[Auto Narrada/+18] Bastards Of Light

A vida em Beholder’s Watch não é uma vida ruim, desde que virei undead ao menos eu não me importo de estar aqui, afinal olha que dia lindo lá fora, quando olho pela janela o que vejo? Um lugar escuro, belas nuvens negras no céu, e a alguns amigos undead caminhando na rua, aquele é um esqueleto, aquele outro lá aquele, naquele beco que fica mais na lateral a esquerda, ele é um tipo de Durahan.

Ali passou um vampiro, e aquele outro é um oni? Isso mesmo um oni grandão e barrigudo, definitivamente isso que é diversidade, puxei o ar para meus pulmões, claro que eles nem funcionam mais sem eu forçar, mas velhos hábitos não morrem, acendi meu cigarro e sentei na janela, era o último cigarro que ainda estava comigo. Olhando o tempo passar me deliciei com a fumaça, enquanto ficava apenas observando os transeuntes do topo de minha mansão.

Degustar o cigarro enquanto me planejava era apenas uma parte do que estava organizando pra hoje, mas talvez no momento esse fosse o maior prazer que eu teria antes de sair para comprar mais, além disso, esse seria definitivamente um dia de trabalho para mim, ainda precisava ir atrás de informações sobre criaturas que estejam envolvidas em aparições mais recentes e aqui é Darkaria, não é como se isso fosse alguma raridade.

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Terminando de me deliciar na minha bela e maravilhosa vista diaria e claro no sabor inigualável da nicotina, me ergui, me esticando todo, começando a alongar meu corpo todo, e pra que? Não faz nem sentido já to todo costurado mesmo, e ainda me divido em pedaços, não me julguem, são hábitos estranhos que eu tive há algum tempo, como estalar meus dedos por exemplo.

Ou quando eu dou umas mordida nos lábios sem razão nenhuma, eu às vezes faço coisas inexplicáveis. Assim, saí dali caminhando pela mansão onde cumprimentei os servos acenando enquanto passava de forma silenciosa, todos eles formalmente faziam reverências conforme eu caminhava.

Eu não exigia formalidades tão grandes assim, mas era padrão, e às vezes faz bem pro ego, mas não era algo que eu precisava que me fosse prestado dessa maneira. Então saí, para ir até as lojinhas próximas, queria um cigarrinho barato pra guardar um maço pra mais tarde.

Felizmente meu paladar não era exigente, então caminhei pra um botequinho mesmo, adentrei ao lugar com tranquilidade, era um ambiente clássico, adorava esses lugares, madeira envelhecida, algumas mesas de sinuca, e um balcão velho e sucateado, aaaah o gostinho das tabernas é disso que a gente tá falando aqui. Eu até posso ver o risca faca que acontece aqui toda noite, simplesmente um palácio.

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Conforme adentrava escutava o som delicioso, era uma música tocando, uma delicia como a base era forte, um grave e uma batida contagiante, muitos olhos lá dentro se voltavam pra mim, provavelmente por que sou um duque ou coisa assim, então devo ser levemente famoso. Ou talvez eles soubessem de algo que não sei, como se tivesse sei lá papel higiênico preso na minha bunda enquanto eu caminhava.

De qualquer forma, nenhum deles disse nada, enquanto caminhei pro balcão, ali tinha um balcãozinho com umas prateleiras atrás, tinham bebidas que não dá nem pra ler o nome, essas que são boas, e o atendente era ilustre, o caveirão arrancou a cabeça e jogou de onde o corpo tava sentado, e ela veio deslizando até mim por cima do balcão.

A cabecinha então começou a falar comigo, era um atendimento certamente divertido, mas muito comum aqui.-Que que manda chefia?-então me sentei no banquinho ficando tranquilo por ali, eu ia só comprar cigarros mas já que me retirei de casa, vou aproveitar e beber alguma coisa.

Então fiz meu pedido.-É o seguinte, eu quero um maço de cigarro, um baratinho, e me manda uma cachaça, se tiver a olho de beholder passa pra cá..-comentaria apoiando os cotovelos no balcão enquanto aguardava meu pedido ser entregue.

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Meu amigo esqueleto começou então a pegar as coisas, trazendo para mim um maço com dez cigarrinhos e um copo cheio da bebida que pedi, ele então estendeu a mão e disse.-Ta aqui chefia, 10 peças de cobre na minha mão.- e com essa fala dele, enfiei a mão num bolso, catei minhas peças de cobre e coloquei sobre a mão dele, deixando que ele se virasse dali por diante.

Peguei a bebida sobre a mesa e quando ia levando a boca antes que meus labios encostassem no copo um outro aviso veio até mim, ele antes de ir embora depois de pegar aquelas moedas com uma voz de serrote posturado falou.-Mas ei, vê se não abusa da bebida viu chefia, não quero problema com gente da nobreza por aqui.- ele soltou uma dessa.

Aquilo me fez ter um sorriso sarcástico, por um momento quase levantei e comecei uma briga só pra contrariar, mas no fim com um sorrisinho cínico disse.-Só vim beber algo, não esquenta a cabeça.-ele ficou preocupado, afinal eu não fui tão claro se iria ou não respeitar o lugar, mas era bom que ele ficasse na dele enquanto isso ia acontecendo.

Depois disso comecei a degustar minha bebida enquanto ficava refletindo exatamente pra onde que quero ir, o que definitivamente ia causar aquela breve ansiedade até eu ir embora, ele podia dormir sem essa. De qualquer forma, apenas estava aproveitando o começo do meu dia.

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Terminei minha bebida e me levantei, colocando o copo sobre o balcão, escutei por mais alguns segundos a batida da música que estavam tocando, e então me retirei do lugar, provavelmente agora sim o cara iria ter um alívio, segui então para buscar a informação que eu buscava. Iria para a mansão novamente falar com minha equipe.

Caminhei pelas ruas vendo a garoa que se formava, aos poucos as gotas de água molhavam o solo e caiam sobre meu sobretudo, enquanto eu avançava com passos largos e calmos até a mansão. Antes que a grande chuva começasse a ficar muito forte eu voltei, me aproximando agora da sala do conselho, aquele lugar era realmente um antro de conhecimento, eles reuniam pergaminhos, livros e redigiram muitos desses, era lá que eles também completavam os documentos, e resolviam boa parte das questões políticas que não me cabia a necessidade de intervir é claro.

Adentrei ao lugar onde vi meus auxiliares trabalhando com os documentos e concentrados em pegar as informações que precisava. -Bom dia a todos, estou aqui para conseguir algumas informações, quero saber sobre as aparições de criaturas mais recentes e problemas que estejam para ser resolvidos nos arredores.-completei esperando para obter as informações que aqueles homens pudessem estar guardando por enquanto.

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Quem se levantava ali era o Smithers um baixinho undead, provavelmente morreu muito jovem, ou talvez ele fosse só muito pequeno, não sei, de qualquer forma ele ta aqui a alguns anos, ele é algo mais zumbi, não sei dizer que tipo de undead exatamente ele é, igual não sei dizer bem meu tipo. Mas isso é irrelevante também.

Ele ergueu-se subiu num banquinho e pegou um pergaminho, ele jogou sobre a mesa sentando de novo, pigarreou e disse.-Pois bem, o que temos para hoje são Ectodogs, eles estão rondando a região de Bunker Hill, lá você vai ver uma matilha deles rondando, não parecem ser tão fortes, mas são inimigos chatos.-Explicou ele em um tom bastante convincente.

Ectodogs em? Pensei comigo mesmo naquele momento, sabe não era de tudo ruim eles podiam me gerar alguns núcleos para forja, eu já conseguia visualizar a arma que faria com uma dessas, existiam muitas ideias rondando minha mente nesse momento. Uma arma que atravessa o corpo do inimigo!! Quer dizer, toda arma faz isso, mas no caso de forma espiritual.

Ou talvez pegar a modificação do ectoplasma e acoplar isso dentro de uma arma capaz de fazer múltiplas mudanças de formas e lidar com a situação em questão. É outra ideia possível, e controlando ela com necromancia, poderia fazer seu alcance ter alterações drásticas. Realmente uma arma versátil em? Pensei comigo mesmo por algum tempo.

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Eu tinha divagado sobre itens que poderia criar, o que não era incomum, mas voltei a realidade mordendo os lábios e sorrindo após isso, era empolgante, respondi a meu amigo que havia se esforçado para pegar as informações.-Oh Obrigado!! Foram informações muito úteis, vou procurar eles em Bunker Hill.-Então fui para outro lugar trancando a porta dali, saindo direto para o quarto.

Lá iria trocar meu jaleco e minhas roupas como um todo, trocando cigarro para o bolso da roupa nova, enquanto penteava os cabelos e lavava o rosto, era hora de caminhar em direção a caçada. Sairia da mansão com tranquilidade, e então iria mergulhar no chão começando a cavar por debaixo da terra, derrubando o túnel atrás de mim para não deixar um buraco aberto nem uma linha exata de pra onde estou indo.

O chão era bastante rígido nas terras de Darkaria, mas cavar ainda era bastante prazeroso, eu gostava de me locomover desse jeito, o que às vezes me fazia me perguntar se talvez eu gostasse disso, por que é onde meu corpo deveria estar agora? Afinal, em teoria ele morreu há um tempo. Entretanto ainda era uma viagem bastante peculiar para Bunker Hill, fui lá algumas poucas vezes antes, e lutei algumas batalhas lá, me lembro um pouco de como é o local.

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Conforme ia me aprofundando na minha movimentação subterrânea comecei a divagar de novo sobre os itens, agora pensava na possibilidade de talvez a criatura não estar ali sozinha, e se vários Ectodogs estivessem servindo a um espírito vingativo maior? Algo como uma Banshee em? Uma arma que grita e atrapalha todos os inimigos? Seria interessante.

De qualquer forma, iria poder criar coisas inusitadas com o que quer que eu encontrasse por lá, e isso era excitante, opaaaaa acho que passei direto… Estava divagando a horas e sonhando acordado quando percebi então comecei a subir para o topo e ergui a cabeça percebendo que passei alguns metros criando um túnel de retorno e voltando até Bunker Hill.

Saí do chão em uma área não habitada, de modo a agora seguir minha caminhada fechando claro o último túnel antes de sair dele, e fui com tranquilidade afinal ainda teria de pedir mais informações antes de conseguir procurar melhor os inimigos, o povo devia ter maior noção de como eles se portavam aqui pelas colinas.

Procurei alguém que me parecesse ser uma figura de mais autoridade, entretanto a minha caminhada estava difícil bunker hill não era muito populosa em si as casas eram afastadas uma das outras diferente do centro de Beholder’s Watch, aqui as casas eram afastadas eu teria de caminhar um pouco mais, já que a maioria dos transeuntes, pareciam com pressa, o que poderia me gerar informações mal explicadas, ou confusas e incoerentes.

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Depois de muitos transeuntes apressados finalmente cheguei a uma figura ilustres, essa era uma garota, sentada numa cadeira de balanço na frente de um casebre de madeira que soltava fumaça pro alto por uma pequena chaminé, o cheirinho que vinha de lá era algum tipo de churrasco, o que fazia bastante sentido, afinal a moça era claramente uma ôni. Algo que eles precisavam bastante era comer muito.

Então me aproximei, ficando a uns cinco metros dela, então com um sorriso social no rosto comecei a falar com ela com um tom de voz agradável é claro.-Boa tarde moça. Eu queria saber se você sabe algo sobre os Ectodogs que foram vistos aqui na região.-Disse esperando que ela tivesse algo para mim, afinal seria chato ter ido até lá sem muita utilidade.

A oni me olhava com um olhar desconfiado, ela deixava seus olhos semi fechados, olhando como se tentasse lembrar de onde me conhecia. Talvez ela tivesse me visto ali no passado, ou talvez me viu em algum quadro repassado, ou alguma magia que criou uma imagem minha de alguma maneira. Havia muitas possibilidades.

Mas definitivamente eu não me lembrava dela, o que era estranho, eu me lembraria de uma beldade como aquela se tivesse topado com ela por aí antes, ela tinha um olhar e rosto incomuns, além de um corpo bem esculpido.

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