Últimos assuntos
» ~INSCRIÇÕES EVENTO: HALLOWEEN 2024~
por Misterioso Hoje à(s) 12:10 pm

» [Evento Dinâmico] Doces? Onde? - Halloween 2024
por Misterioso Hoje à(s) 11:06 am

» [Evento/Missão dinâmica] 3x1
por Sordello Hoje à(s) 5:02 am

» ~Npcs, Pets e Invocações
por Ashara Hoje à(s) 2:27 am

» [Evento Dinamico] CrossOver DarkDoo e a Tenda Mal assombrada
por Garota Cavalo Ontem à(s) 10:30 pm

» [Evento/Missão Dinâmica] Banshee - Halloween 2024
por Tidus Ontem à(s) 9:54 pm

» Hora do Rango - Parte 2
por Garota Cavalo Ontem à(s) 7:53 pm

» [Evento/Missão Dinamica] Ra-Ra-Rasputin, lover of the russian queen
por Belphegor Ontem à(s) 3:28 pm

» [Evento/Missão Dinamica] Dance Macabre
por Wesker Ontem à(s) 3:21 pm

» [Evento/Missão Dinâmica] Rasputin Strogonoff - Halloween 2024
por Ink Sáb Out 26, 2024 8:51 pm

» [FP] A'man
por Furry Sáb Out 26, 2024 8:28 pm

» [NPC] Maeralyn
por Furry Sáb Out 26, 2024 8:26 pm

» [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados
por Prince Sáb Out 26, 2024 5:59 pm

» [Narrada] Ataque do Ossinho
por Furry Sáb Out 26, 2024 10:30 am

» ~Magias e Ougis
por Prince Sex Out 25, 2024 7:15 pm

» ~Talentos~
por Rapina Sex Out 25, 2024 5:16 pm

» [FP] - Bloody Mary
por Lilith Qui Out 24, 2024 2:06 pm

» [Evento Halloween] - Temporada de Caça
por DA do Ineel Qua Out 23, 2024 6:20 pm

» [Auto-Narrada / Narrada /+18] Surface Pressure
por Garuda Qua Out 23, 2024 2:20 pm

» [FP] Comic (Sans)
por Jean Fraga Ter Out 22, 2024 11:18 pm


[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

3 participantes
Novo tópico   Responder ao tópico

Página 1 de 2 1, 2  Seguinte

Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Seg Jul 22, 2024 9:06 am

2.0 Dawn of the First Day
O custo amargo da vitória
— Ano/Estação:  841 DG/Primavera
— Pessoas envolvidas: Eldarion Elen Estelmir - NPC: Ethan Wilhelm Blackclaw
— Localidade: Elenathria - Skraev
— Descrição: A invasão de goblins  sobre a cidade dos magos havia cessado, porém as cinzas, as lágrimas e o sangue ainda estavam frescos sobre a terra. Exausto mas triunfante, o nobre elfo se levanta para testemunhar sua vitória e procurar por respostas, pois afinal, de onde vieram todos aqueles goblins?
Aviso:  Nenhum
「R」
Tomita
Tomita

Créditos : 13
Mensagens : 200
Data de inscrição : 25/10/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Seg Jul 22, 2024 1:21 pm




Dawn of The First Day


O cheiro dos corpos, o brilho do sangue, a chuva de cinzas e o rugido da imensa fera… A terra a qual eu amava, a qual cuidava com todo o carinho estava finalmente segura…? Olhei para as minhas mãos, sujas de fuligem e sangue antes de fitar o céu. Meu coração ainda estava agitado, bombeando meu sangue como se não fosse existir mais paz. Uma reação normal ao excesso de adrenalina das últimas horas.

Um suspiro longo veio de meus lábios antes que um sorriso saísse dos mesmos. Meus dedos subindo sobre meus cabelos, penteando os fios, mas mais ainda, massageando de maneira incrédula meu escalpo. Nós havíamos vencido. A risada animada e incrédula que saiu de meus lábios era baixa e quase imperceptível, mas aos poucos se tornava mais alta, porém nem um pouco deselegante. Nós havíamos vencido.

A comemoração de nossa vitória se deu junto a um rugido de Draco, ele mesmo estava animado com seu triunfo, convidando os soldados e as pessoas que estavam seguras em suas casas a saírem às ruas para verem o poder que as estrelas haviam emanado naquela noite. Nós havíamos vencido. O mesmo sorriso em meu rosto logo se voltava aos homens que estavam de pé.

- Contemplem, todos vocês. Elluna nos deu a vitória hoje! mas ainda há muito a ser feito. - Em uma tentativa de animar aquelas pessoas, mostrar a ela que éramos poderosos e que nossa deusa nos acompanhava. - Ajudem os feridos, e aos mortos, que eles tenham um enterro digno, morreram como heróis… Que eles estejam junto a deusa agora, nos céus sob nossas cabeças. Seus nomes, sua bravura e honra será para sempre lembrada em nossa história. - o breve discurso enquanto meu sangue ainda estava quente era para animar a todos. Havia muito trabalho a ser feito, e muito a se comemorar, afinal, nós havíamos vencido.



Confesso que não sou o melhor espectador de brigas, afinal gosto de lutar elas, porém o show de pirotecnia que havia acontecido ali, meu amigo, aquilo que eu chamo de espetáculo. - Ai feioso, aqueles elfos lá sabem fazer uma boa festa, pena que o prato principal é churrasco de goblin. - Disse enquanto dava uma batidinha animada no goblin que estava em minhas costas.

A noite anterior havia sido bem diferenciada. Não esperava que Nadezinha fosse aparecer tão subitamente, mas sua companhia foi agradável. Desta vez ela não bagunçou todo o apartamento como havia feito antes… Até porque uma caverna apenas com esse goblin feioso não tinha muito o que ela aprontar. - Ow sabe o que eu tava pensando, até agora eu não sei o seu nome cara! Eu me chamo Ethan. - perguntei por pura curiosidade para o goblin, estávamos a tanto tempo juntos que eu poderia até considerar ele como meu novo bichinho de estimação raivoso.

Meus passos eram rápidos mas cautelosos sobre a neve acumulada e quanto mais eu me aproximava da cidade dos magos, mais aparente eram as cinzas e a fumaça. De longe, avistei a criatura imensa, um dragão estelar que fez um leve rebuliço no meu estômago. - Cacete… Que bicho grande rapaz. - A criatura esticava suas asas enquanto eu tentava ouvir o que estava acontecendo. Meus passos diminuiram de ritmo, sendo mais lentos e suaves. A neve próxima do que parecia ter sido o campo de batalha estava mais derretida, com certeza por conta do fogo todo.

Os pinheiros queimados e a terra cheia de buracos, como se meteoros tivessem caído por ali. - Isso que eu chamo de briga… Ainda bem que não me meti no meio disso. - Imagina levar um meteoro na cabeça, nada bacana. Os goblins estavam mortos, seus corpos ou carbonizados, ou perfurados por armas brancas. - É… Espero que tu não tenha nenhum parente aqui no meio… Foi tudo de base. - Disse com um assobio surpreso.


Legenda:
histórico:


_______________________________________________


Tomita
Tomita

Créditos : 13
Mensagens : 200
Data de inscrição : 25/10/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por King Qua Jul 31, 2024 10:59 pm





O vamp...Elfo



Se os séculos de idade que Eldarion havia vivido lhe ensinaram algo, é que a guerra nunca muda. Seu ducado havia sobrevivido a uma bizarra invasão vinda de goblins peculiares que rasgavam o próprio tecido do espaço-tempo e, por mais que houvesse o alívio imediato de uma vitória, também havia as claras perdas do lado de Elenathria. Pela sorte do elfo, a população civil de seu ducado havia meramente sido machucada. Já os soldados mortos em batalha eram mais visíveis, visto que seus corpos jaziam pelo caminho que traçava. Não seria fácil para a população se esquecer do que havia ocorrido diante de seus olhos, mas a presença do elfo, líder de seu povo, por mais tímido que fosse, roubava a atenção por onde passava. Sorrisos surgiam na multidão ao escutar o breve discurso do monarca e seus súditos pareciam se muito mais motivados conforme Eldarion caminhava entre os escombros – parte dos pequenos locais que os goblinoides conseguiram, de fato, destruir. – Pelo menos não haviam outros problemas à vista.

Ao olhar pelo céu, o duque poderia enxergar uma grande silhueta passando pelos céus, seu grande aliado celeste, o dragão que fora decisivo para defender sua pátria e povo, usava agora suas energias para supervisionar o céu enquanto carregava destroços para fora dos limites do reino, servindo como uma grande ajuda para os demais trabalhadores. Quem não gostaria de um dragão como segurança em momentos difíceis? Também era um claro aviso de que, se algum outro malfeitor aparecesse, teria o mesmo fardo dos goblins que haviam sido torrados durante a invasão.



O Lobo Pidão


Enquanto isso, nosso querido lupino Ethan enfim passava por momentos de tranquilidade. Os rumores que havia ouvido – em particular de uma fonte um pouco duvidosa, agora presa em seus braços – se provavam falsos: Conseguia enfim chegar em Elenathria e não era julgado por sua aparência de lobo, contudo, deparava-se com um ambiente marcado por um conflito recente. As construções estavam em sua maioria em um bom estado, mas o mesmo não podia ser dito dos corpos que inundavam o solo, principalmente na área limítrofe do ducado, tanto dos combatentes locais quanto dos goblins extraplanares. O lobo conseguia andar com relativa facilidade, e poderia perceber que havia outros lupinos próximos. Mas sua passeata era interrompida por um guarda levemente machucado. – Espere! Você não é daqui, correto? – Usava seu corpo para interceptar a caminhada de Ethan, enquanto brandia sua lança para o alto.   – Nunca tinha te visto aqui antes, e carregas um dos inimigos com você? Explicite suas intenções e sua relação com a criatura! – O guarda era incisivo, mas não havia agressividade em sua fala. Parecia que ele precisava ter certeza de que Ethan não seria um empecilho durante a reconstrução do ducado.

O lobo podia ver ao horizonte uma figura alta de trajes elegantes conversando com uma multidão de ouvintes: Civis, guardas e curiosos. Mas antes que pudesse se livrar de seu refém, tinha de lidar com o guarda a frente. Seu refém, com o desespero servindo como motivação, conseguia se livrar das amarras da boca ao triturar e cuspir parte da corda pra fora. – Parece que eu tô sendo levado por esse pulguento de boa vontade sinhô? Eu lá me visto que nem os  fudido que te atacaram? Eu sou só um goblin comum, porra! Me deixa ir embora, sinhô! – O falastrão enfim abria o bico, com a frustração de outrora aparecendo mais uma vez. A resposta grosseira do goblin fazia o guarda cerrar os olhos, enquanto Ethan podia notar que o cenário ao seu redor escurecia. – Diacho, já tá de noite? – A dupla de forasteiros percebia uma grande sombra surgindo no céu, e ficando cada vez mais próxima. Draco aterrissava próximo ao guarda, de olho no que aconteceria a seguir. – AI PAPAI! CALMA, EU NUM FIZ NADA, JURO! POR FAVOR! – O goblin soluçava de choro ao avistar o dragão, e Ethan deveria considerar uma boa explicação, antes que fosse confundindo com um inimigo.








_______________________________________________


[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day TEF49lL
King
King

Créditos : 35
Mensagens : 87
Data de inscrição : 05/11/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Qui Ago 01, 2024 12:33 pm




Dawn of The First Day


Eu respirava fundo, sentindo o ar entrando em meus pulmões. Não era agradável sentir o cheiro dos corpos carbonizados, muito menos da poeira das construções caídas. Mas tais sensações seriam de segundo plano, não havia tempo para o desconforto próprio. As pessoas, meus súditos e  protegidos, estavam bem, não haviam se ferido, o que para mim por si só era uma grande vitória. Draco estava ocupado retirando alguns escombros maiores e os levando para fora da cidade e os soldados recolhiam os corpos dos guerreiros abatidos. Não tinha escolha se não apelar aos meus súditos.

- Coragem… Iremos reconstruir nossa amada cidade, peço a ajuda de vocês, quem estiver apto e bem, nos ajude na limpeza dessas pedras… E o recolhimento dos nossos bravos homens caídos…- Diria aos civis que estavam por ali, a ajuda deles era de suma importância naquele momento.

Acolheria as mulheres assustadas e as crianças próximas. - Vai ficar tudo bem, eu vou protegê-los… Mas por favor, levem as crianças para Ionad, elas estarão seguras com os magos de lá, não sabemos se o inimigo está em algum lugar lá fora ainda…- Eu estava receoso, podíamos ter vencido aquela repentina invasão, mas nada garantia que o inimigo não estivesse se preparando para mais um ataque. Tal pensamento me deixava mais apreensivo e paranóico, a falta de minha mana seria um problema se tal infortúnio ocorresse. Olharia para alguns guardas próximos, notaria se estivessem saudáveis e menos machucados.Me aproximaria com um olhar confiante e diria: - Um de vocês, encontre Catherine, preciso dela para sabermos a extensão dos danos ocorridos e… Veja se minha filha está bem. Os outros, montem um grupo para verificar nossas fronteiras, precisamos saber se não há mais deles lá fora…- Com a ordem dada, meus olhos se voltaram para Draco, que repentinamente pousava próximo a nós e logo uma gritaria se seguiu… Não demorei para andar na direção do dragão para ver o que estava acontecendo.



Malditos goblins e seu fudum. Eu já havia provado o gosto dessas porcarias na noite anterior e agora ter contato com tanto sangue deles pelo ar me dava vontade de vomitar. Senti aqueles pedaços de carne safado se debulhando em meu estômago, mas eu não poderia deixá-los ver a luz do dia novamente. Respirei fundo, me concentrando com muito esforço. - Caralho que cheiro horrível…- Cada passo meu parecia que piorava. Infelizmente ter um focinho avantajado não era uma vantagem quando o cheiro ruim era o que imperava.

Para a minha sorte, o goblin nas minhas costas estava calado. Talvez ele finalmente tivesse aceitado seu destino como meu prisioneiro e não fosse mais fazer piadinhas sem graças a meu respeito. Uma pena. Estava começando a gostar do senso de humor dele. Meus passos pararam assim que uma voz se dirigiu a mim. Ala mais um Cleitinho! Mas rapaz, ele parecia afoito e eu não tirava a razão dele.

- Ué meu focinho parece estranho? Pensei que os lobos de Vanaheim e daqui fossem parecidos… Mas de fato, eu vim do reino vizinho. - Apontei para as montanhas atrás de mim com o dedão da destra. - Ah e isso aqui. - Peguei o goblin com a minha canhota e o levei para cima em uma altura próxima ao meu peito. - É só um saco de lixo que eu tava procurando a onde descartar, nada demais. Apenas pensei que a terra dos elfos iria gostar de saber algumas informações…- Soltei um sorriso malicioso e salafrário para o guarda. - Isso é claro… Se vocês tiverem uma boa grana por isso. - Eu não havia andado meio país apenas por cortesia, eu estava ali a negócios meus amigos.

Meus olhos se voltaram para o horizonte as costas daquele guarda. Os lobos e elfos estavam trabalhando arduamente para se recuperarem e… Nossa que cabelo comprido aquela moça tem… Sua silhueta delicada, roupas elegantes… Parece uma nobre. Dei um sorriso bem cafajeste e ajeitei a gravata sobre meu pescoço levemente. Afinal eu tinha que ficar apresentável pra mulher bonita né?

O goblin logo começou a falar. Filho da mãe como havia se livrado da minha mordaça. - Oh seu fedorento salafrário, filho de uma lagarta com hemorróida, fica na boa aí! - Eu disse enquanto olhava para a cara dele e ambos olhamos de maneira estranha para a sombra que se fazia. - Ué, mas o qu- O estrondo do pouso da grande fera fez meus joelhos vacilarem e eu caí de bumba no chão. - OW OW OW OW MAS QUE PORRA É ESSA!!! - Disse antes de agarrar o goblin e usá-lo quase como um escudo. - POR FAVOR SEU DRAGÃO NÃO ME COMA, EU SOU LINDO E JOVEM DEMAIS PRA MORRER!!! AQUI, COME ESSE AQUI!!! - Minha voz trêmula e apavorada com aquela grande criatura. Nadezinha me proteja!!


Legenda:
histórico:


_______________________________________________


Tomita
Tomita

Créditos : 13
Mensagens : 200
Data de inscrição : 25/10/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por King Sex Ago 09, 2024 2:18 am





Toddys



Eldarion estava paranoico, e com razão. Uma invasão goblin repentina tinha deixado suas marcas em seu reino, o que poderia esperar para o futuro? O pior é que ele realmente não havia repousado desde o confronto, então suas reservas de mana estavam num nível irrisório. Mas por sorte, assim como o protagonista de um típico conto infantil, ele podia contar com a ajuda dos outros! Seus súditos e exércitos estavam prontos para ajudar na recuperação de Elenathria e o elfo começava a instruí-los sobre o que fazer nessa situação. Um membro do exército com vestimentas mais reforçadas e com sinal da idade em sua aparência era quem acatava os comandos do monarca, estando acompanhado de soldados mais juvenis. – É um prazer atendê-lo, meu senhor, me chamo Darnell. Acredito que não demoraremos para encontrar as duas, quanto a varredura em nossas fronteiras... – Seu olhar se dirigia ao horizonte. – Nossos batedores reportaram que os inimigos sobreviventes bateram em retirada. É claro, não temos ciência de tudo que aconteceu ao longo da fronteira, portanto montarei um grupo para patrulha de imediato. Não será tão fácil quanto encontrar as duas damas, mas até o final desse dia, lhe trarei as notícias. – O homem se virava de costas, gesticulando para os demais soldados consigo, antes de todos saírem, prestando o devido respeito ao elfo de sangue.

Enquanto o elfo recebia notícias e era prestigiado por seus súditos, nosso lobo encrenqueiro mal havia chegado em novas terras e era recebido por um dragão. Um grande, mal-humorado e intimidador dragão. Já mencionei que ele parecia ter acordado com a pata esquerda? Pois é... A figura colossal observava o desespero da dupla em silêncio, enquanto o guarda de outrora mostrava-se irritado com a irreverência de Ethan, mas também não dizia nada. Ele sabia que Draco era uma figura importante e de pouca paciência. Uma pena que nem o lobo e muito menos seu refém estavam cientes disso. – P-PARA COM ISSO! EU NUM SÔ INVASOR, EU SOU DA TERRA DOS LOBO, ME SOLTA SEU... SEU PULGUENTO SARNENTO MARDITO! EU NUM QUERO MORRER... EU NUM QUER – O goblinoide se contorcia nas mãos de Ethan, enquanto soluçava de medo entre seus gritos. Draco parecia bem irritado, vendo que ninguém tomava ação alguma, ele se abaixava, deixando uma forte fumaça escapar de suas narinas em direção a dupla. – Vou repetir a pergunta, e dessa vez, vocês vão nos responder. Quem são e o que desejam em nossas terras? – O imponente dragão olhava com desdém para os dois, o goblinoide parecia se engasgar com a fumaça preta e, intimidado, tremia como uma vara verde nas mãos de Ethan.

Foi nesse momento que Eldarion chegava, podia ver uma cena pateticamente engraçada se desenrolando: Um homem caído que segurava um goblin como oferenda para Draco. Percebendo a presença do elfo, o dragão lhe observava e, diferente dos demais, não parecia tão arrogante ao fazê-lo. – Eldarion. – Fez um cumprimento direto, voltando sua atenção para a dupla de forasteiros. – Esse mortal leva consigo um de nossos inimigos, falta com respeito perante seus guardas e agora encontra-se calado. Devo lidar com eles da mesma forma que fiz com os escombros? – A tensão pairava no ar, e só haviam duas certezas naquele momento: Que o destino de Ethan estava nas mãos de Eldarion e que o goblin estava a um triz de sujar suas calças.







_______________________________________________


[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day TEF49lL
King
King

Créditos : 35
Mensagens : 87
Data de inscrição : 05/11/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Sex Ago 09, 2024 8:35 am




Dawn of The First Day


Darnell era um experiente soldado a serviço de Elenathria. Assim como todos os outros que seguiam e apoiavam Eldarion, o velho homem não demorou a atender o seu pedido. - Obrigado Darnell, fico aliviado por saber que nossos inimigos se foram… Por enquanto.- De fato, era um alívio e um fôlego a mais que ele poderia ter. Não queria ser pego de surpresa por uma nova onda de goblins advindo de outros portais. O que o fazia questionar brevemente a origem dessas criaturas. Magia de teleporte não era algo simples a se fazer, exige uma grande quantidade de mana e expertise… Mas tal fato seria investigado mais tarde. - Ficarei no aguardo, dispensado. - Disse ao velho soldado antes de me aproximar da bagunça que se formava próximo a Draco.

- Não pude deixar de ouvir tamanha gritaria. - Disse ao se aproximar do guarda e da cabeça do dragão celestial. - Não esperava um lycan junto a um de nossos inimigos. - Seus olhos se dirigiram ao lobo. Uma figura patética e pouco refinada, parecia uma criança apavorada com o enorme dragão. Tirou a luva da canhota, levando os dedos finos e gelados até as escamas de Draco. Alisou aquelas escamas ásperas em um carinho gentil, levando a mão até o focinho do grande dragão. - Obrigado meu amigo, mas acho que não será necessário, eles não são ameaças dignas de seu fogo e muito menos sangue a ser derramado pelas suas nobres garras.- Disse de maneira suave enquanto acariciava o dragão. Um gesto de puro poder e dignidade, o nobre elfo estava de pé ao lado da maior e mais poderosa criatura viva naquele lugar e ela o respeitava como um igual.

Os gritos de desespero do Goblin e a voz de Eldarion fez Ethan abrir os olhos e olhar para a figura imponente à sua frente. Como ele estava fazendo carinho no dragão? Espantado e sem saber como reagir, uma segunda coisa se passava em sua mente: Pera, aquela garota bonita é um cara? Tal pensamento o fez ficar boquiaberto e surpreso, mas definitivamente não desapontado. Ele aos poucos se recompunha, levantando do chão e segurando o goblin mais abaixo de sua cintura.

- Prendam os dois, irei interrogá-los mais tarde. Se eles tentarem escapar, mate-os. - Pode-se dizer que Eldarion estava um pouco sem paciência para lidar com um forasteiro naquela altura do campeonato, ainda mais um homem que se provava ser um completo covarde. A conduta do lycan não parecia nobre o suficiente para o mesmo ser algum oficial dos reinos vizinhos. Eldarion estava cansado, tanto fisicamente quanto psicologicamente para lidar com informações naquele momento.

- Pera ai pô, pera lá! Porra eu não sou inimigo, eu sou apenas um… Mercenário! - Talvez essa não fosse a junção de palavras para melhor descrever o que o lobo era, contanto era a única que veio em sua mente naquele momento inoportuno. Não queria ser levado como um cão na carrocinha, mas muito menos sair de mãos abanando. - Eu fui atacado por um grupo de goblins e depois de estraçalhar os amigos desse aqui, eu decidi trazê-lo para cá. - Ele disse já dando de ombros.

Eldarion olhou para a figura do lycan, seus olhos violeta iam de encontro com o azuis do outro. Eles se encararam por alguns segundos até o elfo quebrar gelo. - Independente de suas intenções outrora, você não é digno de confiança. Até porque, por qual motivo um lycan forasteiro viria a um reino vizinho entregar um inimigo? Mesmo que fosse por dinheiro, não me parece algo que uma pessoa comum faria… A não ser que você esteja fugindo de sua terra natal por algo que fez e quer se safar… - Eldarion levava a mão até o queixo, coçando o mesmo levemente.

- Hahaha mas isso ai é… Paranóia demais, digo, com todo o respeito senhor elfo, mas eu to falando a verdade! - Ethan cerrou os punhos. Embora as palavras dele fossem verdadeiras, sua postura perante toda situação e a situação em si não era favorável a si. Ele não conseguia convencer o nobre sobre suas intenções.

- Seja como for, enquanto eu não tiver certeza de sua identidade, aproveite sua estadia em Elenathria, a cela da prisão será um lugar aconchegante para você.- Disse de maneira fria mas com um pequeno sorriso no canto direito do lábio. A paranoia e o medo de algo ruim acontecer novamente tornava Eldarion em uma pessoa receosa até demais. O lobo não era ameaça, mas o que ele sabia poderia ser. Evitar informações importantes serem ditas aos quatro ventos era primordial no momento também.

- Hey! Hey! Heeey! - Ethan tentava chamar a atenção do nobre elfo que deixaria seus guardas levarem o lobo e o goblin para o seu novo destino enquanto ele mesmo começava a caminhar de volta para casa. Precisava ler Lúthien, precisava ver Catherine e mais importante, precisava urgentemente descansar.

Legenda:
histórico:

_______________________________________________


Tomita
Tomita

Créditos : 13
Mensagens : 200
Data de inscrição : 25/10/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Spare Kin Qua Ago 21, 2024 9:07 pm

- Como o senhor quiser, meu amigo. - Dizia Draco ao abaixar a cabeça levemente, em concordância e também, como despedida, pois se suas chamas não seriam necessárias por ali e o elfo tinha tudo sob controle, por mais desconcertante era aquela resposta, a curiosidade o consumia, mas que mesmo assim, não iria discutir sob assuntos possivelmente diplomáticos. Antes de virar suas costas, ele soltou uma leve rajada de ar quente no ambiente, o esquentando, sem motivo aparente, mas que Eldarion logo não mais estava com as palmas frias, ou qualquer ponto de seu corpo, pois a ponta de suas orelhas, nem ele mesmo sabia que estavam gélidas, agora estavam agradavelmente aquecidas, seu nariz dava um comichão por conta da mudança de temperatura e seu rosto, ao todo, parecia que relaxava. O dragão, por sua vez, deu uma galopada leve até alguns metros longe de todos e alçou voo (pois se o fizesse logo de imediato, criaria uma ventania que poderia empurrar fuligem sob Eldarion e contra Ethan e o goblin anônimo.

Sozinhos finalmente, Ethan se levantava e tratava o seu refé... "Moeda de troca", como um boneco, algo que incomodou demais a criatura, que quando fora colocado na altura da cintura, tentou forçar sua fuga, afinal, o chão estava tão próximo, mas as mãos fortes do lycan fazia com que fosse apenas um sádico raio de esperança (Nadhezda provavelmente torceria para que ele conseguisse, incentivando essa fagulha).

Uma discussão teve início e a voz de Eldarion era poderosa, não que ele precisasse reforçar sua voz e impor-se, mas de uma elegância em que fechava qualquer argumento e sua palavra era o ponto final, Ethan nem ao menos teve chance, que por mais que tentasse explicitar suas motivações e condição, ali, sujo de cinzas (por ter caído sobre o solo fumegante), com um corte na perna e um muito mais aparente no peito, que mesmo por baixo de sua blusa, ainda assim, eram profundos por conta da prata que revestia o machado de Fenton. Antes que se desse conta, havia um soldado de cada lado, segurando seu braços e até algemaram o goblin, pois temiam que as amarras fossem leves o suficientes para que uma tramoia em que o monstro se soltava e atacava a todos era simplesmente nulificada de acontecer.

- MANO?! - O goblin protestava e era retirado das mãos do lycan, imobilizado pelos soldados que o escoltavam para longe de seu lorde. - CÊS REALMENTE ACHAM QUE EU TÔ DE CASINHO COM ESSE PULGUENTO?! PRECISA ME ALGEMAR? AMARRADO NUM É O SUFICIENTE?! AÍ, LOBO, AJUDA, FICA GRANDÃO E VAMOS FUGIR! EU TE APRESENTO UMA HUMANA QUI NÓIS CAPTUROU... se ainda estiver viva... - Os soldados nem ao menos davam atenção para os protestos exagerados do goblin, que quanto mais ele gritava, pior ficava para Ethan, pois do jeito que ele falava, realmente parecia que ambos estavam de complô.

Eldarion começava uma caminhada em direção à sua morada e não demorou para que um soldado aparecesse montado em um cavalo, parando há dois metros de seu soberano.

- Meu senhor. - Anunciava o soldado e descia da montaria quase que em um salto. Sua armadura estava muito arranhada e seu rosto estava muito sujo, pois os cabelos louros estavam misturados com cinzas e sangue ressecado que lhe besuntava da testa até o queixo e por falta de um lenço ou água, havia uma tentativa fútil de tentar limpar-se para pelo menos, parecer digno diante de Eldarion, mas que não limpava nada, apenas espalhava. Seu olho direito estava fechado (mas não era a origem do sangue, pois ele tinha um corte na cabeça que não parecia profundo). A área do ombro direito estava completamente faltante, deixando exposta sua pele com pequenos cortes e obviamente, o peitoral estava falho, mas que parecia que ele tinha recebido um golpe forte no lado direito que retirou sua proteção e talvez, afetado sua visão. Ele não estava ofegante, mas demonstrava cansaço da batalha.

Pegou as rédeas do equino e dirigiu-se até Eldarion, parando há pouco mais de um metro, tentando se ajoelhar, mas não conseguindo por conta de seus ferimentos e pelos estilhaços de metal que ainda estavam no corpo, então ele apenas se curvou e torceu que isso fosse o suficiente.

- Por favor, pegue e vá para a segurança. Recebi ordens de limpar e resgatar aqui. O combate já acabou e sei que estou ferido... Levemente, ainda consigo permanecer em campo, há amigos em pior estado. - Ele oferecia as rédeas para que seu senhor pegasse o cavalo e fosse embora dali, sem ter que sujar-se mais em meio às cinzas que circundavam o campo de batalha como uma entidade que escolhia os seus corpos preferidos. No momento em que falou que mesmo machucado, ainda assim ele preferia continuar ali para ajudar seus companheiros, ele ergueu seu rosto para ser visto e sorriu com sinceridade, aliviado que o combate não estava mais acontecendo e que, apesar de todas adversidades, venceram. Ele estava orgulhoso, não só de si, como de Elenathria ao todo.

Aceitando a ajuda do cavaleiro, alguns soldados montados vinham e se juntavam, formando uma guarnição a Eldarion, todos eles estavam mais ou menos no mesmo estado, nenhum estava ileso de ferimentos, mas faziam o que podiam naquele momento.

Arrastado, pelo campo de batalha e com o goblin explodindo de raiva e protestos que amaldiçoava até os netos dos guardas, assim como xingava o lycan de inútil e passivo, assim como coisas muito mais pesadas que talvez, apenas na língua de sua raça fosse compreensível, afinal, o que seria um "Comedor de Penas"?. Os guardas estavam quietos, mas se esforçavam em levar Ethan por ali, visivelmente cansados.

O trajeto fora mórbido, no mínimo. Diversos soldados caídos em meio a corpos carbonizados, o cheiro forte da queima sobrepujava do sangue, mas que ainda era sentido como um retrogosto do olfato. Os ossos espalhados, as estátuas de pedra que um dia fora carne viva e verde, mas talvez o pior mesmo, fosse o grito daqueles que agonizavam e recebiam atendimento da equipe de curandeiros que ia até lá da maneira mais rápida possível, mas que tomavam muito cuidado no caminho que faziam, pois poderiam machucar alguém que estava deitado, dado o contingente de corpos que estavam naquele lugar.

Havia uma abertura lateral por onde os soldados usavam e que não era a principal, mais afastada, mas de qualquer forma, adentrar em Lunaris era um colírio para seus olhos. A cidade parecia vazia, afinal, a população toda estava em um outro ponto, mas para si, ele apenas via as lojas e casas com sua estrutura levemente abalada, visto que o combate não conseguiu chegar a se agravar além da margem. O cheiro também era outro, pois as flores perfumavam o local e não havia a ardência do carbono. Uma mulher saiu de sua casa com um avental, era uma elfa alta e viu Ethan sendo arrastado e logo ela arregalou seus olhos e correu de volta para sua casa.

Não demorou mais que dois minutos e ele já estava em outra rua, mas sons de passos apressados vieram e os soldados pararam e olharam para trás, derrubando Ethan e sua "moeda de troca", colocando uma mão no cabo da espada e outra na bainha, preparados para atirar a proteção pra longe e sacar a arma. Isso assustou a elfa que se aproximava com algo coberto por um pano nas mãos, mas no que os olhares se encontraram, todos relaxaram e então a mulher ignorou a dupla de militares e se aproximou de Ethan, ajeitando em uma palma aberta o que carregava, oferecendo a mão para que ele se levantasse.

- Minha senhora, ele é um prisioneiro de nosso duque Eldarion, por favor, não se coloque em perigo. - Dizia um dos soldados e a mulher, mais uma vez, fez pouco caso e quando Ethan estivesse de pé, ela retiraria o pano do que trazia, uma bandeja com um pão feito em casa.

- Ainda assim, é uma alma como todos nós. Goblins nos atacaram, não lycans, nossos amigos... O que estou dizendo? Por favor, tratem-no como fariam com qualquer um de nós. Independente de seus crimes, ele sente fome como eu e vocês. Uma batalha aconteceu e não sei se verei meus filhos novamente... Estou cansada de violência e... Eu quero que façam isso por mim. O decorrer desse dia deve ser em paz. - Ela dizia com um sorriso triste no rosto, oferecendo o pão para que Ethan pegasse e se ele demorasse, os soldados colocariam a mão em seu ombro e o incentivariam a fazer. - Enquanto eles lutavam, eu estava em casa, protegendo meus pequenos... O mínimo que posso fazer para agradecer o trabalho de vocês é oferecer um pouco de comida. Obrigada... - Ela colocava um mão em cada bolso e puxava um pacotinho remendado às pressas, rasgado em alguns pontos e recheados com biscoitos para os soldados, que simplesmente não tinham como pegar ou guardar para depois.

- Agradecemos a sua imensa generosidade, mas não precisamos de nada... Por favor, guarde para sua família e mais uma vez, não se coloque em perigo, carregamos um goblin conosco.

Ela via o pequenino seu rosto ficava vermelho, então ela dava os pacotinhos para Ethan e o olhava nos olhos.

- Eu não conseguirei, mas dê para ele... Deve estar com fome e cansaço, se ele sobreviveu ao fogo do dragão, então há um motivo para isso, ele pode não ser como os outros. - Os soldados olharam curiosos para ela, mas logo colocaram as mãos gentilmente na junta do cotovelo de Ethan e o escoltaram (não mais arrastando ou imobilizando-o) para a prisão. O goblin olhou curioso para o trio de maiores.

- Manda pra cá, pu... Ethan. Eu num sô como os outros. Passamos por tanta coisa, né? Tá na hora de encher a pança, não como nada desde aquelas centopeias da caverna. Eu tava afim de um morcego, mas você dormiu antes de poder fazer uma janta pra nós. - Os soldados não mencionaram ou fizeram coisa alguma, mas eles com certeza ouviram.

Agora, na parte principal de Lunaris, Eldarion era recebido pela população que abarrotava as laterais, deixando o caminho da estrada pronto para que ele e sua equipe passasse. Batiam palmas e gritavam bênçãos e agradecimentos por sua vida, assim como tinham aqueles que estavam em andares superiores e atiravam pétalas em seu caminho, mas eram poucas, o povo estava cansado e assustado, mas esbanjavam felicidade em ver o duque são e salvo.

Por quase todo o caminho fora assim, até que ele chegasse em sua instalação e lá, os soldados desciam e pegavam as rédeas do cavalo emprestado e se dividiam, alguns retornando em velocidade para o campo de batalha e outros indo descansar e guardar os animais, que também deveriam estar em seu limite.

A sua casa estava intacta, mas deveras silenciosa. Grande parte de sua segurança estava ocupada e os servos, tão ausentes quanto. A madeira não estalava, não haviam passos ou conversa, a população já havia visto o espetáculo que queriam e retornavam para seus afazeres e mesmo assim, estavam longe da residência, não repercutindo som algum naquele ambiente. Até o vento, parecia que estava afastando as fuligens de chegar em Lunaris e com isso, nem o seu assovio era ouvido, deixando Eldarion a sós com seus pensamentos. E ele nunca se sentiu tão exausto em sua vida.

A prisão, não era exatamente o que se esperava, pois não era um local desgastado que qualquer um temeria passar por perto, mas era mais como uma grande mansão e com portas ausentes, sendo barras de ferro que combinavam com as da janela. Não era um lugar escuro, mas limitado a um cômodo com um carcereiro que vagava pelos corredores e por conta disso, não foram recebidos. Muitos ambientes estavam vazios, dada a baixa criminalidade de Lunaris, então não importava onde Ethan fosse colocado.

Já no primeiro andar, deixaram o goblin em uma cela só para si, onde inicialmente ele gritou, mas não demorou e na medida em que o trio se distanciava, ele fazia silêncio, subitamente.

Foram para o segundo andar e encontraram um que a janela dava para uma árvore, um dos soldados adentrou e agarrou as barras, forçando-as e vendo que nem com toda sua força, elas se moviam, então fez um sinal para o outro, que liberou Ethan para ser preso ali, "naquele quarto". Havia uma cama com um colchão agradável, cadeiras e até uma mesa com papéis e lápis (mas nenhuma navalha para que ele pudesse apontar, tendo de requisitar dos guardas ou usar suas afiadas garras) em suas gavetas, caso quisesse escrever algo enquanto estivesse recluso. Havia também um pequeno segmento de paredes, mas infelizmente, sem porta, que era o banheiro e tendo tudo que ele precisasse ali, até para tomar banho.

- Você terá exercícios duas vezes por dia, livre por duas horas cada vez. Seu café da manhã, almoço e janta serão servidos às 05, 11:30 e 19. Sua roupa de cama será trocada após cada três dias. Tem papel nas gavetas da mesa, tente fazer seu tempo valer e não incomode os guardas ou os demais prisioneiros. Parece um hotel, mas lembre que você está sob nossa jurisdição. Sua sentença será avaliada pelo duque, então... Aproveite sua estadia. Aliás, quais suas preferências culinárias? Para eu passar à cozinha.

Tendo sua resposta, o soldado saía dali e o deixava sozinho em sua solidão, mas que após dez minutos, uma face aparecia na cela em frente à sua.

- Olá... - Um... Rapaz? Uma pessoa sorridente observava Ethan, trajando roupas simples. Cabelos sedosos e loiros, um sorriso branco e convidativo, ele se apresentava. - C...Como está lá fora? Já acabou a guerra? - Ele logo se lembrava de algo e ia até sua própria mesa, rabiscando algo com seu lápis e dobrava a folha para ter uma aparência mais aerodinâmica e atirava até Ethan, que batia nas grades e caía no chão, de forma alcançável. - Meu nome é Clay Thorn... E o seu? - Pegando o papel e abrindo-o, ele veria escrito "não coma a comida daqui, ache uma saída, esses caras são sádicos, não crie esperanças e não caia na ilusão desse lugar. Me ajude.". Clay colocava uma mão na grade e agarrava a barra de metal e era possível ver que a ponta de seus dedos estavam totalmente vermelhos, com as unhas quebradas e pretas, parecendo que algo muito pesado prensou-as. Mas o seu sorriso... Era tão angelical que nem parecia que ele sentia dor alguma.

Spoiler:
Spare Kin
Spare Kin

Créditos : 12
Mensagens : 75
Data de inscrição : 21/03/2024

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Qui Ago 22, 2024 8:31 pm




Dawn of The First Day


O vento quente que abraçava meu corpo era reconfortante. Dei uma risadinha baixa ao sentir que Draco de alguma maneira se preocupava comigo, me aquecia com seu sopro suave e quase paternal. Levei a destra até meus cabelos, segurando os fios para que não voassem tanto e se embaraçassem ainda mais. Embora sujo, cansado, eu ainda precisava manter algum traço fino de minha dignidade, ou ao menos, tentar mantê-la. O dragão ia para longe, suas imensas asas fariam mais estrago sobre as cinzas, e cauteloso como ele era, evitava alçar voo em meio a tantas pessoas.

Meus olhos assim se dirigiram ao Lycan, ele se contorcia todo, mas aparentemente aceitava ser preso pelos guardas. Precisava interrogá-lo mais tarde… Embora minha curiosidade estivesse me matando de saber quem ele era e porque estava junto a um de nossos inimigos, minha pequena filha e amanda Lúthien era a minha maior prioridade. Segui andando em meio as guardas em direção a entrada norte da cidade. Minha mente estava em um turbilhão de pensamentos. Em especial naquele lobo… Porque ele arriscaria vir para cá de tão longe? Não podia ser alguém inocente… Deve ser algum falastrão com desejo de riquezas? Ou será um fugitivo? De qualquer maneira, eu precisava entrar contato com Vanaheim a respeito dele… Porém devido a batalha, me perguntava se o reino dos lobos do norte estavam bem.

São tantas perguntas, tão poucas respostas e muitas ações necessárias… Embora minha mente estivesse afiada, meu corpo vacilava. Sentia os músculos da minha coxa retorcendo, repuxando após montar o grande dragão. Estavam falhas, lentas e fatigadas. O consumo de mana tinha seu preço. Eu olhava para a grama verde que agora estava cinza… Será que faria mal deitar sobre ela? Como eu estava cansado…

Levei a mão sobre a testa e fechei os olhos suavemente até ouvir uma voz vinda um pouco mais acima da altura de minhas orelhas. Um soldado logo se desmontava de seu cavalo. Eu o observei. Seus traços sem jeito, marcados pelo cenário da batalha eram mais que notáveis. Os cabelos loiros tingidos de cinzas, assim como o meu estava. Ele estava próximo de mim, seu corpo exibindo a fadiga, a sujeira e o sangue… Esse da qual minhas narinas suspiraram ao sentir o cheiro. Ahh… Era doce. Soltei um leve sorriso gentil para ele. Embora estivesse ferido em pior estado do que eu, ele ainda era forte e resiliente para ajudar seus companheiros.

Olhei para o cavalo, um belo animal, imponente, bem cuidado, mas estava quase cinza também. Levei a destra para a sua cabeça, fazendo um pequeno afago carinhoso no bicho. - Ssshhh Shhh, está tudo bem. - Disse ao animal antes de me voltar para o soldado. - Seu coração é gentil e nobre, meu caro rapaz. Mas com certeza esse belo animal pode ajudar a outros mais do que pode me ajudar. Meu conforto não vale mais que a vida de seus amigos… Leve o cavalo, prenda-o em uma carroça e traga todos de volta para casa. - Eu estava bem, embora fosse um nobre, meu título não mudava o coração acolhedor que eu tinha com meus súditos, na verdade, por eu ter tamanha responsabilidade com eles, eu exigia muito mais de mim mesmo.

- Mas antes… - Estendi minha mão próxima ao rapaz, lançando sobre ele um pouco de minha magia que eu ainda conseguia conjurar. - Aeglatad Fëanor… - Em um sopro suave sobre a palma de minha mão, penas flamejantes saíam dali, indo de encontro com o rapaz, levando o dom da cura das estrelas. Phoenix era constelação mais forte nesse aspecto, sentir seu fogo passando pelo meu corpo me deixava até um pouco mais relaxado. - Agora vai poder ajudá-los com mais facilidade…- Disse ao soldado com um sorriso confiante nos lábios.

Logo mais, um grupo de cavaleiros montados aparecia ao nosso encontro. Olhei para o menos ferido entre eles e logo me aproximei. - Devemos voltar para Lunaris imediatamente… Obrigado por virem. - Disse a eles antes de levar a destra para os céus. - Abram-se as nuvens, que as estrelas brilhem sobre nós mais uma vez… Eu lhe chamo, Monoceros! - Em um feixe, o belo e magnífico unicórnio estrelado descia de sua morada para se juntar a mim. Ele era imponente e tão branco e reluzente que à primeira vista incomodava os olhos. Eu levava meus dedos da destra sobre a face, impedindo que o brilho me tirasse a paz dos olhos por um instante. O unicórnio estelar estava à minha frente. Fechando os olhos suavemente, me curvei a ela em um sinal de respeito. - Obrigado por atender meu chamado, nobre senhor da magia… - Disse a constelação antes de me aproximar. Suavemente levei minhas mãos sobre seu corpo, alisando seu pelo macio e reluzente, algo mágico e magnífico que deixaria qualquer pessoa impressionada… Porém meus homens haviam visto algo muito maior e mais poderosa na noite anterior, Draco.

Montei nas costas da imponente criatura, que me deu uma certa ajudinha para subir em suas costas. Cavalgamos até a entrada Norte de Lunaris, seus portões pesados estavam abertos para a saída e entrada de pessoas. Não posso dizer que o trajeto de volta a cidade era agradável. O cheiro dos corpos carbonizados por Draco, do sangue dos soldados que faleceram na mão das vis criaturas verdes… Isso tudo me incomodava demais, de uma maneira bem peculiar. Pensei em Lúthien, em como ela estava preservada de ver cenas tão horríveis que somente uma batalha podia proporcionar.

Monoceros andava junto aos outros cavalos e quando passamos do portão… Pude ver meu povo e eles estavam… Comemorando? Arregalei os olhos ao ver as pétalas de flores caindo sobre nós. O que era aquilo? Será que tal recepção era… Realmente necessária? Tantos morreram… Tantos ainda estavam feridos e talvez muitos ainda morreriam nos dias que seguissem e mesmo assim… Eles comemoravam, felizes do meu retorno. Bem… Eles estavam agradecidos pela minha proteção, mas eu de certo modo me sentia um pouco impotente… Embora a luta tivesse sido árdua e Draco tivesse nos protegido… Fico imaginando se eu não tivesse tais proezas que Elluna havia me dado… O que teria sido do povo? Bem, tais pensamentos não levariam a lugar algum agora. Suspirei baixinho, eu não sabia reagir por alguns segundos, mas logo abri um largo sorriso e comecei a cumprimentar as pessoas. Aceitar seu carinho, seu amor e admiração… Também era parte de meu trabalho.

Passamos a multidão e seguimos até minha residência. Desmontei das costas de Monoceros e acariciei sua face, tocando brevemente na base de seu chifre. - Obrigado pela carona, querido amigo. - Disse a ele, deixando que o unicórnio decidisse por si o que gostaria de fazer a seguir. Eu estava exausto, minhas pernas que antes falhavam ao meu caminhar agora estavam mais relaxadas, mas não o suficiente para me estabilizar. Cambaleei através da porta de entrada de minha casa. Eu não estava sobre o efeito de álcool ou mesmo de substâncias ilícitas das quais não citarei nome, porém meu andar estava tão torto quanto o de qualquer beberrão em uma taverna.

Meus passos pesados faziam barulho sobre o chão de madeira, era quase como trotes, marteladas profundas… Estava tudo tão quieto… Quieto demais… - Lúthien… Tem… Alguém aqui? - Eu olhei para a sala, os móveis estavam ali, mas ninguém parecia estar em casa. Eu estava sozinho, por algum milagre dos deuses e em minha casa… Porém essa quietude e solidão não me era atrativa.

Eu gostava do silêncio, gostava de ficar sozinho estudando e trabalhando em meus projetos na torre de astronomia… Mas naquele momento, eu só queria o abraço apertado de minha filha, sua risadinha infantil e seu jeito meigo de menina que aquecia o meu coração. A queria por perto, a minha única filha próxima, a criança que eu criei, que ensinei e mais amo em todo mundo…Tais pensamentos começavam a ficar turvos em minha mente. O chão parecia levitar sobre meus olhos, perdendo o balanço de minhas pernas, apenas senti minha cabeça bater no chão.




Aquele filho da puta vai fazer a gente ser morto! Eu observei o goblin se espernear que nem uma criança, suas perninhas para o alto, era engraçado.  - VAI SE FODER CARA DE PAMONHA! Eu não so teu amiguinho não! Tu acha que eu vou fugir pra você voltar a atacar e matar mais??? Seus amiguinhos filhos de uma puta verde mataram três de nós, e um deles era apenas um garoto! - Rosnei alto para o goblin. Cansei, o Ethan paz e amor ficou naquela caverna, minha paciência havia chego ao limite com aquela criatura. Como a moeda de troca não havia funcionado, então eu não tinha motivos para ser amigável com ele.

Era humilhante, ser capturado e não conseguir sequer ter os ouvidos daquele elfo metido a besta. E pensar que era uma mulher bonita de longe… Mas não, é só um almofadinhas colarinho branco, metidinho a besta que acha que pode me segurar… É, deixa ele achar isso… Vou jogar esse joguinho dele por enquanto, só porque to cansado, ferido e fodido, se não, ah meus amigos, nenhum desses Cleitinhos aqui ia me segurar não.

Aqueles guardas talvez não esperassem, mas meu físico em boa forma fez com que acompanhá-los com os cavalos fosse melzinho na chupeta. Ta de sacanagem né? Eu corro contra outros lycans em Vanaheim, um cavalo não seria nada para mim, mesmo machucado. Obviamente que correr em minhas quatro patas seria mais cômodo, mas como aqueles guardas já estavam estressados, cansados e desconfiados, não me arriscaria em mudar de forma assim tão abruptamente.

O cheiro das cinzas e dos corpos era terrível. Ali, perto da entrada da cidade pude ver melhor o poder daquele dragão… As tropas goblins estavam todas tostadas, não sobrava nada para contar história. - Olha ai, tu se safou mano, e ainda reclama de ter sido capturado por mim, tu poderia ter virado churrasquinho de dragão que nem teu pai ali! - Eu disse com uma voz debochada e petulante para o goblin, que já parecia mais calmo, ou apenas menos agitado? Não sei.

Adentramos naquela cidade. O cheiro de flores era sentido pelo meu focinho astuto. Estava tudo meio vazio, o que era estranho. - Doidera… - Eu olhava aos arredores, observando as casas e as pessoas até que o soldado a minha frente me empurrou. Cai no chão de bunda. - Tapoha! - Resmunguei em alto e bom som para aqueles desgraçados até levantar a cabeça para ver a figura de uma mulher.

- Han? - A elfa estendia sua mão delicada para mim, como se quisesse me ajudar a levantar. Levantei uma sobrancelha para ela e recusando sua ajuda, levantei sem tocar em sua mão. Porra eu tava todo sujo, imagina se eu iria sujar as belas mãos de uma dama! Apenas acenei para ela de maneira negativa. O guarda logo argumentou que eu era um prisioneiro, de fato, ele não estava errado e isso fez um pequeno sorriso sair de meus lábios. Oooh eu era o lobo mau, legal.

A mulher logo me oferecia um pouco de pão. Eu olhava para ela incrédulo de sua atitude bondosa e generosa. Suas palavras eram de um tom delicado mas ao mesmo tempo melancólico. Ela não sabia a onde os filhos estavam… Isso deve ser um pesadelo para uma mãe, ver seus filhos irem para a luta e não saber se iriam voltar.

Em sinal de respeito a minha barriga que roncou alto ao ver aquele pão, aceitei a oferta da mulher. - Oh obrigado…- Disse estendendo a minha mão, pegando a comida e colocando junto ao peito. Em retribuição, abri um largo sorriso para ela. Minha cauda aparecia e balançava de maneira animada com aquele gesto tão simples mas de grande valor.

Bem… Aparentemente nem todos os elfos eram almofadinhas metidos a besta então. A mulher ainda ofereceu comida ao goblin. ISSO AI EU ACHEI AUDÁCIA! Ele era inimigo moça, como pode ser seu coração tão puro ou então… Burro? Minha expressão incrédula foi um reflexo do que se passava em minha cabeça. Aceitei o pacote de biscoitos e agradeci a mulher com um aceno da cabeça.

Andaria um pouco junto aos guardas que aparentemente se cansaram de me arrastar, é eu sou pesado, seus frango. O goblin olhou para mim, fazendo aquele comentário ridículo. Bem, ele pagaria por isso. Abri o pacote de biscoitos e comi bem na frente dele em uma bocada só. - Não adianta fingir que é meu amigo para se safar, não há saída para você…- Fixando meus pés sobre o chão, pararia os guardas que me levavam até sei-lá a onde.

Me voltaria ao goblin, meus olhos arregalados. Meu corpo pareceria maior do que ele era (Grande presença). Minha expressão era de uma raiva, um ódio quase palpável de tão tensa. Lentamente abriria a boca, exibindo meus dentes junto às garras de minhas mãos (Intimidação). - Então vê se cala a sua boca, ou eu rasgo a porra da sua garganta com uma mordida… - Eu já havia ameaçado o goblin antes, mas apenas com palavras, mas desta vez, minha postura, tom de voz e expressão eram completamentes diferentes. Eu estava realmente puto. Os guardas provavelmente se intimidaram também, mas para eles, apenas continuei seguindo na direção que eles queriam.

Finalmente havíamos chegado à prisão, uma bem diferente diga-se de passagem. O goblin foi deixado no primeiro andar e logo fui levado para o segundo. O guardinha abriu uma das celas e conferiu a barra de ferro da janela, não fazendo ela nem sequer se mover. Porra de frango. Adentrei a cela e logo comecei a reparar nas coisas que estavam ali. Parecia tudo bem arrumadinho, limpo, organizado… Isso aqui ta melhor que a minha casa bicho.

O guarda logo começou a me passar as instruções. Comida grátis, é bom, exercício físico, muito bom, roupa de cama lavada e trocada a cada três dias? Isso não é um guarda, é um prefeito! O comentário do homem sobre ser um hotel tirou uma gargalhada sincera de meus lábios. - Hahaha posso até escolher a comida que eu quero? E ainda não se diz um hotel… Que luxo! - Disse com um tom brincalhão, bem diferente do jeito que eu havia falado com o goblin minutos atrás. - Um bife bem grandão! Umas batatinhas fritas ou salteadas, quem sabe até um peixe ou frango, desde que seja proteína é pra dentro, afinal não é de verdura que eu mantenho essas belezinhas. - Levava os lábios sobre meu bíceps direito, dando um pequeno beijinho ali, mostrando meu braço forte para o guarda que talvez não tenha notado o meu tamanho.

Deixaria o guarda ir embora antes de espreguiçar meu corpo. Observei o meu quarto mais de perto, embora o banheiro não tivesse porta, era bem fechadinho para impedir que alguém visse cenas nas ortodoxas. - Aaah, dormir em uma cama quente e fofa vai ser tão bom. - Comentei com um leve sorriso antes de observar a movimentação na cela de frente com a minha. Uma figura esguia e pequena, pelo menos mais pequeno que a minha pessoa. O garoto parecia aflito, talvez por conta do barulho da batalha que havia acontecido lá fora, não o julgava por isso. - Ah já! Os seus amigos elfos venceram os goblins, graças a ajuda de um imenso dragão. - Dei de ombros ao me lembrar da cena patética em que estive com medo daquela criatura.

Porra é um dragão enorme, você acha que eu ia ta pianinho na frente dele? Espero que na próxima eu tenha mais coragem para enfrentá-lo, não sou conhecido por ser covarde, talvez a falta de nutrientes e o cansaço tivessem sombreado a minha mente. O garoto logo pegou um papel de sua cela e escreveu algo nele. Ele dobrou o papel a ponto dele conseguir planar e pousar perto de minha cela. Ele se apresentava e… peraí… É ELE, O VERDADEIRO, O ORIGINAL, CLEITINHO? - Me chamo Ethan, prazer em conhecê-lo, Clay. - Disse de maneira animada, balançando a cauda de um lado para o outro, revigorado. Peguei o objeto e logo abri para ver o que estava escrito.

A informação fez minha sobrancelha direita arquear e minha boca entortar para a esquerda junto ao resto da minha face em desaprovação. Porra ta de sacanagem, tortura? Vinda desses caras, chega a ser piada. Eu provavelmente era um melhor torturador que qualquer elfo ali. Olhei para Cleitinho e logo comentei. - Você não tem cara de criminoso, parece até uma menina, me diz ai, o que tu fez pra pintar essas unhas? - Perguntei a ele de maneira curiosa enquanto pegava o lápis sobre a escrivaninha e escrevia uma resposta no papel.

‘’Porque eu confiaria em você?’’ Uma pergunta simples, direta. Eu não tinha planos de fugir até conseguir uma audiência com aquele elfo de cabelos sedosos, mas se as circunstâncias mudassem, talvez fosse minha única opção. De certo modo, não sabia pesar se aquele prisioneiro que claramente não estava ali por acaso estava mentindo ou não. A julgar pelo pão recebido daquela elfa… As pessoas desse reino pareciam se importar uma com as outras, torturas em uma prisão não me parecia algo dentro da realidade… Mas não abaixaria minha guarda a ponto de ser pego, não. Pessoas boas são o disfarce perfeito para canalhas oportunistas.

- Infelizmente eu não fiz nada, apenas cheguei aqui com um prisioneiro e me mandaram para cá porque eu sou de certo modo, suspeito. Na verdade aquele duque almofadinha deve ter inveja desse meu rostinho lindo, ai me prendeu aqui para que ninguém comparasse sua beleza com a minha, pobre elfo. - Mandei um papo para o rapaz para ver sua reação, não podia me preciptar muito em minha história, mantive o detalhe do goblin em baixa apenas para observar.

Aproveitei o momento e tirei a minha camisa, checando o corte que havia sido feito sobre meu peito. - Será que eles arrumam umas roupas pra mim também? - Meus pertences ainda estavam ali, o núcleo do Goblin bárbaro era o troféu que eu havia conquistado em Vanaheim. Engraçado, me prenderam mas nem me revistaram, os cara realmente tavam com medo de pôr a mão em mim? Andei para perto da janela, checando as barras que me separaram da liberdade. Com um pequeno esforço das mãos, tentaria sentir  o quão bem presas elas estavam, testando-as levemente, apenas por curiosidade de saber se me prenderam por ali.



Magia:
Legenda:
histórico:


_______________________________________________


Tomita
Tomita

Créditos : 13
Mensagens : 200
Data de inscrição : 25/10/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Spare Kin Sáb Ago 24, 2024 7:06 am

- Mas, meu senhor... - O soldado quis argumentar contra o duque, não encontrando palavras que pudessem serem usadas de protesto, calando-se então. Levou uma mão ao peito, em respeito e disse de forma forte (mesmo que não fosse tanta quanto queria). - Sim, senhor. Farei de acordo à sua vontade. - Ele curvou-se levemente mais uma vez e estava pronto para se dirigir ao animal, mas Eldarion o bloqueou com o anúncio um pedido.

Sua atenção fora em direção da palma do elfo, que após pronunciar com calma a conjuração de sua magia, penas eram sopradas na direção do rapaz, que fechou o olho, não por medo, mas para apreciar a sensação quente que preenchia seu corpo, rosando suas bochechas, que agora eram vistas na medida em que o sangue era limpo de seu rosto e as feridas, fechadas, cuspindo os pedaços de metal. Após o fim, parecia uma outra pessoa ali, pois seus cabelos não mais estravam grossos pelo conjunto de sangue e cinzas, agora, sedosos e dourados como os raios da manhã e abrindo as orbes como se despertasse de uma sonho agradável, as orbes azuis claro, quase cristalinas, fitavam Eldarion com curiosidade, mas logo se tornando ternura. Ele sorria fracamente e se ajoelhava, colocando a perna esquerda ao chão e uma mão ia em direção ao peito, a saudação que ele queria ter feito desde o começo, mas logo ergueu a cabeça, emergindo em meio às cortinas douradas com um sorriso radiante.

- Obrigado, meu senhor. Você faz tanto por nós. - Os demais soldados chegavam para escoltar Eldarion e viam o ato mágico, dando espaço para não atrapalhar e permitir uma certa privacidade a ambos. - Eu sou um humilde soldado, mas minha vida é tão mais sua que de minha posse, e mesmo assim, eu sinto que lhe devo... Essa batalha fora cruel, difícil e por conta de você, sua magia e contatos, nós vencemos sem grandes perdas. Por favor, me permita ser útil sempre que precisar, minha lealdade por você rivaliza para com a que tenho com o reino. - Ele se levantava parcialmente, ainda com os joelhos flexionados diante do nobre, tentava alcançar a palma que o curou e não o puxava, mas parecia que se alavancava em direção do membro, encostando os lábios contra os dedos do duque, voltando a falar mais fracamente, para que apenas ambos ouvissem. - É a opinião de um soldado de infantaria, mas acho que digo por todos quando busco bênção em você... Qualquer outro senhor de terra teria mandado peões como eu e tantos outros para a luta, ficando no conforto de seu trono, mas vossa excelência tomou parte no campo da batalha com todos nós e isso encoraja as tropas... Todos lutamos para sermos dignos de sua generosidade, meu duque.

Desvencilhando então, ele ia até o cavalo, mas não o montava e sim, prendia o cabelo, amarrando em si mesmo, porém era tão liso que não havia aderência para permanecer enrolado, então ele tentou mais uma vez, fazendo mais algumas voltas para mantê-lo em posição o máximo de tempo que pudesse. Subiu então em sua montaria e fez a frente para Eldarion e sua escolta.

- E OS SEUS MATARAM... - O goblin movia os dedinhos, obviamente contando quanto que era dez menos um. - ...NOVE DOS NOSSOS! E ERAM TODOS ADULTOS!

Ethan provocava o menor, dizendo que ele poderia estar tão tostado quanto os demais ali, anunciando que o pai dele estava entre os demais e ele virou o rosto, procurando realmente pelo genitor. Não o achou ou os corpos estavam tão deformados, mas ele tomou seu tempo em procurar a face conhecida sem ao menos parar um único segundo para se perguntar como que um lobo que ele conheceu na noite anterior tinha a mínima familiaridade para com os seus.

Já adentrando na cidade, uma cena pegou o lycan totalmente de surpresa quando uma civil comum, que nunca houvera trocado palavras com ele, se apiedava da maneira que os guardas o tratavam e correu para alimentar com o que podia, simplesmente por estar no lugar errado na hora certa, incomodada em não saber se seus filhos estariam de volta para a janta, ela só queria que não houvesse a visão de alguém sendo arrastado em sua frente. A resposta da Ethan fora assertiva e ao pegar o pão quentinho, derrubando um pouco de farinha e farelos, a cauda dele aparecia e balançava. Nem tudo era flores, no entanto.

- Cuidado, pessoal. O bufum desse pulguento é potente. Ontem mesmo, na caverna, velamos por algo que morreu dentro dele, pois esse chêro num pode ser saudável. - O goblin fechava os olhos e abaixava um pouco a cabeça, em respeito ao órgão perdido e podre de Ethan, pois lembrava que havia sofrido uma ameaça em que se ele realmente tivesse se espremido durante a noite, o pequenino não mais estaria verde e sim, branco após sua alma ter deixado o corpo. A mulher não pareceu dar muita atenção para assuntos que não lhe cabiam o interesse.

Recebendo os biscoitos e deixando a mulher ir, caminharam um pouco e o goblin requisitou a sua parte na comida, mas em uma atitude cruel, o lycan abria o pacote e ao invés de dar para o outro, ele jogava todo o conteúdo em sua boca, sujando as bochechas com açúcar branco e deixando apenas que houvessem farelos no chão para o menor. Eram biscoitos amanteigados com uma camada açucarada por cima, mesclando os sabores, que inicialmente eram levemente estranhos, mas logo tudo se misturava na boca e criava algo tão aditivo quanto uma droga. Talvez devesse ter dado seu tempo para saborear e não comer tudo junto, ainda bem que ele tinha um outro pacote (que era do outro guarda, recusante, ambos foram para o inimigo deles).

- FILHO DE UMA... - Subitamente o lycan se transformava, pois mesmo em sua aparência humana, agora ele demonstrava sinais de selvageria e sua própria existência parecia que envolvia o verdinho que o calava enquanto ele trancava a respiração ao ser hipnotizado pelo olhar amedrontador de Ethan, onde ele conseguia ver a si mesmo e parecia tão menor do que realmente era. Amarrado e restringido, inútil seria fugir, pois haviam duas figuras que estavam presentes apenas de enfeite, pois se sua cabeça fosse abocanhada e desfigurada como Fenton, duvidava que iriam fazer algo para protegê-lo. Não era sensatez, era medo, o mais puro e Ethan conseguia sentir o cheiro único disso, da química do cérebro do goblin enquanto seu coração batia com força, mas ele não conseguia respirar, temendo inspirar e provocar o predador em sua frente.

Erguendo a mão aos céus, Eldarion maravilhava a todos mais uma vez ao recitar o pedido de um unicórnio, que logo um feixe o recobria, sendo uma iluminação fria como a lunar, mas não era algo pequeno, seu raio era grande e engolfava os soldados junto. Uma constelação apareceu nos céus e descendo em um trote como se saltasse de uma plataforma para outra, mesmo que fosse no ar, a criatura vinha em seu brilho branco que só poderia ser comparado com o das estrelas na noite mais densa.

Quando pisou no solo, ele soltou uma poeira ao redor, mas que não eram as cinzas e sim, algo diferente e sem uma cor determinada, mudando de acordo do ângulo que se visse ou da quantia de iluminação que recebia, pequenos prismas que eram gerados constantemente pelo equino celestial. Eldarion curva-se em respeito ao ser, os soldados fazem o mesmo de cima de seus cavalos e a criatura, imponente, ergue a cabeça, olhando cada um dos presentes, mas não era arrogante, pois logo estendia uma de sua patas para a frente e baixava o focinho até quase encostar no chão, mas mesmo que fosse só um, o corpo se esfarelava e imagens fantasmas, parecendo uma sombra fantasma, todos saudavam em todas as direções, em respeito a cada elfo ali presente.

Agora, indo toda a cavalaria em direção a Lunaris, o som dos cascos dos cavalos era bem presente, mas Eldarion não ouvia o seu próprio, assim como o corpo de Monoceros não parecia causar o mínimo de turbulência e a resposta era simples, pois para não se sujar com toda a sujeira da batalha e poupar o corpo desgastado de seu invocador, o unicórnio galopava há centímetros do chão, não chegando a encostar.

Enquanto o soberano daquelas terras perdia-se em pensamentos sobre os conflitos, a existência de si para com os demais e o motivo do que faziam, o soldado (que já estava com as madeixas douradas soltas ao vento) sacava sua espada e a erguia como o faria com um estandarte de Elenathria. Não havia quem anunciasse, mas ele chamava a atenção e mostrava sua armadura quebrada, mas o corpo perfeito, fazendo a população se exaltar em imaginar que a força deles era tamanha, que o máximo de ferimento que recebiam era na proteção, não sendo potente o suficiente para chegar na carne, não levantando a moral apenas da força militar que seguia o duque, que mostravam os sinais do combate.

Eldarion desceu de sua montaria ao chegar à frente de sua residência e logo agradeceu ao unicórnio, que abaixou-se em agradecimento de ter sido invocado e logo ele se esfarelava na mesma pose, envolvendo o elfo com uma pequena nebulosa cósmica, mostrando sua moradia para o invocador, sendo uma nuvem roxa e preta, diversas estrelas eram vistas e a poeira do que antes era a criatura, agora eram cada brilho que se via até que não mais.

O duque logo adentrou sua casa e pisoteou seu caminho até a sala, clamando por qualquer alma presente, mas infelizmente, era somente a dele. Agora, em um ambiente mais confortável, em seu habitat, o corpo permitiu relaxar, estava longe do fogo, da morte e do sangue, de cheiros e visões desagradáveis, da tensão da batalha. Sentiu-se pesado e até delirante na medida em que ia se desligando, tendo como última lembrança a cabeça chocando-se ao chão, ficando ainda alguns segundos, sem reagir e deixando a consciência ser levada.

- Oh... Imaginei que Draco estaria presente...

As apresentações foram feitas e logo Ethan zoava a aparência andrógina do elfo, que olhou para os dedos machucados e sorriu sem jeito, fechando o punho levemente (para não encostar nos machucados), preferindo recolher as mãos para trás da parede e não mostrando muito dos ferimentos.

- Eu... Eu fui martelado... - Houve um pequeno silêncio em que não se desenvolveu nada além disso. Ethan, inquieto como sempre, resolveu contar sua história, ou pelo menos, uma parte dela. Em uma estratégia mais discreta que ficarem trocando papel, Ethan escreveu num papel a sua pergunta enquanto seguia falando, mostrando para Clay e ele parecia ter se ofendido, então ele olhou para baixo e saiu de cena, indo até sua mesa e pegando uma boa quantia de papel e deixando ao seu lado, e resolveu sentar-se diante das grades, batendo com o rosto contra o metal e se apoiando assim enquanto escrevia. Levou a mão até a boca e riu fracamente, parecendo falso e forçado, ou ele apenas estava cansado para fazer. - Talvez seja isso mesmo, Ethan. - Ele ria mais um pouco. - Elenathria é cheia de lycans, mas permita-me dizer, nenhum é tão... Bonito quanto você.

Sentindo a ardência dos ferimentos causados pela prata, resolveu tirar sua camisa e encontrou um talho que lhe descia do peitoral até a costela do lado oposto, mas não era só um, havia um segundo corte que sobrepunha, mas um pouco mais reto, que descia do lado esquerdo de seu esterno até próximo de seu umbigo. Os cortes eram profundos, mas parecia que o causador de sua queimação, também era quem estancava o sangue de escorrer, pois havia uma crosta coagulada. Não era bonita, isso é uma certeza.

"Sou um recruta e fui enviado para a guerra contra os goblins, mas eu fiquei com medo. Sou um covarde. Por isso fui preso. Como você gostaria que eu provasse que estou falando a verdade?", essas palavras estavam escritas e foram mostradas enquanto Ethan analisava seus ferimentos, deixando Clay um momento simplesmente sentado vendo o strip que era feito.

O papel agora tinha pequenas gotículas de sangue, pelo uso contínuo dos dedos machucados. Clay até tentou escrever mais com a palma do que usando as partes flageladas, mas ficou tão torto e sem apoio do papel, tinha chance de rasgo. Ele permanecia sorrindo, mesmo que fossem ditas coisas horríveis.

Acordando então em sua cama, com o peito nu, Catherine se encontrava ao seu lado e ao ver os primeiros movimentos de que a consciência lhe retornava, ela se levantou e encheu um copo d'água e sem pressa ou euforia, respeitando àquele que talvez não entendesse coisa alguma, ela ofereceu para Eldarion enquanto o ajudava a sentar-se sobre o colchão, mas não lhe entregaria o item de vidro e sim, dando em sua boca, não crente que estava com suas forças restauradas para conseguir segurar algo com firmeza.

A boa verdade é que sentia toda sua musculatura queimando e pesada, seus olhos estavam vermelhos e exigiam mais descanso, os cabelos e o rosto, antes sujos de cinzas, agora estavam levemente úmidos. Ainda conseguiria segurar um copo, mas dificilmente seria útil em atitudes mais bruscas como um combate ou correr, manusear coisas pesadas também estavam fora de cogitação, ele precisava repousar urgentemente.

Na mesma cama, deitada ao lado de Eldarion, estava Lúthien, encolhida e com a ponta dos dedos na palma aberta dele, sendo o único contato físico que tinham, talvez por temer machucá-lo, pois não sabiam se havia algum osso quebrado ou qualquer lesão interna que o levou ao desmaio além da fadiga extrema.

- Meu senhor... Sua filha estava deveras ansiosa por você, não consegui segurá-la. - Ela falava fracamente e estendendo as palavras, pois não sabia o quão confuso poderia estar após recobrar a consciência, mas não de forma infantil. Sua calma era uma forma de manter a paz e não alertá-lo, pois de fato, não havia motivos para alarde, agora era só deixar tudo nas mãos dos demais, ao menos, nessa movimentação inicial. - Infelizmente, preciso de sua orientação com convidados... Vanaheim precisa de nossa ajuda. Vista-se e me encontre na sala, por favor. Tome o tempo que o senhor necessitar.

Catherine deixava o copo em um suporte acima de uma escrivaninha em conjunto da jarra (não confiando deixar nas mãos de Eldarion), levantando-se e ajeitando o vestido (que nem ao menos amarrotou), dirigindo-se logo em seguida até a porta do quarto e deixando-o a sós com a adormecida Lúthien. Não houve uma passagem tão brusca de tempo, deve ter apagado por uma hora, não mais que isso. A iluminação que vinha da janela parecia acalmar as dores no corpo e restaurá-lo, ou pelo menos, tentava. A presença da pequena era tão contagiante que não havia um silêncio mórbido e incômodo, pois com ela ali, ao seu lado, a respiração pesada de quem houvera se permitido relaxar ao ver o pai, provavelmente estando tensa o momento todo em que estiveram separados, os pássaros cantavam uma melodia sem ritmo, mas agradável e até a terra fazia seus sons, pois uma carruagem estava estacionada na frente com os cavalos sendo tratados pelo cocheiro (que não permitia que eles comessem o jardim do duque).

Haviam vozes vindo da sala, diversas e Catherine permanecia tranquila e séria, acomodando os quatro convidados como conseguia, sem a presença dos demais servos. Com Eldarion indo de encontro com o quarteto que o esperava, ele veria figuras desconhecidas, mas muito bem arrumadas. Todos tinham olhares penetrantes típicos de lycan, exceto por uma elfa.  Ao ver o duque se aproximando, todos se levantariam e fariam uma saudação leve, exceto a elfa, que analisaria Eldarion dos pés à cabeça e voltaria sua atenção para os olhos dele, provocativa, mas não querendo faltar com o respeito, ela se levantava e erguia uma saia imaginária, pois seu vestido tinha apenas uma cortina pélvica, cruzando os calcanhares e descendo ao flexionar um pouco os joelhos. Os demais ficaram calados, mas ela falou com a voz mais doce e sedutora possível.

- Saudações de Vanaheim, lord Eldarion Elen Estelmir, sinto vir em momento tão delicado de seu reino, mas serei sua mensageira e não quero me demorar, então serei direta. Precisamos do seu dragão. - Ela erguia o olhar e agora, sem joguinho, ela estava séria. Os outros atrás de si permaneciam quietos, mas após ela anunciar o que queria, eles se ajoelhavam, fazendo o pedido "mais humilhante" para que ela não precisasse fazer.

Vendo seus cortes e questionando se ganharia uma roupa, Clay não soube responder além de fazer uma expressão confusa, então Ethan fora até as barras da janela e forçou-as, deixando que os bíceps se alargassem no esforço e percebeu que se ele realmente quisesse, ele conseguiria tirá-las com certa facilidade. Mas a reação do elfo não fora passiva.

- Não!!! - Clay gritava e estendia a mão, como se fosse conseguir parar os movimentos do lycan. Caiu para trás e se ajeitou, levantando-se e agarrando as barras de sua própria cela, apoiando-se na ponta dos pés enquanto tentava alertar Ethan, mas já não dava mais. Um dos guardas, um que o lobo não conhecia, vinha correndo e o elfo desesperou-se e gritou, orgulhoso. Sua face toda modificou-se, ele sorria maliciosamente e ria (ainda meio falso, talvez fosse o jeito dele). - Seu idiota! Você caiu! Agora o guarda virá disciplinar você! Seu idiota, como consegue confiar em um prisioneiro que conheceu agora?!

O guarda agora chegava. Um anão que não deveria chegar ao um metro e meio, mas corpulento para parecer que sim, uma barba ruiva contrastava em seu uniforme mais escuro. Ele passava um bastão de madeira no metal da cela de Ethan, fazendo um barulho ritmado que era interrompido por um mais forte e agressivo, quando ele batia com força e procurava em seu cinto, o molho de chaves, que não demorou a ser descoberto e logo ele abria as grades que barravam Clay.

- Então você está trazendo problemas novamente? O que aconteceu com suas mãos? Vamos cuidar disso, mas é melhor que se comporte dessa vez. - A voz do anão era tão grossa que parecia uma caverna gutural falando, arranhada e desafinando em todas suas notas graves.

Ao ter a grade aberta, o primeiro movimento de Clay foi de se curvar com as mãos no estômago, pois rapidamente o ruivo o acertava com a ponta de sua arma. O elfo perdia o fôlego enquanto tossia e erguia um olhar choroso para Ethan enquanto, em um movimento desnecessariamente agressivo, este era enforcado pelos grossos braços do anão, que o envolviam. Antes que pudesse ser retirado dali ao mesmo tempo em que era rendido, ele movimentou as mãos, abaixo dos cotovelos do anão, tentando sinalizar para que Ethan se afastasse e nada fizesse, balançando as palmas abertas. Já começava a espumar pelos cantos da boca enquanto os olhos subiam e a consciência começava a se esvair e seu corpo amolecia, mas antes que pudesse desmaiar, ele falou sem voz, esperando que Ethan conseguisse ler de seus lábios:

"Eles querem que você fuja."

Um silêncio se deu logo em seguida, com o elfo desacordado e não lutando, era mais fácil ser levado dali. Mas infelizmente, Ethan não conseguia ter um minuto de paz nesse dia, pois os gritos de luta que Clay fizeram, foram ouvidos nos andar debaixo e o lobo pôde ouvir um velho conhecido guinchando.

- Que que tá rolando?! É o pulguento? Pega ele! Laça ele! Faz ele sentir o que eu senti! - E dava uma risada conhecida e diabólica que somente ele tinha, divertindo-se com a violência não vista, sendo essa, sua forma de usar o tempo do cárcere "de forma produtiva".

Spoiler:
Spare Kin
Spare Kin

Créditos : 12
Mensagens : 75
Data de inscrição : 21/03/2024

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Tomita Sáb Ago 24, 2024 5:23 pm




Dawn of The First Day


Meus olhos se abriam lentamente. A luminosidade do sol para fora da janela incomodava um pouco mais do que eu gostaria. - Hmmng. - Suspirei ao soltar um leve gemido com a garganta. Recobra a  consciência aos poucos e logo os borrões em minha visão se tornavam claros. Eu estava em casa, no meu quarto, sobre a minha cama macia. Rodeado de travesseiros e com duas presenças femininas ao meu lado. A primeira que notei fora Lúthien, tocando minha mão direita com seus miúdos e delicados dedos, adormecida e encolhida como um filhotinho de gato próxima ao meu corpo. Vê-la ali a salvo fez um pequeno sorriso aparecer em meus lábios. - Graças a Elluna… - Disse em um suspiro.

Catherina me ajudava a sentar sobre a cama, senti um pequeno arrepio percorrer minhas costas despidas ao sentir seu toque. Olhei para a mulher de cabelos negros e feições tranquilas. Ela segurava um pequeno copo com água da qual me ofereceu em meus lábios. Eu aceitei sua delicadeza e gentileza para com a minha pessoa. - Obrigado… - Ver as duas bem me dava um alívio no peito, porém as dores físicas sobre meu corpo não estavam perto de passar. Eu escutava as palavras dela, infelizmente ainda havia trabalho a fazer… Esse era o preço de encarar uma guerra, de lutar na linha de frente, mas com toda sinceridade, eu não me arrependia de nada.

A memória daquele soldado ferido e seu cavalo, seu amor e devoção para com minha vida em retribuição do que eu havia feito por ele e por todos os outros de meu reino. A responsabilidade de ser um líder era um fardo pesado de se carregar, mas que no final, era recompensada pelos mais belos sorrisos de alegria de meu povo. Catherine me alertou sobre os emissários vindo de Vanaheim, algo importante do qual ela não sabia lidar sozinha. Eu tinha certeza que lhe faltava experiência com relações exteriores, ela era jovem e ainda despreparada para esse tipo de situação, o que seria uma boa oportunidade para ela aprender a lidar com estrangeiros.

Acenei com a cabeça de maneira positiva para ela. - Não se preocupe, daremos um jeito… Porém preciso de sua ajuda com uma coisa. - Disse enquanto estendia a mão para ela, segurando a destra da mulher. - Peça ao cozinheiro para preparar o jantar ao cair da noite no jardim, e tire toda a prataria… Se formos receber Lycans, precisamos usar o conjunto de ferro ou de ouro branco, o que combinar melhor. - Levei a outra mão sobre meu queixo, coçando suavemente o mesmo. - Eles precisarão de quartos também, individuais. Peça a governanta para preparar todos eles neste corredor. - Os queria por perto para lhes extrair informações. - Quando puder também, me traga informações do nosso exército… Número de mortos, feridos e caso o hospital esteja lotado, mande os feridos para Ionad. - Eu suspirei. Havia falado bastante e logo me afundei nos travesseiros. - Por enquanto é só… Obrigado, Catherine. Me alegra ver você e Lúthien sãs e salvas. - Apertaria sua mão de maneira gentil e confiante antes de vê-la deixar o meu quarto.

Eu aproveitava para passar o tempo ali na cama. Os passarinhos cantavam como se o mundo ao seu redor continuasse o mesmo. Para eles, ainda podia ser, a natureza seguia seu curso, a vida florescia depois de morte e tragédias, mas o curso da minha vida estava mudado. Eu estava mais forte, mais sábio e… Com medo. Ver o fogo de Draco, seu poder e os efeitos em meu corpo. Eu não era mais apenas o Duque daquelas terras, eu era seu herói aclamado, protetor e… Isso me assustava um pouco. O peso dessa responsabilidade… O peso de carregar todos em minhas costas, era um fardo que eu jamais poderia deixar de ter. Olhei para Lúthien, ela descansava tranquila, suspirando. É… Não era apenas por eles, era ainda mais por ela. Minha pequena filha seria um dia tão poderosa para proteger nosso povo? Esse fardo, eu realmente queria que caísse sobre suas delicadas mãos?A guerra muda um homem, mais do que eu poderia imaginar.

Acariciei os cabelos de Lúthien, acordando-a suavemente. Ela resmungou um pouco mas logo começou a abrir o pequenos olhos azuis, presente de sua mãe. - Hmmm pa-pai? - Ela perguntou e quase que em um pulo, ela ficou de joelhos sobre a cama, me encarando, tremendo em felicidade e com os olhos se enchendo de lágrimas. - Olá minha pequena. - Eu disse enquanto abria os braços para ela. Não demorou, ela se jogou em meu abraço, chorando como uma criança pequena. Eu a agarrei com a pouca força que eu ainda podia fazer, trazendo-a para meu peito e acariciando seus cabelos brancos com as madeixas azuladas iguais ao meu. - Papai está aqui minha querida… Papai está aqui. - Senti as lágrimas se formarem sobre meus olhos, mas se recusarem a descerem sobre minhas bochechas. Estava emocionado, feliz e muito aliviado de estar com a pessoa que mais amo em todo esse mundo.

Ela logo sorriu e soltou meu corpo, olhando para mim. Enxuguei as lágrimas de seu rostinho delicado e sorri para ela. - Obrigado por ficar ao meu lado. - Eu disse de maneira gentil. - É lógico papai, não ia deixar você sozinho nesse quarto sem ninguém… Eu estava com tanto medo… - Ela disse antes de me agarrar de novo.

Acariciei seus cabelos, tranquilizando-a. - Eu sei… Eu também tive muito medo… Medo de te perder, de falhar, de ver todos sofrerem… Mas esse medo se tornou uma chama, uma fagulha que me deu coragem para lutar, e se estou aqui, vivo e me recuperando, é porque você foi essa chama acesa em meu coração, minha amada Lúthien. - levei meus lábios até seus cabelos soltos e pouco embaraçados e a beijei. Ela continuava chorando, mas aos poucos suas lágrimas cessavam enquanto eu a abraçava. Tínhamos apenas um ao outro por alguns instantes. Ela logo parou de chorar. - Lúthien, alguns visitantes de terras distantes estarão nos visitando hoje a noite… Preciso que você esteja comigo, posso contar com você? -

Ela acenou com a cabeça de maneira obediente. - O que preciso fazer? - Ela perguntou enquanto se sentava sobre a cama. - Preciso que se arrume, tome um bom banho e esteja apresentável… Prometa que vai se comportar no jantar hoje a noite… - Ela acenou com a cabeça. Estendi a mão até seu pescoço e puxei sua cabeça para baixo para dar um beijinho em sua testa. - Obrigado… Agora precisamos nos preparar… Vá, nos encontramos lá embaixo daqui a pouco. - Disse em uma breve despedida, ela sem exitar e querendo me ajudar e me agradar logo saiu do quarto.

Meu corpo doía, sim, mas não era algo insuportável. Obviamente eu não estava em condições físicas de fazer nada pesado, mas ainda conseguia me arrumar de maneira apresentável para os emissários de Vanaheim. Andei até o banheiro da suíte e comecei a preparar um banho. Embora a sujeira grossa tivesse sido tirada de meu corpo, ainda não me era o suficiente, havia algumas partes de meu corpo que estava intocado. Prendi os cabelos em um coque bem acima da cabeça para que não se molhasse com a ajuda de uma prendedor. Assim como aquele soldado dos cabelos dourados, os meus eram muito finos e lisos, não permitindo que tivessem atrito  o suficiente para se fixarem sem a ajuda de objetos apropriados.

Me banhei tranquilamente, usando as loções e cremes disponíveis. Sai da água quente, me enxuguei com uma felpuda toalha branca e logo fui até meu armário. Precisava estar apropriadamente vestido, mas nada muito exagerado era necessário. Uma camisa branca rendada com fios de ouro mais solta na manga, um par de luvas preta, uma calça de cintura alta também com detalhes bordados em fios dourados e um pequeno broche com um lenço no pescoço eram o suficiente. Não estava tão frio já que era primavera, porém as noites podiam ser mais frescas. Soltei os cabelos e os penteie delicadamente, tirando os nós que se formaram perto das pontas, tirando qualquer embaraço. Os joguei para a lateral, deixando minha franja presa por uma presilha com uma pena azulada e brilhante como as estrelas, uma das penas de Aquila. Me olhei no espelho e sorri.

Eu estava pronto, mas havia percebido que todo o processo de me arrumar adequadamente havia tomado um tempo maior que o esperado, até porque eu estava lento por conta do cansaço. Suspirei e logo sai do quarto, descendo a grande escadaria do primeiro andar até o salão de entrada da mansão, passando pelos corredores da ala leste, fui até a sala de visitas a onde nossos hóspedes estavam.

Ao passar pela porta, pude ver Catherine, Lúthien e os quatro emissários, três lycans bem aparentes e uma…Elfa? Pisquei algumas vezes enquanto me aproximava deles. - Peço perdão por não poder recebê-los na porta da frente e ter de fazê-los esperar. - Disse enquanto curvava levemente meu torso e acenava com a cabeça para cada um, inclusive para a elfa. Meus olhos roxos estavam em tons mais avermelhados por conta do uso excessivo de mana, deixando claro como o dia, quem eu era.

Os Lycans presentes não me pareciam tão desconfortáveis em minha presença do que aquela elfa, ela sabia e sentia tanto quanto eu o peso do preconceito criado entre as nossas famílias. Eu não me deixava afetar por tamanha besteira, embora eu pressentisse os elfos e tudo o que faziam, manter o porte e a graça em devida situação era apenas protocolo. As palavras diretas dela e os lycans ajoelhando como se implorasse minha ajuda me fez ficar um pouco constrangido.

- Tal reverência não é necessária, filhos de Elluna. - Disse aos Lycans antes de dar um sorriso gentil a eles. Eu gostava de Lycans, eles eram fiéis ao que acreditavam e ao longo de todos os anos no comando de Elenathria, eu os tinha como meus irmãos, bem mais quistos que qualquer outra família élfica. Olhei para a elfa e dei um sorriso levemente torto para ela. - Desculpe-me senhorita…?- Gesticula para ela, procurando um nome que soasse de sua boca. Se ela me dissesse, continuaria. - Senhorita (fulana), eu entendo perfeitamente a sua pressa em resolver um problema grande como a da invasão dos goblins. - Eu disse enquanto me aproximava de uma das bancadas onde eu sabia que tinha vinho. Peguei sete taças de vinho de cristal dali e logo tirei uma das garrafas do armário.

Eu observava a garrafa enquanto continuava a falar. - É costume do meu povo receber emissários com comida, abrigo e uma pequena festa, em sinal de paz e boa amizade. Acredito que estejam cansados da viagem e me magoaria profundamente se partissem tão brevemente sem aproveitarem da hospitalidade de minha casa. - Serviria o vinho nas taças e entregaria uma a uma a cada um daquela sala. Começando por Catherine e Lúthien, da qual servi menos vinho, depois pelos três Lycans, deixando a última taça para mim e para a elfa. Me aproximaria dela, estendendo a bebida. Disse com um sorriso para aquela mulher, quase podendo tocar a tensão no ar entre nossos corpos.  - Por isso peço que descansem, e à noite, depois do jantar poderemos discutir melhor a respeito do dragão. - Disse, dando um gole na bebida de minha taça. - A propósito, como está o seu rei, em boa saúde eu espero. - Perguntava para a mulher, uma pergunta bem abrangente, não apenas sobre o rei dos lycans, mas se ela notasse o sutil olhar que eu tinha, e o tom de voz ao falar a palavra ‘’seu’’, perceberia que não era a esse rei a qual eu me referia e sim ao rei dos elfos, Yggdrasil.

As reações exageradas de Clay e seu sorriso e palavras tortas e falsas me faziam ter calafrios. Eu tinha certa pena dele, ele era um covarde, um fugitivo… Mas até aí, eu também não era? Eu corri da responsabilidade quando tive chance, deixei outros Lycans, em especial aquele policial para trás por que eu estava com medo da responsabilidade… Com medo de ser visto como um líder por outros… - Você é tão delicado e frágil, não imaginei que escolheria a vida de soldado.- Realmente era estranho, até mesmo para um recruta alguém tão magro, pequeno e covarde escolher a carreira militar. - Não veja isso como ofensa, é que, olhando pra você, poderia facilmente ser visto como…Como… Bem, como alguém que não é militar sabe? - Levei a destra até os cabelos, coçando a cabeça levemente, meio sem jeito.

Meus ferimentos ardiam um pouco mas ao ver o sangue no papel que aquele rapaz havia escrito, me compadeci mais com ele. - Sem mais papel… Isso vai te machucar muito. E cuidado com essa cabeça na grade, pode ficar com uma sinusite de friagem. - Eu não sou a melhor pessoa para dizer palavras bonitas de gentileza, mas minhas atitudes em quesito proteção e saúde eram uma maneira de expressar tal coisa. Amassei o papel e o joguei fora.

As palavras do rapaz a respeito de minha aparência fizeram um sorriso bobo surgir em meus lábios. - Ah nem sou tão assim não. - Disse de maneira modesta antes de ir até o banheiro me preparando para puxar a barra da janela. Com o mínimo esforço de meu braço, ela já havia se movido, mas não tive tempo de mover a mesma de volta, pois Clay começou a gritar.

Eu não entendi de primeira o que ele havia dito, mas sua risada estranha e maluca me fez olhar de volta para ele. - Que? - Eu não estava entendendo mais nada, a minha pena com o garoto e sua história parecia ser colocada a prova novamente. Não demorou para um guarda se aproximar. Sai de perto da janela quase que em um pulo e encarei o magricelo elfo na cela a frente. O anão logo usou de sua arma para render o elfo e o agarrou com tanta força que o começou a sufocar. - HEY! - gritei de minha cela. - Pra que apagar ele assim? O garoto já tá machucado! - A frustração e preocupação na minha voz era genuina. Embora eu não conhecesse o rapaz direito, vê-lo sendo enforcado daquela maneira era cruel e sádica demais até para mim.

- Não foram vocês que machucaram os dedos dele? - Eu não sabia em quem acreditar, embora a força bruta do anão fosse real, suas palavras anteriormente eram de preocupação e de desentendimento a respeito dos dedos machucados do elfo. - Para onde vão levá-lo? - perguntei de novo, esperando uma resposta daquele anão. E antes que pudesse ouvir algo da boca do ruivo, pude ouvir a voz do goblin vindo do andar de baixo. Aquele filho da puta ainda soava inteiro e bem. - Se querem alguém pra torturar peguem aquele maldito goblin, o mínimo que ele merece é umas unhas arrancadas. - Eu disse já agarrado nas barras de ferro da minha cela, apertando-as com tanta força que podia sentir o metal dentro de meu aperto estalando.


Legenda:
histórico:


_______________________________________________


Tomita
Tomita

Créditos : 13
Mensagens : 200
Data de inscrição : 25/10/2023

Ir para o topo Ir para baixo

[Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day Empty Re: [Narrada/Fechada] - 2.0 Dawn of the First Day

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 1 de 2 1, 2  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

Novo tópico   Responder ao tópico
 
Permissões neste sub-fórum
Podes responder a tópicos