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[Auto Narrada +18] Castelos de Areia

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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 1:18 pm

Castelos de Areia.

— Ano/Estação:  Se passa durante 839/Outono | 840/Verão | 841/Primavera
— Pessoas envolvidas: @Nii Ovonulo
— Localidade: Foz Dourada | Vilarejo de Plumas (próximo a Foz Dourada)
— Descrição: A narrativa conta do duelo de Nii contra as raposas negras. Começando do ponto de estopim da sua historia e indo até o confronto dois anos depois.
Aviso:  Violência.
「R」
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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 1:25 pm



I. Penas Vermelhas



O ar ao meu redor estava pesado, carregado com o cheiro acre de madeira queimada e do sangue que encharcava o chão. As chamas rugiam, lambendo as construções do Vilarejo de Prumas, tingindo a noite de um laranja infernal. O mundo ao meu redor estava em caos, mas minha atenção estava fixada em uma única figura, uma silhueta grotesca, retorcida pela magia sombria, que bloqueava meu caminho.


As penas da minha nuca estavam eriçadas, o medo correndo em minhas veias. Mesmo assim, minhas patas mantinham a firmeza necessária para segurar a Quackblade, cuja lâmina irradiava um brilho intenso, alimentado pela minha determinação e pelo desejo de vingança.


— Você realmente acha que pode me parar, pato insignificante?


A voz da raposa negra, distorcida e gutural, ecoou pelas ruas desertas. Seu corpo, antes ágil e gracioso, agora estava deformado pela escuridão. As garras afiadas brilhavam à luz do fogo, e seus olhos, profundos e malévolos, cintilavam com a promessa de morte.


Você fala demais para alguém que está prestes a ser depenado — Respondi, minha voz carregada de uma calma feroz. Era um confronto há muito esperado. — Esta noite, você pagará por tudo.


Com um rosnado, a raposa negra avançou, as garras rasgando o ar com uma velocidade assustadora. Movi-me instintivamente, saltando para o lado com a agilidade que só um pato de minha linhagem poderia ter. A Quackblade girou em minhas asas, encontrando as garras da raposa em um choque que fez faíscas voarem.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 1:26 pm



I. Penas Vermelhas


Ela era rápida, muito mais rápida do que eu poderia prever. Cada movimento era um borrão, cada ataque letal e tão preciso, como se estivesse antecipando meus próprios movimentos. Mas eu também era rápido, esquivando-me com destreza, minhas penas cortando o ar enquanto me reposicionava, tentando encontrar uma abertura.



— Você pensa que pode me derrotar? Um pato? Um simples e miserável pato? — Ela rosnou, saltando para frente em um ataque selvagem.


Com um bater de asas, evitei o golpe, deslizando pelo chão encharcado de sangue, a Quackblade riscando um arco brilhante no ar enquanto tentava alcançar seu pescoço. A lâmina passou a poucos centímetros de sua pele, cortando apenas o vazio enquanto a raposa se afastava com uma risada cruel.


Eu não sou apenas um pato! —retruquei, o cansaço começando a pesar sobre mim, mas não permitindo que isso enfraquecesse minha determinação. — Eu sou a vingança!


A raposa riu, um som que reverberava pelo vilarejo em chamas, mas eu não me deixaria abalar. A lembrança do que ela havia feito, de todas as vidas que destruiu, alimentava minha fúria, fortalecendo meu braço – ou melhor, minha asa – para continuar.


A luta prosseguia, um jogo mortal de garras contra lâmina. Cada golpe era trocado com ferocidade, o chão sob nossos pés desmoronando em pedaços enquanto a batalha se intensificava. Eu sabia que não podia manter esse ritmo por muito tempo; meu corpo, mesmo treinado, era limitado pelo que eu era.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 1:28 pm



I. Penas Vermelhas


— Você está cansando, pequeno pato — A raposa sibilou, seus olhos brilhando com um prazer maligno. — Não pode durar por muito mais tempo.


Ignorei a provocação, concentrando-me no próximo movimento. Meus olhos, pequenos mas atentos, procuravam qualquer fraqueza, qualquer hesitação. E então eu vi – um leve tremor em sua pata direita, uma pequena hesitação que revelava o dano que eu havia causado. Era agora ou nunca.


Com um bater rápido das asas, voei baixo em direção a ela, a Quackblade brilhando com a força da minha determinação. Concentrei todo o meu poder em um único golpe, mirando o ponto exato que eu havia notado. Mas, no último segundo, algo – uma sombra, uma presença sombria – surgiu ao lado da raposa.


A Quackblade parou no ar, a centímetros de sua pele, segurada por uma força invisível. A raposa sorriu, um sorriso que transbordava vitória, enquanto eu lutava para entender o que estava acontecendo. Um arrepio percorreu minhas penas enquanto percebia que havia subestimado o poder das trevas que a cercava.


— Você não esperava por isso, não é? — ela zombou, suas garras se erguendo para o golpe final. — Sua vingança termina aqui, Ovonulo.


Minha mente correu em busca de uma solução, mas o tempo parecia congelado. O mundo ao meu redor estava em silêncio, exceto pelo som das chamas que queimavam o vilarejo. Sabia que precisava agir, mas algo, alguma coisa, me impedia de mover a lâmina. Era como se a própria noite tivesse se voltado contra mim, paralisando minha asa no meio do ar.


— Não.. Não é assim que termina.


Sussurrei, forçando cada fibra do meu ser a empurrar a Quackblade, a romper a barreira invisível que me segurava. Mas o poder da escuridão era avassalador, e minha força, embora grande, parecia insuficiente naquele momento.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 1:30 pm



I. Penas Vermelhas



A raposa avançou, pronta para o golpe final. Eu podia ver a vitória em seus olhos, sentir a frieza de sua aproximação. Mas, no fundo de mim, sabia que isso não era o fim. Não poderia ser o fim. Algo mais estava em jogo, algo que eu ainda não compreendia completamente.


E então, no último instante, quando suas garras estavam prestes a rasgar meu peito, algo quebrou a tensão. Uma explosão de luz cegante iluminou a noite, interrompendo o movimento da raposa, forçando-a a recuar com um grito de dor.


Eu caí no chão, ofegante, sentindo a adrenalina pulsando em meu corpo. A luz desapareceu tão rápido quanto apareceu, deixando-nos ambos em um estado de choque. A raposa, agora hesitante, olhou em volta, procurando a origem daquele poder, enquanto eu tentava recuperar o fôlego.


Mas, antes que qualquer um de nós pudesse reagir, uma voz ecoou na noite, uma voz que eu não esperava ouvir ali.


— Não tão rápido — Disse a voz, firme e carregada de uma força que me fez arrepiar até a última pena.


Olhei ao redor, confuso, tentando localizar a fonte. Mas tudo que vi foi a raposa se encolhendo, seus olhos arregalados de medo.


Quem quer que fosse, havia interrompido nossa luta em um momento crítico, deixando a batalha em um impasse. Eu estava exausto, mas o que quer que fosse que me segurou antes, parecia ter ido embora, deixando-me com a Quackblade firme em minha asa, ainda pulsando com o desejo de vingança.


Mas agora, a situação havia mudado, e eu precisava entender o que estava acontecendo. Quem havia me ajudado? E por quê? Eu estava prestes a desferir o golpe final, mas agora, tudo estava em suspensão, aguardando o próximo movimento.


O silêncio voltou a reinar sobre o Vilarejo das Plumas, quebrado apenas pelo crepitar das chamas e pelos gritos distantes de moradores apavorados. A batalha ainda não estava decidida, e eu sabia que o próximo passo seria crucial, não apenas para mim, mas para tudo o que estava em jogo naquela noite.


De alguma forma, eu sabia que essa batalha estava longe de terminar.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 2:43 pm



II. Meu passado


O céu acima de mim estava em tonalidades de um azul suave que era muito novo para mim, quase sem nuvens, refletindo a paz que eu sentia no pequeno galinheiro ao lado de um laguinho. A luz do sol matutino tocava as águas calmas, criando um brilho dourado que fazia meu alegre coração se sentir quentinho e protegido. Era um dia comum, como qualquer outro, e eu não poderia estar mais feliz.


Crescer aqui, nesse canto isolado de Satar, era um verdadeiro privilégio. Eu acordava todas as manhãs com o som suave do vento balançando as folhas das árvores e o murmúrio calmo das ondas lambendo a margem. Às vezes, enquanto nadava no lago, sentia que poderia ficar ali para sempre, flutuando na superfície e observando as nuvens passarem.


— Ei, Nii, está pronto para mais um dia de diversão?


Era a voz de minha mãe, que soava calorosa, cheia daquele amor incondicional que só ela poderia oferecer. Eu me virei, abanando a pequena cauda, e corri em sua direção, sentindo o coração leve.


Sim, mamãe! Vamos nadar no lago de novo? Eu quero ver se consigo pegar os peixes hoje! — Eu disse, cheio de energia, e ela riu, uma risada suave que sempre me fazia sentir em casa.


Nossa vida era simples, mas era tudo o que eu conhecia e, portanto, tudo o que eu precisava. Havia um conforto na rotina, uma alegria em saber que cada dia seria tão pacífico quanto o anterior. As galinhas ciscavam no chão ao nosso redor, cloquejando tranquilamente, e o sol brilhava com uma luz suave sobre o gramado verdejante. O galinheiro ao lado do lago era o único lar que eu conhecia, e eu não podia imaginar um lugar melhor para estar.


— Claro, meu pequeno. Mas lembre-se, os peixes são rápidos! Você precisa ser ainda mais rápido se quiser pegá-los — Ela respondeu, e nós nos dirigimos juntos para o lago.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 2:46 pm



II. Meu passado



O lago era o meu lugar favorito. Sempre foi. Deslizar pela água, sentir a correnteza suave contra minhas penas... Nada poderia ser mais perfeito. Eu mergulhava a cabeça na água, tentando ver se algum peixe se aproximava. Às vezes, eu os via passar rapidamente, prateados e ágeis, e tentava segui-los, mas eles eram rápidos demais para mim. Isso nunca me desanimava; na verdade, me fazia querer tentar mais e mais.


Depois de um tempo, voltávamos para o galinheiro, onde eu me aconchegava ao lado de minha mãe. Ela me contava histórias de tempos antigos, de como o lago tinha sido o lar de muitos antes de nós, e de como sempre seria um lugar seguro enquanto estivéssemos juntos. Eu acreditava nela, porque nunca tinha tido motivo para duvidar.


As noites eram igualmente pacíficas. O silêncio só era quebrado pelo canto dos grilos e pelo suave farfalhar das folhas nas árvores. Eu dormia profundamente, sentindo-me seguro sob a asa protetora de minha mãe. Nada poderia me fazer mal aqui. Nada jamais mudaria. Ou, pelo menos, era isso que eu acreditava.


Naquela noite, tudo começou como de costume. O céu estava claro, as estrelas cintilando como pequenos pontos de luz, e o ar estava fresco, com um leve perfume de flores. Eu estava aninhado ao lado de minha mãe, os olhos já começando a se fechar, quando ouvi um som estranho. Abri os olhos, confuso, e levantei a cabeça.


Mamãe, você ouviu isso? — Perguntei, minha voz baixa, quase um sussurro. Havia algo no ar, uma tensão que eu não conseguia explicar. Ela também estava alerta, seus olhos fixos na entrada do galinheiro.


— Fique perto de mim, Nii — Ela disse, e eu me aproximei, sentindo um frio estranho percorrer minhas penas. Nunca a tinha visto tão séria antes.


O som se repetiu, mais alto desta vez. Algo estava se aproximando, algo que eu nunca tinha ouvido antes. Um rosnado baixo e ameaçador que fez meu coração acelerar. Minha mãe se levantou, suas penas eriçadas, e me empurrou para um canto.


— Não saia daqui, Nii!


Ela ordenou, sua voz firme, mas carregada de medo. Eu estava congelado no lugar, o coração batendo forte no peito. A porta do galinheiro se abriu com um estrondo, e o que vi naquele momento mudou minha vida para sempre.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 2:48 pm



II. Meu passado



Eram sombras, movendo-se rápido demais para que eu pudesse entender o que estava acontecendo. O cheiro de sangue encheu o ar, e o som de gritos e de penas sendo rasgadas ecoou pelo galinheiro. Tudo se desenrolou em um borrão de terror e confusão. Eu vi minha mãe, corajosa e feroz, enfrentando as criaturas que haviam invadido nosso lar, mas elas eram fortes, implacáveis.


Uma delas, maior que as outras, avançou sobre ela. Eu queria gritar, correr para ajudá-la, mas meu corpo não respondia. Eu estava paralisado, assistindo impotente enquanto minha mãe lutava por nossas vidas. Ela conseguiu ferir uma das criaturas, mas outra a atacou pelas costas, rasgando suas penas e abrindo feridas profundas.


MAMÃE!


Gritei, finalmente conseguindo soltar a voz, mas era tarde demais. A última coisa que vi foi o olhar dela, cheio de dor, mas também de amor e de um pedido silencioso para que eu fugisse. Então, tudo se apagou.


Eu não sei como, mas me encontrei correndo, saindo do galinheiro, minhas patas pequenas se movendo rapidamente pelo chão. O cheiro de fumaça encheu minhas narinas, e eu ouvi o crepitar das chamas atrás de mim. As raposas haviam colocado fogo no galinheiro, e ele agora ardia com uma fúria que parecia refletir a dor que consumia meu coração.


Eu corri até não conseguir mais, meus pulmões queimando, minhas patas doendo. Quando finalmente parei, estava sozinho, o galinheiro não passava de uma mancha distante, com as chamas ainda iluminando o céu noturno. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, meu corpo tremia de exaustão e medo, e eu caí de joelhos, soluçando.


Naquela noite, tudo o que eu conhecia foi tirado de mim. Minha mãe, meu lar, minha inocência... tudo destruído por aquelas criaturas malignas. Mas enquanto eu chorava, enquanto a dor tomava conta de mim, algo mais nasceu dentro de meu coração. Não era apenas tristeza ou desespero. Era uma chama, pequena, mas crescente, alimentada pelo ódio e pela sede de justiça.


Eu jurei, naquela noite, enquanto as cinzas do meu passado flutuavam ao vento, que nunca esqueceria o que aconteceu. Eu me levantaria, me tornaria forte, e caçaria cada uma daquelas raposas até a última. Elas pagariam pelo que fizeram, e eu não descansaria até que a última delas estivesse morta.


Eu poderia ser pequeno, frágil, mas sabia que o ódio que queimava em meu coração me daria forças. Eu não era mais UM patinho inocente que nadava alegremente no lago. A partir daquela noite, eu era um caçador. E minha presa... eram as raposas negras.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 6:34 pm

III. O que estava a me consumir.



A escuridão era minha companheira constante. As noites eram longas e frias, mas o desejo de vingança queimava em meu peito, mantendo-me aquecido. Depois do ataque que destruiu tudo o que eu conhecia, eu me tornei um errante, vagando pelas florestas e colinas ao redor de Foz Dourada, procurando respostas, procurando um caminho. Eu sabia que não poderia enfrentar aquelas raposas negras na forma em que estava; eu era frágil, pequeno, e ainda assombrado pelo medo que me paralisou naquela noite fatídica. Mas ao mesmo tempo, algo dentro de mim, algo feroz, me dizia que eu não estava destinado a ser um simples pato.


Meus dias eram passados escondido, longe dos olhos vigilantes dos predadores que rondavam os arredores do lago. Eu me alimentava como podia, caçando pequenos insetos e peixes no lago, lembrando de como as águas antes tranquilas agora pareciam turvas, assim como a minha alma. Cada refeição era acompanhada de um pensamento recorrente: eu precisava me tornar mais forte. Eu precisava me preparar para a batalha que estava por vir.


O destino, no entanto, tem formas curiosas de nos guiar. Foi em uma dessas noites, enquanto eu praticava movimentos furtivos entre as sombras, que eu encontrei Kael. Ou melhor, ele me encontrou.


— Você se move como uma folha ao vento, pequeno Nii, mas uma folha jamais vencerá uma tempestade.


A voz grave e rouca me fez congelar. Girei para encarar a figura que emergia das sombras – um corvo, velho e de plumagem desgastada, mas com olhos que brilhavam com uma inteligência aguçada. Havia algo de intimidador nele, uma presença que fez minhas penas se eriçarem.


Quem é você? — Minha voz saiu trêmula, mas mantive a cabeça erguida. Não importava quem ou o que ele fosse, eu não mostraria fraqueza.

— Kael é o meu nome. Tenho observado você, pequeno, e sei o que você busca. Vi o que aconteceu naquela noite… — A menção da noite fatídica fez meu coração apertar, mas também acendeu uma centelha de raiva. — Você quer vingança. Mas do jeito que está agora, você só encontrará a morte.

Eu não tenho medo da morte!

Respondi, firme. Mas no fundo, sabia que não era verdade. O medo da morte era o que havia me paralisado naquela noite, o que me havia feito falhar em proteger minha mãe.

Kael soltou um som que parecia um riso, um som rouco e meio sinistro.


— Ah, todos dizem isso. Mas a verdadeira força não vem de ignorar o medo, e sim de aprender a controlá-lo. Eu posso te ensinar, Nii. Posso te transformar em algo mais do que um simples pato. Mas o caminho será árduo, e você precisará estar disposto a abrir mão de tudo o que conhece.


Olhei para Kael, estudando-o. Não sabia se podia confiar nele, mas algo em seus olhos, uma mistura de sabedoria e tristeza, me fez sentir que ele falava a verdade. E, no fim, eu não tinha nada a perder. Tudo o que eu tinha já havia sido tirado de mim.


Eu aceito. Me ensine.


por AN!

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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 7:08 pm

III. O que estava a me consumir.



Kael assentiu, seu olhar se suavizando por um momento.


— Muito bem, então. Vamos começar.


O treinamento começou naquela mesma noite. Kael me levou para uma clareira escondida na floresta, longe dos olhos curiosos de qualquer criatura que pudesse nos observar. Ali, entre as árvores altas e o céu noturno, eu aprendi o que significava ser um verdadeiro caçador.


— Primeiro, precisamos trabalhar sua mente — Kael disse, pousado em um galho baixo de uma árvore enquanto eu o observava do chão. — Você tem o coração de um guerreiro, mas a mente de um filhote. Isso precisa mudar.

E como faço isso? — Perguntei, impaciente. Eu queria aprender a lutar, a usar minhas garras e bico para destruir aqueles que tiraram tudo de mim.


— Paciência, jovem Nii. A mente de um guerreiro não se forma com pressa. Primeiro, precisamos eliminar as distrações. Feche os olhos.


Obedeci, fechando os olhos e sentindo o frio da noite envolver meu corpo. Ouvia o vento nas árvores, o farfalhar das folhas, e a respiração de Kael acima de mim.


— Agora, concentre-se apenas na sua respiração. Deixe o mundo ao seu redor desaparecer. Não pense em vingança, não pense em medo. Apenas foque em você mesmo, no seu interior.


Era difícil. A cada tentativa de concentração, pensamentos sobre minha mãe, sobre aquela noite, sobre as raposas negras, invadiam minha mente. Mas Kael estava lá, me guiando com paciência, até que, eventualmente, eu consegui. O mundo ao meu redor se tornou um borrão distante, e tudo o que restou foi a sensação da minha própria existência, a minha respiração constante, o bater do meu coração.


— Agora, Nii, abra os olhos e veja o mundo com clareza.

Kael ordenou, e quando abri os olhos, tudo parecia diferente. As árvores, o céu, as sombras ao meu redor – tudo estava mais nítido, como se eu estivesse vendo o mundo pela primeira vez. Era como se minha visão tivesse se expandido, e cada pequeno detalhe ao meu redor agora parecia fazer parte de um grande quadro que eu estava começando a entender.


— Isso é o que significa ter uma mente de guerreiro. Agora, vamos trabalhar no corpo.


por AN!

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