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[Auto Narrada +18] Castelos de Areia

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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 1:18 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Castelos de Areia.

— Ano/Estação:  Se passa durante 839/Outono | 840/Verão | 841/Primavera
— Pessoas envolvidas: @Nii Ovonulo
— Localidade: Foz Dourada | Vilarejo de Plumas (próximo a Foz Dourada)
— Descrição: A narrativa conta do duelo de Nii contra as raposas negras. Começando do ponto de estopim da sua historia e indo até o confronto dois anos depois.
Aviso:  Violência.
「R」
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[Auto Narrada +18] Castelos de Areia - Página 2 Empty Re: [Auto Narrada +18] Castelos de Areia

Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 7:08 pm

III. O que estava a me consumir.



Kael assentiu, seu olhar se suavizando por um momento.


— Muito bem, então. Vamos começar.


O treinamento começou naquela mesma noite. Kael me levou para uma clareira escondida na floresta, longe dos olhos curiosos de qualquer criatura que pudesse nos observar. Ali, entre as árvores altas e o céu noturno, eu aprendi o que significava ser um verdadeiro caçador.


— Primeiro, precisamos trabalhar sua mente — Kael disse, pousado em um galho baixo de uma árvore enquanto eu o observava do chão. — Você tem o coração de um guerreiro, mas a mente de um filhote. Isso precisa mudar.

E como faço isso? — Perguntei, impaciente. Eu queria aprender a lutar, a usar minhas garras e bico para destruir aqueles que tiraram tudo de mim.


— Paciência, jovem Nii. A mente de um guerreiro não se forma com pressa. Primeiro, precisamos eliminar as distrações. Feche os olhos.


Obedeci, fechando os olhos e sentindo o frio da noite envolver meu corpo. Ouvia o vento nas árvores, o farfalhar das folhas, e a respiração de Kael acima de mim.


— Agora, concentre-se apenas na sua respiração. Deixe o mundo ao seu redor desaparecer. Não pense em vingança, não pense em medo. Apenas foque em você mesmo, no seu interior.


Era difícil. A cada tentativa de concentração, pensamentos sobre minha mãe, sobre aquela noite, sobre as raposas negras, invadiam minha mente. Mas Kael estava lá, me guiando com paciência, até que, eventualmente, eu consegui. O mundo ao meu redor se tornou um borrão distante, e tudo o que restou foi a sensação da minha própria existência, a minha respiração constante, o bater do meu coração.


— Agora, Nii, abra os olhos e veja o mundo com clareza.

Kael ordenou, e quando abri os olhos, tudo parecia diferente. As árvores, o céu, as sombras ao meu redor – tudo estava mais nítido, como se eu estivesse vendo o mundo pela primeira vez. Era como se minha visão tivesse se expandido, e cada pequeno detalhe ao meu redor agora parecia fazer parte de um grande quadro que eu estava começando a entender.


— Isso é o que significa ter uma mente de guerreiro. Agora, vamos trabalhar no corpo.


por AN!


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 7:11 pm

III. O que estava a me consumir.



Kael começou a me ensinar como me mover entre as sombras, a usar a escuridão a meu favor. Eu aprendi a deslizar pelo chão sem fazer um som, a evitar os galhos que poderiam denunciar minha presença, a me esconder à vista de todos sem ser visto. Ele era paciente, mas também exigente, não aceitava nada menos do que a perfeição.


— Hesitação é morte, Nii. Se você hesitar, mesmo por um segundo, você está perdido. Sua mente deve estar sempre à frente, prevendo os movimentos do inimigo, enquanto seu corpo responde de imediato. — Dizia, me corrigindo cada vez que eu cometia um erro. E eu cometi muitos.


Mas eu não desisti. Não podia desistir. Cada vez que eu caía, que errava, que falhava em uma das lições de Kael, eu me levantava com ainda mais determinação. Cada fracasso era uma lição, uma nova oportunidade de me tornar mais forte.


Depois de semanas, talvez meses – o tempo havia perdido o significado para mim – Kael finalmente disse que eu estava pronto para a próxima fase do meu treinamento.


— Você se move bem nas sombras, Nii. Agora é hora de aprender a lutar nas trevas.


Ele me levou para o fundo da floresta, onde as árvores eram tão densas que bloqueavam quase toda a luz do luar. Ali, a escuridão era quase palpável, e o ar estava denso com o cheiro da terra úmida e das folhas em decomposição.


por AN!


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 7:13 pm

III. O que estava a me consumir.



— Neste lugar, você enfrentará o desconhecido. Aqui, não são suas garras ou bico que vão te salvar, mas sua capacidade de adaptar-se. Feche os olhos e ouça.


Fiz o que ele pediu. Na escuridão total, fechei os olhos e me deixei levar pelos sons ao meu redor. Ouvia o farfalhar das folhas, o estalo dos galhos, o som de criaturas pequenas se movendo na vegetação rasteira. Mas havia algo mais, algo sutil, quase imperceptível, que eu só consegui identificar depois de um tempo.


— Você sente, Nii? A presença do perigo, o som da respiração do inimigo... Está lá, sempre à espreita, esperando você cometer um erro. Você deve ser mais astuto que ele, mais rápido, mais implacável.


Kael então me ensinou a me mover sem fazer o menor som, a sentir o movimento do ar ao meu redor, a antecipar o ataque antes mesmo que ele acontecesse. Mas a parte mais difícil foi aprender a controlar meu medo. O medo que, até então, me paralisava. O medo do desconhecido, do que se escondia nas sombras.


— Ao invés de fugir do medo, abrace-o. Use-o como uma arma, deixe que ele alimente sua força. O medo pode ser o seu pior inimigo, ou o seu maior aliado,” Kael me disse uma noite, enquanto eu tremia na escuridão, tentando me concentrar em tudo o que havia aprendido.


Foi um processo lento, mas gradualmente comecei a entender. A escuridão deixou de ser um inimigo e se tornou uma companheira. O medo, antes um obstáculo, agora era uma energia que eu canalizava, que me mantinha alerta, que me dava força.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 7:14 pm

III. O que estava a me consumir.



Com o tempo, Kael trouxe armas para o meu treinamento. Ele era hábil em manejá-las com seu bico e garras, e me mostrou como utilizá-las de maneira eficaz. Mas nenhuma arma me intrigou mais do que a Quackblade.


— Esta não é uma lâmina comum, Nii. Ela é feita da mesma matéria que os seus pesadelos, forjada no calor do seu ódio. Apenas aqueles que possuem a verdadeira sede de vingança podem empunhá-la. — Kael explicou, seus olhos sombrios fixos na lâmina negra e reluzente que parecia pulsar com uma energia maligna.


Quando segurei a Quackblade pela primeira vez, senti um calafrio percorrer meu corpo. Era como se a lâmina estivesse viva, como se estivesse esperando por mim, ansiando para ser usada. Ela era leve, perfeita para minhas pequenas asas, mas sua verdadeira força estava na maneira como reagia à minha vontade. Era uma extensão do meu ser, e com ela nas minhas mãos, eu senti como se pudesse enfrentar qualquer coisa.

— O treinamento com a Quackblade será o mais difícil de todos, Nii, — Kael me avisou. — Você deve dominá-la, ou ela o dominará.


Nas semanas que se seguiram, treinei arduamente com a Quackblade. Kael me ensinou a usá-la tanto para ataque quanto para defesa, a desferir golpes rápidos e precisos que podiam cortar até mesmo a mais resistente das armaduras. Mas o mais importante, ele me ensinou a canalizar minhas emoções para dentro da lâmina.


— O poder da Quackblade vem da sua vontade, Nii. Quanto mais forte for sua determinação, mais poderosa será a lâmina. Mas cuidado... se você perder o controle, ela tomará o controle de você.


Cada golpe que eu desferia, cada movimento que eu fazia, era uma dança entre a lâmina e eu. Eu sentia a Quackblade reagir às minhas emoções, se alimentando da minha raiva, do meu desejo de vingança. Mas, como Kael havia avisado, havia momentos em que eu sentia que estava à beira de perder o controle, como se a lâmina estivesse tentando tomar conta de mim. Era uma batalha constante, uma luta não apenas contra os inimigos externos, mas também contra o monstro que crescia dentro de mim.


Mesmo com todo o progresso, o treinamento não era apenas sobre a Quackblade ou habilidades físicas. Kael continuava a insistir na importância da estratégia e da furtividade.


— Uma batalha não é ganha apenas com força, Nii. Um guerreiro inteligente vence antes mesmo de a luta começar.


Ele me fez estudar os hábitos de diferentes criaturas, aprender sobre seus pontos fracos, entender a geografia da floresta e como usá-la a meu favor. Ele me ensinou a criar armadilhas, a distrair os inimigos, a manipular o ambiente para que o terreno sempre fosse a meu favor. Essas lições eram fundamentais, pois Kael sabia que, em breve, eu enfrentaria algo muito maior do que os simples predadores da floresta.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 7:15 pm

III. O que estava a me consumir.




A cada dia que passava, eu me sentia mais forte, mais preparado. As memórias daquela noite ainda estavam presentes, mas agora, ao invés de me enfraquecerem, elas me motivavam. Eu não era mais o pato assustado e indefeso que correra para salvar sua vida. Eu estava me tornando algo mais, algo que podia lutar e vencer.


Finalmente, depois de longos meses de treinamento, Kael me disse que eu estava pronto. “O que você busca, Nii, está mais perto do que imagina. As raposas negras... elas ainda estão aqui, ainda caçam neste território.”


Meu coração bateu forte ao ouvir aquelas palavras. Eu sabia que o dia chegaria, mas agora que estava diante dele, a realidade parecia mais pesada do que eu esperava. No entanto, a determinação dentro de mim era mais forte. Eu não era mais o mesmo, e eu estava pronto para enfrentar o que viesse.


Eu vou destruir cada uma delas, Kael. Declarei com firmeza, segurando a Quackblade, sentindo seu poder fluir por mim.


— Então vá, e mostre a elas o que você se tornou.


Kael respondeu, suas palavras carregadas com um tom de despedida. Eu olhei para ele, sabendo que, de certa forma, ele também havia me preparado para partir. Com a Quackblade em mãos e o coração cheio de fúria controlada, parti em busca das raposas negras. O corvo velho me observava desaparecer na escuridão da floresta, mas eu sabia que, onde quer que estivesse, ele estaria torcendo por minha vitória.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 10:07 pm

IV. Rubras Cascatas.




A noite envolvia o Vilarejo de Plumas em uma escuridão silenciosa, ocultando os mistérios das colinas ao redor. De onde me encontrava, no topo de uma antiga árvore, que se erguia acima das pequenas casas, eu podia observar cada canto da aldeia. As poucas luzes que ainda brilhavam nas casas dos aldeões pareciam pequenos faróis, lutando contra a escuridão. Contudo, essas luzes eram insuficientes para me revelar. Minhas penas douradas estavam bem escondidas entre as folhas escuras, e eu permanecia imóvel, quase fundido ao ambiente ao meu redor. Aprendi a ser invisível, a me tornar parte da natureza, como Kael, o velho corvo, havia me ensinado durante meses de intenso treinamento.


Meus olhos fixavam-se nas ruas desertas abaixo. Apenas o ocasional latido distante de um cão quebrava o silêncio opressivo que dominava a noite. Mas não eram as ruas ou os cães que me preocupavam. O verdadeiro perigo estava escondido nas colinas que cercavam Plumas. Essas colinas, que durante o dia pareciam pacíficas, abrigavam as criaturas que eu mais odiava: as raposas negras. Foram elas que destruíram minha vida, que assassinaram minha mãe, levando-me a esse caminho de vingança.


Respirei fundo, sentindo a fria brisa noturna em minhas penas. A Quackblade, a lâmina negra da espada espectral que aprendi a invocar e dominar, estava pronta em minhas asas. Sua presença me dava uma sensação de poder, uma conexão com os espíritos dos meus ancestrais. Eu sabia que não estava sozinho, que carregava comigo a força de todos os que haviam sofrido antes de mim. Hoje seria o início do fim para as raposas negras.


Desci da árvore com a leveza que apenas anos de treinamento poderiam proporcionar. Cada movimento era calculado, cada passo silencioso, enquanto meus olhos permaneciam atentos aos arredores. O vilarejo de Plumas era pequeno, com casas de madeira e pedra, seus telhados inclinados quase implorando por paz e tranquilidade. Mas eu sabia que essa tranquilidade era ilusória, uma máscara que escondia o terror que se aproximava.


Enquanto caminhava pelas ruas desertas, minhas patas tocando levemente o chão de pedra, senti o peso da responsabilidade que carregava. Não se tratava apenas de vingança pessoal. Eu estava ali para proteger os inocentes, para impedir que o mesmo destino que abateu minha mãe alcançasse outras famílias. Mas para isso, precisava ser perfeito. Não havia espaço para erros.



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[Auto Narrada +18] Castelos de Areia - Página 2 Empty Re: [Auto Narrada +18] Castelos de Areia

Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 10:08 pm

IV. Rubras Cascatas.




Minha primeira tarefa era avaliar a situação dos guardas. Plumas, mesmo sendo um vilarejo remoto, mantinha uma força de cães-guarda que patrulhavam as ruas durante a noite. Grandes, fortes e leais, esses cães eram conhecidos por sua habilidade de farejar e caçar qualquer intruso. Mas eu não era mais um simples pato. Tornei-me um mestre da furtividade, um guerreiro invisível que podia se mover sem ser detectado, como uma sombra na noite.


Ao avistar o primeiro cão-guarda, agachei-me rapidamente atrás de um barril, observando seus movimentos. Era um animal robusto, com orelhas em pé e focinho afiado, farejando o ar em busca de qualquer sinal de ameaça. Esperei pacientemente, controlando a respiração, enquanto ele se aproximava, seu faro aguçado detectando algo no ar. No entanto, o treinamento com Kael havia me ensinado a não apenas esconder meu corpo, mas também minha presença. Eu não era mais apenas um pato; era um fantasma, uma sombra entre sombras.


O cão passou a poucos metros de mim, hesitando por um momento. Senti a tensão crescer, mas mantive a calma. Ele continuou seu caminho, sem perceber nada. Segui logo atrás dele, utilizando suas próprias pegadas para mascarar o som dos meus movimentos, até que ele finalmente se afastou. Soltei um leve suspiro de alívio, sabendo que a primeira barreira havia sido superada. Mas ainda havia muito pela frente.


Conforme me aproximava das colinas, o terreno começava a mudar. As ruas se tornavam trilhas de terra, e as casas se espaçavam mais, dando lugar a campos abertos e árvores esparsas. A escuridão se aprofundava, e as sombras pareciam se mover com o vento, criando formas que poderiam facilmente enganar olhos desatentos. Mas eu estava atento, focado em cada detalhe. Sabia que as raposas negras não eram apenas caçadoras habilidosas, mas também mestres da camuflagem. Precisava ser mais esperto e rápido.


Finalmente, cheguei à base das colinas, o coração do território inimigo. A partir daqui, cada passo precisava ser ainda mais calculado. As raposas haviam se escondido ali, usando as cavernas e túneis naturais como fortalezas. Sabia que não seria fácil encontrá-las, e menos ainda pegá-las desprevenidas. Mas eu tinha um plano.


Subi a colina com cuidado, evitando as trilhas mais óbvias e optando por um caminho mais íngreme e desafiador, mas menos vigiado. A cada passo, meus olhos escaneavam o ambiente, procurando por qualquer sinal de armadilhas ou espiões. Havia indícios de que as raposas tinham tomado medidas para se proteger, como galhos quebrados e pedras deslocadas que indicavam vigilância próxima.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 10:11 pm

IV. Rubras Cascatas.




Enquanto subia, lembrei-me das palavras de Kael: "Nunca subestime seu inimigo, Nii. Não importa o quão poderoso você se torne, a arrogância é a queda de todo guerreiro." Essas palavras ecoavam em minha mente, me lembrando de manter a humildade e a cautela. Sabia que as raposas estavam à minha espera, preparadas para qualquer sinal de ataque. Mas também sabia que elas não conheciam toda a extensão do meu treinamento.


Quando cheguei a um ponto alto o suficiente para ter uma visão clara das entradas das cavernas, ocultei-me atrás de um grande rochedo e observei. Lá estavam as sentinelas das raposas, postadas em pontos estratégicos. Seus olhos brilhavam na escuridão, vigilantes, mas não o suficiente para me detectar. Precisava encontrar uma forma de entrar sem ser notado, talvez causando uma distração ou esperando o momento certo.


Lembrei-me das lições de Kael, das inúmeras vezes que ele me fez esperar por horas em silêncio, apenas observando. "A paciência é sua melhor aliada, Nii", ele sempre dizia. E assim, esperei. O tempo passava lentamente, mas eu sabia que uma oportunidade surgiria. As raposas estavam atentas, mas nem mesmo elas poderiam manter a vigília perfeita para sempre.


A noite parecia se alongar enquanto eu observava as sentinelas. Elas eram hábeis, movendo-se com precisão quase militar, mas eu podia ver o cansaço em seus movimentos, a leve hesitação que indicava desgaste. Elas não estavam acostumadas a serem caçadas, a serem presas em seu próprio território. Isso me dava uma vantagem, mesmo que pequena.


Finalmente, uma das raposas afastou-se de sua posição para investigar um som distante. Talvez um coelho ou um pássaro noturno, algo pequeno, mas o suficiente para dividir a atenção. Era a minha chance. Movi-me rapidamente, mas com cautela, deslizando pela encosta da colina até a entrada de uma caverna secundária. Esta entrada era menor, provavelmente usada apenas por raposas menores ou para emergências. Mas para mim, era perfeita.


Entrei na caverna, meus sentidos em alerta máximo. O interior era frio e úmido, com o som de gotas de água ecoando nas paredes de pedra. A escuridão era quase total, mas meus olhos, acostumados à falta de luz, conseguiam distinguir o caminho à frente. Continuei avançando, cada passo mais cuidadoso que o anterior. A qualquer momento, poderia encontrar uma raposa ou uma armadilha. Sabia que elas não facilitariam.


A caverna se ramificava em vários túneis menores, cada um levando a partes desconhecidas do esconderijo das raposas. Precisava escolher o caminho certo, aquele que me levaria ao coração do covil. Segui o instinto, o mesmo instinto que me guiou desde aquela noite fatídica no galinheiro. A raiva e o desejo de vingança eram meus guias, e eles me conduziam com precisão.


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Mensagem por Nii Ovonulo Seg Set 02, 2024 10:16 pm

IV. Rubras Cascatas.




Enquanto caminhava pelos túneis escuros, as memórias daquela noite trágica voltavam à minha mente. O grito de minha mãe, o cheiro de sangue e fumaça, o som das garras das raposas arranhando o chão... Tudo estava gravado em minha memória, um lembrete constante do que perdi. E era essa dor, essa perda, que me impulsionava a continuar. Eu não poderia falhar, não depois de tudo que havia sacrificado.


Finalmente, cheguei a uma grande câmara. O cheiro forte de raposa era inconfundível. As paredes da caverna estavam marcadas com símbolos que eu não reconhecia, provavelmente algum tipo de magia ou proteção que elas usavam. No centro da câmara, havia um grande ninho, feito de galhos e peles. E ali, no meio, estava uma das raposas negras, provavelmente a líder do grupo.


Ela parecia estar descansando, mas seus olhos brilhavam na escuridão, vigilantes. Sabia que ela me notaria assim que eu me aproximasse. Mas isso fazia parte do meu plano. Sabia que, para derrotá-la, precisaria enfrentá-la diretamente. E eu estava preparado.


Respirei fundo, sentindo a familiaridade da Quackblade em minhas asas. Essa seria uma luta difícil, mas eu havia me preparado. Não havia mais volta. Silenciosamente, aproximei-me da raposa, usando toda a furtividade que aprendi. Ela se levantou, farejando o ar, seus olhos fixos na escuridão. E então, antes que ela pudesse reagir, avancei, a Quackblade brilhando em um arco mortal.


A batalha foi rápida e feroz. A raposa era uma oponente formidável, ágil e astuta, mas eu estava determinado. Nossas garras se chocaram, o som de metal contra osso ecoando pelas paredes da caverna. A cada golpe, sentia a força da raposa, mas também minha própria determinação crescer. Eu não iria perder. Não agora.


Com um último golpe preciso, a Quackblade cortou o ar e atingiu a raposa, que soltou um grito de dor antes de cair no chão, derrotada. Fiquei parado por um momento, respirando com dificuldade, sentindo a adrenalina ainda pulsando em minhas veias. Eu havia vencido. Uma das líderes das raposas estava morta. Mas sabia que ainda não havia terminado. As outras raposas ainda estavam lá fora, e eu as caçaria uma a uma, até que nenhuma restasse.


Saí da caverna tão silenciosamente quanto entrei, ciente de que as outras raposas poderiam descobrir o que aconteceu a qualquer momento. Meu trabalho ali ainda não estava completo, e o próximo movimento exigiria ainda mais precisão. Mas naquela noite, em Plumas, eu sabia que havia avançado significativamente em minha missão.


Ao me afastar das colinas, senti o peso da lâmina em minhas asas, um lembrete constante de que a batalha estava longe de terminar. Plumas ainda estava mergulhada na escuridão, mas logo a aurora traria um novo dia. E com ele, novas oportunidades para continuar minha caçada. Enquanto isso, voltaria para meu esconderijo, revisaria o plano, e me prepararia para o próximo confronto.


A noite estava ao meu favor, e eu sabia que, ao final, as raposas negras cairiam, uma por uma, diante do meu poder e da minha vingança. Cada passo que eu dava me aproximava do meu objetivo final. Cada golpe que eu desferia me aproximava da paz que tanto desejava. Mas até que todas as raposas estivessem mortas, eu não poderia descansar. A vingança ainda não estava completa. E eu não pararia até que estivesse.


Conforme caminhava de volta pelo vilarejo de Plumas, as sombras pareciam se alongar ao meu redor, como se a própria noite estivesse me acompanhando. Mas eu não tinha medo. Eu era a sombra que trazia a morte. Eu era o caçador, e as raposas eram minhas presas. E uma por uma, elas cairiam.


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Mensagem por Nii Ovonulo Ter Set 03, 2024 11:58 am

V. O Pato da Morte.



A noite era densa e envolvente, com o manto negro do céu ocultando qualquer traço de luz, exceto por uma lua pálida que espreitava timidamente por entre as nuvens. As árvores ao redor de Foz Dourada, com suas folhas farfalhantes e troncos retorcidos, pareciam sussurrar segredos antigos, memórias de batalhas passadas e promessas de conflitos futuros. Cada som, cada movimento, parecia amplificado no silêncio da noite, e eu, estava no centro dessa sinfonia sombria.


Movia-me com uma precisão que só anos de treinamento poderiam proporcionar. Minhas patas tocavam o chão de forma calculada, evitando as folhas secas que poderiam trair minha presença. O vento, carregando o cheiro da terra úmida e das águas do Iturac ao longe, trazia consigo também o aroma metálico do sangue e o cheiro pungente do medo. Havia algo de primitivo e visceral naquela noite, algo que parecia puxar de dentro de mim um instinto mais profundo, uma conexão com a terra e com o propósito que me guiava.


Em minhas asas, a Quackblade pulsava com uma energia quase viva. A lâmina, fria ao toque, estava impregnada com o desejo de vingança, espelhando os sentimentos que fervilhavam em meu coração. Eu sabia que essa arma era mais do que um simples instrumento de combate; era uma extensão de mim mesmo, uma manifestação física da minha vontade indomável de erradicar as raposas negras que assolaram minha vida. Cada batida do meu coração parecia sincronizada com a vibração da lâmina, criando uma harmonia entre guerreiro e arma.


Segui o rastro deixado por minha presa. As pegadas eram sutis, quase imperceptíveis na terra macia, mas o treinamento com Kael me ensinaram a enxergar o que passaria despercebido aos olhos comuns. A raposa negra, que eu sabia estar próxima, havia cometido um erro ao subestimar minha habilidade de rastreamento. Suas pegadas, ainda frescas, me guiavam como um fio de Ariadne através do labirinto de sombras e árvores.


À medida que me aproximava da clareira onde minha presa havia se refugiado, desacelerei meus movimentos. A adrenalina corria por minhas veias, mas eu a mantinha sob controle, lembrando-me das palavras de Kael: “A paciência é a virtude do predador, Nii. Aquele que se apressa em atacar acaba se tornando a presa.


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Mensagem por Nii Ovonulo Ter Set 03, 2024 11:59 am

V. O Pato da Morte.




Finalmente, ao me posicionar à margem da clareira, avistei minha presa. A raposa negra estava lá, uma figura imponente e sinistra contra a luz pálida da lua. Seus olhos brilhavam com uma luz malévola, refletindo uma astucia cruel que a tornava uma adversária formidável. Ela estava agachada, os músculos tensos, os sentidos alertas, mas ainda não havia percebido minha presença. Eu era uma sombra entre as sombras, uma ameaça invisível à espreita, aguardando o momento perfeito para atacar.


Aproximei-me em um arco amplo, me posicionando estrategicamente para evitar que o vento levasse meu cheiro até ela. Meu corpo estava perfeitamente alinhado com o ambiente, cada fibra minha sintonizada com o entorno. Quando finalmente encontrei a posição ideal, meu corpo inteiro parecia vibrar em antecipação. A Quackblade, pronta para cortar o ar, estava sedenta por sangue, e eu sabia que o primeiro golpe deveria ser certeiro.


De repente, com um impulso explosivo, saltei da cobertura das árvores, disparando em direção à raposa. O tempo parecia desacelerar enquanto o espaço entre nós se fechava rapidamente. A raposa, surpreendida, girou no mesmo instante, suas garras prontas para me atacar. Mas eu já estava preparado. A Quackblade desceu em um arco rápido e preciso, encontrando a lateral do corpo da raposa e abrindo um corte profundo. O grito de dor da criatura ecoou pela clareira, um som agudo que reverberou nas árvores ao redor.


Mas a raposa negra não era um inimigo fácil. Ferida, ela se lançou para trás com uma agilidade surpreendente, seus olhos agora brilhando com uma fúria ainda maior. Ela recuou apenas o suficiente para analisar a situação, para calcular sua próxima ação. Eu podia ver a inteligência em seus olhos, a percepção rápida que tornava cada uma dessas criaturas um desafio mortal. Mas eu também sabia que não poderia dar espaço para ela se recuperar.


Avancei novamente, a Quackblade cintilando na escuridão enquanto eu desferia uma série de golpes rápidos e precisos. A raposa respondia com igual ferocidade, suas garras cortando o ar em contragolpes perigosos. Cada movimento era uma troca de vida e morte, uma dança mortal onde o menor erro poderia ser fatal. O som do metal rasgando a carne e das garras atingindo a terra se misturava ao ritmo acelerado das nossas respirações.


por AN!

Nii Ovonulo
Nii Ovonulo

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