[Auto Narrada/Aberta+18] - A Sombra do Corsário de Âmbar Act II

A atmosfera do bar do cais permanecia imbuída de uma mistura de sons e murmúrios, as conversas dos marinheiros, o ranger das cadeiras e o tilintar de copos criavam uma sinfonia peculiar que acompanhava a vida portuária. Em meio a essa cacofonia, um homem se aproximava, sua presença direta e segura cortando o ar como um marinheiro experiente enfrentando as ondas tumultuosas.

Ele trajava uma camiseta branca de mangas longas que delineava os contornos de seus braços, e seus cabelos estavam presos de maneira prática, sugerindo um homem habituado a lidar com os ventos fortes dos mares. Mas eram as botas que roubavam a atenção, um par de botas bem trabalhadas, que pareciam ter histórias a contar sobre os lugares por onde haviam passado.

Claire de imediato analisava o sujeito de cima a baixo, aparentava não gostar do homem, mesmo que fosse um estranho completo, virando o rosto para o mesmo com desdém.

Ineel ergueu o olhar, seus olhos  se encontravam com os do recém-chegado. O sorriso confiante do homem transmitia a promessa de futuras histórias compartilhadas nos mares. -  Encontrou o cara certo, meu amigo. Partiremos em breve, me chamo Ineel! - Respondia o pirata, confiante.

No entanto, no momento em que a cena parecia destinada a girar em torno dessa nova parceria, o bar se viu invadido por uma mudança de tom e direção. A porta do estabelecimento rangeu quando duas belas moças adentraram o recinto, seus passos confiantes ecoando pelo espaço.

Os olhares inevitavelmente se voltaram para elas, como marujos atraídos por um farol em meio à escuridão. Seus cabelos dançavam em cascata sobre os ombros, e os vestidos revelavam figuras esculpidas com precisão artística. Mas eram os seios fartos que capturavam a atenção de muitos, uma visão que não passava despercebida, despertando os desejos naturais daqueles presentes.

No entanto, para Claire, aquela cena era mais do que um simples espetáculo passageiro. Seu olhar, afiado como uma lâmina, capturou os detalhes, e suas emoções se revelaram em um gesto inesperado. Ela pegou as mãos de Ineel, com suas ações mais eloquentes do que qualquer palavra, fazia com que seus dedos deslizassem gentilmente até seus seios, um toque possessivo e íntimo que trazia consigo um turbilhão de sentimentos para a cabeça do jovem pirata.

Ineel sentiu o toque de Claire como um choque elétrico, uma expressão visceral de seu desejo e de sua possessividade. Ele olhou para ela, seus olhos encontrando os dela em um instante de entendimento. Era como se, naquele gesto, Claire estivesse reafirmando sua ligação, marcando-o como seu em meio às tentações do mundo.

- Pode ser nossa chance de conseguir algumas moedas para nossa viagem, vamos... - Suplicava o pirata, em quanto apalpava os seios da bela vampira com suas mãos, momentaneamente cedendo aos ciúmes de Claire.

-  Está bem, mas irei junto.. - Respondia Claire, completamente atenta a situação, logo se levantando juntamente de Ineel.

Ineel e Claire se moveram como uma única entidade em direção às duas donzelas recém-chegadas. Cada passo que davam parecia carregado de uma intenção palpável. - Estamos interessados, sou um navegador experiente e planejo uma expedição para terras distantes. - Argumentava Ineel ao se aproximar, não hesitando em seguir viagem, pagando pelas refeições e se despedindo do lugar logo em seguida, seguindo as demais instruções das moças.

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A carruagem seguia seu caminho pela estrada sinuosa, os cascos dos cavalos batiam ritmadamente no solo. Ineel e Claire estavam acomodados dentro, compartilhando o espaço com a mistura de ansiedade e expectativa que a jornada lhes trazia. O céu noturno estava salpicado de estrelas cintilantes, como diamantes incrustados em um manto escuro.

Cedric, sentou-se próximo. Seus olhos perscrutavam o horizonte, como se vislumbrasse algo além das colinas que se estendiam diante deles, não perdendo tempo em suas indagações. - Minha escuna, não é apenas um navio ancorado no porto. Ela é uma extensão de mim mesmo, de minha determinação e coragem. Anos nas zonas portuárias da cidade me ensinaram a sobreviver e prosperar em meio a desafios. Eu sou um Navis, e isso significa que a essência do mar corre em minhas veias. Embora não tenha pisado em Greenleaf, conheço bem o caminho. - Respondia, com grande determinação.

Ineel olhou para Claire ao seu lado, um sorriso suave curvando seus lábios. A presença dela, forte e apaixonada, era uma prova tangível de sua capacidade de superar obstáculos.   -  E, além disso, tenho alguém ao meu lado que compartilha essa jornada comigo. - Concluía, calmamente.

A jornada através das paisagens noturnas e estreladas da estrada finalmente cedeu ao cansaço, e a carruagem encontrou o abraço acolhedor de uma alvorada suave. Entre cochilos intermitentes e momentos de um descanso restaurador, Ineel e Claire encontraram o conforto que precisavam para enfrentar as próximas etapas de sua jornada.

As colinas verdes e ondulantes davam lugar a uma paisagem que parecia resplandecer com uma aura nobre. Torres altas erguiam-se contra o céu, e as cores ricas das tapeçarias que adornavam os edifícios evocavam a opulência do ducado distante. A carruagem parou diante das majestosas portas do castelo, seus detalhes intricados testemunhando a grandeza que aguardava além delas. Quando as portas se abriram, eles foram todos bem recebidos.

Cedric, com sua postura elegante e confiante, tomou a dianteira, e Ineel percebeu a importância do momento. Ele se manteve ao lado de Claire, um sentimento de respeito e determinação enraizado em seu coração. A presença de Claire ao seu lado era como um lembrete constante para que não colocasse olhos em seios alheios.

- Me chamo Ineel - ele começou,  com sua voz firme e segura. - Sou um navegador experiente, e, se me permitem, um corsário ocasional. - Ele permitiu que um sorriso se formasse em seus lábios, a energia irreverente brilhando em seus olhos. - Trago ideias promissoras para trazer mercadorias raras de terras longínquas, tesouros que podem despertar o interesse e a curiosidade da nobreza. - Concluía.

A linguagem do comércio e das oportunidades estava presente em suas palavras, mas também havia um traço de honestidade. Ineel não estava apenas vendendo mercadorias; ele estava vendendo a paixão que sentia pelas vastidões do oceano e pelas possibilidades que ele oferecia. Ele estava se apresentando como um homem que não apenas entendia os mares, mas também entendia a importância de explorar maravilhas de mundos distantes.

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Ineel adentrou a sala, onde uma atmosfera elegante e sedutora pairava no ar. Seus olhos foram instantaneamente atraídos por uma figura feminina deslumbrante, cujo vestido revelador destacava um decote que parecia desafiar a imaginação. Seus olhos seguiram a linha do decote, uma breve distração que lhe rendeu um vislumbre do colo atrativo. No entanto, antes que sua mente pudesse formular qualquer pensamento, uma sensação suave e possessiva o envolveu.

Um frio gélido familiar envolveu seu corpo quando Claire, sua amada vampira percebendo a tentativa de seduzir o pirata com tal vestimenta, deslizou seus braços ao redor dele, enlaçando-o de forma sutil, mas com um toque de possessividade, como uma fera segurando seu pedaço de carne.

- Meu nome é Claire. -  apresentou-se a vampira,  de forma objetiva e reservada, em quanto se discutiam os acordos e todas as demais apresentações eram feitas.

Claire, mantendo sua compostura , observou o duque com um sorriso sereno enquanto ele proferia sua cantada velada. No entanto, a vampira não pretendia permitir que suas palavras a desestabilizassem. Com uma sutileza provocativa, Claire decidiu responder sem precisar dizer uma única palavra.

Enquanto o duque completava sua frase, Claire desviou os olhos por um momento, como se desconsiderasse o comentário, mas sua atenção logo retornou a Ineel. Ela deu um passo lento e gracioso em direção a ele, como se a atração entre eles fosse inegável e irresistível. Seus dedos delicados roçaram o braço de Ineel em um toque suave e quase casual, mas carregado de intenção.

Ela olhou para Ineel com um olhar cheio de confiança e ousadia, como se estivesse transmitindo uma mensagem apenas para ele. Seu sorriso era sutil, quase malicioso, e seus olhos cintilavam com uma centelha travessa. Ela estava deixando claro que os elogios do duque não a afetavam, que ela estava além disso.

Os olhos de Ineel, atentos e perspicazes, captaram a leveza do comentário do duque. Ele sentiu a tensão sutil que se formou no ar e percebeu o desconforto que aquelas palavras causaram tanto em Claire quanto nele próprio. No entanto, Ineel tinha uma habilidade inata de lidar bem em situações delicadas com diplomacia, e ele sabia que o respeito e a elegância eram essenciais nesse momento.

Com um sorriso educado e uma postura impecável, Ineel fez uma leve inclinação de cabeça em direção ao duque antes de falar. Sua voz era calma e medida, carregada de uma autoridade tranquila.

- Vossa Graça, agradeço pelas generosas ofertas que estendem a nós. - Respondia o pirata, tomando para si todas as moedas ofertadas, por fim lançando um olhar suave em direção a Claire, deixando claro que sua resposta estava firmemente alinhada com os sentimentos dela.

Ele se permitiu sorrir novamente, dessa vez incluindo o duque e a comitiva no gesto. - Estamos de acordo e ansiosos para explorar  as oportunidades que o ducado tem a oferecer. Será uma honra, e espero que possamos trazer algo valioso também para sua nobre casa. - Finalizava o pirata.

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