[Auto Narrada/+18] Lake of Fire

Primeiro de tudo preciso comprar prata para começar a fazer a forja, um lingote para ser moldado. Então com os núcleos em segurança saí mais uma vez da mansão, a chuva agora já havia parado, e ainda estava aquele cheirinho gostoso depois que a chuva molha as pedras e a terra. Talvez a apreciação de algo tão simples viesse pela minha sensação de realização agora que tinha alguns dos materiais.

Não demorei muito até chegar a uma loja de materiais, afinal a forja é parte do que a população local admira e pratica. Dito isso havia encontrado até mais de uma loja de materiais, quando cheguei até a primeira, podia notar no mesmo momento do outro lado da rua outra. Entretanto iria entrar na mais perto de mim, ou seja a que estava do mesmo lado da rua que eu já estou.

Entrando ali eu senti outro cheiro que me agrada, sim, uma delícia, o cheiro de metais, aço, ferro, cobre, prata, esses foram os primeiros que passaram pelo meu nariz, até fechei mais olhos e puxei o ar com força, pra sentir aquele cheiro e imaginar aquelas ligas sob meu martelo, era uma coisa adorável. Claro, eu só ia levar prata dali, mesmo que pudesse buscar mais coisas hoje.

Ganhos:
Perdas:

Adentrando o lugar aquele cheiro ficava mais forte, podia ver diversos trabalhos em aço, o que me fazia parar alguns instantes apreciando a obra criada pelo dono do local. Algumas espadas, foices, lanças, e até mesmo algumas flechas com pontas de 4 bases, algo que não era necessariamente incomum, mas não deixava de ser apreciável.

O chão era feito de pedra como a maior parte da arquitetura de Beholder’s Watch. O lugar tinha lamparinas de luz roxa, como as que ficam do lado de fora, afinal, é a forma mais facil de iluminar qualquer lugar aqui. Já quanto ao balcão, era de madeira envernizada, necessario, dado que a região fria como Darkaria, tende a ter problemas com a umidade.

Depois de um curto periodo um homem apareceu, ele era um undead assim como eu, mas um tipo diferente, claramente, ele tinha um corpo esquelético, com algumas partes em carne ainda, mas outras, faltavam, ele tinha um olho apenas no rosto, mas não demorei a descobrir onde exatamente ficava o outro olho.

Ele estendeu a mão para mim, e seu olho ficava grudado na carne que ainda tinha em sua mão, uma pouca carne por sinal, apodrecida e escura, os músculos da região quase não existiam, dava para ver o tecido fibroso que ligava aquela região aos ossos ainda. Ele certamente tinha me reconhecido. Como sei? Sua expressão mudou quando ele abriu o olho da mão e me viu mais de perto, é a velha expressão de "olhem só o que temos aqui”...

Ganhos:
Perdas:

O homem parou na minha frente começando a observar com aquele olho na mão, até finalmente me recepcionar, falando o que veio em sua mente, tato social, não é o tipo de coisa que vem primeiro no repertório dos mortos vivos eu diria.-Que interessante, não imaginei ver um duque por aqui em? Acho que minha loja está melhor do que nunca heh he eh eh…-Disse brincando, o que novamente mostrava, que não temos muito tato, ao menos alguns é claro, já que ele poderia ter feito saudações apropriadas.

Entretanto, isso era uma mera observação, já que eu sempre fui desligado dessas formalidades. Exceto aquelas que eram prestadas dentro da hierarquia militar. -Na verdade eu só quero 3 lingotes de prata.- Peguei 30 moedas de prata do bolso e coloquei sobre o balcão, esperando que ele fosse buscar o que pedi, ele observou as moedas, e começou a contar aos poucos.

Ele olhava com aquele olho na mão segurando com a outra, bem de perto, como se checasse a veracidade das moedas. Enquanto apenas esperei, talvez ele achasse que eu era um impostor ou algo assim. Quando terminou, ele finalmente foi buscar saindo de onde estava e indo para uma porta ao fim do corredor.

Ganhos:
Perdas: 30 pratas.

Depois de algum tempo lá dentro ele voltou trazendo os lingotes que pedi, conforme ele os colocou sobre o balcão, parei para observar atentamente se eram de boa qualidade. Peguei em cada um para sentir o peso, e ver se não estava me entregando algo oco, ou duvidoso, as vezes misturam metais, e banham em outros pra enganar compradores. Se bem que ele teria de ser burro para fazer isso.

Terminando de checar criei um terceiro braço flutuando na minha frente para segurar os lingotes e levar para mim, deixando minhas mãos livres. –É uma boa prata. Obrigado e boas vendas.-Disse já me virando, apesar de perceber de canto aquele olho curioso que apareceu naquele momento. Ele realmente ficou encabulado com minha presença por lá.

Quando ia me aproximando da saída finalmente, depois de desencanar de me observar ele respondeu.-Obrigado, volte sempre!!-E respondi com um aceno com a mão, ainda de costas, erguendo a mão e balançando no alto. Conforme fui para fora, peguei um cigarro do bolso, colocando-o na boca, acendendo e começando a caminhar.

Queria sentir o sabor da nicotina mais uma vez, aquele gosto realmente não saia de mim, era uma caminhada bastante revigorante, com a fumaça lentamente deixando o cigarro enquanto avancei para a mansão, um dia que vale a pena recordar.

Ganhos: 3 Lingotes de Prata
Perdas: 30 pratas.