do que eu gostaria. - Hmmng. - Suspirei ao soltar um leve gemido com a garganta. Recobra a  consciência aos poucos e logo os borrões em minha visão se tornavam claros. Eu estava em casa, no meu quarto, sobre a minha cama macia. Rodeado de travesseiros e com duas presenças femininas ao meu lado. A primeira que notei fora Lúthien, tocando minha mão direita com seus miúdos e delicados dedos, adormecida e encolhida como um filhotinho de gato próxima ao meu corpo. Vê-la ali a salvo fez um pequeno sorriso aparecer em meus lábios. - Graças a Elluna… - Disse em um suspiro.

Catherina me ajudava a sentar sobre a cama, senti um pequeno arrepio percorrer minhas costas despidas ao sentir seu toque. Olhei para a mulher de cabelos negros e feições tranquilas. Ela segurava um pequeno copo com água da qual me ofereceu em meus lábios. Eu aceitei sua delicadeza e gentileza para com a minha pessoa. - Obrigado… - Ver as duas bem me dava um alívio no peito, porém as dores físicas sobre meu corpo não estavam perto de passar. Eu escutava as palavras dela, infelizmente ainda havia trabalho a fazer… Esse era o preço de encarar uma guerra, de lutar na linha de frente, mas com toda sinceridade, eu não me arrependia de nada.

A memória daquele soldado ferido e seu cavalo, seu amor e devoção para com minha vida em retribuição do que eu havia feito por ele e por todos os outros de meu reino. A responsabilidade de ser um líder era um fardo pesado de se carregar, mas que no final, era recompensada pelos mais belos sorrisos de alegria de meu povo. Catherine me alertou sobre os emissários vindo de Vanaheim, algo importante do qual ela não sabia lidar sozinha. Eu tinha certeza que lhe faltava experiência com relações exteriores, ela era jovem e ainda despreparada para esse tipo de situação, o que seria uma boa oportunidade para ela aprender a lidar com estrangeiros.

Acenei com a cabeça de maneira positiva para ela. - Não se preocupe, daremos um jeito… Porém preciso de sua ajuda com uma coisa. - Disse enquanto estendia a mão para ela, segurando a destra da mulher. - Peça ao cozinheiro para preparar o jantar ao cair da noite no jardim, e tire toda a prataria… Se formos receber Lycans, precisamos usar o conjunto de ferro ou de ouro branco, o que combinar melhor. - Levei a outra mão sobre meu queixo, coçando suavemente o mesmo. - Eles precisarão de quartos também, individuais. Peça a governanta para preparar todos eles neste corredor. - Os queria por perto para lhes extrair informações. - Quando puder também, me traga informações do nosso exército… Número de mortos, feridos e caso o hospital esteja lotado, mande os feridos para Ionad. - Eu suspirei. Havia falado bastante e logo me afundei nos travesseiros. - Por enquanto é só… Obrigado, Catherine. Me alegra ver você e Lúthien sãs e salvas. - Apertaria sua mão de maneira gentil e confiante antes de vê-la deixar o meu quarto.

Eu aproveitava para passar o tempo ali na cama. Os passarinhos cantavam como se o mundo ao seu redor continuasse o mesmo. Para eles, ainda podia ser, a natureza seguia seu curso, a vida florescia depois de morte e tragédias, mas o curso da minha vida estava mudado. Eu estava mais forte, mais sábio e… Com medo. Ver o fogo de Draco, seu poder e os efeitos em meu corpo. Eu não era mais apenas o Duque daquelas terras, eu era seu herói aclamado, protetor e… Isso me assustava um pouco. O peso dessa responsabilidade… O peso de carregar todos em minhas costas, era um fardo que eu jamais poderia deixar de ter. Olhei para Lúthien, ela descansava tranquila, suspirando. É… Não era apenas por eles, era ainda mais por ela. Minha pequena filha seria um dia tão poderosa para proteger nosso povo? Esse fardo, eu realmente queria que caísse sobre suas delicadas mãos?A guerra muda um homem, mais do que eu poderia imaginar.

Acariciei os cabelos de Lúthien, acordando-a suavemente. Ela resmungou um pouco mas logo começou a abrir o pequenos olhos azuis, presente de sua mãe. - Hmmm pa-pai? - Ela perguntou e quase que em um pulo, ela ficou de joelhos sobre a cama, me encarando, tremendo em felicidade e com os olhos se enchendo de lágrimas. - Olá minha pequena. - Eu disse enquanto abria os braços para ela. Não demorou, ela se jogou em meu abraço, chorando como uma criança pequena. Eu a agarrei com a pouca força que eu ainda podia fazer, trazendo-a para meu peito e acariciando seus cabelos brancos com as madeixas azuladas iguais ao meu. - Papai está aqui minha querida… Papai está aqui. - Senti as lágrimas se formarem sobre meus olhos, mas se recusarem a descerem sobre minhas bochechas. Estava emocionado, feliz e muito aliviado de estar com a pessoa que mais amo em todo esse mundo.

Ela logo sorriu e soltou meu corpo, olhando para mim. Enxuguei as lágrimas de seu rostinho delicado e sorri para ela. - Obrigado por ficar ao meu lado. - Eu disse de maneira gentil. - É lógico papai, não ia deixar você sozinho nesse quarto sem ninguém… Eu estava com tanto medo… - Ela disse antes de me agarrar de novo.

Acariciei seus cabelos, tranquilizando-a. - Eu sei… Eu também tive muito medo… Medo de te perder, de falhar, de ver todos sofrerem… Mas esse medo se tornou uma chama, uma fagulha que me deu coragem para lutar, e se estou aqui, vivo e me recuperando, é porque você foi essa chama acesa em meu coração, minha amada Lúthien. - levei meus lábios até seus cabelos soltos e pouco embaraçados e a beijei. Ela continuava chorando, mas aos poucos suas lágrimas cessavam enquanto eu a abraçava. Tínhamos apenas um ao outro por alguns instantes. Ela logo parou de chorar. - Lúthien, alguns visitantes de terras distantes estarão nos visitando hoje a noite… Preciso que você esteja comigo, posso contar com você? -

Ela acenou com a cabeça de maneira obediente. - O que preciso fazer? - Ela perguntou enquanto se sentava sobre a cama. - Preciso que se arrume, tome um bom banho e esteja apresentável… Prometa que vai se comportar no jantar hoje a noite… - Ela acenou com a cabeça. Estendi a mão até seu pescoço e puxei sua cabeça para baixo para dar um beijinho em sua testa. - Obrigado… Agora precisamos nos preparar… Vá, nos encontramos lá embaixo daqui a pouco. - Disse em uma breve despedida, ela sem exitar e querendo me ajudar e me agradar logo saiu do quarto.

Meu corpo doía, sim, mas não era algo insuportável. Obviamente eu não estava em condições físicas de fazer nada pesado, mas ainda conseguia me arrumar de maneira apresentável para os emissários de Vanaheim. Andei até o banheiro da suíte e comecei a preparar um banho. Embora a sujeira grossa tivesse sido tirada de meu corpo, ainda não me era o suficiente, havia algumas partes de meu corpo que estava intocado. Prendi os cabelos em um coque bem acima da cabeça para que não se molhasse com a ajuda de uma prendedor. Assim como aquele soldado dos cabelos dourados, os meus eram muito finos e lisos, não permitindo que tivessem atrito  o suficiente para se fixarem sem a ajuda de objetos apropriados.

Me banhei tranquilamente, usando as loções e cremes disponíveis. Sai da água quente, me enxuguei com uma felpuda toalha branca e logo fui até meu armário. Precisava estar apropriadamente vestido, mas nada muito exagerado era necessário. Uma camisa branca rendada com fios de ouro mais solta na manga, um par de luvas preta, uma calça de cintura alta também com detalhes bordados em fios dourados e um pequeno broche com um lenço no pescoço eram o suficiente. Não estava tão frio já que era primavera, porém as noites podiam ser mais frescas. Soltei os cabelos e os penteie delicadamente, tirando os nós que se formaram perto das pontas, tirando qualquer embaraço. Os joguei para a lateral, deixando minha franja presa por uma presilha com uma pena azulada e brilhante como as estrelas, uma das penas de Aquila. Me olhei no espelho e sorri.

Eu estava pronto, mas havia percebido que todo o processo de me arrumar adequadamente havia tomado um tempo maior que o esperado, até porque eu estava lento por conta do cansaço. Suspirei e logo sai do quarto, descendo a grande escadaria do primeiro andar até o salão de entrada da mansão, passando pelos corredores da ala leste, fui até a sala de visitas a onde nossos hóspedes estavam.

Ao passar pela porta, pude ver Catherine, Lúthien e os quatro emissários, três lycans bem aparentes e uma…Elfa? Pisquei algumas vezes enquanto me aproximava deles. - Peço perdão por não poder recebê-los na porta da frente e ter de fazê-los esperar. - Disse enquanto curvava levemente meu torso e acenava com a cabeça para cada um, inclusive para a elfa. Meus olhos roxos estavam em tons mais avermelhados por conta do uso excessivo de mana, deixando claro como o dia, quem eu era.

Os Lycans presentes não me pareciam tão desconfortáveis em minha presença do que aquela elfa, ela sabia e sentia tanto quanto eu o peso do preconceito criado entre as nossas famílias. Eu não me deixava afetar por tamanha besteira, embora eu pressentisse os elfos e tudo o que faziam, manter o porte e a graça em devida situação era apenas protocolo. As palavras diretas dela e os lycans ajoelhando como se implorasse minha ajuda me fez ficar um pouco constrangido.

- Tal reverência não é necessária, filhos de Elluna. - Disse aos Lycans antes de dar um sorriso gentil a eles. Eu gostava de Lycans, eles eram fiéis ao que acreditavam e ao longo de todos os anos no comando de Elenathria, eu os tinha como meus irmãos, bem mais quistos que qualquer outra família élfica. Olhei para a elfa e dei um sorriso levemente torto para ela. - Desculpe-me senhorita…?- Gesticula para ela, procurando um nome que soasse de sua boca. Se ela me dissesse, continuaria. - Senhorita (fulana), eu entendo perfeitamente a sua pressa em resolver um problema grande como a da invasão dos goblins. - Eu disse enquanto me aproximava de uma das bancadas onde eu sabia que tinha vinho. Peguei sete taças de vinho de cristal dali e logo tirei uma das garrafas do armário.

Eu observava a garrafa enquanto continuava a falar. - É costume do meu povo receber emissários com comida, abrigo e uma pequena festa, em sinal de paz e boa amizade. Acredito que estejam cansados da viagem e me magoaria profundamente se partissem tão brevemente sem aproveitarem da hospitalidade de minha casa. - Serviria o vinho nas taças e entregaria uma a uma a cada um daquela sala. Começando por Catherine e Lúthien, da qual servi menos vinho, depois pelos três Lycans, deixando a última taça para mim e para a elfa. Me aproximaria dela, estendendo a bebida. Disse com um sorriso para aquela mulher, quase podendo tocar a tensão no ar entre nossos corpos.  - Por isso peço que descansem, e à noite, depois do jantar poderemos discutir melhor a respeito do dragão. - Disse, dando um gole na bebida de minha taça. - A propósito, como está o seu rei, em boa saúde eu espero. - Perguntava para a mulher, uma pergunta bem abrangente, não apenas sobre o rei dos lycans, mas se ela notasse o sutil olhar que eu tinha, e o tom de voz ao falar a palavra ‘’seu’’, perceberia que não era a esse rei a qual eu me referia e sim ao rei dos elfos, Yggdrasil.

As reações exageradas de Clay e seu sorriso e palavras tortas e falsas me faziam ter calafrios. Eu tinha certa pena dele, ele era um covarde, um fugitivo… Mas até aí, eu também não era? Eu corri da responsabilidade quando tive chance, deixei outros Lycans, em especial aquele policial para trás por que eu estava com medo da responsabilidade… Com medo de ser visto como um líder por outros… - Você é tão delicado e frágil, não imaginei que escolheria a vida de soldado.- Realmente era estranho, até mesmo para um recruta alguém tão magro, pequeno e covarde escolher a carreira militar. - Não veja isso como ofensa, é que, olhando pra você, poderia facilmente ser visto como…Como… Bem, como alguém que não é militar sabe? - Levei a destra até os cabelos, coçando a cabeça levemente, meio sem jeito.

Meus ferimentos ardiam um pouco mas ao ver o sangue no papel que aquele rapaz havia escrito, me compadeci mais com ele. - Sem mais papel… Isso vai te machucar muito. E cuidado com essa cabeça na grade, pode ficar com uma sinusite de friagem. - Eu não sou a melhor pessoa para dizer palavras bonitas de gentileza, mas minhas atitudes em quesito proteção e saúde eram uma maneira de expressar tal coisa. Amassei o papel e o joguei fora.

As palavras do rapaz a respeito de minha aparência fizeram um sorriso bobo surgir em meus lábios. - Ah nem sou tão assim não. - Disse de maneira modesta antes de ir até o banheiro me preparando para puxar a barra da janela. Com o mínimo esforço de meu braço, ela já havia se movido, mas não tive tempo de mover a mesma de volta, pois Clay começou a gritar.

Eu não entendi de primeira o que ele havia dito, mas sua risada estranha e maluca me fez olhar de volta para ele. - Que? - Eu não estava entendendo mais nada, a minha pena com o garoto e sua história parecia ser colocada a prova novamente. Não demorou para um guarda se aproximar. Sai de perto da janela quase que em um pulo e encarei o magricelo elfo na cela a frente. O anão logo usou de sua arma para render o elfo e o agarrou com tanta força que o começou a sufocar. - HEY! - gritei de minha cela. - Pra que apagar ele assim? O garoto já tá machucado! - A frustração e preocupação na minha voz era genuina. Embora eu não conhecesse o rapaz direito, vê-lo sendo enforcado daquela maneira era cruel e sádica demais até para mim.

- Não foram vocês que machucaram os dedos dele? - Eu não sabia em quem acreditar, embora a força bruta do anão fosse real, suas palavras anteriormente eram de preocupação e de desentendimento a respeito dos dedos machucados do elfo. - Para onde vão levá-lo? - perguntei de novo, esperando uma resposta daquele anão. E antes que pudesse ouvir algo da boca do ruivo, pude ouvir a voz do goblin vindo do andar de baixo. Aquele filho da puta ainda soava inteiro e bem. - Se querem alguém pra torturar peguem aquele maldito goblin, o mínimo que ele merece é umas unhas arrancadas. - Eu disse já agarrado nas barras de ferro da minha cela, apertando-as com tanta força que podia sentir o metal dentro de meu aperto estalando.


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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Spare Kin Seg Ago 26, 2024 2:56 pm

Os olhos de Catherine, por um momento vacilaram e umedeceram, mas ela não derramou uma única lágrima e mesmo que piscasse diversas vezes, não conseguiu tirar a expressão chorosa em ouvir as palavras do duque. Ela pousou a mão sobre a dele, reconfortando, mas recusando, empurrando respeitosamente para que ele recolhesse e mantivesse a palma para si, economizando sua energia.

- Meu senhor, se me permite dizer, é uma bênção vê-lo aqui, conosco, mais um vez. Enquanto estive no abrigo com Lúthien, rezei tanto por sua segurança... E-eu temi e acreditei. Nem posso imaginar pelos horrores que passou, mas... - Ela conteve as palavras, pois se fosse além, a barreira de lágrimas seria desfeita, então ela se aproximou e colocou um joelho sobre o colchão, oferecendo um abraço para seu duque (mas que era mais para ela própria, visto que ele não poderia oferecer conforto, assim, de imediato). Se ele aceitasse, colocaria a cabeça sobre a dele e Eldarion ouviria os batimentos acelerados, do medo que ela sentiu durante todo o período da batalha. Suas mãos tocariam sua pele machucada e ele sentiu a queimação da musculatura quando ela apertou com força, temendo soltar-se de seu abraço e ele se desfazer como uma mentira contada para acalmá-la. Mas ela não chorou, pois dada a posição de ambos, tal o ato de afinidade entre já era uma pequena quebra de etiqueta por sentimentalismo, mas longe dos olhares dos servos ou mesmo, da filha do duque, Catherine se permitiu tal ousadia para sanar sua alma.

Após a saída de Catherine, Eldarion deu uma atenção para sua filha, trocando palavras de sofrimento e alívio, ambos choraram (ao seu próprio modo), mas tinham obrigações a serem cumpridas, portanto, a pequena teria que ir para se arrumar mais formalmente e ele teria sua privacidade para poder tomar um bom banho.

Ao despir-se, viu as marcas do combate. Haviam diversos hematomas pelo corpo, suas pernas estavam vermelhas em pontos específicos, como o vão que separa os músculos, por ter os usado em demasia. Alguns arranhões que marcavam a pele. Ao adentrar na água morna, sentiu um alívio do contato do líquido que era restaurativo, fazendo com que o corpo tivesse um pouco mais de energia e espantando a preguiça devinda da exaustão. Não era perfeito, mas seu corpo precisava daquele banho, nem tanto pela sujeira, mas sim, pelo calor e envolvência.

- Lyundara, meu senhor. - Respondia a elfa às palavras de Eldarion, percebendo que não havia se apresentado devidamente e mais uma vez, abaixando-se para saudá-lo, mantendo a pose para anunciar os demais. - Sinto por não ter feito antes, peço por seu perdão. Aqui, ao meu lado estão Epica Fullmoon, Dominique Bloodsong e Kashan Huntsman. - Epica, com sua aparência mais selvagem, com os cabelos espetados, ao ouvir seu nome, ela se levanta com uma mão sobre o peito e olha profundamente nos olhos de Eldarion e ele pôde sentir a aura dela, era uma predadora nata e talvez lhe faltasse algum tempo entre os civilizados para perder tal trejeito, mas ela vestia um terno masculino que alinhava em seu corpo e a deixava elegante. Dominique se ergueu e passou a palma aberta e voltada para cima, cortando a frente de seu corpo em direção à sua direita, curvando-se como um mordomo e fechando os olhos, havendo receios em olhar diretamente para o duque, dando o mesmo tratamento que o faria para um Alfa, não rivalizando o território ou tentando se impor com olhares diretos; Ele trajava uma camisa social com um colete negro com um lenço vermelho, talvez um número menor do que deveria, pois seus músculos ficavam bem desenhados. Kashan lentamente erguia-se e ficava ereto, fechando os olhos com igual lerdeza e balançando a cabeça suavemente para o lado, parecendo muito que estava apreciando o doce cheiro de uma flor, seu maneirismo era delicado e sutil, colocando as mãos em suas costas, também, por não querer mostrar suas garras (o que em forma humana, não eram aparentes), em respeito ao dono daquela residência; Suas vestes eram mais soltas, ainda bem formais, com um manto sobre os ombros que se enrolavam no ombro direito, prendidos por um broche com um símbolo lupino.

Quando Eldarion se pronunciou sobre a hospitalidade e pegou o vinho, Dominique arregalou os olhos, mas manteve-se quieto, Epica olhou-o curiosa, de canto de olho, mas ambos foram repreendidos com um olhar mais grosseiro de Kashan. A elfa sentiu a movimentação dos lobos atrás de si e colocou uma mão para trás, fazendo algum sinal e logo todos se aquietaram, permanecendo eretos e agradecidos quando recebiam seus devidos cálices.

Questionada sobre o rei, a elfa demora um pouco, balançando a bebida enquanto segurava com a palma toda o cálice. Em termos de etiqueta, um nobre deve tocar o mínimo possível em algo que um servo houvera tocado anteriormente, por isso era comum ver tantos mindinhos levantados, mas por saber quem Eldarion era, ela fazia questão em segurar a taça com a palma toda, deixando o suporte descer entre os dedos. Ela estava enrolando ou pensando na resposta, levando a bebida aos lábios e simplesmente os molhando, não bebendo de verdade.

- Aleksandr se encontra muito bem, ocupado com os ataques goblinóides. - Ela parecia não pegar o que o duque queria dizer, mas ela sorria no final, provocativa enquanto erguia a taça e apertava o líquido entre os lábios, não o suficiente para um gole, mas molhando um pouco mais. Aquilo era um esconderijo, onde ela cessava a expressão risonha ao ter algo na boca, deixando apenas os olhos puros encarando Eldarion. Ela desce a taça e com o indicador, ela passa sobre onde houvera encostado e passa ao redor, não fazendo som algum, mas era uma forma de distração para que antes que o duque percebesse, ela tinha dado alguns passos e se aproximado mais dele, invadindo seu espaço pessoal e ficando realmente próxima dele. A diferença de tamanho era notável, pois mesmo que ela fosse alta, ele era mais, então ela ergueu o olhar e falou fracamente para ele apenas ouvir, mas o ambiente não estava barulhento, a presença de todos era próxima e a audição de cada um era excelente, não tinha como ela tornar aquilo privado, então ela preferiu ser mais direta e agressiva, tomando-o para si em uma investida, deixando claro que o duque era somente seu e não haveria lycan ali que poderia tirar sua presa de suas garras. - Vossa graça... Temos tempo até o anoitecer. Não gostaria de discutir os pormenores ou demais assuntos longe dos empregados? Pois se o jantar será nossa conferência de guerra, então entenda, que eu tenho muito interesse em saber como fora o combate para esses lados... Como se sucedeu a sua vitória? Quais suas estratégias? Mas talvez... - Ela dava mais um passo na direção dele e se não houvesse um recuo do duque, a taça encostaria em seu peitoral, sem sujar suas roupas, mas ele sentia o hálito doce da elfa em seu pescoço, parecia que ela fazia de propósito ao suspirar em meio a cada frase. - ...Haja o interesse de conversar outras coisas? Poderíamos agraciar a presença um do outro, o que acha? - O olhar dela, antes inocente e comum de um elfo, agora ficava diferente, mais selvagem no que a íris ia se afinando e ao redor dela, riscos iam contaminando a pupila, seu sorriso meigo mostrava uma longo canino, tímido. Só era impossível saber se era proposital ou errôneo da parte dela.

Catherine olhou aquela ousadia em sua frente e engoliu toda sua dose de vinho sem ao menos perceber, deixando a taça ao lado e pedindo licença, a elfa, com o olhar comum novamente, olhava para ela e empinava um pouco o nariz, sentindo um cheiro que Eldarion não sentia. Passou rapidamente a língua no canto inferior do lábio para esconder o sorriso orgulhoso e voltou sua atenção para o duque novamente. Os lycan davam um passo instintivo para trás, respeitando o espaço da predadora e até mesmo Lúthien poderia sentir o desejo que ela tinha em devorar seu pai, mas aquele que era o alvo, tão pouco sentia tal coisa, embriagado pelos perfumes e olhares.

Sons de passos e mais uma vez a casa tomava vida. Os servos haviam chegado e já começavam a trabalhar, porém Catherine, que houvera se ausentado, barrava a porta para que ninguém adentrasse e incomodasse as relações diplomáticas, deixando tudo nas mãos de Eldarion. O que ela não sabia, era que ao sair para recepcionar os empregados e instruí-los dos desejos de seu senhor, ela deixava a família fechada em um cômodo com quatro predadores das terras vizinhas.

- Senhorita, não sou nenhum nobre para ser agraciado com palavras ou atitudes, então por favor, use-me e a meus colegas como faria com qualquer um de seus súditos. Estou a seu dispor, se assim necessitar de qualquer coisa. - Diria Kashan para Lúthien, o mais alto dos lycan. O olhar dele era amedrontador e ele tinha consciência disso, então por mais que ele falasse olhando diretamente nos olhos, quando não trocava palavras, ele dirigia o olhar para as palmas da pequena ou para o ambiente ao seu redor, não querendo intimidá-la. Dominique e Epica vinham atrás e curvavam-se para a pequena, fazendo o possível para distrair (ou poupar) Lúthien dos avanços de Lyundara.

- Permita-me dizer, mas não vi nenhum empregado além da mulher que nos recebera. Se não for muita intrusão, poderíamos trabalhar para que se sintam mais à vontade com nossa presença, já pedindo perdão por qualquer intromissão minha ou de minhas palavras. - Dominique falava mais atrás e se curvava, Epica o via e fazia o mesmo, ainda meio alheia a como se portar diante de nobres em um cenário tão chique.

Enquanto Clay fazia o possível para encobrir a conversa com escritas e sinais, Ethan não viu mais necessidade para tal, pois ele estava machucado para ficar escrevendo o tempo todo e era melhor que falassem abertamente ao invés de ficar com dois assuntos, o falado e o lido. Ele questionava a opção de carreira do jovem e de fato, ele era mirrado demais para entrar em combate contra qualquer força que fosse e ele ficou meio sem jeito, encolhendo os ombros e fazendo um sorriso sem graça, certamente não era a primeira vez que ouvia isso.

Os gritos de Ethan foram facilmente ignorados pelo anão, pelo menos até que ele os acusasse de machucar o condenado. Em um movimento mais forte que rápido, ele girou o corpo de Clay como um pião, dando três voltas no ar antes de quedar-se pesado no chão, já sem consciência alguma e soltando um suspiro de dor por reflexo. O anão se aproximou das grades de Ethan e bateu com a arma para que o barulho e o choque fossem ameaça o suficiente para que ele fosse para trás.

- Nós somos guardas de Lunaris, garoto! Nosso dever é em proteger a população e não machucá-la! Se o seu amigo está machucado, é porque ele mesmo o fez. - Ele tentou passar a mão para dentro da grade e agarrar a roupa de Ethan, mas seu braço era tão grosso que apenas o punho passou, então se limitou a agarrar a barra e aproximar o rosto, gritando com os olhos esbugalhados, totalmente irado por ter sido acusado. - Você quer causar problemas também? Quer saber o que iremos fazer com aquele elfo? Então, aqui, morda o bastão e vá para a parede, irei lhe mostrar o que quer saber. - Ele gritava cuspindo, apresentando o bastão de madeira, oferecendo para que Ethan mordesse e se amordaçasse (pois era de uma madeira macia, onde ele conseguia cravar os dentes com facilidade até que ficassem presos, algo que sua forma lupina destruiria com facilidade, mas em forma humana, ele ficaria restringido quanto mais apertasse a mandíbula) para que ele pudesse abrir a grade e poder adentrar para rendê-lo com a mesma violência que fez com Clay.
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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Seg Ago 26, 2024 10:43 pm




Dawn of The First Day


Catherine era sem dúvida uma das mulheres em minha vida da qual eu podia contar a qualquer momento. Além de competente e prestativa, era uma grande amiga pessoal. As lágrimas que se formaram em seu rosto e o abraço apertado que ela havia me dado eram reconfortantes. Ela teve medo, todos tivemos e isso nos aproximava cada vez mais. - Obrigado. - Disse antes de vê-la saindo pela porta de meu quarto.

Meu tempo com Lúthien e sozinho debaixo das águas daquela banheira me faziam refletir cada vez mais, mas tais reflexões me levariam ao memento presente. - Lyundara… Dominique, Epica e Kashan. Sejam todos bem-vindos. - Olhei para os Lycans e os saudei suavemente com a cabeça enquanto entregava-lhes os cálices de vinho, olhando diretamente nos olhos de cada um. Deveria manter tais nomes em minha mente e não confundi-los.

A mulher levava o cálice até os lábios, mas o movimento de seu pescoço acusava que ela não bebia o conteúdo. E se perguntar como eu sabia disso, ora, o pescoço de uma pessoa era meu objeto de desejo, até porque o sangue que passava por ali me era atraente. Essas nuances e observações me eram básicas, especialmente com pessoas da qual eu não conhecia muito. - Alegra-me em saber que ele se encontra em boa saúde, um líder formidável como ele precisamente deve estar muito ocupado, de fato. - Ela não havia entendido a nuance da minha pergunta o que me fazia levantar uma suspeita a mais.

Lúthien estava sentada sobre uma das poltronas grandes e macias, ela observava a elfa se aproximar de seu pai de maneira tão melindrosa que se sentia incomodada. Ela  olhou para Catherine e viu a mulher desconfortável com tal cena. As duas mulheres estavam observando a elfa de perto, mas sem saber como reagir apropriadamente. Lúthien queria desesperadamente pular em seu pai e tirá-lo dali… Mas precisava se comportar, precisava manter a classe de uma dama.

Lyundara se aproximou tanto que senti a taça de vinho de sua mão encostar sobre meu peito. Ela sorria mostrando levemente os caninos para mim. A informação que me faltava. A mulher graciosa não era uma elfa como eu, e sim uma Lycan provavelmente transformada em uma aparência élfica a fim de me atrair para mais perto, o que era quase em vão, já que o cheiro de seu corpo era extasiante… Doce e suave, mas de uma presença marcante em minha mente. Eu não vou negar que tive um pensamento impuro passando sobre meus neurônios, mas voltei à tona quando ela começou a falar novamente.

- Bem, de fato temos um tempo hábil até o anoitecer, talvez queiram aproveitar para descansar ou quem sabe conhecer nossa hospitaleira cidade mais de perto. - Dei um passo para trás de maneira elegante enquanto girava o corpo para colocar o cálice de vinho, agora vazio por uma virada, sobre o móvel.

Vi Catherine saindo do recinto assim que os sons dos empregados começaram a voltar à tona a todo o vapor. - Oh parece que todos estão de volta. Logo terão seus quartos arrumados e nosso jantar especial sendo preparado. Se tiverem alguma restrição alimentar, podem informar diretamente a mim ou a Catherine. - Eu disse de maneira animada, o vinho agora em meu corpo tinha um efeito relaxante sobre meu ser. Olhei para Lúthien, um dos lobos se aproximava dela.

A pequena garota se encolheu um tanto tímida no sofá enquanto observava o lycan. - Errr… Hummm… Q-Quem sabe nós não podemos ir colher algumas flores no bosque aqui perto? P-Para enfeitar a mesa de jantar, né papai? - Ela disse de maneira animada e um pouco intimidada pelos lobos, mas tentava agir com classe. - Hmm é uma boa ideia minha pequena. - Disse para ela antes de estender o meu braço para a elfa, em um convite para tê-la ao meu lado na caminhada. - Ah não se preocupem com os afazeres da casa, porém, acredito que possam me ajudar em uma coisa em particular. - Disse aos lupinos.

- Recebemos a visita de um lycan vindo de Vanaheim junto a um goblin… Como não sabíamos as suas intenções e por ele parecer muito suspeito, ordenei que o mantivessem em cárcere por precaução. - Acariciaria levemente a mão da elfa caso ela tivesse aceitado segurar em meu braço. - Tempos difíceis requerem uma aproximação mais rígida… Eu estava para interrogá-lo nesta tarde e receber mais informações… Mas se um de vocês puder me auxiliar nisso, eu ficaria muito grato. - Diria aos Lycans presentes, eles eram em três, não me sentia tão seguro com tantos forasteiros fisicamente mais fortes que eu por ali. - Talvez o sr. Kashan e Dominique possam me ajudar com isso, pedirei a um guarda para acompanhá-los… Já a senhorita Epica, acredito que Lúthien vai apreciar a companhia de uma nova amiga. - Disse enquanto observava a pequena, sorrindo para minha amada filha. Ela acenou de volta, talvez a companhia da loba a fizesse se sentir menos desconfortável.

Se todos aceitassem seus papéis a cumprir naquela hora, acenaria com a cabeça para a Lyundara, Lúthien e Epica, guiando as damas até os fundos da minha mansão que dava diretamente para um bosque, após avisar aos guardas para acompanharem os outros dois até o prisioneiro. Andaria de maneira lenta, afinal ainda sentia certas dores em meu corpo, embora eu a disfarçasse muito bem. Lúthien gostava de correr ao ar livre, animada ela puxava Epica para ir mais a frente de nós dois, mas não tão distante a ponto de sumir de minha visão. Quebraria o gelo de nosso silêncio. - Estou curioso, senhorita Lyundara. Vanaheim é um reino conhecido pelos grandes guerreiros Lycans, sua tecnologia e poderio militar… Não estava a par de suas belezas singulares, especialmente nas mulheres… Lycans. - Diria a ela com um sorriso singelo.

- Se a sua intenção era se parecer com uma elfa para me agraciar em ajudá-la na sua causa… Saiba que está apenas gastando sua energia em tal fato. Ao longo desses meus seiscentos anos de vida, aprendi a apreciar desde o mais amargo ao mais doce dos vinhos em meus lábios, alguns simples, outros feitos de uvas distintas, mas que saciam ainda sim a sede de um homem como eu.  - Diria levando a mão dela até a altura de meus lábios, dando um beijo singelo sobre seus dedos. - Mas eu estou inclinado a ver a sua verdadeira…Face. - Sorri para ela, desta vez mostrando minhas presas afiadas e pontiagudas para ela enquanto meus olhos a encaravam. Aproximaria meu rosto do dela, procurando sua orelha direita e diria em um sussurro. - Afinal, a senhorita não é a única aqui que sabe usar de suas presas. - O tom de voz suave e sedutor soava, porém havia algo a mais ali, quase como um aviso, um tanto ameaçador.


- HEY, vai acabar fazendo ele quebrar o pescoço ai! - Eu disse do outro lado na minha cela, agarrado na grade como antes. O anão não gostou muito da minha atitude, ah problema é dele né? Mas logo ele veio para cima de mim, todo irritadinho, um metro e quarenta de pura raiva e músculo concentrada. Ele bateu em minha grade, seu rosto feio e mal humorado, como se quisesse me agarrar para me bater também.

O anão logo ofereceu o pedaço de pau que ele segurava para que eu o mordesse e ficasse quieto. - Ih lá ele. - Disse enquanto dava dois passos para trás. Ele queria me mostrar o que ia fazer com o elfo, não custava tentar, afinal, eu poderia facilmente me livrar daquele anão ranzinza. - Eu não vou morder isso aí não, se tu quer me mostrar entra aqui e mostra, esse negócio aí todo babado de outros caras, cheio de germes. - Disse em um tom debochado, esperando que o anão adentrasse a minha cela.

Poderia rende-lo ali, facilmente, eu observava suas mãos e bolsos, ele não conseguiria me nocautear como fez com Cleitinho, ele não tinha nem altura e força pra isso. Não podia abaixar a guarda, me mantendo com os olhos fixos no anão, não lhe daria as costas. - Vai mostra ai o que tu ia fazer. - Diria cruzando os braços, perto da parede que dava para a janela com a barra levemente solta. Uma saída de emergência.

Precisava ver qual era a de Cleitinho, se ele só era lelé da cuca ou se estava sendo maltratado. Ao que tudo indicava, de certo modo ele estava sendo sim maltratado. - Porque o garoto ia machucar a si mesmo, ele é doidinho por acaso? Um parafuso a menos? Ele falou que é um soldado desertor, mas não sei nem se isso é verdade. - Minha voz era mais calma enquanto observava o corpo de Clay sobre o chão. - Espero que o seu lorde elfo logo venha me dar uma explicação do porque me mandou para cá sem ao menos me ouvir apropriadamente, um ultraje ele tratar um estranjeiro dessa maneira. - Comentei, esperando o próximo passo do anão.


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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Spare Kin Ter Ago 27, 2024 6:13 am

Ethan estava indignado com a situação do elfo, da brutalidade com a qual era tratado e com isso, provocou a ira do pequeno valentão que o importunava. Ao largá-lo, o lobo anunciou sua preocupação mais uma vez, mas não pode deixar de provocar o anão mais algumas vezes, provocando-o ao ponto de que quando teve a oferta de morder o pedaço de pau que carregava, não o faria, assim, deixando claro sua rebeldia que não se entregaria fácil. Todos ali sabiam, que apesar da aparência galanteadora, ele era um lycan e provavelmente escondia muito de sua força, o que barrou o diminuto, que pensou um tempo, tentando descobrir as palavras certas que o coagiriam a não ser uma ameaça. Talvez ele fosse forte, mas certamente não era muito esperto, pensar demais e agir de menos ficava longe de seu modus operandi, então colocou a mão nos bolsos mais uma vez e tomando a coragem de quem enfrenta os abismos dentro de montanhas, ele abria a grade da cela

Vendo o lupino contra a parede, embaixo da janela, ele reforçou seus músculos, ganhando alguns centímetros e parecendo um verdadeiro barril de barba e bíceps grossos, era sua forma mais sensata, mas igualmente primitiva de parecer ameaçador para Ethan. Infelizmente, havia algo no lupino, sua aura era tão ameaçadora que mesmo com a guarda completamente aberta, encostado na parede como um qualquer na rua, parecia que ele envolvia todo o cômodo. Ele era maior, sim, mas não chegava aos dois metros, mas a sensação que se tinha é que tinha mais, muito mais. O anão começou a suar frio sem ao menos saber o porque de seu corpo enrijecer de tal forma. Seus sentidos gritando para que ele saísse de lá, mas ele era um bravo guerreiro, um guarda orgulhoso e não temeria um mero meliante de Eldarion. Ele avançou.

Ao ser abordada por Kashan, Lúthien sentiu-se receosa diante do lycan, que dera uma último olhadela amargurada, incomodado pela maneira que a garota reagiu a si, recuou, permitindo mais espaço para ela e ao ouvi-la falar sobre as flores, ele ia dizer algo em concordância, mas bateu com a língua nos dentes quando ela falou "né, papai?". Não era para si e ele erroneamente ia se intrometer entre os nobres, se resguardando antes que cometesse alguma gafe com a filha do senhor que pediam um favor.

Eldarion veio ao socorro com a pequena, interagindo e concordando, estendendo o braço para que Lyundara o agarrasse e colocando os dedos sobre a boca, com certa animação em ter conquistado sua caça, ela abandona a taça no primeiro lugar que havia para deixá-la sem risco de queda e prontamente usava dos dois braços para agarrar o dele, sentindo os músculos e apertando com certo vigor, mas aliviando logo em seguida, afinal, não era nenhuma lamia, todavia, tinha o interesse em sentir o corpo do duque, sobreposto por roupas, obviamente, era uma tentação em que ela sabia exatamente o que havia por baixo e ao mesmo tempo, era uma total ignorante de qualquer mancha, cicatriz, qualquer coisa que pudesse ser escondida pelos panos. E isso a excitava, fazendo-a morder o lábio inferior enquanto olhava-o, próxima e sem erguer muito a cabeça, maliciosa e ardilosa.

O pedido do duque se fez e todos concordaram sem um único sinal de protesto. Bem, até ele anunciar que iria separar o grupo. Dominique e Kashan iriam acompanhados de guardas até a prisão que Ethan se encontrava e a novata, Epica, ficaria para trás. Kashan ergueu o olhar surpreso, mas seu colega apenas concordou em um rápido "sim, senhor". Ouvir isso era o que precisava para se manter no papel e aceitar a provação que vinha, recolhendo-se. Lyundara olhou-os, curiosa e provocativa em como iriam reagir, ao deixá-la sozinha e tendo como sua única companhia e guardiã, uma filhote da alcateia. Eles pareciam levemente preocupados, Eldarion poderia dizer apenas com a linguagem corporal e quietos, eles aceitaram o fardo, trazendo uma certa diversão para a elfa, que chegou a mostrar os caninos uma vez mais ao abrir a boca, não conseguindo conter sua diversão em vê-los algemados pelo dever, prisioneiros de palavras e dogmas, incapazes de rebelarem-se de uma ordem, não vindo dela diretamente, mas sim de um terceiro, os diminuindo mais ainda em suas posições de guardas.

- Apenas um detalhe, meu senhor. - Antes que saíssem dali, Kashan falou... Ou melhor, se impôs com uma fala que irrompeu o silêncio. Palavras que poderiam levar ao desastre, mas que apenas desagradaram Lyundara, mas que ela nada falou ou perdeu o jeito dominador que empunha com tanto orgulho, pois ela tinha curiosidade em como ele ia manejar um pedido, uma carta que não estava na sua manga e ela queria saber como iria se desenrolar, deixando que Eldarion lidasse com eles, dando total liberdade e poder sobre os lupinos. - Você conhece nossa raça tão bem, estamos a par que muitos lycan vem ou já são nativos de suas terras, portanto, gostaria de fazer um pedido de liberdade: permita-nos a andar sob nossa forma nascente. Mesmo sob o olhar de Helia, ainda nos moveremos mais rápido para completar sua vontade, seremos mais úteis e deveras confortável para nossos costumes. - Lyundara não expressou nojo ou graça, apenas desviou o olhar. Não queria que ele recebesse uma afirmação ou contraponto com gestos, e sim, uma incógnita que poderia amordaçá-lo por dentro e de fato, ele "perde momentaneamente o chão" ao não encontrar na visão de sua senhoria, alguma dica, orgulho ou até mesmo, uma represália, deixando-o sujeito de sua própria mente em imaginar a expressão ou pensamentos que ela estava tendo. Eldarion, se olhasse para ela, a veria observando as portas, ansiosa para sair dali e deixar que seus companheiros se fossem dali, não esclarecendo nem mesmo para o duque o que ela pensava. E isso era parte de seu joguinho de expectativas.

As alas se abriam e Eldarion, acompanhado da elfa, eram os primeiros a sair, já anunciando aos guardas que cedessem dois de suas forças para acompanhar o grupo que lhe fora designado para instigar um outro lycan à fala. Eles não discutiram, apenas esperaram a presença dos lobos e tão logo foram acompanhados até a saída da residência, lugar onde esperaram até que dois outros soldados viessem para fazer parte, mas não foram embora de imediato, pois precisavam se livrar de suas roupas antes de se transformarem, então foram até a garagem das carroças e lá, os soldados guardaram as vestes e antes que se percebesse, já estavam saindo em toda velocidade sobre as costas de um lobo vermelho e um branco, mas não eram lobos completos, tinham um torso mais avantajado e uma musculatura mais humana. Não haviam dominado a forma perfeita de o que eram.

Ao lado oposto, Eldarion ia em direção ao bosque, lenta e graciosamente com Lyundara, Lúthien ia na frente e puxava Epica, que meio sem jeito de ser tocada com tamanha familiaridade (além da diferença de altura), tropeçava enquanto a acompanhava. De certa forma, agora havia uma privacidade ao ar livre, onde os pássaros cantavam e a brisa deslizava por entre os cabelos do duque, não ao ponto de bagunçar sua imagem. Por um momento, a elfa se deixa ver as duas mais novas brincando de corrida, essa que era uma das coisas mais divertidas entre os lobos, sorriu aliviada e parecendo verdadeira agora, parecia que também tirava um certo prazer, mesmo que não estivesse fisicamente participando. Ia falar algo ao que dirigiu o olhar para o mais alto, mas ele fora mais rápido e ela não quis competir.

Não era nada do que ela esperava ouvir, mas agora eram colocados um diante do outro, no que Eldarion falava que não seria enganado facilmente por uma fachada, o que mesmo assim, era sutil e glorioso, sabendo usar as palavras e "amaciá-la". Ela sorriu ao receber o beijo entre os dedos, sendo um ato curto e leve, mas que criava uma leve tensão em que nada mais no mundo existia, tomando toda a atenção dela para si. Ele sorria então, e mostrava que também tinha presas. A única resposta que ela pode dar ao ver aquilo, que ele não era um elfo comum e sim, um de sangue, fora que sua íris se contraiu e seus olhos pareciam menores, mas não era por medo, e sim de que ele despertava algo nela que era quase como um transe. Era mais um momento para investida e assim, Eldarion aproximou o rosto e ela, caindo em seu próprio jogo de expectativas, acabou por fechar os olhos na medida em que ele vinha em sua direção, aguardando receber um beijo, não mais nos dedos e sim, um singelo contrato sobre os lábios. Mas o que ela receberia eram palavras e não quaisquer, pois havia um drama, muitos sentimentos e significados que era perceptível que ela se arrepiava (mesmo sob o calor da luz solar), chegando ficar inquieta e sem mover o rosto, ela olhou para ele, estava tão próxima do pescoço quanto o outro, então, em um movimento muito singelo, ela virou a face, chegando a encostar a ponta do nariz abaixo da orelha dele, fazendo a voz ser sentida contra a pele.

- Seus maneirismos são ardentes e envolventes como os de um amante, se me permite dizer, duque Estelmir. - Uma pequena pausa dramática, apenas para umedecer os lábios, estalando-os enquanto respirava fundo, tomando fôlego apenas para provocar, fazendo-o sentir a respiração forte em seu pescoço. Com um movimento sutil das pernas, ficando na ponta dos pés para tentar igualar os tamanhos, ela se aproximou mais e ficou com a boca próxima ao lóbulo de sua orelha, seguindo a fala, agora mais fraca ainda. - Eu teria interesse em saber como você usa as suas... - E como se não aguentasse o próprio peso na beirada dos saltos, ela se joga para trás, dando alguns passos para se desvencilhar de Eldarion, o rosto levemente corado enquanto ainda tinha um olhar brincalhão, não quis encará-lo e permitir que ele se orgulhasse de tê-la envergonhado, não queria dar os louros de seus atos e atitudes.

Porém ela logo perde a voz e se contém para não gritar.

Enquanto Lúthien estava recolhendo flores, Epica aproveitou que estava distraída e diante do Sol, numa tentativa fútil de refugiar-se dos olhares alheios, ela abriu a parte superior do terno e com um movimento (que parecia treinado), desabotoou a camisa social, chutou para longe os sapatos (com as meias ainda metade num pé e totalmente solta no outro), abaixou as calças e deixou a cauda aparecer, cinzenta, ela abanava alegre. Lyundara olhou-a bem no momento em que estava com o peito nu diante do bosque, as costas sem proteção para todos da residência, onde cada servo, cada guarda, qualquer um que olhasse para a rua, veria a lycan sem vergonha alguma. A elfa fora se aproximar, mas se deteve antes que perdesse a compostura e permitiu que enquanto a roupa saía, o pelo crescia, não sendo assim tão gritante, mas também, algo que era inaceitável diante de um nobre.

Transformada agora numa loba, ela era grande, mas não tanto quanto seus colegas, talvez tivesse o tamanho de Eldarion em comprimento. Lúthien poderia ainda estar entretida em sua tarefa, e era exatamente o que ela queria, pois sendo uma espécie de filhote, ou apenas imatura no geral, ela vinha vagarosamente atrás da garota, como se fosse atacá-la logo em seguida e antes que Eldarion tivesse qualquer reação, ele seria barrado pelas costas das mãos de Lyundara, que encarando-as com seriedade, tinha total controle da situação.

A loba, pronta para dar o bote na pequena elfa, saltou, mas ao invés de ir em seu pescoço para dilacerá-la, o pulo fora por cima, caindo sobre o canteiro de flores e fazendo com que uma chuva de pétalas se fizesse sobre Lúthien. Ela estava, com toda certeza, muito animada (tanto pela transformação, quanto pela correria que a garota a induziu anteriormente) e nem mais queria saber se estavam em terras nobres, ela começou a correr pelo campo, parando e olhando para a garota, dando um pequeno salto para ajeitar sua postura, abaixando a cabeça e colocando as patas dianteiras bem afastadas uma da outra, enquanto as traseiras mantinham a rigidez. Parecia que esperava uma reação da herdeira, mas com ou sem ação, ela correria de volta para ela, dando pequenos saltos e manteria a mesma animação ao redor, passando a cauda peluda no corpo, esfregando a trufa no peito e pescoço, lambendo o queixo de Lúthien e perdendo totalmente o equilíbrio, caindo pesadamente ao lado. A boca aberta cheia de dentes afiados e brancos, a língua para o lado, ela não movia a cabeça, mas sim o olhar em direção da pequenina, com a barriga exposta, arfando pesadamente. Ela era tão grande que a outra poderia deitar e abraçá-la, mas recebendo carinho ou não, ficaria alguns segundos para retomar o fôlego e logo disparava com toda velocidade pelo campo, chamando para brincar de pega uma vez mais.

Lyundara olhou-a séria, vigiando suas atitudes que eram inadmissíveis, cruzando os braços e não podendo mais aproveitar os joguinhos com Eldarion, deram liberdade demais para Epica. O olhar selvagem mais uma vez aparecia e focava em cada movimento que a outra loba fazia, apenas esperando uma desculpa para poder correr até ela e atacá-la. A aura que antes todos houveram sentido, quando ela estava "caçando" o duque, agora era sentida por ele.

- S-senhor...? - Catherine surgia atrás deles e subitamente a aura se desfazia, com Lyundara observando a mulher que aparecia agora, com um sorriso amigável e traiçoeiro, não sabendo o que ela realmente queria, voltando rapidamente a si com a intromissão da outra, aliviando a expressão e voltando a vigiar as duas garotas enquanto a intrusa se aproximava de seu senhor. - Os cômodos já estão prontos, preparei os cinco quartos que o senhor pediu e seu filho já está acomodado, preferiu não ser incomodado por nós, assim como pelo senhor. Se precisar de mais algo, estarei por perto.

Catherine se distanciava, de volta para a residência, mas não adentrando e sim, ficando parada diante do jardim, as mãos juntas sobre o ventre, aguardando um novo comando.

A parte estranha era que ela mencionara "seu filho", sendo que não havia mais ninguém por ali. Alguém houvera retornado do campo de batalha com ele e se fazia presente o tempo todo, mas parecia que apenas os empregados tinham dado o mínimo de atenção.

Antes que Eldarion pudesse se embrenhar nesse mistério, Lyundara começou a falar sozinha, para que fosse ouvida pelo duque. Sua fala era casual e ela era bem honesta.

- Minha verdadeira face, meu lorde, é esta mesma que o senhor vê. Sou o que chamam de "Omega". Antes, há séculos atrás, uma elfa como você... Bem, nem tanto. Nunca esperei ou espero ter tamanha graça e apreço. Minha origem é como tal qualquer outra tragédia que assola Erwood, mas o importante é que fui amaldiçoada com as garras de um lycan enquanto Vanaheim ainda era jovem e inocente, assim como Aleksandr. - Ela vira-se e o encara, marota como sempre. - Eu cresci numa alcateia fraca, de um alfa que não cuidava dos seus, apenas queria vitórias fáceis por conta de nossos números e regalias. É uma estratégia que funciona, mas não sobrevive. Em poucos anos, eu já estava em outra, sempre o elo mais fraco por não ser pura e não ter uma transformação comum. Aquilo que você viu agora, e eu peço imenso perdão pelas atitudes de Epica, eu não consigo fazer sem ter a bênção de Elluna sobre mim. Claro, eu consigo dobrar um pouco as regras, mas não é tão fácil assim. - Ela caminhava até Eldarion e colocava a palma no babado de sua gola, sentindo a textura fina do tecido, deslizando a mão para baixo, brincando com um dos botões da blusa. - Minha forma original é essa, minha face original, mas eu não sou uma elfa. Não mais. Sob a guarda de Aleksandr, sua eterna generosidade e repito, inocência, ele me salvou de tantos outros infortúnios em alcateias que deveriam se chamar de matilhas. Não é algo fácil, ainda mais para um Omega, mas eu sou vista como um Beta e todos os que me acompanham são Betas puros, ordenados pelo Alfa para me protegerem. - Ela sorri sarcástica enquanto recolhia as mãos para si e ajeitava a alça do vestido, aproveitando para passar a mão pelos cabelos, erguendo-os e deixando se quedar para logo em seguida, entrelaçar os dedos pelos fios brancos de Eldarion, apenas uma desculpa para depositar as palmas em seus ombros, algo que simplesmente não tinha peso. Ela tinha um olhar selvagem, herança dos lycan, mas o do elfo era tão penetrante quanto, ela os observava, não sabendo se focava no olho esquerdo ou direito, procurando distingui-los para nomear o seu preferido. - Betas servindo uma Omega. Nesse momento, eles são inferiores a mim e pelo bem deles, é bom que se comportem, pois eu posso ser vista como uma igual e eles podem discordar disso, mas Dominique e Kashan são rígidos na hierarquia e jamais pensariam em fazer um ato rebelde, agora, Epica... Ela é jovem, destreinada e mimada, fraca e qualquer pejorativo que você quiser dar a ela. A chamamos de "filhote" por um motivo.

Chegando finalmente na prisão, os soldados desciam dos lobos e ambos tomavam uma postura mais ereta, respirando pesado (Kashan era mais reservado e educado, mas Dominique não conseguiu deixar de arfar com a boca aberta). Enquanto ambos adentravam e iam diretamente falar com os guardas, os dois lupinos não tiveram paciência para aguardar, pois um cheiro era reconhecido.

Os guardas saltaram de trás da banca de informações enquanto os soldados, que até tentaram entrosar no caminho com os canis lupus, agora se juntavam aos seus colegas para pararem as criaturas, que correram com velocidade impressionante até a ala em que o goblin estava, parando e o observando. Ele estava deitado na cama, coçando a barriga e puxando um fio de cabelo que crescia em seu peitoral flácido, mas que lhe trazia muito orgulho em ter aquela prova de masculinidade crescendo. Logo ele dá um grito ao ver ambos os "pulguentos".

- Ele disse que tinha um goblin... Devemos interrogá-lo também?

- Não temos tempo, apenas tire ele daí com o mínimo de dano e vamos com isso.

- EI! OI! QUÊ?! NÃO! NÃÃÃO!!! - O goblin se desesperou e Dominique colocou as mãos na grade, forçando-as para o lado o suficiente para conseguir colocar a mão para dentro e puxar o verdinho, mas ele estava tão assustado (e com motivo), que saltou da cama e caiu no chão como um saco de batatas, rolando para o lado e se escondendo embaixo da mesa. O lycan rugiu de raiva e forçou o corpo em direção do cômodo, arrebentando de vez com as barras de ferro e agarrando o goblin. - PERA! PERA! QUIQUI EU FIZ?!

- Você não está com um Alfa? Viemos por ele.

- Um o que?! - Um estalo em sua mente se fez rapidamente, sendo mais o instinto de sobrevivência do que inteligência. - Sim! SIM, EU TAVA! ELE É MEU AMIGO! - Dominique se aproximou mais e o goblin começou a chorar da maneira mais feia que um rosto pode se contorcer, mas ele só foi cheirado.

- Você realmente tem o cheiro de um Alfa... - Dominique olhou para trás e Kashan não mais estava lá, cercado de guardas na escadaria para o segundo andar, só restou para que tomasse decisões por si. Ele abriu a bocarra e o goblin se espremeu mais no canto, como se houvesse mais um compartimento embaixo da mesa em que pudesse se esconder, mas ao invés de mordê-lo e carregá-lo como um filhote, lembrou-se do sabor de amêndoas queimadas que um goblin normalmente tem, então o agarrou com a mão, deixando as garras pressionarem contra o corpo do menor, que soltou um gritinho estridente. - Você é muito barulhento, como você consegue?

- É-é a minha especialidade... - Dizia o goblin, com os olhos revirados para trás enquanto lutava para manter a consciência enquanto o medo literalmente o agarrava e o retirava da cela em que estava.

Para Kashan, cercado de quatro guardas, ele se sacudia como um cachorro molhado, espantando a todos com o movimento brusco, as garras que encostavam na madeira da escada e apenas nisso, já eram o suficiente para pressionar ao ponto de rachadura enquanto a cauda varria ao redor, não acertando ninguém, mas fazendo uma lufada de ar que era amedrontadora. Ele continuava assim, sem fazer grandes progressos, ou pelo menos, até que seu companheiro veio a seu resgate, enfiando o dedo dentro de uma armadura e empurrando um soldado escada abaixo, fazendo os demais se espalharem, saindo dali e indo atrás de armas, pois certamente não os deteriam apenas com o corpo.

Ambos lupinos subiram com velocidade em direção a cela de Ethan e lá eles viram o anão pronto para atacá-lo. Ambos rosnaram e olharam para o lycan escorado na parede, adentraram na cela aberta, mas tão logo o fizeram, sentiram toda a presença de Ethan. Se antes era possível ver a gengiva e as presas arreganhadas, agora eles abaixavam as orelhas e o corpo todo (parecendo que estavam passando por um lugar baixo e apertado), os olhos não conseguiam sair do lycan escorado e o anão, agora sob a presença de mais dois, se viu desencorajado a lutar, jogando ao chão o bastão e erguendo as mãos, a face ainda furiosa, mas sábio em não querer mais briga.

O goblin fora descartado e logo se refugiou na coisa mais próxima de uma caverna que tinha ali: embaixo da cama de Ethan. Os lycans olhavam para o rapaz e seus pelos relaxavam, não parecendo tão grandes, mas ficando nas quatro patas e cada um indo para um lado, como caçadores que tentam encurralar a presa ao circundá-la, porém, obviamente não havia espaço para isso, então eles simplesmente se deitaram diante dele.

- Eldarion, o duque, nos enviou até você, Alfa. Nosso trabalho é interrogá-lo e assim o faremos, em primeiro lugar, qual a sua relação com o goblin? - Kashan dizia meio sem paciência, mas antes que pudesse haver uma resposta, em um súbito ato de coragem, essa mesma criatura saía de seu esconderijo e ia para o centro da sala, rodeado de dois lobos humanoides deitados, Ethan contra a parede abaixo da janela e o anão contra a parede que ficava a mesa, com o bastão aos pés. Com lágrimas nos olhos, já teve tantos terrores e encarou a morte mais de uma vez desde a noite passada, que ele só queria colocar isso para trás e se o que o salvou da ira do duque contra sua raça, fora a companhia do "pulguento" e agora, de ser mastigado como os seus colegas, era o cheiro de um lobo, então ele precisava de mais daquilo. Pelo menos, o mínimo de uma caçada ele entendia.

- Ethan, ó... Ó... Ethan. - Ele não sabia ser formal, floreios ou palavras bonitas, mas aproveitou que estava com o peito nu e terminou de retirar a blusa, se ajoelhando diante do rapaz. Um pedido ousado que fez o anão fechar a cara e perder toda expressão de ira por uma de confusão, os lobos erguiam as orelhas e estavam tão perdidos quanto o brutamontes ruivo (mesmo que Dominique tenha movido a cabeça para o lado como quem diz "até que tem razão"), o goblin urrou em meio a lágrimas, querendo ser marcado como propriedade de Ethan, abrindo os braços em busca de redenção. - Fazfavô e mija em mim!

Clay não mais estava por ali.

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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Ter Ago 27, 2024 1:06 pm




Dawn of The First Day


- Não se preocupem, filhos de Elluna, vocês são livres para caminharem como bem desejarem, não há reprovação ou vergonha nisso. - De fato não havia. Elenathria era uma terra constituída pela maioria de Lycans, os moradores nativos daquela terra. Eles eram livres para caminharem em sua forma primordial como imponentes lobos pelas ruas. Alguns mesmo, não assumiam a forma humana, sendo assim muito comum ver os lobisomens em sua forma verdadeira por toda a cidade.

Meu suspiro tranquilo ao sentir o ar da primavera tocar meus cabelos era visível. Eu estava relaxado de certa maneira, embora a mulher ao meu lado fosse sedutora e pouco previsível, ainda assim era uma companhia feminina de beleza escultural e cheiro mais avassalador ainda. As palavras dele próximas ao meu ouvido me fizeram abrir um singelo sorriso orgulhoso. Não podia mentir sobre isso. Embora minha natureza mais calma e reclusa fosse a mais aparente, eu não escondia meus desejos a quatro paredes tão facilmente. Tudo bem, eu não procurava satisfazer meus desejos recorrentemente, até porque, as ocasiões que elas ocorriam eram sim, raras. Mas não podia evitar de sentir um arrepio percorrer minha espinha e subir até minha nuca com aquelas palavras. Essa mulher, ela era perigosa, não porque ela era astuta e inteligente… Mas porque me fazia desejá-la e isso, era uma arma poderosa contra a minha pessoa. Ela se afastou um pouco após me provocar daquela maneira. Sabia que ela jogava conforme a necessidade, afinal era uma emissária que talvez fosse encumbida de me seduzir a ajudar a sua causa… Mas eu poderia me dar o luxo de me divertir um pouco, não poderia?

Meus pensamentos divagavam um pouco ao ver aquele vestido colado em seu corpo escultural, seus passos quase que felinos e maneirismos assertivos, porém, fui obrigado a desviar o olhar para Lúthien. Epica, a loba mais jovem do grupo assumia sua forma original, brincando junto de Lúthien. Dei um passo para frente afim de chamar a atenção das meninas, mas fui barrado pela elfa ao meu lado. Ela parecia querer ter controle da situação.

- Acho que vamos precisar de bastante flores… Essas aqui eu gosto mais, são as flores da deusa. - Disse Lúthien de maneira animada enquanto mostrava para Epica uma pequena jasmin branca. - Papai disse que na lua cheia, no templo das montanhas, os fiéis levam elas de monte para oferecer a Elluna… Em um festival muito bonito de comida boa, dança e música. - Ela deu uma risadinha suave e alegre antes de levar a florzinha até os cabelos de Epica, colocando a mesma atrás de sua orelha. - Ficam boas em você! - Ela disse de maneira suave antes de se levantar a procura de mais flores.

Nessa corrida animada e em uma brincadeira, Epica se sentia confortável para liberar a loba que era. Quando Lúthien olhou para trás, viu a garota já transformada, pulando entre as flores, levantando as pétalas sobre sua cabeça. Ela olhou admirada com a cena antes de ter a loba vindo em sua direção. Lúthien caiu no chão ao lado de Epica e logo se viu subindo em cima da barriga da loba, colocando as pernas entre seus quadris, levando as mãos pequenas até a barriga da lupina, esfregando seus pêlos como se brincasse como um cão. - Que pelo mais macio e fofo! - Ela disse antes de abraçar a lupina, usando seu corpinho para rolar na grama junto com Epica antes de se levantar chamando a lupina para brincar ainda mais.

Lúthein correu por mais um tempo até se cansar e deitar de baixo de uma árvore, organizando as flores que havia pego, ela começava a trabalhar com as mesmas em uma pequena coroa de flores. Quando Epica se aproximou, colocou as flores na cabeça da loba e deu um sorriso alegre. - Agora está digna de uma princesa Lupina! - Ela ria de maneira graciosa antes de levar a destra até o rosto de Epica, acariciando sua face até chegar em suas orelhas, coçando suavemente as mesmas antes de abraçar sua cabeça.

As meninas pareciam entretidas, se divertindo de maneira alegre, o que tirou um sorriso bobo de Eldarion, que observava as duas juntas brincando como se nada daquilo importasse realmente. A inocência das crianças tinha de ser preservada a qualquer custo. Embora Lúthien não fosse mais uma criança, seu espírito e corpo ainda eram de uma adolescente bem bobinha. Logo a voz de Catherine soou em meus ouvidos. Olhei para trás, vendo a figura da elfa de cabelos negros.- Oh que bom Catherine, obrigado pelo seu árduo trabalho. - Disse de maneira gentil a mulher antes de piscar algumas vezes. - ... Filho? Alguma estrela decidiu assumir a forma humana? - Perguntei de maneira confusa para ela antes de ter minha atenção roubada por Lyundara, ela começou a falar tão rapidamente que não pude ignorá-la.

As minhas suspeitas estavam incorretas, mas não totalmente. Ela era uma lycan, mas um dia havia sido sim, uma elfa. Talvez isso me fizesse ser um pouco menos preconceituoso com ela? Não sabia dizer, apenas sabia que seus pecados de uma vida passada estavam perdoados sobre a benção da lua.

- Eu sinto muito que teve de passar por tantos infortúnios com suas antigas alcateias… Mas se está na posição que está agora, é porque tens a confiança de seu rei, confiança essa que, perdoe-me dizer, não me seria estranha ter sido conquistada através de seus belos lábios rosados. - Sorri de maneira galante para ela. - Embora eu tenha certeza que sobre a bênção de Elluna, você deva ser a loba mais bela e poderosa de todas… Uma pena que não pode se transformar sem dor e livremente como os outros. - As mãos dela, delicadas e finas sobre meus ombros, seus dedos entrelaçando sobre os fios de meus cabelos. Abri um sorriso singelo para ela. - Nesse quesito… Acredito que somos parecidos… Duas pessoas, tocadas pelo infortúnio do destino e seus emaranhados cruéis, mas aceitos e desenrolados por um amor maior do que poderíamos imaginar, um cuidado que não merecíamos, um carinho irredutível… E que agora nos vemos na obrigação de manter esse carinho, da maneira que podemos, devotos daqueles a qual nos salvaram de cair no total desespero dos nossos corações. -

Levei os olhos para os céus, um sorriso gentil e uma expressão de esperança e ternura surgia em minha face. Lentamente, segurei a canhota da elfa, entrelaçando nossos dedos suavemente. - Você me perguntou qual havia sido a estratégia que usei na batalha… O que me levou a vitória contra os goblins… E a resposta é simples e pode soar um tanto infantil e boba... - Olhei para ela com uma expressão serena. - Amor. - Um suspiro suave saia de meus lábios antes de eu dar alguns passos para frente, estendendo a mão para o alto enquanto meus olhos se fechavam suavemente.

- Foi o amor não só por minha família e meus amigos, mas para com aqueles que estão sobre a minha proteção… Amor a essa terra e a liberdade que ela trás… Amor as estrelas que me guiam e acima de tudo, amor a deusa que me escolheu como seu servo, que me libertou e me deu uma nova chance nesta vida, um propósito mais nobre do que qualquer outro. - Fechava os dedos da mão e levava a mesma até meu peito em um sinal de reverência e submissão antes de me virar e encarar Lyundara nos olhos. Meu olhar penetrante, confiante e firme. - Assim como Vylia deu sua vida para que as estrelas descessem dos céus ao meu encontro… Você deverá sacrificar aquilo que mais ama nesta noite, e assim provará que é digna do poder que eu carrego. - Minhas palavras eram calmas, sentia o vento balançar os fios de meus cabelos.


Tinha a impressão que as coisas que me rodeavam aconteciam muito depressa. Em um minuto eu estava na minha cela com um anãozinho bem irritado apontando um pedaço de pau para mim e no outro, dois lobos e o sem vergonha do goblin estavam ali dentro.

A movimentação de tudo fora tão rápida que me fez piscar algumas vezes. De maneira instintiva, ver os dois lycans transformados me deixou em alerta máximo. Não queria lutar, não depois de sofrer o que eu havia sofrido, mas o faria se não tivesse opção. Por sorte aqueles lobos logo baixaram levemente a guarda. Ah sim… Eu conhecia aquela reação, o respeito a um alfa que eles naturalmente tinham. Isso me dá nervos, puta merda, mas desta vez talvez essa minha habilidade fosse mais que bem-vinda.

Olhei para os dois lupinos e depois para o anão. Ele não iria mais encher o saco, aparentemente já que estava em menor número e bem coagido. Dei uma risadinha de canto, mostrando levemente os caninos brancos para ele antes de ouvir as palavras de um dos lobos. Ele não teve a decência de se apresentar, mas isso pouco para mim importava, ele estava ali a mando do duque. A fadinha de cabelo comprido e sedoso. Dei uma leve risadinha ao ouvir o nome daquele elfo. - Ah agora ele quer saber quem eu sou? Engraçado, ele não estava tão interessado assim quando me viu pela primeira vez. - Disse enquanto cruzava os braços e me encostava mais na parede.

Não demorou  muito para a figura esverdeada do goblin se meter no meio da conversa. Ele estava aflito e tinha a essência do medo em seu cheiro ruim. Olhei para ele com meus olhos azuis, frios como uma nevasca e disse de maneira ríspida. - Saia da minha frente, criatura patética. - O pingo de simpatia que eu tinha com aquela criatura havia ficado lá atrás. Meu erro foi achar que uma moeda de troca falante fosse de alguma forma me ajudar. Embora eu entendesse que o goblin só queria se manter vivo, eu não seria a pessoa que lhe asseguraria tal coisa.

- Minha relação com esse cara é estritamente comercial. Eu sou um mercenário, por assim dizer, e trouxe o goblin para cá para vendê-lo, pois acredito que ele tenha informações valiosas a respeito da invasão. - Disse de maneira fria, calma e entediada. - Ele alega que somos amigos, só porque o mantive vivo esse tempo todo e também, provavelmente para tentar se safar de alguma forma da morte. O que não vai acontecer, se eu pudesse já o teria tirado-lhe a vida assim como os amigos dele tiraram a vida de outros lobos do grupo que eu fazia parte. - levei a destra até o meu bolso, puxando enfim o núcleo do goblin bárbaro a qual eu havia matado.

- Eu fiz parte de um grupo de batedores encarregado de investigar as movimentações suspeitas perto de Brynjadark, fomos atacados por um grupo de goblins, liderados por um tal de Fanton, um bárbaro maior que qualquer goblin que eu já havia visto. O líder do nosso grupo era um policial, seu nome era Elliot, ele voltou para Vanaheim portando um amuleto com informações a respeito da invasão… Já eu, decidi trazer o único sobrevivente para cá afim de vender tais informações. Já que o amuleto já está em posse de nosso reino. - Entregaria o núcleo para um dos lupinos para que ele o checasse.

- Quando cheguei aqui, o duque não quis me dar muito ouvidos porque esse goblin maldito fez questão de me prejudicar, dizendo que éramos amigos… Não somos. Essa criatura vil já me prejudicou demais, e infelizmente ele não é mais uma moeda de troca valiosa, pois o duque já lidou com os goblins antes que eu chegasse aqui… - Suspirei de maneira entediada antes de olhar para a cela da frente e notar algo peculiar… Cleitinho havia sumido. Isso era um problema para mim? Acho que não, o anão que lute depois para achar ele. - É isso, precisam de mais alguma coisa ou vão me ajudar a sair daqui e encontrar o duque? Se ele não quiser me pagar pelo goblin vivo, ao menos poderia me oferecer uma refeição decente, uma roupa limpa e uma noite de sono sem ser numa cela, não sou criminoso para ser tratado dessa maneira. - Disse com um tom de voz mais assertivo, tentando convencer aqueles lobos a me ajudarem. - Nunca em toda a minha vida fui tão humilhado. - Disse de maneira levemente dramática.


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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Spare Kin Qui Ago 29, 2024 4:46 pm

Lúthien subia sobre Epica e fazia um carinho em sua barriga, onde a canina não conseguiu segurar um movimento involuntário de sua perna, como se estivesse coçando. Não demorou para que ela se curvasse para a frente e abraçasse o tronco da outra, enfiando a cara na pelagem que de fato, eram tão fofos que era possível dormir ali, se não fosse o temperamento brincalhão da lupina, que se desvencilhou e começou a correr pelo jardim, rolando na grama e voltando com toda velocidade para cima da jovem, mas não a atacando, e sim, curiosa em ver as flores que ela trazia, repousando a cabeça em seu ombro, deixando a trufa molhada ao lado de sua bochecha.

Uma grinalda então era feita e depositada na cabeça da lycan, que sentou-se e limitou sua energia em abanar a cauda, abrindo a boca e respirando pesado quando Lúthien a chamou de princesa e logo um conjunto de carinhos veio, terminando com a pequena abraçada na cabeçorra de Epica, que de início ficou sem saber o que fazer, fechando a boca e observando a criança, como se tivesse feito algo de errado ou que aquilo não deveria estar acontecendo, mas aceitando a sensação boa que ocorria, ela engoliu quaisquer palavras de repulsão e fechou os olhos, com um movimento mais suave da cauda, ela cochichava um "obrigada".

Tomou um pouco de seu tempo ali, mas a energia em seu corpo era muita (ainda mais agora que tinha liberdade de poder fazer o que quisesse, afinal, Lyundara não reclamou até agora), então ela recuou alguns passos e abaixou apenas o tronco, olhando debaixo para cima para Lúthien, chamando-a para brincar, mas na verdade, ela dava um salto para trás, evitando a pequena, correndo sem rumo e caoticamente até circundá-la e vir por trás, abaixando a cabeça e enfiando no meio das pernas dela, tomando cuidado para não jogá-la longe ou desequilibrá-la (não se importando se tivesse as orelhas puxadas), mas tentava a colocar em seu lombo e aí, sem pegar impulso ou velocidade, andaria de maneira moderada para que a elfa sentisse o vento, o cheiro das flores enquanto era banhada pelos raios solares nas costas da lupina que tinha um pelo grosso e revoltado, escondendo as pernas dela.

- Você não precisa de uma coroa também, Princesa Lúthien? - Ela dizia casualmente, sacudindo a cabeça para os lados e deixando a sua cair, se abaixando e a mordendo com delicadeza, e jogando para o alto. Epica não era uma loba, propriamente dita, ela ainda tinha muitas feições humanoides, então pegou no ar e ofereceu para que a pequena pegasse. - Você merece muito mais que eu. E combina com seus cabelos... - Ela para por um momento de falar. - Lúthien... Você faria uma trança em mim? Assim nos tornaremos amigas para sempre. - Lyundara assistia a tudo e mesmo que Epica fosse conhecida como "filhote", ela era já uma adulta e agir como uma criança brincalhona, até agora, não havia a incomodado, mas após fazer o pedido diante da elfa licantropa, ela escondeu a trufa com uma pata, envergonhada, mas não conseguia esconder sua diversão, pois se sua cauda abanasse mais, ela poderia levantar voo.

Catherine fora interrompida por Lyundara, não podendo terminar de explicar sobre o filho de Eldarion, levando sua atenção para a história do passado da elfa, ele sentiu uma empatia lhe tomando e trocou palavras com ela, anunciando que a beleza dela era encantadora até mesmo para Aleksandr e ela logo abriu um sorriso e riu, isso era impossível. Ambos, um de frente para o outro, Eldarion entrelaçou os dedos nos da elfa e ela ajeitou a mão no ombro dele, mas ele tinha outros planos, ao avançar mais e a deixar meio sem jeito, mais uma vez, aguardando um beijo ou qualquer investida contra seu corpo, mas ele erguia a mão e anunciava que tudo o que conseguia pensar durante a batalha fora na segurança de todos, pois ele não tinha outra opção, se não a vitória.

Mas enfim, veio a proposta de Eldarion: ele precisava de um sacrifício. Saber que Lyundara não era apenas uma emissária que tomaria Draco para carbonizar os goblins uma noite mais, mas que ambas as nações tinham uma ligação mais profunda e mesmo que não, tudo agora estava nas mãos dela. O elfo virou-se e seus olhos penetrantes tiraram um suspiro dela, pelo movimento súbito e a sua condição. Suas palavras eram dúbias, pois inicialmente ela sorriu com um olhar malicioso, mas repensando no que fora dito, talvez tenha levado para um lado que não tinha sustento, então ela olhou para o chão, abriu a boca, deixando à mostra apenas os incisivos, que sem ter palavras a serem ditas, ela mordeu o lábio inferior e fez uma expressão mais séria, sentindo-se desafiada pelo duque.

- Meu senhor, não é assim que se pede algo de uma dama. - Ela se aproximava com a mesma calmaria que ele transparecia, mais uma vez repousando uma palma em seu ombro e a outra, depositando sobre a dele, quase como se fossem dançar e sendo uma forma de voltar para momentos anteriores, replicando a cena, mas agora, era ela quem dominava o passado, pois a mão no ombro, logo deslizou para trás e agarrou a nuca de Eldarion, cravando as unhas em seu couro cabeludo, não o machucando, tentando imitar também, a forma penetrante que era o seu olhar que a desarmava, usando do corpo todo para ter uma mínima fração do que ele fazia com os olhos. Ela não tinha força (e muito menos a ousadia) para puxá-lo até que suas alturas ficassem equivalentes, a obrigando a ficar na ponta dos pés, inclinando-se sobre ele para que ele não visse nada mais do que ela. O fitava de forma animalesca, e pela pose, ela o restringia levemente e basicamente se jogava contra seu peito, sentindo o tecido fino de suas vestes tocando as partes desnudas, ela sorria. A mão que segurava a dele era puxada para baixo, para que ele agarrasse-a pela cintura (e não a permitisse cair por conta de sua própria finta), livrando a sua própria e indo direto para o lenço em seu pescoço. Ela nada falaria, observando sua presa levemente sob seu poder, deliciando-se com a visão, mas logo voltaria a falar. - Aleksandr é um estrategista e um rei visionário. Se ele pediu algo a você, passando por mim, então ele está confiando que não importa o que você pedir em troca, eu certamente terei o que for requisitado. Garantias? Não sou uma mulher de promessas... - Ela tentava se esticar um pouco mais, abrindo a boca e agora sim, mostrando as presas que não eram finas como a de um vampiro e sim, grandes e fortes como de um lobo, ela estava pronta para mordê-lo no pescoço ou queixo, mas havia uma distância que a inibia.

Então ela o soltou. Era preciso recompor-se para não cair, mas ela daria o sustento que lhe faltava, afinal, um dependia do outro para não ir ao chão e nunca, nem em seu pior pesadelo, ela pensaria em jogar um nobre no chão, todavia, ela dá uns passos para ficar de costas para ele, sendo misteriosa por um momento. Ela parecia selvagem, agressiva e pensativa, um animal criando estratégias para derrubar um outro predador, dono de um território, mas que reconhecia a diferença de poderes e que estava na desvantagem.

O clima começava a ficar tenso no que ela estava de costas, parecia magoada pelas últimas palavras secas e da forma que fugia de Eldarion após ameaçá-lo (ou deixando cristalina as suas intenções), porém ela se virava com um sorriso tão infantil quanto o de Lúthien.

- Deixemos essas coisas para a noite. Agora, lorde Eldarion, os seus interesses se resumem à diplomacia ou seus convidados merecem um mimo? As crianças estão brincando alegremente, supervisionadas por sua criada... - Ela fechava um pouco os olhos, como se o Sol a incomodasse a vista. - Nossa viagem fora longa, confinada em uma caixa de madeira, certamente deve haver algum lugar nessa mansão para que possamos... Conversar, apenas entre nós. - Em um movimento, ela mais uma vez dava as costas para ele, não sem antes olhá-lo de soslaio antes de abrir completamente sua guarda e dito isso, não é apenas por não apresentar resistência se ele atacasse por trás, mas ela também arrumava os cabelos, erguendo as duas mãos para que ele visse melhor sua silhueta, movendo as madeixas para um único lado, recobrindo o ombro esquerdo e deixando o direito completamente exposto e nu. A isca estava feita.

A maneira como Ethan tratava o goblin era a mais seca e agressiva possível, ainda mais após o estranho pedido de redenção (e salvação), mas não havia piedade no coração do lycan. Recebera as palavras duras e por um segundo, seu instinto de sobrevivência vacilou e ele pensou em gritar de volta após ser xingado, mas tão logo sua voz fora ouvida, ela se tornou algo borbulhante, guinchado e indistinguível, pois ao retrucar um alfa e não acatar suas ordens, os demais lobos presentes se ergueram em um rápido salto, a pelagem ouriçada fazendo-os parecer maior, a gengiva à mostra com todos os dentes que mal conseguiam conter o rosnado de alerta. Todo o corpo de Dominique e Kashan anunciava um ataque, mas por respeito às autoridades (Eldarion e Ethan), eles se contiveram com aquele som ameaçador que vinha do peito.

Para piorar a situação, Ethan começava a contar sua história sem censura, fazendo com que os lobos circulassem o pequeno goblin. O que antes era para ser um interrogatório com o próprio rapaz, agora se tornava um julgamento do esverdeado. Ele estava de joelhos e com o peito nu, totalmente indefeso contra a arcada dentária dos que fossem (até o anão).

- "Fenton" - Corrigia o goblin, erguendo um dedo, mas tão logo o fez, ele levou este mesmo até a boca e fez uma careta, tentando lembrar-se se era mesmo esse o nome do maníaco sádico que o acompanhava, não conseguindo lembrar direito e talvez o lobo estivesse correto. Os demais deram um latido e uma avançada, apenas um aviso para que aquilo não se repetisse e o verdinho se encolheu, tentando se proteger com os braços, mesmo que aquilo fosse o mesmo que nada para tais criaturas.

Finalmente Ethan se movia, dando um passo para a frente e se aproximando de Kashan, que ficou nas patas traseiras, mas mesmo que sua altura fosse naturalmente maior por conta da transformação, ele preferia forçar o seu tendão em flexionar totalmente os joelhos e equilibrar seus tamanhos. Pegava o núcleo na pata e sentia sua energia, que não era muita, mas com certeza era um diferencial. Sua expressão era séria e seu olhar rivalizava com o de Ethan, pois mesmo amedrontador, não causava tal efeito no rapaz, mesmo que nada disso fosse proposital, mas era sentido que havia algo com ele, não era um cheiro, era um instinto animal que avisava ao protagonista que deveria ter cuidado com o licantropo ruivo.

O pedido final de Ethan deixou ambos confusos, pois foram ali para interrogá-lo e mal fizeram uma única pergunta, já recebiam toda a verdade sem precisar discutir ou dissuadir, tendo um livro aberto em sua frente. Se olharam e Dominique deu um passo para perto da entrada da cela, Kashan ia falar, mas na verdade, fora o outro ruivo quem o fez.

- "Sair daqui e encontrar o duque"? Você fala abertamente assim, diante de seu carcereiro? - Ele mastigava as palavras, querendo xingá-lo, mas olhava ao redor e começava a suar frio, tendo que escolher com sabedoria o que seria dito antes que ficasse rendido como o goblin ao chão, preferindo receber uma boa dose de secreções do que morrer dilacerado por feras que não necessariamente o matariam na hora. - Se vocês saírem daqui e forem atrás do duque, estarão comprando briga com o reino. Eu, obviamente não quero morrer, meu emprego não paga o suficiente para que eu dê minha vida por ele, mas eu certamente não irie me prejudicar por conta de prisioneiros e fugitivos. Podem ter certeza que eu irei denunciá-los.

Dominique dava um salto sem aviso nenhum, ficando totalmente de pé e cravando as garras na parede (a única coisa que o impedia de rasgar o anão), abaixando a cabeça e abrindo totalmente a mandíbula e cravando os dentes no pescoço do anão, que graças a todas as montanhas de Erwood, ele tinha uma barba grossa, pois imediatamente a face do pequeno troglodita ficou vermelha, enquanto ele não tinha muito espaço, engolindo em seco e com dificuldades. A baba do lycan escorria pelos pelos faciais de ambos e era possível ver uma coloração meio avermelhada, provavelmente causou algum corte leve.

- Dominique! Não! Nossa missão é diplomática! - Kashan entrava em pânico e se levantava (afinal, não precisava mais demonstrar respeito, pois não estava mais se direcionando a Ethan), dando um passo para o lado e encarando seu colega, que tinha o focinho totalmente enrugado da força que fazia para não fechar a guilhotina dentária contra as cordas vocais do diminuto guarda. Ele começava a sufocar e respirar pela boca, se debatendo levemente, mas com receio de colocar a mão no rosto do captor e aliviar um pouco a pressão. Não houve reação de Dominique se não uma respiração pesada em que a vontade lutava contra a razão, mas após mais um grito do companheiro, chamando seu nome, ele soltou, com as orelhas baixas e era possível que não fora um corte leve e sim, ele havia rasgado o pescoço do anão por baixo da barba, não o suficiente para que ele perdesse a voz ou se afogasse em seu próprio sangue, mas sim para ter que segurar e estancar a ferida. A face, de pelagem branca, agora parecia que ele tinha devorado um coelho, pois com a baba que escorria, sua aparência não demonstrava um único traço de ser civilizado. Ele lambia o sangue como se fosse o seu próprio, eventualmente quando sentia que ia pingar uma gota pesada, mas deixando as menores o fazer desenfreadas.

- Nosso trabalho era interrogá-lo, mas eu não sei mais o que pode ser feito, pois já nos contou todo o ocorrido. Iremos o restringir? Impossível e duvido que qualquer amarra ou algema sejam o suficientes para você, Alfa.

[b]- Ethan Alfa ou Alfa Ethan? Não sou bom com nomes... - Dizia o goblin ao não entender o motivo de seu capturado captor ser chamado daquela forma.

- Podemos acompanhá-lo até Eldarion. Somos de Vanaheim também e viemos pedir o dragão emprestado. As coisas estão feias em nosso reino, os goblins parecem... Organizados... Isso é anormal e mesmo que nosso poderio seja superior, eles estão causando estragos, pois seu fedor passa despercebido quando toda a cidade fede a sangue e goblin. - Kashan arreganhava os dentes para o pequeno, que erguia as mãos e fazia uma expressão mais leve, colocando as palmas sobre a boca, dizendo sem dizer, que estava calado. - Faremos uma audiência de guerra após o jantar. Se vier como nosso...

- Alf-

- Se vier como nossa companhia. - Corrigia Kashan com a voz sobrepondo a de Dominique, que se encolheu e quase voltou para a forma humana, ainda tentando limpar a pelagem que fedia a ferro. - Acredito que Eldarion será sensato ao ouvi-lo. Se ele nos enviou, então confia que não iremos levar perigo para sua morada.

- Pediremos o dragão, você reconta sua história, vemos o que será do goblin e você decide se volta com a gente, toda força é necessária agora e ficar detido aqui não irá salvar nosso território. - A forma como Kashan falava, decidido e com o olhar penetrante, sério e de voz que era ouvida, sem a necessidade de gritos, como se ele talhasse na alma dos demais. Era um Beta, mas tinha muitas características de um Alfa.

- Eu posso ir...? - Dizia o anão e o goblin se arrastava, joelho sobre joelhos até a frente de Ethan, choramingando, mas sem falar uma única coisa, ele juntava as palmas e suplicava por algo.
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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Sáb Ago 31, 2024 11:12 am




Dawn of The First Day


Um pequeno sorriso de canto escapou de meus lábios ao ouvir suas palavras enquanto a distância entre nossos corpos era novamente estreitada. Os dedos finos dela, suas garras arranhando a pele de minha nuca me fez sentir um arrepio excitante por todo meu corpo. De maneira instintiva, levei a mão até sua cintura fina, tocando sua pele… Ela era quente, macia e suave. Retribui seu aperto em minha nuca com um em sua cintura, sentindo sua carne por entre meus dedos. Ela era tão quente que me perguntava se eu que estava gelado.

Olhei para baixo, encontrando seus olhos e dedos logo indo em direção ao lenço em meu pescoço. - Entendo… Mas isso não me é necessário, até porque, seria incapaz de perdê-la de vista… Senhorita Lyundara - Disse com a voz baixa o suficiente para apenas ela escutar em meio a aquele jardim. Minha sobrancelha esquerda se arqueou levemente enquanto meus lábios se entortaram para a esquerda em um sorriso malicioso mas ao mesmo tempo, levemente ameaçador.

Assim que nossos corpos se separaram, senti a força dela me sustentando um pouco sobre o solo para que não fossem ambos de encontro com a terra sobre nossos pés. Ela andou alguns passos em direção a mansão. Sua silhueta era tão bela naquele ângulo, que parei alguns segundos apenas para admirar as formas curvas que a natureza lhe havia concedido. Fechei os olhos antes de começar a andar e me juntar ao seu lado. - Perdoe-me, para ser sincero, meus planos para essa tarde eram outros. - Estenderia o braço para ela novamente, como o cavalheiro que eu era. - Esgotei muito de minhas energias na batalha e ainda não tive a oportunidade de recuperar as forças por completo… - Sorriria para ela de maneira gentil e encantadora. - Acredito que esteja tão cansada quanto eu, posso te levar ao seu quarto, talvez um banho quente com perfumes e loções sejam de seu agrado?

Perguntaria enquanto fazia uma suave carícia sobre sua mão. - Se quiser, posso providenciar algo para comer antes do jantar. - Apertava a mão dela de maneira suave, passando os dedos sobre os ossos da falange, apertando-os de maneira delicada. - Talvez um pouco de carne… Mal passada com o sangue ainda levemente fresco… Presa aos ossos, pronta para ser rasgada. - As palavras soavam suaves mas extremamente ameaçadoras, era claro uma vontade inata de minha pessoa… Mas se fosse verdadeira, ela só descobriria mais tarde.

Andei até próximo a Catherine sorrindo para ela. - Poderia me dizer em qual quarto meu ‘’filho’’ se encontra? - Não sabia qual filho era esse, mas minha dúvida deveria ser sanada, afinal qual estrela estava por ali para visitar eu não sabia… Se é que era uma estrela. - Fique de olho nas duas, não deixe que se sujem muito antes do jantar e… Catherine. - Dava um sorriso gentil a ela. - Alimente os pardais, eles estavam na minha janela mais cedo… - Um aviso para ela manter os seus pássaros longe de minha visão, pois queria privacidade.

Andaria ao lado da elfa, caso ela aceitasse comer alguma coisa, abordaria um criado para que tal pedido fosse atendido antes de guiá-la até a entrada de seu quarto. Abriria a porta para a elfa antes de entrar no recinto. - Espero que seja de seu agrado. Infelizmente não recebemos muitos hóspedes, então acabei não decorando tanto o local. - Mostraria a ela o banheiro brevemente. - O lado esquerdo é o da água quente… Sinto-lhe informar mas terei de verificar um coisa antes de me juntar a você novamente… Os criados já trouxeram suas coisas, se algo estiver faltando ou se precisar de algo a mais é só tocar o sininho perto da cama que alguém virá atendê-la. - Diria com um sorriso simples, pegando a mão da mulher e dando-lhe um breve beijo sobre os dedos. - Aproveite seu momento, não vou me demorar. - Eu esperava que não, mas precisava ver quem era esse ‘’filho.’’

Fecharia a porta do quarto dela antes de andar para o outro quarto indicado por Catherine, abrindo a porta sem ao menos bater para encontrar quem se encontrava ali.


Não vou mentir para vocês, mas ver os dois lycans cercarem o goblin e o ameaçar me fez sentir um pequeno prazer sádico. Eu não me considero como uma pessoa ruim, mas aquela doce e fria vingança era o mínimo que aquele goblin merecia, porém ele ainda tinha seu papel a cumprir. Rosnei baixo para a criatura esverdeada ao ouvir suas palavras.

Ao me aproximar de Kashan o mesmo abaixou para não ficar acima de minha altura. Talvez essa atitude do lobo branco fez o ruivo ficar com uma certa raiva, já que pude sentir uma aura estranha vindo de si, como se fosse atacar a qualquer momento. Cerrei os olhos em desaprovação brevemente, mas suas orelhas e seu rabo diziam claramente quem era o mais forte e entre muitas aspas, o líder daquele grupo. Minha maldição de nascença, ser um alfa natural era mais do que uma dor de cabeça e o motivo de tantos infortúnios, era um pé no saco! Deixei que o branco examinasse o núcleo antes de pegar de volta o mesmo e colocar no bolso da calça. Eu cruzei os braços, sentindo o calor da minha pele ainda descoberta, sérião, alguém me arruma uma camisa!

Ambos os lobos se entreolharam quando terminei de contar a minha história, mas havia sido o anão ruivo que tomou uma decisão de se colocar na conversa. As palavras dele faziam sentido, mas antes que eu sequer pudesse respondê-lo, vi Dominique pular e abrir sua enorme boca para degolar o anão. - NÃO! - Gritei junto a um rosnado alto antes de sentir meu corpo se movendo sozinho. A transformação de lycan não era dolorosa, era mais do que natural. Quando vi, estava em cima de Dominique em minha forma original. Meus dentes cravando em sua orelha esquerda enquanto meu corpo o puxava para a cela da frente, jogaria seu peso sobre as barras da cela, rosnando alto enquanto minhas mãos seguravam seu pescoço e ombro com força. Meus movimentos não eram de um ataque e sim de correção, então não havia como machucar o lycan no processo… Não muito.

Kashan não conseguia controlar Dominique, mas eu era capaz disso, mesmo que fosse algo involuntário. Bateria a cabeça do ruivo contra as grades, fazendo ele voltar a si enquanto via o sangue respingar sobre meus braços. - Eu já tenho problemas demais por aqui com esse goblin e aquele duque almofadinhas, não me faça tê-los como mais um empecilho, caralho. - Aplicava a correção no lobo de maneira rígida, mas não cruel ou muito menos sádica. Ao perceber que o lobo se acalmou, soltaria seu corpo, exibindo brevemente meus dentes para ele antes de me aproximar do Anão.

Observei o homem ruivo no chão, embora a mordida tenha sido profunda, não fora grave o suficiente para rasgar uma artéria aparentemente. Ajoelharia ao seu lado, segurando a mão do anão e levando até seu pescoço. - Segura bem, vá até o médico, agora. - Diria para ele enquanto o ajudava a se levantar. Assim que ele saísse, olharia para os dois lycans a minha frente. Eu estava em minha forma original e parecia apenas um pouco mais alto que eles. Respirava fundo enquanto ouvia as palavras de ambos.

- É, nem as barras da prisão seriam capazes disso, só estava aqui para não arrumar mais confusão… O que agora é inevitável já que um tido diplomata atacou um cidadão… E o pior, um policial! - Rosnei baixinho enquanto cruzava os braços. - Fiquem felizes se o duque aceitar ajudá-los depois de ouvir o que ocorreu aqui… Se é que vai ajudar. - Suspirei antes de olhar para o goblin. - Mas não tem jeito, iremos até ele, e pelo bem de minha terra natal que consigamos sua ajuda… Esses malditos goblins… - Olhei para Kashan o lobo branco e com um aceno de cabeça concordei com ele.

Ele era sábio, mais controlado que o cachorro louco do Dominique. - Mas tem algo que preciso fazer antes. - Disse para ambos os lycans antes de farejar o ar brevemente. Procurava o cheiro de Clay. Ele havia desaparecido com toda aquela confusão e precisava encontrá-lo para não ter mais um problema na nossa conta que já estava bem cheia. - Um elfo estava nessa cela… E ele acabou de sumir… Preciso encontrá-lo, ele parece ser doido das ideias, sei-lá o que poderia fazer com os cidadãos dessa cidade… É meio que nossa culpa que ele fugiu… - Suspirei antes de olhar para Kashan. - Pegue o goblin e me sigam. - Seguiria o rastro do cheiro do elfo, esperando que não estivesse muito longe.


As caricias na cabeça da lycan deixava Lúthien muito animada. A pequena elfa sempre gostou muito de animais e tinha um carinho especial por cães. A pequena elfa ria alto e em bom tom, se divertindo tanto que perdia a noção do tempo e do dever. Ela não notou quando seu pai se afastou junto a outra elfa, pelo contrário, dava atenção total a Epica. - Heheehe, eu não sou uma princesa, mas eu talvez me torne uma um dia… - Ela suspirou baixinho e acenou com a cabeça. - Claro! - Delicadamente levava suas pequenas mãos delicadas até o pelo da lupina, separando três mechas diferentes e trançando as mesmas de maneira calma. A delicadeza vinha quando Lúthien percebia os pelos emaranhados de Epica, tomando cuidado para não repuxar os mesmos. Tirando o pouco de grama e terra que podia ter caído por ali com as rolagens no chão da moça.

Lúthien ajeitou a coroa de flores sobre sua cabeça, estava larga pois era para servir na lupina e não em si, ela riu baixinho ao ver a coroa tornando-se um colar sobre seu pescoço. - Meu pai adoraria que eu me casasse com um príncipe, sabe? - Aos poucos a trança tomava forma e Lúthien começava a separar outra mecha para mais uma trança. - Mas eu não queria passar a vida toda em um castelo… Tenho o sonho de viajar para longe, conhecer novos reinos, pessoas, comidas e culturas diferentes. - Ela dava uma risadinha, emendando uma trança na outra, formando assim uma coroa trançada. - Acho que agora somos amigas então! - Ela disse de maneira animada antes de estender a mão direita, deixando apenas o dedo mindinho para cima. - É assim que fazemos por aqui. - Ela disse para a lupina, esperando que ela cruzasse o dedo consigo.

Lúthein olhou para sua casa e notou que seu pai nem a elfa estavam por ali mais. - Hmm acho que eles entraram. - Ela comentou por alto antes de se levantar, limpando o vestido da grama e das folhas. - Vamos levar as flores lá para dentro, vou te ensinar a fazer um arranjo bem bonito! - Ela disse enquanto pegava mais flores até encher o colo todo com as pétalas brancas.



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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Spare Kin Dom Set 01, 2024 7:06 am

As palavras de Eldarion eram ambíguas, pois ao se aproximar e oferecer o braço, ela observava como se o desconhecesse, mas cedia e agarrava-o, ouvindo atentamente que ele tinha outros planos para a tarde e assim, começava um conjunto de dubialidade que a fazia olhar curiosa para ele, porém já houvera caído duas vezes na armadilha de que ele se referia a outra coisa ou simplesmente agia de maneira inesperada, não a beijando quando tinha uma oportunidade de ouro, apenas a cativando mais.

- Banhos quentes sempre são bem-vindos. - Ela falava  com um sorrisinho malicioso, mordendo o lábio inferior enquanto o olhava como se ele estivesse fazendo uma proposta indecente e não que estava apenas sendo um anfitrião. Certamente a maneira como falava a fez ter pensamentos impuros, que não obstante, ele começou a fazer carícias em suas mãos, a obrigando a fechar os olhos e parecer mais vulnerável enquanto saboreava as palavras que construíam uma tensão. Um jantar antes do próprio dito? O que ele insinuava? Ele estava se propondo a ser seu alimento até que fossem para a audiência? Ainda mais que anunciava o pedaço de carne com bastante sangue e ainda preso a um grosso osso. Ela abriu os olhos rapidamente, perdendo todo o romantismo que criava em sua mente. Ele estava tentando cativá-la por seu lado mais selvagem e com isso, o observou curioso e levou a mão até a boca, mas não conseguindo segurar, gargalhou gostoso, chorando um pouco. Deixou que o riso tomasse conta de si, pois houvera entendido tudo errado e compreendia que não iria conseguir corrompê-lo tão facilmente, havia uma linha de inocência que a fazia até ser baixa diante do quão nobre ele era, no sentido mais puro da palavra.

- Eu realmente gostaria de me ofender, dizer que você está me tratando como uma cadela de rua, mas Eldarion... Ó, meu duque... - Lyundara entrelaçava seus dedos e fechava a palma e como em uma dança, ela girava sobre os saltos e se enrolava em seus braços, passando uma delicada mão nas costas do elfo, subindo até o meio da coluna, querendo agarrar, mas o tecido tinha uma aparência tão fina que havia um temor real de rasgá-lo, então ela apenas encostou os dedos e aproveitou um momento, contentando-se com aquilo. - Você é um bom pai, respeito isso e não apenas... És também um bom homem. Há verdade em si e não teme apresentá-la, mesmo em um mundo tão conturbado como o nosso... Talvez, se houvessem mais pessoas como o senhor... - Ela não terminava sua fala, pois recostava a cabeça no peito do nobre, ouvindo seu batimento cardíaco.

Ficou assim por um momento, soltando-o, afinal, ele não era seu e jamais o seria, o que não era nenhum motivo para tristezas, pois haviam mundos que os separava. Qualquer outro nobre teria cedido com mais facilidade ou planejado as mais diferentes propostas para mantê-la, mesmo após o encontro demarcado, mas ele houvera conquistado uma parte dela que talvez, apenas Aleksandr o tivesse, por conta, justamente daquilo que ela julgava.

- Nada antes para mim, tenho a credibilidade da alcateia, então se não for muito incômodo, em nosso prato, poderia ter uma carne suculenta, mais substância do que líquido, pois este que os vampiros lidam como o principal, é apenas o tempero para nós. O osso é o diferencial, jogue um para cada e terá uma noite tranquila e silenciosa em sua mansão. Apenas não conte isso para ninguém, será o nosso segredinho, ok?

Eldarion caminhou até Catherine e a elfa o acompanhou, afinal, ele houvera prometido um banho quente com cremes para a manutenção da pele lisa e cheirosa. Ele anunciou que queria saber do tal filho e isso pegou a mulher totalmente desprevenida, arregalando os olhos, estranhando e não sabendo dizer se ele estava brincando com tal anúncio.

- ...Como o senhor houvera pedido, ele está no quarto do fim do corredor, com visão para a cidade. - Ela franzia a testa, estranhando ele ter perguntado algo que houvera, requisitado pessoalmente, confundindo-a. Logo em seguida, ele demonstra a sua preocupação com as duas menores, mas de maneira sorrateira de quem sabe de uma mentira enquanto é contada, falava sutilmente que sabia do que Catherine fazia ao ter o som de aves tão próximas do elfo e ela mesma logo ficou vermelho e sem contradizê-lo ou criar desculpas para seus atos, se fazendo de boba, ela concordava em alimentar "os animais", mas ambos sabiam muito bem o que ele insiuava.

Adentrando agora na mansão, Eldarion sentiu uma pequena pontada de dor no peito, nada preocupante, apenas uma pequena falta de fôlego momentânea, parecendo que sua pressão houvera caído, mas se recuperando rapidamente. Lyundara o viu respirando mais pesado e passou a mão por baixo de seu braço livre, a palma delicada que não parecia ter força alguma para apoiá-lo caso caísse.

- Meu senhor? - Ela mudava totalmente a maneira que falava, pois se antes era enigmática e provocativa, agora era séria a tal ponto que até a voz sofria uma transformação.

Sem maiores problemas, ambos subiriam até o andar em que ficavam os quartos e adentraram naquele que era o dela. As portas se abriam e era visto um ambiente que de simples, só tinha o que era pedido perdão, pois no restante, era tão luxuoso e instigante ao descanso que ela fechou os olhos, baixou a cabeça e soltou um leve riso, soltando do braço dele e abrindo os braços, caminhando pé ante pé até a parede, se escorando na mesma, juntando as pernas e olhando o ambiente ao todo, logo em seguida para o duque, sem supervisão e sozinho em seu quarto. Mas ele parecia focado e logo adentrou no banheiro, que a fez segui-lo, e após ver um ambiente que até um dragão de Vulcano poderia se acomodar ali, tendo quase uma piscina para se banhar e relaxar, havia o anúncio de que ele não teria muito tempo e precisava ir, mas Lyundara não se importava com isso, barrando a saída dele, ficando imóvel no vão da porta, sorrindo enquanto o encarava e nada falava por longos segundos, instigando o senso de urgência dele ao erro, querendo quebrá-lo uma última vez para ver se conseguia fazer movê-lo ao desejo, não se dando por derrotada.

- "Não vou demorar"? Você diz isso mesmo apenas para me provocar, meu lorde? - Ela queria tocá-lo, erguendo a mão até a figura, mas recuando, temerosa em se queimar, levando-a até os lábios e os puxando enquanto deslizava os dedos pelo pescoço, parecendo sufocar com algo que não existia, estrangulada por suas próprias palavras. Recostava-se no vão e retirava os brincos, tiara, todo e qualquer detalhe que havia na cabeça, deixando que o cabelo caísse pelos ombros e lhe trouxesse a imagem selvagem da pelagem tão quanto, volumosa e revoltada. Lyundara erguia o indicador e permitia seu olhar ser visto por trás dos fios. - Ou realmente planeja que eu partilhe de meu leito com você? - Abraçava-se e ao bater com a ponta do dedo nos ombros, as alças do vestido eram jogados para escorrer pela extensão dos braços, aliviando a pressão na região do peito e retirar aquilo era apenas uma questão de como, mas ela não queria entregar tudo assim, de graça e facilmente, então ia até a torneira que esquentava e da maneira mais sedutora possível, travando os joelhos e mostrando sua flexibilidade, acionando-a e fazendo com que a água começasse a escorrer, numa temperatura escaldante, não que ela fosse se banhar naquilo e sim, para criar um clima em que o vapor subia. Endireitou o corpo, mas o vestido começava a escorrer por sua silhueta e negando-lhe tal visão, ela o ajeitava e em um movimento sutil como o de uma bailarina, sentou-se na borda da banheira e debruçou-se sobre si, afrouxando os saltos com a mesma facilidade em que fizera com as vestes, deixando-os pendentes nos pés, que ela cruzou as pernas e ficou balançando enquanto o encarava, tentando ver os efeitos de seus atos, e em um movimento rápido, jogou para o meio do banheiro os calçados. Não tirava o olhar de Eldarion e em um ato que pareceu sem querer, tinha tudo de proposital, quando ela "escorregou" a mão e encostou o indicador e o do meio na água excessivamente quente, queimando-se e dando um pequeno espasmo, liberando um gemido de dor, levou os dedos até os lábios carnudos e, relutante em abrir a boca, os intrusos foram forçados até que ela cedesse e encostasse a língua nas digitais queimadas, envolvendo-os.

A cena poderia se desenrolar por muito mais enquanto ela provocava, mas nunca realmente entregava o que ofertava, mas o que chamou a atenção de Eldarion para que ele seguisse com seus afazeres, fora justamente o bater de asas do lado de fora, de um par de rouxinóis que, por seu tamanho diminuto, deveriam ser espiões mais discretos, mas pareciam destreinados, pois se alvoroçaram e se atrapalhando para sair dali e comunicar uma pessoa em específico.

- Você parece uma para mim. - Epica, mesmo com Lúthien sobre as costas, fazia uma pequena reverência para ela, como seria feito de um animal quadrúpede para a realeza, engrossando a voz para parecer um nobre cavaleiro à serviço da princesa, ficando de pé (mas curvada, para não deixar a pequena cair) e andando de forma desengonçada, certamente debochando dos costumes nobres. - O que deseja, vossa graça? Precisa que eu enfrente um dragão, futura rainha? Onde está minha armadura e meu cavalo, vossa majestade? - Mas a resposta de Lúthien não era a esperada, pois ela parecia cabisbaixa, o que fazia Epica se conter, achando que tinha a ofendido, mas por enquanto, a jovem se limitava a acatar o pedido e iniciar as tranças no pelo da loba, sentindo os nós nos fios e o quão revoltado eles eram, compridos e de aparência afiada, balançando com a movimentação da canina.

A maneira que Lúthien falava, não era triste, mas distante e poderia ser confundida por estar focada em trançar, mas ela contava que Eldarion gostaria que ela se casasse para se tornar uma rainha algum dia e isso animou Epica, que abanou o rabo, pensando que era algo positivo, mas logo ela ouviu o resto dos pensamentos, de que aquilo seria uma privação milenar. Rodeada dos muros do castelo, incapaz de conhecer as mais diversas regiões, saborear uma aventura, mesmo que isso implicasse sofrer dores e temores, passar dias difíceis, ainda assim seria melhores que passar todos os dias da mesma forma, rodeada de luxos e monotonia. Epica não sabia o que responder.

Terminando de trançar e juntando-as, fazia uma pequena coroa com os pelos e após isso, para conferir, Epica descia Lúthien de suas costas e sentava-se com as pernas cruzadas em sua frente, mais uma vez parecendo corcunda para que a pequena não tivesse que ficar olhando para cima, ela moveu o corpo para cima e para baixo, sacudindo-o como um cachorro molhado logo em seguida, tudo para testar a coroa que permanecia firme no topo de sua cabeça. Olhando animada para a elfa, ela lhe oferecia o mindinho e isso era uma espécie de juramento. Não haviam instruções, ou o que deveria ser feito com aquilo, então a loba entendeu como uma brincadeira e abriu a bocarra, mordendo até sumir com o pulso da menor. Ela sentido seus dentes, mas eles não penetravam na carna, ela apenas encostava e babava totalmente a mão da outra.

Distaída, Lúthien olhou para o lado para encontrar seu pai, mas não o achou, então decidiu que era hora de adentrar também, erguendo-se e limpando-se, se abaixando para pegar a coletânea que houvera feito, mas antes que pudesse sair, Epica ergueu a mãozorra bruta de uma lycantropa e agarrou com o indicador e o polegar o vestido da outra, derrubando algumas florzinhas no chão com o ato, barrando a ida para que pudesse falar algo.

- Essa é a minha primeira missão fora de Vanaheim e com pessoas tão importantes, mas eu não sou muito boa como todos os outros. Dominique é bom em combate, mas meio ruim no resto. Kashan briga com a gente o tempo todo e Lyundara é distante, eu nunca sei como agradá-la ou falar com ela. Somos todos da mesma alca... Família, mas nosso relacionamento é de meio-irmãos que ouvimos o mesmo pai, você consegue entender? Ele espera muito de mim e dos outros, uns mais que os outros, mas assim como você, Lúthien, ele gostaria que eu fizesse coisas que eu não sei e me esforço por ele. O que eu quero, muitas vezes não é o melhor para a família. - Epica soltava Lúthien e ficava nas quatro patas, erguendo-se e encurtando a distância entre ambas, enfiando a trufa na bochecha da outra, arrastando até que os fios brancos fossem sentidos e ela respirava pesado, lambendo do queixo até a orelha (tal era seu tamanho), encostando a cabeça logo em seguida, voltando a falar. - Nosso pai não é um homem ruim, ele sempre pensa no que é melhor para todos nós e por isso é tão rígido em suas regras, então, o que eu posso dizer, é para você se casar com um príncipe e viver em um castelo sob diversas seguranças, mas que não seja só isso a sua história. Você é jovem, viage, conheça o mundo, venha me visitar em Vanaheim, vamos fazer uma viagem até Ponta Nevada, sou rápida, ninguém vai sentir nossa falta até voltarmos. Talvez essas coisas nos tragam problemas com eles, mas provará para nossos pais que somos mais do que eles acham que somos. - Ela lambia mais uma vez o rosto de Lúthien, dessa vez do queixo até a testa. - Eldarion é um homem respeitado por todos os lycan, daqui e de lá, Aleksandr tem uma confiança enorme, tanto que viemos aqui pedir ajuda para vocês. E eu posso não ser a melhor do grupo, mas certamente sou a que mais tenta.

Epica pegava as florzinhas que caíram e ao invés de devolver para a bainha do vestido de Lúthiem ela ajeitava no cabelo dela, ajeitando atrás da orelha. Levava instintivamente a mão até a cabeça e sentia com a ponta dos dedos a coroa de pelos e sorria fechando os olhos, abanando a cauda, saltando sobre a pequena e dando pequenos pulinhos ao redor dela, a circundando em seu trajeto até a casa em uma última tentativa de chamar a outra para brincar de pega, mesmo que fosse impossibilitada por carregar as flores recolhidas, então ela meio que brincava sozinha, agitada.

Saindo dos cômodos da elfa, Eldarion estava livre de seu feitiço carnal e agora, precisava ir até o quarto de seu filho, vendo do corredor que estava, ao fundo, o quarto anunciado por Catherine. Não fora algo difícil de se fazer, pois eram apenas alguns metros até lá e assim que se pôs à caminhar, passou por uma porta, esta onde provavelmente ficaria algum dos guardas de Lyundara, indo para uma outra e mais uma. Tudo certo até então, estavam todos no mesmo andar e próximos, o problema é que mesmo sendo uma mansão com diversos cômodos grandes, ainda assim, não eram infinitos, mas era justamente o que ocorria.

A passada do elfo se tornava exaustiva no que ele sentia que passava eternamente de uma porta para a outra, repetindo o cenário em seus sentidos, sem nunca realmente se aproximar do quarto que almejava. Parando e olhando para trás, ele veria que não tinha se movimentado há muito além do quarto dos demais lobos, mesmo já tendo passado por diversas outras portas, criando assim um paradoxo de que ele via e avançava, mas quando ia checar seu progresso, não houvera feito um único. Caso checasse de porta em porta, tentando descobrir o que era aquela imensidão que o separava de seu objetivo, veria que eram quartos comuns, como qualquer outro daquele andar, mais especificamente, os que foram organizados para os lobos, onde ele via imagens repetidas do mesmo ambiente de novo e de novo.

Em desaprovação do ataque de Dominique ao guarda, Ethan se transformava enquanto saltava na direção dele, atacando-o e prendendo suas presas na orelha do Beta, que no mais puro instinto de ataque, ele ousou atacar seu atacante, cravando os dentes no pescoço do alfa, mas a pelagem grossa e por ter se controlado para não ferir alguém que estava acima de sua ordem, não o machucou muito, apenas grudou-se firmemente. Não saiu sangue, mas certamente houve um incômodo ali. O rosnado de ambos era o indicativo que ninguém deveria se aproximar, principalmente o goblin que olhava para ambos os monstros que se abocanhavam e empurravam.

Usando de sua própria força, Ethan empurrou Dominique para trás, saindo de sua própria cela e indo até de Clay, batendo o corpo do lobo branco contra o metal e o anão não tinha trancado após liberar o prisioneiro, então a porta de ferro cedeu para trás e ambos caíram, com o pálido indo de costas ao chão, perdendo o fôlego momentaneamente, soltando o pescoço de Ethan, mas que mesmo assim, arreganhou os dentes e rosnou sonoramente, sendo imobilizado pelas fortes mãos do alfa, por conta de sua própria estrutura óssea, ele não conseguia contornar a mão e morder o antebraço daquele que o segurava sobre o chão. Só lhe restava debater-se até que sua força se esvaísse e isso forçasse a do outro, que não cedia, mas cansava-se em conjunto.

- Dominique! - Rosnou Kashan, batendo com as mãos no chão. Ethan sentiu nele algo terrível, como se o lobo ruivo trouxesse tudo que há de ruim, uma aura tão poderosa quanto a sua própria, tentando não apenas intimidar o colega, mas subjugá-lo. Seu olhar era a fonte de seu poder e mesmo que não fosse visto, Ethan de costas e fazendo força sobre Dominique, ele ficava com a pelagem eriçada e com os instintos gritando que ele ia ser atacado ou o mesmo sentimento que se tem quando se pressente um desastre natural, como se aquele lugar não fosse seguro, mas isso seria uma descrição que não faria justiça à calamidade que aquela presença era.

O lobo branco lutou mais um pouco, não cego de raiva, mas ele havia atacado o anão e logo em seguida, prevenido de continuar, sendo provocado durante um ato de agressão, ele não queria simplesmente desistir, mas seu adversário tinha a vantagem da posição que estava, além de ser mais forte. Seu corpo fora parando de se mover, até que ele simplesmente ficou deitado no chão, bufando e encarando o lobo sobre si.

Não confiando totalmente que houvera domado a fera, Ethan sai de cima e mostra os dentes, mas Dominique se limitou a ficar deitado com a barriga para cima, linguagem universal entre mamíferos de que não representava perigo, algo que seria diferente se após o alfa ter lhe soltado, ele ajeitasse sua pose, mas estava cansado e mais racional, ficando deitado por enquanto.

O cheiro forte de sangue era presente e com isso, Ethan fora rápido até o anão e ajudou-o a estancar a ferida, o que o fizera olhar sério para o alfa, não incrédulo, mas sério e deixando claro que mesmo com aquele ato, ele estava fazendo o certo por enquanto, sendo um erro sair dali. Não iria simplesmente deixá-lo ir por tê-lo ajudado, afinal, ainda era um lycan que houvera o atacado e ele presenciou tudo, criando assim, uma espécie de preconceito com todos os presentes. Se levantou e caminhou desconfiado para fora da cela, achando que seria alguma forma de jogo em que o deixavam correr apenas para o caçá-lo, mas assim que tomou uma certa distância, seus passos pesados foram ouvidos no que ele começou a correr para longe daqueles insanos lobos.

Ethan agora dava um sermão na dupla e olhava para o goblin, que inesperadamente sorriu, sentindo-se como um membro de confiança (afinal, era quem ele conhecia há mais tempo). Estufou o peito e cuspiu na direção dos pés de Kashan, sendo um puxa-sacos do alfa, mas a boa verdade é que o olhar era acusatório, de que todo esse problema só se desenrolou por conta da invasão dos goblins, caso contrário, nada de morte de filhotes, corridas noturnas, flagelos da carne e prisões injustas teriam ocorrido. O verdinho colocou as mãos na cabeça e se agachou, parecendo que as palavras o machucavam e ele não queria que Ethan fizesse o mesmo que houvera feito em Dominique, pois ele cederia com muito, muito menos força que fora necessária.

O anão já estava longe, não havia motivos para que uma coisa dessas ocorresse, mas no que Ethan farejou o cheiro de Clay no ar, o odor férreo ainda era extremamente presente. Não eram suas mãos que ajudaram a estancar a ferida, muito menos os dentes sujos de Dominique, mas ao comunicar os demais sobre o elfo, o branco erguia-se apoiado pelas mãos e falava com certo receio, as orelhas baixas, temendo receber uma represália do alfa.

- Bem... Eu não o conheço, mas certamente ele é excêntrico, só de olhar esse quarto. - Dominique sentava e olhava ao redor. Kashan abria espaço para que Ethan fosse na frente, mas o seguia e sem adentrar no cômodo, ele tentava olhá-lo.

O quarto de Clay era tal qual o de seu vizinho, mas que as barras de ferro que faziam parte de sua janela, demonstravam-se desdentada de duas, sinalizando sua tentativa de fuga e que nunca fora corrigida, dando valor a quando ele anunciou silenciosamente que os guardas queriam que ele fugisse para ter motivo de aplicar-lhe uma punição desnecessariamente severa. Sua mesa era uma bagunça, vários lápis quebrados e roídos (parecia que ele queria apontá-los sem pedir ajuda dos defensores da ordem) enquanto diversas folhas estavam jogadas ali, amassadas ou rasgadas, mas não por mãos e sim, pareciam mastigadas. Acima da cama, haviam mais papéis ainda, mas o que mais chamava a atenção, com certeza era o que ficava grudado na parede, grudado por sangue encrostado, sendo tanto que criava uma incronguência sobre o tempo do ataque goblinoide e seu na prisão. Ele estava ali há mais tempo e tivera usado uma quantia significativa para fazer o que fez. A marca na parede, certamente era um círculo magi-sanguíneo.

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Uma ordem fora dada para Kashan, que sem questionar e prevendo a desgraçada que eles estavam se envolvendo, mordia o goblin que soltou um guincho de medo e amoleceu entre os dentes, mas que não o machucavam, apenas encostava em sua pele e o seguravam, nada mais que isso, mas que o fez se tornar um prisioneiro mais quieto e conveniente de se ter por perto.

Sob a liderança de Ethan, todos correram no que o cheiro indicava vir, ficando mais forte na medida em que se embrenhavam naquela prisão vazia de guardas, havendo apenas o das entradas por conta da batalha que se ocorrera na noite passada, a maioria da força principal estava junto dos soldados, fican para trás apenas o suficiente para manter os detentos, estes que representavam justamente a população, sendo de sua maioria lycans e elfos, desde os de aparência mais inocentes até os que exalavam o perigo. Na medida em que iam mais fundo naquele corredor, as janelas começavam a ficar mais e mais sombrias.

Dado um momento em que estavam apenas os lycans sob um véu escuro, a respiração e o farejo dos três para se situarem, encontraram uma porta de metal, que Dominique tomou a dianteira e a forçou, abrindo-a sem muito esforço, mas que mesmo assim parecia pesada. Havia uma escadaria em caracol, toda feita de ferro perigosamente enferrujado, descuidado. Eles não iriam descer comumente, ainda mais por seus tamanhos, então começaram a pular pelas juntas metálicas, apoiando-se e fazendo-a tremer pelo seu próprio peso, chegando ao subsolo, onde ficavam as solitárias.

As paredes eram brancas, mas ainda assim, criavam um cenário cinzento, sem vida e vazio por conta da falta de luminosidade, que vinha de pequenas brechas parecidas com a de bueiros, nas laterais do prédio e que infiltravam alguma coisa do dia, mas que durante o período da noite, aquilo deveria ser assustadoramente escuro. Alguns presos gritavam, outros choravam, algumas celas estavam vazias e no fim do corredor, o que parecia para uma câmara mais vasta, lá, estava Clay, desenhando nas paredes com o sangue de seus dedos, mas era demais para ser dito que vinha de seus machucados. Aos seus pés, havia um guarda, outro anão, este que estava todo machucando e cuspindo sangue, semi consciente. Kashan travou e levou uma mão até Ethan, que consequentemente, não fora preciso de algo físico para parar Dominique. Ele parecia sério, mas não mostrava os dentes, apenas colocou as mãos no chão e eriçou toda sua pelagem, direcionando o olhar para a câmara que o frágil elfo estava, mas isso apenas chamou sua atenção, que olhou para o trio com um olhar vermelho forte, mas não era como o sangue ou uma pétala de rosa e sim, como de um eclipse, um fogo por trás de uma porta fechada. Kashan, que parecia o mais intimidador e forte da dupla de diplomatas de Vanaheim, soltava um ganido e sua cauda ia entre as patas, esssas que tremiam e logo ele se deu um tapa, caindo com os cotovelos ao chão, passando as garras na cabeça e pressionando a mesma.

- Façam-no parar! FAÇAM-NO PARAR! - Ele urrava de medo, sua voz forte tornou-se um uivo e isso silenciou a todos os detentos naquela ala ao redor deles, mas logo um uivo era ouvido por trás de cada uma daquelas portas fortes e pesadas, mesmo que nem todos fossem lycans, parecia que eram contagiados. Dominique rosnou por trás de Ethan e dera um passo rápido para a frente, mas na mesma velocidade de avançou, ele dava um salto enorme para trás, quase tropeçando e caindo, tomando uma distância entre Kashan e a si, pois o lobo ruivo, que agonizava de dor com algo que o afligia, começava a espumar pela boca e seus olhos ficavam brancos, o corpo entrando em colapso pelo mais puro medo.

- Ethan... Você está aqui... - A voz gentil de Clay era ouvida do fundo do corredor e na medida em que ele falava, o brilho dos olhos ia sumindo até que ele fosse apenas uma figura no meio do escuro, um fantasma, uma sombra que não parecia viva e sim, um boneco, sendo que até suas palavras davam a entender que vinham de outro lugar. - Você fugiu, como eles queriam... Mas tudo bem, eles não vão mais me machucar. Nem a você. - Atrás de Ethan a voz de Clay, que antes vinha do fim do corredor, agora era ouvida no pé de sua orelha. - Você ainda me acha frágil?
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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Seg Set 02, 2024 11:29 am




Dawn of The First Day


O suspiro suave que saiu de meus lábios eram o prenúncio de que algo estava fora dos planos. A risada da mulher fez meus olhos se abrirem levemente em uma surpresa agradável. Ah então ela era capaz de rir de maneira espontânea, algo que apreciava nas pessoas. Embora eu não quisesse de fato ofendê-la, tal questão fora imposta pela elfa. - Perdoe-me se soei rude com a senhorita. - Disse de uma maneira cortês antes de sentir seu corpo mais próximo ao meu. Suas mãos pequenas e delicadas estavam de novo sobre meu corpo, mas seu toque trazia um misto de desejo que eu só pude sentir. As palavras dela sem seguida tiraram um sorriso encabulado, porém genuíno de meus lábios.

Levei a destra até meu rosto, coçando o pé da orelha lentamente e enrolando um pouco o meu cabelo sobre meus dedos. Talvez ela não pudesse ver minhas bochechas levemente rosadas, mas com certeza pode ouvir os batimentos de meu coração se acelerar um pouco. Estava sem jeito por alguns segundos. Eu não era o tipo de pessoa que ouvia elogios recorrentes, muito menos por meu comportamento perante a minha família. A maioria dos elogios vinham por conta do meu cargo. - Obrigado, fico feliz, genuinamente com isso… -

Continuei andando ao seu lado até ela me contar sobre sua preferência alimentar. Acenei com a cabeça. - Ah sim, não se preocupe, seu segredo está bem a salvo comigo. - Algumas coisas que ela fazia me lembrava brevemente a mulher que um dia amei. Não apenas pela sua bela aparência… Não…Vylia era a mais linda de todas as criaturas que já existiu e isso era incomparável, mas seu jeito misterioso, os enigmas e a tensão no ar que nos circulava… Eu não sabia quanto tempo poderia aguentar esse jogo… Ou eu me renderia, ou ambos ficariam apenas imaginando o que poderia ter ocorrido…

Minhas palavras para Catherine tiveram o efeito esperado. Não queria que a senhora dos pássaros usasse de suas habilidades para me vigiar… Eu sabia desse comportamento dela e não aprovava tamanha invasão de privacidade… Entendia suas motivações, mas se eu pudesse evitar, o faria. Deixando a elfa na porta da mansão, adentrei a mesma junto a lupina. Eu estava calmo e bem, até sentir algo estranho percorrer as minhas entranhas. Meu coração bateu mais forte quase como em um pulo. Levei a destra até meu peito, encolhendo um pouco o corpo para frente. - Ughh… Sim…Obrigado. - Segurei a mão dela como apoio e logo me recompus. Algo não estava bem, tinha uma sensação estranha. Brevemente passei os olhos pelas paredes da casa antes de seguir até o primeiro andar da casa.

O quarto de Lyundara era apresentado, ele era confortável e enquanto eu caminhava até o banheiro, ela se aproveitou para se insinuar para mim novamente. Os lábios dela, seu corpo, seus enormes cabelos e seu sorriso eram mais do que sinceros. Ela me desejava tanto… Me perguntava o motivo de tal. Será que eu era tão atraente para ela quanto ela era para mim? Estranho… Elfos, especialmente fora da família Sereg tinham repulsa só de saberem o que eu era… Tal fato não era um tabu para a elfa licantropa que ansiava e se insinuava para mim. O vestido, os sapatos… Cada peça de roupa que vestia era apenas uma cobertura ingrata para tamanha beleza que ela escondia. Eu a observava com olhos atentos, admirando sua beleza e criatividade para tentar me seduzir.

De maneira sútil observei os pássaros levantando voo de minha janela. Desordenados e com pressa, estava agora fora do alcance dos olhos de Catherine quando adentrei o banheiro, indo em direção a elfa. Sem muitos avisos, abaixei meu corpo levemente para ficar de frente e em cima dela, apoiando minhas mãos na lateral da banheira a tinha entre meus braços. Levei meus lábios até sua orelha esquerda, suspirando suavemente antes de dizer de uma maneira mansa e sedutora. - Se é isso o que tanto quer… Não exitarei em acomodá-la confortavelmente em meus braços… - Meus lábios suaves e rosados desceram da orelha dela até seu pescoço, onde deixei um beijo suave sobre sua pele e uma pequena lambida enquanto sorria com minhas presas finas amostra para ela. - Mas eu preciso resolver uma coisa primeiro… Depois… - Delicadamente, tomei-lhe a mão que ela havia colocado sobre a boca, seu dedo recém queimado pela água quente. - Serei completamente seu. - Disse enquanto furava sua pele com meu dente, deixando apenas uma gotinha de sangue escorrer e cair sobre a água da banheira.

Levantei o corpo, deixando-a na altura de minha cintura antes de levar os dedos da canhota até seus cabelos, acariciando-a levemente. - Espere por mim, a onde você preferir… - Disse olhando brevemente para a cama antes de sair de perto da mulher, deixando-a sobre a banheira. Meu coração pulsava com batidas triunfais.

Já fazia um bom tempo desde que havia arrumado uma companhia quente para a grande cama vazia de minha mansão. Mas embora as companhias fossem boas, nenhuma delas supria aquilo que faltava em meu coração. Nenhuma delas era ela. Talvez a procura por algo maior do que apenas a carne e o sangue fosse inútil. Essa era a minha maldição por ter aceito a morte como uma benção advinda dos céus. As estrelas ainda eram testemunhas do meu desespero e da minha solidão. Uma vez mais, apenas dessa vez… Pelo bem das relações diplomáticas, pelo bem de meu povo, pelo futuro de Elenathria, eu cederia as palpitações desejosas de um ato apenas carnal… Meus sentimentos, por outra vez, eram irrelevantes…

Sai do quarto, fechando a porta por trás de minhas costas. Meus passos eram apressados. Queria ver quem era o filho que Catherine havia citado, e se fosse alguma estrela… Que a deusa pudesse me ajudar. Eu checava os quartos dos outros convidados. Tudo parecia nos conformes, porém quanto mais andava, mais parecia que eu não saia do lugar. Fechei o cenho, pensativo. Olhei ao meu redor e chequei as portas novamente… Todas davam no mesmo lugar. Meus olhos logo se apertaram para tentar ver o que havia por ali. (Olhos místicos da identificação).

Só podia ser magia… Eu não estava tão cansado a ponto de alucinar… Será que. Naquela hora que senti a pontada sobre meu peito ao entrar na casa, eu havia caído sobre o efeito de algum feitiço? Se fosse, não poderia deixar que ficasse por ali. - Difeth! - Diria de maneira firme enquanto liberava as correntes de mana que examinaram o local e quebraram tal magia.

Se o feitiço funcionasse, procuraria a raíz de sua conjuração, seguindo o traço de mana deixado pelo conjurador. Meus olhos élficos eram especialmente treinados para tal. Mas caso eu não pudesse detectar o conjurador, seguiria até o quarto indicado por Catherine, abrindo a porta sem bater para ver quem ali se encontrava. Magias ilusórias ou de qualquer tipo sendo conjuradas sem minha permissão em minha casa não seriam toleradas! Me mantinha alerta para qualquer sinal de perigo.

magia:


 
Esses emissários de meia tigela. Um era descontrolado como um cão raivoso, nem um pouco ideal para lidar com situações que exigiam sangue frio e calma. O outro… Bem, Dominique era estranho. Meus pelos das costas se arrepiaram todos ao sentir a presença do ruivo e ouvir suas palavras. Havia algo errado ali, algo estranho e por assim dizer, macabro vindo daquele lobo. Ele não era normal. Meu olhar para Kashan fora penetrante e desconfiado assim que soltei Dominique, que agora parecia mais calmo. O ruivo tinha algo que poderia ser um problema, pensei.

A rendição de Dominique fora aceita, sua barriga para cima e seu olhar quase espantado por perceber que não haveria como vencer a minha força era o suficiente por enquanto. Quanta dor de cabeça… E ainda me perguntam porque eu não queria ser o líder que eu havia nascido para ser… Ser um alfa era apenas dor de cabeça, frustração e dor. E isso eu não quero para a minha vida não. Suspirei fundo depois de chamar a atenção dos lobos e ver o anão correr para longe de nós, ouvi a voz de Dominique.

Ele parecia receoso e eu não lhe tirava a razão. Entrei na cela para ver de perto o que Dominique anunciava. A bagunça era aparente mas o pior de tudo era toda aquela papelada. - Ele realmente não bate bem da cabeça. - Comentei antes de estender minha mão direita para dominique em uma tentativa de ajudá-lo a se levantar. O papel desenhado a sangue não estava cheirando como o tal… Ele havia mentido sobre ser um prisioneiro de guerra, com certeza. - Não sei que tipo de bruxaria esse cara tá usando… Mas se ele fugiu por nossa causa… Pode fazer coisas ruins no reino, precisamos impedi-lo. - Disse aos dois antes de me aproximar da cama do jovem elfo, farejando sua essência e conseguindo seu rastro.

Correndo sobre as quatro patas eu ia em direção a aquele cheiro, passava por diversas celas, vendo vários prisioneiros por ali, muitos deles inclusive de lycans. Me perguntei o que essas pessoas haviam feito por uns instantes, mas não tinha tempo a perder com isso. O que mais estranhei foi a falta de guardas no local, pois estávamos correndo, fazendo barulho e ninguém havia aparecido… Ninguém em nenhum piso. Paramos à frente de uma porta metálica na qual o lobo branco tomou a iniciativa de abrir. - Obrigado Dominique. - Agradeci antes de observar a escada que levava ao calabouço da prisão. Senti um arrepio passando por minhas costas, mas me mantive firme, sentindo o cheiro de Clay vindo lá de baixo. Descemos com uma certa dificuldade e cuidado aquela escadaria.

A sala cinza e o som melancólico do choro dos presos que ali estavam… O cheiro de sangue logo inundou o meu nariz antes que meus olhos pudessem fitar o que estava à frente. Clay estava desenhando um círculo mágico sobre a parede no final do corredor e sobre seus pés, um anão sangrava, prestes a cruzar a barreira dos vivos e se encontrar com os mortos. Kashan foi o primeiro a ceder… Seu grito levantou um coro de lobos por detrás daquelas celas,suas mãos quase rasgando o próprio pescoço em agonia, a espuma saindo pela sua boca e os olhos esbranquiçados eram assustadores. Em seguida, Dominique entrou em um estado de choque. Eu respirava fundo, encarando Clay com um olhar sério. Dei dois passos à frente, e abri a postura junto dos braços, demonstrando uma certa proteção para com os lobos que me acompanhavam e o goblin.

Firmando as patas sobre o piso frio,levantei a cabeça e tomei o ar em meus pulmões em uma respiração pesada, antes de soltar um alto e claro uivo. - Awoooooo! - Seria forte o suficiente para ser ouvido por toda aquela prisão. Um uivo de inspiração, de coragem, dizendo um claro: ‘’Não temam, eu estou aqui.’’ para todos os lobos presentes. O poder de um alfa puro, de sua liderança nata ressoavam em meu coração… O poder que eu rejeitava ter, mas que era preciso pelo bem de todos ali.

Me voltei para o elfo que parecia mais uma marionete e rosnei baixinho para ele, mostrando os dentes em um sorriso. - Hunf, não mesmo… Não sou do tipo de cai fácil em uma briga… - A voz que soava por debaixo de minhas orelhas me fez virar para procurar a figura próxima. Se ele estivesse ali, o encararia com os olhos azuis penetrantes que eu tinha, se tentasse me atacar, tomaria a distância segura entre nós em um salto para trás. - Você me deve uma explicação Clay… Quem é você ou… O que é você? - Daria um sorriso para o rapaz. - Sem mentiras desta vez… Não precisamos mais desses joguinhos…- Olharia para Kashan e Dominique, vendo se eles estavam bem, eu me preocupava, tentando tirar a atenção de Clay sobre eles. - Frágil? Bruto como eu você não é, Clay…



Lúthien sorria para a loba enquanto terminava as tranças em seus cabelos, usando as finas pernas para se apoiar em seu corpo. As palavras dela sobre dever, honra e família eram de fato comoventes e a pequena elfa refletia um pouco sobre como tudo girava em torno daquilo. A pena elfa desceu para o chão, sorrindo de maneira agradável. - Ponta Nevada… É um lugar legal? Faz tempo que não dou uma sumida… Infelizmente papai sempre deixa alguém no meu pé… E geralmente é um lobo com um faro potente. - Ela suspirou baixinho antes de sentir a lambida da loba sobre sua face. De maneira instintiva, ela levou a mão até a cabeça de Epica, acariciando seu pelo.

- N-Não sabia que meu pai era tão bem visto assim… Eu sei que ele se esforça demais, fica até sem comer e dormir as vezes quando estuda… E ele ama as estrelas mais do que tudo nessa vida… Até mais do que a mim. - Os dedos pequenos passavam pela pelagem de Epica e a loba poderia sentir que a elfa a agarrava um pouquinho, como se não quisesse sair de perto dela, um macaquinho grudado em sua mãe. De certo modo, Lúthien era carente de contato físico e afeto, já que seu pai era distante na maioria das vezes e não tinha ninguém para abraçar recorrentemente. A elfa apenas soltou a loba quando decidiu levar as flores para dentro de casa.

Lúthien caminhou até chegar perto de Catherine com um sorriso. - Vamos preparar alguns arranjos de flores para o jantar! Quer se juntar a nós? - A garota perguntou enquanto Epica ainda dava pulinhos animados. - Oh Epica, não esqueça suas roupas no jardim! - Ela alertou antes de dar uma leve risadinha animada.

Caso Catherine aceitasse ou não, seguiria até a cozinha da casa. Não se deixando distrair pelos outros criados. - Venha Epica, meu pai tem alguns jarros que vieram lá de Addagio em Satar, eles são perfeitos para enfeitar com as flores da lua. - Dizia enquanto caminhava ao lado da loba até encontrar a estante com os jarros.


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[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day - Página 2 Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Spare Kin Qua Set 04, 2024 5:06 pm

- Você vai adorar Ponta Nevada! Lá tem bebida forte e muita neve, mais do que você já viu aqui! Elas se amontoam como grandes lençóis brancos para que possamos correr e nos esconder! Podemos fazer um castelo para você, o que acha? - Lúthien falava que fazia tempo que não dava uma escapulida sem a supervisão do pai e nisso, loba estufava o peito e botava as mãos na cintura, parecendo que ia uivar, mas apenas empinava a trufa, pegando a totalidade de seu tamanho que era quase o dobro da pequena elfa. - Engraçado, pois sou uma loba com um faro potente.

Mas a pequena era carente e falava algo que fez com que Epica baixasse as orelhas e se aninhasse mais no corpo da outra, usando até mesmo a cauda para abraçá-la.

- Eu não o conheço tão bem como você deve, mas se as histórias sobre esse lugar são corretas, então acredito que de todas as estrelas, você deve ser a preferida dele, Lúthien... - Ficaram um momento abraçadas, remoendo pensamentos e sentimentos, até que houve um basta e a elfa ajeitasse suas flores e fosse até Catherine, mostrando a resiliência em seu rosto.

- Ora, senhorita, eu posso supervisionar, acho que não há espaço para mim, você parece que já tem ajuda o suficiente e longe de mim atrapalhar seus caprichos. - Catherine se abaixava e colocava a mão sobre o rosto de Lúthien, afagando-a e ajeitando os fios que queriam esconder seus olhos. - Mas posso fazer um chá com leite e mel, se estiverem com vontade.

O aviso sobre as roupas pegou a loba de surpresa, ela nem mais se preocupava com aquilo, já que sua pelagem cobria totalmente seu corpo. Ela parou e deu um grunhido, virando a cabeça pensativa, mas não tinha muito o que fazer, retornando correndo e o conjunto todo entre os dedos, sentindo o tecido fino em suas patas grandes e mal cuidadas, voltando a atenção novamente para Lúthien com Catherine e sorriu, ajeitando a coroa de pelos em sua cabeça e voltando em passos largos.

Havia um clima de bom humor entre as três e assim que a mais velha abrira a porta para que a pequenina passasse, Epica parou e só prosseguiu quando a anfitrião tivesse passado, afinal, naquela hierarquia, ela era ainda a mais baixa, pois era uma convidada e não apenas isso, sem títulos ou um sangue valioso, talvez até mesmo os soldados que protegiam a casa teriam uma ligação mais próxima, pois não necessariamente tinham contato direto com a nobreza e nem faziam tarefas domésticas e no momento, seus companheiros estavam interrogando um prisioneiro e ela, apenas brincando. Catherine estranhou, mas nada falou, pois nos costumes seus, quem vinha de fora era quem deveria ser mimados, havendo um pequeno choque de cultura que ela não quis ofender e por isso, passou após a sua ama.

- Oh, mestre Eldarion, pensei que estava acompanhado nos andares superiores. - Ela fechava os olhos e abria um sorriso para o homem que estava diante Lúthien, uma pessoa que ela nunca houvera visto em sua vida. Ele não respondia a criada e Epica olhava curiosa para "o pai", abaixando a cabeça e levando um punho fechado ao peito, em respeito à presença do dono daquela mansão. Parecia que ninguém mais percebia além da menor, que aquele não era seu pai. Percebendo que a garota não estava afetada por sua ilusão, ele a olhou arrogante, sem mover o rosto e sim, apenas sua visão e parando bruscamente, apenas a analisando até que dera um passo em sua frente e ela pode sentir uma aura pesada ao seu redor, de perigo e sede de sangue, que aquela pessoa representava perigo e ninguém ao seu redor percebia isso. Estendendo a mão na direção de seu rosto, parecendo que ia pegá-la pelos lábios para que não gritasse, se deteve e desceu um pouco, mirando seu pescoço, mas não o apertando e sim, erguendo o queixo dela para que o fitasse.

- Tão frágil... Tão despreocupada... Irei corrigir isso. - Então, sim, ele investia no pescoço da menor, simplesmente depositando a palma, sem apertar, mas um toque firme que se ela erguesse as suas mãos e tentasse soltar-se, não conseguiria mover os dedos dele mais do que um leve tremor que só o fazia contrair e pressionar um pouco. Ele a olhava nos olhos, tendo curiosidade em ver sua vida se esvaindo e se ela tentasse gemer ou gritar, isso estragaria sua diversão, pois a forma como era segurada, era para que sufocasse lentamente, sentindo toda a dor do enforcamento enquanto era um mero detalhe para que ela voltasse a respirar novamente, ainda podendo falar, mesmo que fracamente em meio aos gemidos contados, usando seu último fôlego para tentar lutar ou pedir ajuda, mas gritar? Isso estava fora de cogitação, então ele apertaria com força para que ela não tivesse nem como produzir som algum. O olhar sádico seguiam o dela, que com a mão livre, ele limparia as lágrimas.

Diante de Clay, Kashan fora o primeiro a atacá-lo com seu olhar, tentando intimidá-lo e recebendo um de volta, o rendendo na hora, pois se a questão era intimidar o adversário, o que quer que havia dominado o elfo tinha uma presença muito mais poderosa nesse quesito. Dominique queria ajudar seu companheiro, mas ao invés de investir, recuou, temendo por sua própria segurança e não achando uma brecha, mas quem perseverou fora justamente Ethan, que dava um passo para a frente e encarava o prisioneiro, destemido como um verdadeiro líder a proteger sua alcateia.

Seus pulmões se encheram e seu uivo reverberou pelas paredes, parecendo dissipar qualquer presença maligna. Os uivos dos prisioneiros cessavam (para não contestarem com o alfa), eram ouvidos suspiros de Dominique, que relaxava, sentindo-se seguro com a presença de Ethan. Kashan, por sua vez, parava de cravar as garras em sua cabeça, colocando-as no solo e sujando-o com sangue, este que pingava por todo seu rosto, mesclando com a pelagem naturalmente vermelha e tornando-se mais escura e com aparência úmida. Ele erguia os ombros e se o seu forte era ameaçar com uma olhadela, agora ele parecia dobrar de tamanho e rosnava para Clay.

A voz era ouvida muito próxima e em um reflexo muito rápido, Ethan se virava, mas atrás de si, só via Dominique se aproximando, as orelhas ainda parcialmente baixadas e com receio de pisar em falso, mas era encarado pelo alfa e ele não entendia o motivo disso, Kashan, mais à frente, também virava-se para ver, mas não tinha ninguém entre os lobos.

- Ethan... Você acha seguro me dar às costas? - Antes que Clay pudesse atacá-lo desprotegido, o lobo vermelho, sem aviso algum, dava apenas um galope e saltava com a bocarra escancarada e pulava na sombra que estava sobre o anão que gorgolejava seu próprio sangue, mas assim que ele ia golpeá-lo com as batas e rasgar sua pele, ele tinha atacado o ar. Não havia ninguém ali com o guarda caído. Ele olhou para os lados, confuso e com as presas à mostra, porém o medo o fazia se sentir encurralado, pois ele estava em um cômodo no fundo do corredor, e a presença que estava ali, sumia. Ele olhava ao redor e depois para Ethan.

- Cuidado! - Gritava e tentava ir na direção dele, mas recebia um toque nos pés e de imediato ele quase mata o anão, que pedia ajuda enquanto cuspia sangue. Olhou de volta para os outros licantropos e o pouco que conhecia do alfa, já sabia que tinha um coração misericordioso e com isso, ele usou da mãozorra para ajudar a limpar o sangramento, mas não havia nenhum corte ou perfuração, parece que fora causada por socos e isso era uma espécie de alívio, ele só estava extremamente fragilizado e caído, uma presa fácil. O aviso do ruivo fora para um vulto que passava sobre a cabeça de Ethan.

Dominique, que antes estava relutante, agora saltava na direção de Ethan e o abraçava, jogando-o ao chão. A pelagem branca ajudava a vê-lo melhor, pois absorvia melhor a luminosidade e assim que ambos quedaram e conseguiam reagir de novo, todas as portas do isolamento eram batidas do lado de dentro, até aquelas que não tinham prisioneiros. O alfa sentia os pelos do outro se eriçando no que ele se arrepiava, olhando ao redor, sem saber o que acontecia ou como deveriam combater uma sombra. Ele rosnava, mas o contato com os corpos demonstrava que não era por coragem e sim, por desespero, pois ele tremia e sua cauda estava quase entre as patas. Não queria deter o protegido, então permitia que ele saísse debaixo quando bem entendesse, mas enquanto ainda estivesse sobre ele, seria seu escudo.

- Kukuku... Vocês me sub... Subesma... Susbetima... Vocês acharam que eu era pouca bosta! - Uma voz saía de um canto, que ficava entre as celas e a sala de tortura. O cheiro do goblin era quase inexistente, pois ele havia se banhado no sangue do anão, esfregado seu rosto e "limpado o suor". Ele havia caído no momento em que Kashan tinha sua mente fuzilada pelo elfo, recobrado a consciência e sumido em meio à escuridão. - Sou um goblin, vivo em cavernas. Escuro e lugares fechados são meus preferidos! E se três sacos de pulga não conseguem contra um elfo viado, então, sinto dizer, rapazes... - Ele não era exatamente muito visto, pois parecia se camuflar bem, assim como seu tamanho diminuto permitia que ele passasse como um ladrão, desapercebido e de fato, aquele ambiente sem muita iluminação era perfeito para ele, pois sabia se mover entre as sombras e por não ter muito peso, sua passada era leve. Ele corria na direção de Ethan como um maníaco, saltava e rolava para ficar longe de ser pego ou mordido. - ...Mas eu vou vazar daqui! - Ele estava desesperado, era possível ouvir sua voz chorosa em que ele sentia tanto medo que era difícil seguir falando, mas ainda assim, se não fossem suas falas, sua presença sumia completamente após alguns metros.

- Kashan! Apague essa merda atrás de você! - Era algo óbvio a se fazer e o lobo só se dava conta disso agora, pois ele dava um tapa e rasgava a parede atrás de si, desfazendo o círculo mágico feito de sangue anão e élfico. Não houvera resultados imediatos, mas após alguns segundos, o grito do goblin era ouvido e de forma audível, ele retornava e se atirava embaixo de Dominique, pois se antes ele tinha medo do lobo, agora algo lhe assustava mais. A reação do maior fora de nojo, mas ele não ficava em duas patas novamente.

As palavras de Eldarion para Lyundara enquanto ela o seduzia foram mortais, pois ela deixou escapar um pequeno suspiro e até estremecia, o desejando e achando que finalmente o momento havia chegado. A pose dominante do elfo sobre ela, a deixando arqueada contra a banheira, era melhor fechar os olhos e permitir que ele fizesse o que bem entendesse e assim foi, pois ele aproximou os lábios e beijou o pescoço dela, dando uma lambida logo em seguida, permitindo que ela sentisse o toque úmido. Com a mão esquerda, ela agarrou um dos braços de Eldarion para se apoiar (e mesmo que ela tivesse algum peso, afinal, poderia escorregar e cair na água fervente, ainda assim, só fazia com que seus músculo se salientassem um pouco) e a destra, essa ia até a cabeça dele, os dedos passando por seus cabelos, entrelaçando nos fios sem nunca se satisfazer, ela repousava na nuca e empurrava para que ele não se limitasse a beijos, pois as presas tocavam na pele macia e não era preciso muito esforço para rasgá-la. E então ela ouviu que ele não poderia ficar.

Os olhos se abriam, incrédula, o toque dos dedos delicados contra as vestes de Eldarion, sentindo o bíceps forte, vacilava e ela desvencilhava os dedos dos cabelos brancos, mas que estavam tão embrenhados, que eles escorriam pelo corpo dela. Aquilo era muita maldade e sabendo de sua posição, ela só conseguiu falar um encabulado "meu senhor?" e ele pegava a mão e rasgava o dedo queimado, que ela fez uma expressão de dor, pois ainda havia uma provocação, mas dessa vez, ela estava totalmente desarmada, sem saber como lidar com a expectativa do vai e vem. Ele se levantava e pela posição, Lyundara apenas o olhou sem saber o que fazer ou falar, tendo seus cabelos acariciados como se faz a uma cadela. Havia uma última insinuação e ela simplesmente o deixou ir, sem ter como realmente dizer qualquer coisa, ficando à mercê de suas peculiaridades e conduções.

Verificando os quartos além do da elfa, tudo estava normal, mas após prosseguir naquele caminho que ficava o de seu suposto filho, percebia que algo estava errado e com isso, seu olhar mudava e era notável que havia uma espécie de neblina em todas as paredes, escorrendo tal qual gelo seco, mas não se acumulando ao chão e sim, parecendo escorrer para os demais andares. Essa infiltração estranha vinha do quarto ao fundo, aquele que dava em direção da cidade.

Com a voz firme, Eldarion anunciava sua magia e logo uma segunda névoa aparecia, mas essa de luz e aparência leitosa, purificando a outra, pois quando se encontravam, a sua prevalecia e assim, as paredes de sua moradia ficavam limpas, mas era diferente, mesmo sendo as mesmas, a impressão que se tinha é que a ilusão era óbvia antes, mesmo que não fosse. Ainda havia magia escorrendo da brecha da porta onde estava o "filho".

Epica ficava com toda a pelagem espetada (desfazendo as trancinhas) e seus olhos pareciam pequenos e focados quando ela saltou com violência por trás de Lúthien, agarrando-se ao pescoço do elfo e sem segurar-se, ela usava das garras para penetrar na carne e diretamente segurá-lo diretamente pelos ossos das costelas, usando dos dentes para rasgar a pele sem um ritmo específico, querendo simplesmente trazer o maior estrago possível. Catherine, temendo se machucar ao ajudar a loba, limitou-se a se ajoelhar em um movimento que pareceu doloroso de tão rápido que fora, mas que pouco importava, pois agora ela se abraçava na pequena dama, envolvendo-a e entrando em pânico, não ficando muito tempo no abraço, tomando uma distância curta logo em seguida e colocando as palmas ao redor do rosto dela, para que fitasse apenas a si.

- Lúthien! Lúthien! Por favor, você está bem? Me desculpe! Me desculpe! Ele não estava... Ele estava lhe fazendo um carinho no rosto! Por favor, acredite! - Sua preocupação com a menor era visível, pois as lágrimas escorriam de sua face, as palmas acariciavam o rosto da menor e não sabia se a abraçava ou tentava lidar com o intruso, então no que lhe pareceu mais lógico, ela a pegou no colo e mordeu a parte inferior do lábio, abrindo um pouco a boca e fazendo um assovio forte. Abriu a porta que levava para os jardins novamente e tão logo houve a brecha, diversas aves adentravam no ambiente, fazendo uma ronda pelo teto.

Toda a casa entrou em estado de alerta, pois com o ataque de Epica, que parecia uma outra criatura completamente, a trufa arreganhada para que os dentes se salientassem, os pelos que eram rebeldes, mas agora pareciam espinhos longos, os guardas vinham correndo e a encontravam sobre nada, apontando armas para ela e confusa, pois tinha certeza que tinha atacado um elfo, rosnou para os guardas que estavam prontos para atacá-la, uma revoada das mais diversas aves vinham e se intrometiam entre eles. A lycan olha para trás e vê Catherine agarrada a Lúthien como se fosse sua própria filha.

- Guardas! Revistem a casa toda! Há uma presença que não é daqui! Há perigo para seu senhor! Vão! - Ao ouvir isso, os guardas desistiam de Epica, que olhava para Lúthien com aquela aparência feroz, nada falando, mas era visível em seu olhar, que ainda existia a filhote ali, mas ela não iria baixar a guarda, ao menos, não agora. Erguia a mão até a pelagem e percebia as tranças soltas, então ela juntava o indicador com o do meio e mostrava para a elfa, pedindo silenciosamente para que ela consertasse depois. Virava-se e junto dos guardas, ela corria pelos corredores, mas eles ocupavam muito espaço e eram pesados pelas armaduras, ou apenas não tinham as vantagens de um licantropo. Ela salta por eles e dispara andar acima sem se importar com assoalho, pisando e cravando as garras no ambiente todo.

Eldarion ouvia piados vindo em sua direção e logo eles tomavam conta do teto completamente, fazendo uma espécie de escolta para o homem que ia até o quarto dos fundos sem mais repetições, girando a maçaneta e adentrando, decisivo em saber quem fazia o que queria em sua morada.

Dentro do quarto, inicialmente, a coisa mais chamativa era um giroscópio flutuando no centro do cômodo, imitando todas as fases da Lua, em tempo rápido e como o atrito produz calor e consequentemente, fumaça, este criava uma neblina que escorria pelo satélite e as janelas abertas, os ventos empurravam em direção da porta e com isso, contaminava a mansão inteira.

- Eu não esperava que me encontrasse tão cedo, duque de Elenathria, afinal, eu ainda não terminei meus afazeres. - O elfo estava debruçado no parapeito da sacada, de costas e sem dar muita atenção, mas após um suspiro, ele joga uma bituca fora e se vira, mas ainda, com os cotovelos o sustentando, apoiado e com a pose relaxada. Ele parecia uma pessoa normal, nada de especial e com um olhar desinteressado. - Vejo que não fora contaminado por minha ilusão, sua magia é forte, lhe dou isso. Sua cria também tem um poder mágico incrível, você tem alguma noção disso? Acredito que não, afinal, eu quase a matei enquanto você brincava com sua cadela... - Em todo momento, sua fala era mansa e sem convicção, mas as últimas coisas que falara, obviamente eram para ver a reação de Eldarion, ele dava um sorrisinho debochado enquanto endireitava o corpo. - Você me pegou. Não tenho mais motivos para continuar com isso, não é? - Ele colocava a palma no ouvido. - Você escuta? Seus guardas já estão nesse andar e em breve irão me emboscar e serei morto... Não, morto não... Preso, não é mesmo? Você é mole, duque. Mas não se preocupe... Elenathria será minha, quando todos me verem como Eldarion Elen Estelmir.

A Lua que estava suspensa agora parava e o anéis do giroscópio se entrelaçavam como um único, a fazendo rachar pela falta de movimento, precisando ser polida constantemente, ela criava um pequeno buraco no ar como se fosse numa parede ou qualquer espaço sólido. Dali o elfo deu um passo em direção de Eldarion e um vento forte soprou em direção da Lua quebrada, o fazendo dar passos leves e gentis, sendo tragado até o objeto celeste e trincado, a fazendo usar do corpo dele como cola e agora, ela brilhava e sumia.

Aos céus, acima da mansão, mesmo que fosse meio de tarde, agora era noite de Lua cheia, porém mesmo que pálida, sua iluminação sobre todos era de um azulado artificial, mana pura.

- Duque de Elenathria. Está cansado de sua guerra com os viajantes espaciais, não poderá me parar com suas magias celestes se não tiver mana para conjurá-las. Você é tão inútil quanto jamais fora visto e olhe, que sob a bênção de Elluna, essa terra será minha! - A voz era ouvida, mas nada era visto, parecia um eco ao redor de todos os presentes, até que a Lua chorava, caindo sobre Lunaris, começava a chover fragmentos como meteoros, mas que mesmo que englobados por fogo, o clima caía drasticamente após a queda, parecendo que as próprias estrelas estavam em descendência, iradas com Eldarion.

Era muita violência gratuita, então um fragmento, maior que os demais, caía no meio da cidade e de lá, o elfo reaparecia, coberto por uma película de gelo como se ele tivesse saído de um lugar extremamente gélido que sua pele congelava, mas ele não aparentava dor ou qualquer forma de desconforto. Ele olhava para o céu e seus olhos tinham a mesma coloração e aparência da Lua.

- Aí, pulguentos um, dois e três, fiz o que pude para ajudar, mas o amigo de vocês saiu daqui. Acho que fico por aqui e vocês resolvem, o que acham? O que um goblin pode fazer contra um elfo dimoniado? - Dominique saía de cima do goblin e Kashan vinha na direção deles com o anão nos braços, estancando o ferimento.

- Precisamos ir, isso não pode ficar pior do que já está. - Dizia o ruivo e o branco concordava, ambos olhando para Ethan, esperando alguma confirmação.

- Isso mesmo, batam naquela sombra, aproveitem que está dia. - Mas a dupla percebia algo agora que fora comentada pelo goblin sem querer, pois antes a visão de todos era cinzenta pelo filtro solar que mal conseguia chegar até ali, mas agora, era pálida e azul, sendo melhor comparado como se estivessem embaixo d'água durante a noite. As orelhas dos lupinos se erguia e Dominique fez a frente, subindo as escadas com pressa, chegando a cravar as garras na parede para se alavancar com um chute.

Ao chegar no andar que todos iniciaram (exceto o esverdeado), Dominique ainda, fora contra uma cela e esta estava destrancada, então forçando um pouco (como Ethan já houvera testado), ele arrancava as barras com facilidade, mas seu corpo era muito largo para simplesmente passar, então ele voltou à forma humana para passar e chegar até a rua da prisão. Kashan vinha atrás e deitava o anão na cama, enrolando um lençol em seu pescoço e agora, via o espaço para passar e sendo maior que o colega, ele não se importou em atravessar a parede da maneira mais bruta possível, destruindo propriedade de Elenathria na urgência.

Para todos, agora que viam, Elenathria estava tomada pela noite como Darkaria e havia um elfo com um pouco de neve sobre si enquanto meteoros caíam como grandes bolas de neve, que acertavam pesadas nas casas. O "filho" de Eldarion ria e aos poucos, seu corpo ia se moldando, com a mesma maleabilidade de água, usando do gelo como uma espécie de argila, ele começava a se parecer mais com o duque, mas não completamente.

A respiração de Eldarion era vista pela falta de temperatura e dez guardas adentravam no cômodo enquanto o caos ocorria na rua. Atrás dele, mãos gentis vinham e colocavam uma coberta sobre os ombros do elfo e Lyundara passava por ele, completamente nua e ela parava, com as mãos na cintura, olhando diretamente para a Lua acima deles. Dava uma última olhadela por cima dos ombros e piscava para o duque.

Indo até a sacada, ela se segurava no parapeito e vomita sangue. Seus ossos eram a primeira coisa a crescer, rasgando a pele e deformando a elfa. Sua coluna se estendia e atravessava seu quadril para formular uma cauda, os músculos tentavam seguir o exemplo, mas eram lentos e a pele não conseguia manter-se, mas se regenerava rapidamente, acobertando enquanto os pelos cresciam. As garras atravessavam as mãos, arrancando as unhas; As presas trocavam os dentes, os expulsando da arcada e espichando o crânio élfico até ter uma aparência mais canina. O sangue escorria constantemente e ela não segurava os gritos de dor até que finalmente, havia apenas uma figura de pelos brancos jogada no chão, uma loba machucada, mas incrivelmente, sem marca alguma ou com a pelagem manchada. Se erguia em plena dor corporal e olhava para Eldarion e mostrava sua nova forma, sendo muito maior que os outros lobos que ele houvera visto ali.


Epica se aproximou e ela realmente parecia um filhote ao lado de Lyundara. Ambas olharam para a Lua e uivaram, mas em meio ao uivo, algo mais era ouvido, um rugido ancestral, algo que rasgava os céus e explodia os meteoros com grandes bolas de fogo. Draco vinha agraciar Lunaris com sua majestosa presença.

Ao invés de mitigar dano, destruindo cada fragmento lunar por vez, o dragão fora direto ao ponto e vendo o elfo coberto de gelo, ele não se segurou e soltou uma rajada forte de fogo, porém ele não daria chances de escapatória e algo que poderia até mesmo ser visto como um exagero, ele pousava pesadamente diante do "filho" e reforçava as chamas, que saíam brancas de tão incandescentes, fazendo com que o solo ao redor do inimigo começasse a derreter em lava. Draco usava de todo o fôlego de seus potentes pulmões, só parando após cansar, respirando pesado enquanto saía uma cortina cinza de suas narinas, ofegante enquanto avaliava os danos.

O gelo havia derretido completamente, mas havia uma presença a mais que se erguia em meio ao magma, o elfo tinha uma aparência mais cristalizada e havia uma sombra que o erguia como um boneco de pano, mantendo-o de pé após tal ataque tão preciso e direto. Clay era um elfo de sangue, mas por conta de sua própria magia sanguínea, ele conseguia transformar seu corpo em puro ferro e se tornar uma sombra, ele havia protegido o corpo do "filho" ao grudar-se em suas costas. Ambos se olhavam e assentiam em alguma coisa.

Sem aviso algum, Clay quebrava o pescoço do outro e mordia o pescoço, mas ele não sugava de maneira comum, onde se perfura e mantém os lábios encostados para que a essência vital escorra garganta adentro. Ele parecia voraz, mesmo que não houvesse uma necessidade de canibalismo, ele mordia e dilacerava, arrancava pedaços com tamanha brutalidade que até Draco recuou, erguendo a cabeça enquanto o peito começava a brilhar com a sua caldeira interna sendo encantada para soltar mais uma rajada de chamas, Clay o olhou como fizera com Kashan e até mesmo o poderoso dragão vacilou, soltando um pouco de fogo pelas narinas ao invés de abrir a boca e liberá-la, algo o estava atrapalhando.

- Ethan! Se você ainda está aqui, ouça-me! Eu sou um elfo de sangue! O mais poderoso que há! Eldarion é frágil! Você sabe há quanto tempo eu planejo esse golpe?! Eu sacrifiquei minha família! Eu bolei planos! Eu fui preso por minha traição! Mas eu esperei e esperei até que essa oportunidade apareceu! Elenathria será dos elfos de sangue e iremos criar rios de sangue com aqueles que escravizam o meu povo! Eldarion é apenas um- - Draco não tinha interesse algum nesse papo e intimidá-lo era um efeito momentâneo, pois agora ele soltava sua rajada de fogo sobre o corpo de Clay, que simplesmente ria ao que seu corpo se petrificava com a temperatura escaldante.

Havia um momento de silêncio, uma pequena recuperação de fôlego. Draco olhou para o corpo e sem pensar duas vezes, desceu sua pata como um martelo, acabando com aquela pessoa que causava o caos em meio à reconstrução.

Mas algo não mudou. A Lua ainda era presente.

Os pelos de Kashan e Dominique se eriçaram, assim como ambos ganiram de medo. Uma risada era ouvida por toda a população de Lunaris no que a Lua não mais parecia ser a que todos conheciam, pois ela ficava vermelha como sangue enquanto desenhos conhecidos por Ethan eram entalhados e assim, se antes os meteoros de gelo caíam, agora eles eram uma chuva de cometas, menores, mais mais rápidos e em maior quantidade. O riso se tornava mais presente e o satélite começou a descer em direção da cidade.

- Vamos. - Rugia Lyundara, uivando e saltando em direção do epicentro da queda, junto de Epica, que olhava para trás e oferecia para que Eldarion fosse em suas costas para o campo de batalha. O dragão não iria simplesmente e fazer nada, então ele alçou voo e fora direto para o grande astro, tentando usar de seu fogo para diminuir o tamanho, estilhaçá-lo ou qualquer efeito que fosse, mas causando pouco dano, então ele bateu as costas e tentou aparar, mas por maior que ele fosse, ainda assim eram megatoneladas de diferença.

O pedaço rochoso que Draco estava encostado ficou leve e se soltou, caindo sobre ele com uma força tamanha que sobrepôs seu próprio peso, ainda mais que estava em pleno voo, ele se desequilibrou e fora tragado até o chão, onde uma pequena explosão ocorrera, por conta do fogo usado para tentar reverter a situação.

A poeira baixou e Draco estava deitado, desacordado e pendendo, morto, talvez. Acima dele, estava Clay e o "filho". O loiro estava sentado sobre a cabeça, entre os olhos, relaxando e esperando a queda do astro. O moreno, tinha um pouco mais de pressa, não subestimando o inimigo, ele descia pelo corpo do dragão em passos largos e indo em direção da população assustada que fugia, guiada pelos soldados que se dividiam em escoltar a comunidade para longe dali e um segundo contingente para ir até Eldarion para protege-lo.

Os que ficaram para proteger os que fugiam, logo viam a habilidade do inimigo, que como um maestro, movia as mãos e fazia com que a queda dos cometas fosse direcionada para os soldados, que logo ergueram barreiras para se proteger, tendo de se concentrar totalmente nisso, pois a atenção do adversário estava sobre si, mesmo que esporadicamente ainda houvesse um disparo que ia para outro lado, mas estavam incapazes de parar a Lua de cair.

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Spare Kin
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