[Auto Narrada/ Fechada] Perseguição Temporal

A noite chegava, caminhando pelas pequenas estradas de barro próximo a capital Richelau, o alvo meio vampiro, Drayn, seguia calmamente seus passos enquanto caminhava. Sem muito fadiga ou também pressa, ele estava bastante saciado, não se entendia o motivo do mesmo estar só naquele momento e naquele lugar, mas seguindo a ideia do destino, nada se era por acaso.

Com a aparência de um jovem humano na faixa dos seus vinte poucos anos, Drayn tinha uma peculiaridade que era fácil de ser notada, sua boa aparência, por isso não tinha muitas queixas ou desavenças por onde passava. “Preciso ir para na mansão dos Richelau, ouvi dizer que eles tem uma grande biblioteca com livros de magias antigas.” Era o pensamento do jovem enquanto novamente seguia aquelas estradas a pé firme, levando consigo nada mais que cinco moedas de prata e as vestes que estavam sobre seu corpo.

Drayn nunca foi uma pessoa reclusa e na dele, porém sempre respeitava o clima que o ambiente favorecia, não sendo aqueles chatos de forçados que sempre falam quando não se era necessário, mas também não sendo aquela pessoa introvertida ao ponto de ser esquecido por todos, sendo um simples ser que tem suas horas de brincadeiras e diversões, como também seus momentos de determinação e frieza.

Uma grande neblina tomava o local daquelas estradas, não era muito possível ver o que se estendia tanto a sua retaguarda, quanto a sua vanguarda, apenas tendo nitidez em poucos metros, isso para uma humano normal, porém o alvo não era um humano normal, sua descendência paterna lhe condia uma visão um tanto que privilegiada, e era a mesma que fazia o jovem observar algumas centenas de metros a sua frente havia uma carroça parada no meio daquela estrada, algo estranho para aquele momento, porém isso não alterava o caminho do meio sangue, seguindo calmamente na direção da estrada.

O frio começava a tomar conta daquele lugar, eram por volta das meia noite e qualquer pessoa que fosse sã saberia que aquela estrada não era um bom local para se seguir, não nesse horário e com esse clima, porém haviam alguns humanos que realmente queriam testar o destino, sendo esses os que estavam naquela carroça. Em primeira impressão era possível perceber que a mesma estava com uma das rodas quebradas, porém não por um fator natural e sim proposital, algo como uma pequena emboscada ali, seus cavalos que a carregavam haviam sido assassinados, e alguns corpos de humanos devidamente trajados e uniformizados também estavam ao chão. “Por isso sempre acontece comigo?” Se indagou Drayn, pois sempre em seus cento e cinquenta e seis anos cenas como essa aparecem em suas viagens para estudo.

Alguns rastros era possível perceber ao redor da carroça, mesmo sem nenhuma habilidade de rastreio ou algo do tipo, era nítido que uma pequena emboscada acabou por acontecer naquele lugar, e aqueles que emboscaram correram para dentro da floresta perseguindo algo, e isso ativou um pouco a curiosidade do jovem meio vampiro, já fazia dias que ele caminhava sem ver ter um pequeno resquício de ação, e para melhorar já se faziam anos que ele não interagia com o mundo a fora, pois havia se trancado em uma grande biblioteca em busca de novas descobertas do estudo do seu pai. Sem muita hesitação Drayn seguiu para dentro da floresta.

Gritos e mais gritos se ouviam, alguns metros de distância da carroça um grupo de homens também devidamente trajados e uniformizados, porém com roupas que mais pareciam de sacerdotes que militares, rodeavam uma linda mulher de cabelos loiros. Por volta dos seus vinte e poucos anos, a mulher em si além de muito bela estava totalmente despida, amarrada em ambos os braços e pernas, ao redor da mesma estavam cinco homens com túnicas azuis e detalhes cinzas, como uma espécie de ritual os mesmos de joelhos apenas oravam para o deus que eles serviam, e sim, toda aquele teatro era possivelmente uma espécie de oferenda no meio daquela floresta.

As orações haviam terminado, aqueles homens começavam a olhar para os céus enquanto um deles puxava um punhal com alguns desenhos e detalhes um tanto estranho, e logo o mesmo começava a recitar palavras e frases como forma de iniciação a oferenda.

Ohh Deus Zegar! Estamos diante do senhor para lhe oferecer essa mulher pura e virgem, nos agracie com a dadiva de nunca envelhecer meu ser onipotente, tome para si essa mulher como forma de nossa gratidão pela suas benções!

Os olhos verdes da loira se arregalavam, sua boca agora amordaçada abafava seus constantes gritos, enquanto isso aqueles quatro homens faziam uma espécie de corredor para que o quinto homem, o que havia dito as palavras para iniciação da oferenda, começava a caminhar lentamente até o corpo da refém. Com as duas mãos segurando o cabo do punhal, ele elevava ao céus, com a ponta da lamina apontada para o que seria o peito da garota, o sacerdote não piscava por nenhum momento.

Ohh DEUS ZEGAR! LHE OFERECEMOS ESSA VIDA EM FORMA DE GRATI... GRRTRREERRE!

Em meio as falas de entrega do sacerdote o mesmo era interrompido, uma pedra do tamanho de um punho o acertara na cabeça fazendo com que o mesmo além de não terminar a sua frase, grunir de dor e sentir um pouco de sangue descendo de sua cabeça. A pedra? Vinha de uma direção mais escura daquela floresta, fazendo assim todos voltarem sua atenção para tal lugar, enquanto o sacerdote com o punhal que havia deixado o joelho tocar ao chão devido a pedrada, agora se levantava com a mão a cabeça enlouquecido pois alguém havia interrompido seu ritual.

Em meio a escuridão dois pontos azuis brilhavam naquele lugar da floresta, e cada vez mais eles iam ficando maiores como se estivessem se aproximando, passos lentos era possível de se ouvir, enquanto isso os outros quatros homens empunhavam suas armas, eles pareciam estar bastantes nervosos, mas quem não estaria, o que poderia ser que vinha daquela escuridão da floresta naquela hora?

Yo, vocês poderiam encarecidamente soltar a moça?

Uma voz era ouvida vindo da direção daqueles pontos azuis, agora era possível entender que aquilo nada mais eram do que olhos, olhos estes bastantes marcantes, porém um tanto que frustrantes após verem e ouvirem que eram apenas um homem que se aproximava, com seus cabelos alvos e lisos, uma postura meio desleixada e sem nenhuma arma, o que mais o marcou naquela aparição era pelo fato do mesmo estar coçando seu nariz com a ponta de seu dedo indicador, e isso fez com que todos os homens já não ficassem mais com medo.

Matem ele, temos que voltar para o ritual antes que passe que a lua saia da sua posição!

Gritou o sacerdote machucado, enquanto o homem começava a se aproximar mais daquele grupo e assim se mostrar bem mais sua aparência para os mesmo, e por incrível que pareça, era o jovem Drayn que havia conseguido seguir as pistas deixada pelo grupo até aquele local. Sem muita hesitação os homens seguiam rapidamente na sua direção, com espadas e adagas, todos atacavam de uma só vez o jovem, porém por ironia do destino, o mesmo deus que eles estavam anteriormente pedindo uma benção, havia abençoado o jovem vampiro em seu nascimento, mostrando o porquê daqueles olhos azuis brilharem tanto.


Essas roupas, vocês são os babões do Zegar né?

Em um tom um tanto que zombeteiro e ardiloso, Drayn zoava aquele grupo de homens que apenas se irritavam mais com o jovem, então poucos passos de distância dos mesmo, os vislumbres da benção de Drayn se iniciavam, ele conseguia prever os ataques daquele grupo como se os mesmos tivessem feito as ações com mais velocidade, pequenos vislumbres azuis com formas da silhueta dos inimigos imitavam os movimentos deles porém mais acelerados, fazendo assim Drayn saber quais seriam seus próximos passos antes mesmo deles fazerem.

Observando toda aquela previsão, o meio vampiro não pensou duas vezes em apenas se esquivar de um dos homens pegando sua própria adaga e a apunhalando em seu pescoço, rapidamente o mesmo retirava a adaga cravada naquele pescoço e realizava quase que os mesmos movimentos para todos os outros inimigos, porém agora focava outras partes vitais dos mesmos, como coração, olhos, virilha e afins. Quando menos se esperava todos aqueles quatros homens estavam inutilizados, ou melhor, com um passo próximo da cova agonizando no chão.

Após aquela que parecia uma chacina em si terminar, o último homem, o sacerdote que havia levado a pedrada, ficava petrificado de medo, ele não conseguia mover um musculo e tremia bastantes enquanto observava Drayn se aproximar dele. No mesmo momento um retângulo brilhoso e estranho sugira em cima da cabeça da garota com a frase “Antes de salvar a garota, faça 100 flexões e 100 abdominais”, e embaixo parecia ter outras duas coisas iguais uma na cor verde com a palavra “Aceitar missão” e outra na cor vermelha com a palavra “Rejeitar missão”, sendo essa a única coisa que intrigava o jovem vampiro ao ponto de fazer o mesmo parar por um momento e observar que aqueles botões de aceitar e recusar estavam justamente na posição dos peitos daquela garota.

Mas que porra é essa?

Algo inusitado aparecia, por incrível que pareça aquilo por um instante fazia com que Drayn parasse seu avanço por poucos segundos, mas logo em seguida o mesmo continuava o que estava fazendo, assim ceifando a vida do ultimo sacerdote ali. Com aquele retângulo peculiar a sua frente o mesmo acabou por entrar em um impasse do que iria se fazer naquele momento, a mulher que estava a sua frente parecia bem mais aliviada após ver que o grupo de malfeitores havia sido neutralizado, porém a mesma ainda estava amarrada, amordaçada e pior, nua. Após alguns segundos de duvida, o jovem Drayn apalpava o que seria o peito onde aceitava aquela missão estranha em si, e logo um cronometro aparecia a sua frente.

Que? Tem que ser agora?

Falou para a caixa misteriosa que apenas ele conseguia ver após aceitar aquela missão estranha. Com o tempo se passando o mesmo não restou duvidas do que tinha que ser feito, e para aquela loira isso realmente era muito estranho, um homem logo após apertar seu peito caia ao chão fazendo flexões como se estivesse pagando um tipo de penitencia, porém o alvo não se importava muito com isso, assim logo em seguida fazendo também os 100 abdominais que aquela missão pedia, e logo após terminar o ultimo aquela caixa sumia sem deixar nenhum vestígio ou pista, fazendo assim Drayn se passar por um louco se tenta-se explicar para alguém o que havia acontecido.

Você está bem?

Me solta seu tarado! Me leve a mansão Richelau, meu pai vai lhe recompensar bem por isso!

Disse a garota logo após ter sua mordaça retirada, com um mix de raiva e também de angustia a mesma logo era desamarrada por Drayn, que assim pegava algumas roupas dos sacerdotes para vestir a garota. Como uma espécie de nova escolta o jovem vampiro fez a mesma seguir em direção carroça quebrada, sua intenção era fazer com que a mesma não visse ele saciar seus desejos e assim não descobrisse seu lado vampiro do sangue, então sugando os poucos litros de sangue daquele grupo de sacerdotes, Drayn voltou para a carroça para assim ajudar a jovem a chegar no seu destino.

Chegando naquele enorme palácio, o jovem vampiro foi recebido como um herói por um nobre daquele lugar, entendendo que aquela loira era uma das nobres esposas dos descendentes da liderança de Richelau, ele havia não só salvado uma mulher, como talvez um reino todo, porém o que lhe foi dado como recompensa eram as miseras dezoito moedas de prata que seria o preço pago para aqueles homens que antes estavam fazendo a escolta da mulher, porém também lhe foi ofertado a oportunidade de entrar na biblioteca daquele lugar para assim fazer o que bem entendesse.