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[Narrada] Ataque do Ossinho
3 participantes
Dark Dungeon World :: Mundo :: Continentes :: Naharea :: Império Firdaziano
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[Narrada] Ataque do Ossinho
Relembrando a primeira mensagem :
「R」
Ataque do Ossinho
Vou te matar... Mas depois da Soneca.
— Ano/Estação: 841 DG/Primavera
— Pessoas envolvidas: https://darkdungeonrpg.forumeiros.com/t997-fp-comic-sans#7527
— Localidade: Império Firdaziano
— Descrição: Comic inicia sua jornada no mundo dos assassinatos enquanto tenta desvendar o seu passado, antes da hora da soneca do meio da tarde.
Tipo de aventura:Narrada.
Aviso:.
— Pessoas envolvidas: https://darkdungeonrpg.forumeiros.com/t997-fp-comic-sans#7527
— Localidade: Império Firdaziano
— Descrição: Comic inicia sua jornada no mundo dos assassinatos enquanto tenta desvendar o seu passado, antes da hora da soneca do meio da tarde.
Tipo de aventura:Narrada.
Aviso:.
Furry- Créditos : 28
Mensagens : 237
Data de inscrição : 08/05/2018
Idade : 32
Re: [Narrada] Ataque do Ossinho
Comic estava sentado no canto mais escuro do Banquete da Lua Cheia, os cotovelos apoiados na mesa e os dedos entrelaçados sob o queixo. Seus olhos não estavam focados no ambiente à sua volta, mas sim em alguma coisa distante, talvez em uma conexão invisível entre ele e o escorpião que enviara ao Bazar.
Ele suspirou, mergulhando nos pensamentos.
Primeiro, a alma daquele estrangeiro triste, que se destacava no mar de presenças do Bazar. A tristeza parecia pesar-lhe os ombros, tão visível que era impossível ignorá-la. Comic questionava se aquela melancolia era pela perda de algo querido, algo que ele ainda tentava recuperar, ou se era simplesmente o reflexo da incerteza e insegurança que vem com o começo de uma nova vida. Talvez fosse um pouco dos dois — as almas que se prendem a memórias dolorosas sempre têm uma história complicada por trás, algo que as deixa meio desbotadas, como se partes delas já tivessem se desgastado com o tempo.
Comic estalou os dedos, espantando o devaneio. Ele ainda não conhecia o estrangeiro, mas se a tristeza era de uma perda, isso poderia deixá-lo mais vulnerável… ou mais determinado. Ambos os casos poderiam ser úteis, mas por enquanto, ele só observaria.
O escorpião, por outro lado, estava captando mais detalhes, embora tudo no ambiente fosse um tanto... previsível. - "Claro, uma loja de tapetes como fachada para o comércio de escravos," Comic pensou com ironia, quase rindo. - “Nada mais conveniente para enrolar corpos e esconder alçapões secretos.” Tapetes sempre foram úteis para esconder o que não devia ser visto, fosse o sangue no chão ou um caminho para os subterrâneos. Ele considerou que talvez houvesse mesmo alguma passagem secreta sob os tapetes vistoriados pelo escorpião; os subterrâneos eram vastos, e as indicações no mapa sugeriam uma rede bem extensa de túneis e rotas clandestinas. - "Essa cidade levou ao pé da letra, Varrer a sujeira para baixo do tapete." - Concluiu divertido com o clichê.
Seu olhar, sem se mover, captou o guarda na entrada do estabelecimento, a bolsa de moedas pendendo da cintura dele. - “Acho que esse guarda precisa de ouvidos mais atentos,” pensou Comic, ajustando-se levemente na cadeira. Fechou os olhos por um breve segundo, afinando a audição para captar quaisquer palavras trocadas pelo guarda, especialmente em referência ao que estava acontecendo no estabelecimento ou, com sorte, algum detalhe sobre o conteúdo da caixa.
Por fim, sua mente voltou-se para a caixa. Poderia o item que a guilda de assassinos buscava estar escondido ali, lacrado à prova de curiosos? Se fosse um objeto valioso ou perigoso o suficiente para ter chamado a atenção de uma guilda inteira, fazia sentido que estivesse bem protegido. Comic sentia uma ponta de excitação ao pensar nisso; o mistério lhe atiçava os sentidos, uma dança cuidadosa de intrigas e segredos. Esses sentimentos pareciam acender uma parte antiga de si, algo muito perdido em um tempo imemorial, uma faísca de motivação genuína que ele quase não reconhecia mais.
Foi então que ele sentiu o peso familiar de Nix, como uma mão fria sobre o ombro, puxando-o para baixo.
— Você acha mesmo que vale a pena? — murmurou a voz preguiçosa de Nix, entoando um tom lânguido que gotejava desinteresse. - — Toda essa história de caixas misteriosas e segredos escondidos... parece tão cansativo, não acha?
Comic tentou ignorá-lo, mas a voz prosseguiu, agora com uma nota de sarcasmo.
— Ah, mas quem sabe? Talvez você encontre... uma chave quebrada, ou melhor ainda, nada. Só mais uma perda de tempo para alimentar esse fogo velho e gasto que você insiste em manter aceso.
Comic franziu o cenho, mas Nix não parava, se enroscando em cada pensamento como uma serpente entediada.
— Vai lá, então, corra atrás do mistério. Só lembre-se de que não leva a lugar algum. Essas faíscas que você sente? Ah, são só ilusões. Coisas passageiras, feitas para te manter ocupado, só para te cansar ainda mais. E no fim, sabe o que vai restar? Só você, exausto... e o vazio.
Comic, se viu preso no desânimo que Nix havia plantado, afundou-se na cadeira, sentindo o peso das palavras da maldição sobre ele. Sua postura desleixada e o olhar distante quase o faziam ignorar a atendente que lhe trazia a bebida e os petiscos, aos quais ele acenou sem muito entusiasmo. Ele não estava com disposição para qualquer piada ou comentário espirituoso; apenas aceitou o que ela trouxe, enquanto seu olhar vagueava pelo ambiente, fixando-se nas almas ao redor.
Seus olhos, quase sem perceber, começaram a buscar sinais de infelicidade nos outros, uma busca instintiva por histórias piores que a sua própria. Afinal, ver outros em situações desfavoráveis talvez aliviasse, ainda que momentaneamente, o peso que carregava.
Foi então que sua atenção caiu sobre uma criança no beco. Ele a observava de longe, notando o desamparo em sua presença, mas antes que pudesse focar demais, algo – ou alguém – se moveu em sua direção. Surgindo do fundo do beco, uma figura feminina se aproximava da criança, abaixando-se ao lado dela com um gesto compassivo e preocupado.
Comic focou sua visão sobre ela, e o que viu foi algo peculiar. A alma da estranha brilhava com uma estranha dualidade: envolta por uma melancolia profunda e antiga, mas com um núcleo de luz vibrante, como uma chama contida que ainda insistia em queimar. A dor e a culpa marcavam seu contorno, sombras que se arrastavam ao redor, mas havia também traços de esperança e proteção, especialmente direcionados às crianças e aos vulneráveis. Parecia uma alma quase rachada, onde a luz e a escuridão coexistiam em um equilíbrio frágil, uma harmonia sombria que exalava um poder inquietante.
Ele percebeu que havia algo inusitado e fascinante naquela figura, algo que o tirou momentaneamente de seu próprio desânimo.
>><<
Maeralyn era uma figura que contrastava com o cenário sujo e sombrio dos becos. Suas vestes, ainda impecáveis, eram as de uma clériga, com um manto longo e branco, bordado com detalhes dourados que brilhavam suavemente, como se estivessem tocados pela luz da manhã. A pureza de suas roupas parecia intocada, um contraste gritante com a miséria ao seu redor, mas isso não vinha de vaidade; era quase como se ela carregasse consigo uma lembrança persistente de sua antiga vida, onde a luz de Helia iluminava seu caminho e guiava seus passos.
Às costas, um cajado simples, mas marcante, estava preso. No topo do cajado, o símbolo da Deusa do Sol resplandecia, embora de forma discreta, irradiando uma presença silenciosa e sagrada. Em uma das mãos, ela segurava uma cesta de vime, onde restavam apenas alguns pães. Eram poucos, mas, para Maeralyn, cada pedaço de pão era uma promessa, uma pequena ajuda para aqueles que encontrava pelo caminho.
O rosto dela era gentil e materno, apesar de coberto em parte por uma máscara branca, adornada com delicadeza. Sob a máscara, um mistério envolvia seus olhos, mas sua voz, suave e calorosa, fazia qualquer um se sentir à vontade. Ao falar, transmitia uma sensação de paz e compaixão, como uma brisa fresca após uma tarde quente. Havia algo de reconfortante em sua presença, uma tranquilidade quase sobrenatural que envolvia aqueles ao seu redor.
Seus movimentos eram cuidadosos, graciosos, como se cada gesto fosse uma oração silenciosa à deusa que ainda venerava em seu íntimo, mesmo sentindo-se rejeitada. Ao se abaixar para falar com a criança, Maeralyn exalava uma aura de serenidade, e, por um breve instante, o beco sombrio parecia menos opressor.
Ela avançava com passos firmes pelos becos estreitos da cidade, cada esquina revelando rostos marcados pela miséria e olhos opacos pela fome e abandono. Havia uma dor latente em seu peito, uma mistura de empatia e revolta que nunca a abandonava. A injustiça impregnava o ar, e cada criança suja, cada olhar desamparado, fazia seu coração morto pulsar com o resquício de sua antiga humanidade. Ela suspirava silenciosamente, lutando contra o desejo de parar a cada poucos metros para oferecer algum tipo de consolo, uma promessa vazia de que dias melhores viriam.
A missão que a guilda lhe dera ainda ecoava em sua mente: encontrar um novo recruta, Comic, e auxiliá-lo. Não era exatamente o tipo de tarefa que ela esperava receber, mas a prioridade do trabalho parecia ser significativa, e Maeralyn aceitou, como sempre, com a resignação de quem vê em cada ato uma chance de redimir-se. Contudo, sua natureza protetora a atrasava; a cada criança necessitada que encontrava em seu trajeto, ela parava, ofertando o pouco que podia, mesmo que fosse apenas um toque reconfortante ou um pão que havia guardado.
Agora, enquanto finalmente se aproximava do Bazar, seu olhar recaiu sobre uma figura pequena, encolhida na penumbra de um beco estreito. Uma criança, mal vestida e tremendo de frio, parecia perdida no emaranhado de ruas que Maeralyn conhecia bem. Seus instintos a venceram; ela não conseguiu seguir em frente.
Abaixou-se, aproximando-se da criança com um sorriso suave, os olhos repletos de compreensão e carinho. Sua voz, calma e cheia de empatia, rompeu o silêncio do beco.
— Oi, pequenino. — disse ela, tentando atrair a atenção da criança para longe de seu próprio sofrimento. — Está tudo bem, eu estou aqui. Precisa de ajuda? Está com fome? Não é muito, mas ainda tenho um pouco de pão. - Completou colocando a cesta no chão e se afastando um pouco.
Furry- Mensagens : 237
Data de inscrição : 08/05/2018
Re: [Narrada] Ataque do Ossinho
Ataque do Ossinho
Post 5
O ambiente misterioso que envolvia o restaurante, a praça e toda aquela missão na qual o haviam colocado podia ser elusivo. Algo que favorecia os pensamentos profundos, melancólicos e talvez, em meio a escuridão que se formava dos becos, chamava também a esperança. Envolto em seus próprios pensamentos, a tarefa principal poderia ter se anuviado no horizonte, mas Comic seria tragado de novo para ela de uma forma abrupta. Sentiria uma perturbação em um de seus fragmentos. Algo que forçaria sua atenção de volta para eles.
Seu objeto de atenção se tornaria a moeda na qual ele havia colocado parte de seu ser. Sentiria a magia que o conectava a si mesmo ser enfraquecida. Algo como uma brisa forte soprada contra a chama de uma vela. O que era aquilo, se não a presença de algo extremamente próximo do próprio fim? Um pouco mais de concentração seria necessária para ele ser capaz de ouvir o que estava por vir.
As moedas se agitaram no alforje. O guarda se empertigou, mas rapidamente tornou a ficar imóvel. Se dali Comic pudesse perceber as emoções do guarda, saberia que ele foi subitamente tomado por um sentimento de apreensão e medo.
— Senhor...
— Onde está seu mestre? — A voz que ouviu era jovem, mas séria e imponente. Estava carregada de desprezo.
— No andar de cima, senhor.
Um momento de silêncio. Algo foi dito, mas apenas com os olhos.
— É uma pena que acabe assim, não é? — A voz misteriosa soou carregada com arrogância. — Morra protegendo o bazar. Ninguém mais entrará ou sairá.
Sons de passos se distanciando, então, tudo o que sobrou foi a discussão dos dois compradores, que ainda tentavam escolher um tapete e procuravam por alguma outra relíquia. O vendedor de tapetes parara de falar por um minuto inteiro.
— Ei! Está dormindo? O que que há? Ajude-nos a escolher. — Foi a voz da senhora rica que ficou audível, estava mais aguda, sinalizando um misto de nervosismo mascarado por sua irritação. — Tem mais coisas lá para cima? Queremos ver tudo.
— Não, senhora. É apenas a parte administrativa. Aquele homem é um sócio que veio ver o dono. — A voz do vendedor estava embotada, ele tropeçava nas palavras e gaguejava um pouco.
...
Uma perturbação semelhante a que atingiu o fragmento da alma de Comic na moeda, agora afetava o escorpião. Se voltasse sua mente para o andar superior do estabelecimento, notaria que algo estava quase quebrando sua conexão. Era como se ele tentasse manter uma vela acesa em uma ventania.
O homem que lamentava em seu escritório voltou sua atenção para trás antes mesmo de ver que alguém estava ali. A porta se abriu por inteira.
— Zahir... então você ficou sabendo?
O escorpião poderia notar a presença de um homem com uma túnica vermelha longa, sem nenhum bordado ou tecido que se destacasse pelo preço. Um cinturão de couro e latão se fechava ao redor de seu torso, não havia símbolos que o distinguissem, mas havia um alforje e alguns itens estranhos feitos em madeira. Usava também luvas negras de couro espesso que iam até os antebraços. Olhos profundos, negros, um pouco puxados que eram difíceis de se estabelecer contato por muito tempo. Os cabelos também eram escuros, mantidos curtos, mas um pouco desgrenhados. O rosto era jovem, claramente pertencendo a um adolescente. O que mais se destacava eram suas orelhas pontudas.
— Não diga meu nome. — Rebateu o jovem, olhando ao redor e fazendo uma expressão de nojo. — Achei que podíamos confiar em você.
— Não... não... não foi culpa minha. Foi meu irmão. Aquele canalha invejoso. Ele me traiu, mas eu vou resolver tudo, senhor. - O homem estava claramente aflito, suas mãos estendidas no ar, gesticulando profusamente.
— Você havia garantido a... integridade do seu negócio. — O jovem sorriu em deboche e caminhou até a caixa. — A notícia já se espalhou. Muitos olhos estão voltados para cá. Há muitos cavalos agora nessa corrida. Não demorará para aventureiros começarem a chegar aqui... Isso se já não tiverem passado por aqui... As autoridades já sabem, inclusive.
— Eu vou dar um jeito. Tenho algum ouro no caixa ainda. Vou subornar o capitão da guarda, como sempre. Tenho ainda outras formas de chantagear outros. Eu vendi uma criança para satisfazer o desejo sádico de um juiz coisa de dois meses atrás. Está nos meus registros... ele irá se prejudicar se eu for preso. Tenho muita margem de manobra. Meu negócio tem muitos, muitos anos nessa cidade. Não vai ser uma mera delação que o derrubará.
Um momento de silêncio. Zahir acariciou a caixa. Parecia ele mesmo impressionado com a beleza dela.
— Eu estou me lixando para como você vai escapar do seu fim... - O jovem respondeu com um tom sério. - Quando alguém perde a nossa confiança é como se tivesse morrido.
A ventania aumentou e a conexão de Comic seria quebrada.
- Informações Importantes:
Sou um narrador novo, então peço um pouco de paciência. Espero não ter perdido detalhes importantes que prejudiquem sua imersão no post, mas qualquer coisa você tem meu contato.
Notei que no último post vc está introduzindo uma NPC. Não quis interferir nisso, deixo livre para que você interaja com ela e narre o contato de vocês no restaurante. Claro, se você quiser.
A cena que está descrita no texto ocorre após Comic sentir uma perturbação, se isso vai ser antes ou depois do seu contato com Maeralyn, fica por sua conta. Tudo o que você vê da cena é o que sua magia te permite. Se houver mais detalhes sobre como ela funciona que você queira esclarecer fique a vontade.
Como sou novo, peço que você adicione no fim do seu turno quaisquer magia ou talentos que utilizar no post, pra facilitar um pouco minha compreensão. Se quiser fazer um breve resumo das ações isso me ajuda também, já que me permite filtrar informações que vc considera importante dentro da sua narrativa.
Enfim, desejo boa sorte.
_______________________________________________
Morrigan- Créditos : 19
Mensagens : 29
Data de inscrição : 31/08/2024
Re: [Narrada] Ataque do Ossinho
Sentado no restaurante, Comic permanecia em silêncio, os olhos fixos na rua à sua frente, mas pareciam desfocados, perdidos entre o mundo que via e o que sentia através dos fragmentos de sua alma. O ambiente ao redor parecia abafado, o som distante de risadas e conversas misturado ao toque ocasional de música vindo de algum músico de rua. A quietude parecia torná-lo parte da mobília do restaurante, invisível, quase um espectro, enquanto seus pensamentos dançavam entre as conexões de sua alma espalhada pelo bazar.
— — Você realmente acha que vai conseguir algo com isso? Fragmentos por aí, se esforçando tanto... — zombou a maldição, a voz tingida de uma preguiça quase caricatural. — — Parece tão complicado. Não seria mais fácil apenas ficar aqui? Talvez aproveitar a música, pedir outra bebida?
Comic ignorou, ou pelo menos tentou, enquanto apertava os olhos. Sua conexão com a moeda e o escorpião o puxava de volta ao foco, mas a presença de Nix era como um peso constante, uma âncora arrastando-o em direção à inércia.
Do outro lado da rua, ele viu a criança que observava antes pegar o pão. O sorriso dela era puro, um brilho que desafiava a escuridão daquele mundo. Ela correu para o centro da praça, acenando para uma figura feminina que estava encostada em uma parede: uma mulher alta, pálida, com pelos brancos e orelhas longas e caidas, ainda assim com olhos que pareciam carregar um pesar profundo. Maeralyn. Ele ainda não sabia quem ela era, mas havia algo inquietante em sua presença, ou melhor, na aura que enxergava ao redor dela.
— — Ah, mais um peso na sua consciência? Ou será que é mais uma sombra para carregar? — Nix provocou novamente, soltando outra risadinha. — — Boa sorte com essa aí. Parece mais quebrada do que você. Comic ignorou novamente, mas a pressão de Nix tornava cada momento mais difícil.
A criança se juntou a um pequeno grupo de outras, partilhando o pão com entusiasmo antes de saírem correndo, como um bando de pássaros em liberdade. Passaram perto do guarda e de outro homem que surgia no beco: uma figura jovem, mas de presença pesada. Comic estreitou os olhos, ainda conectado à moeda e ao escorpião que havia enviado como fragmentos de sua alma.
Foi quando sentiu a primeira perturbação. A conexão com a moeda oscilou como a chama de uma vela em uma ventania, obrigando-o a se concentrar. A sensação era desconfortável, quase como um arrepio que percorreu sua espinha. A moeda, que até então parecia um elo estável, agora tremia com uma energia diferente, algo muito próximo da morte.
Através de seu fragmento no andar superior, os ecos da conversa chegaram até ele. A voz do homem aflito, cheia de justificativas, e a voz do jovem arrogante, que parecia carregar um desprezo frio e calculado, desafiavam uma trama que fazia sentido em partes.
"Quando alguém perde a nossa confiança é como se tivesse morrido."
Comic fechou os olhos por um instante, absorvendo as informações enquanto um leve franzir de cenho traía sua concentração. O ouro, o carregamento, os subornos. Peças de um quebra-cabeça ainda incompleto.
— — Ah, olhe só, agora você é um herói silencioso? Vai salvar o dia? Ou talvez só acabar apanhando como sempre. Adorável, realmente. — A voz de Nix era melódica e sarcástica, como se regozijasse em cada palavra.
Comic sentiu a ventania aumentar, a conexão com o escorpião quase se rompendo. Ele absorveu cada detalhe enquanto a conversa prosseguia: o bazar estava envolvido em algo maior do que um simples comércio clandestino; havia traições, chantagens e até mesmo o comércio de uma criança como moeda de troca. A presença do jovem – Zahir, como fora chamado – exalava poder e algo ainda mais inquietante. Ele parecia ser a causa daquela perturbação, um catalisador da ruptura entre Comic e seus próprios fragmentos.
A conexão foi quebrada. Uma dor aguda atingiu Comic no momento em que o escorpião desapareceu, como se um fio invisível fosse arrancado de sua mente. Ele cerrou os punhos sob a mesa, controlando a reação.
— — Aí está, garoto. Viu o que dá todo esse esforço? Devia ter ficado aqui. Agora, aproveite a dor. Ah, como eu adoro assistir isso.
Comic cerrou os punhos sob a mesa, controlando a reação, mas sua mente latejava. Foi então que uma voz cortou seus pensamentos.
- — Garoto... garoto! — A voz suave e gentil cortou seus pensamentos. Comic piscou, voltando ao presente. Quando levantou os olhos, viu a mulher de antes, a mesma que observava do outro lado da rua. Agora estava à sua frente, encostada na mesa, olhando para ele com um misto de impaciência e preocupação.
Maeralyn parecia deslocada no ambiente do restaurante, como se sua presença fosse feita de sombras em contraste com a luz fraca das velas. Seu olhar melancólico encontrou o de Comic por um instante antes de falar novamente.
— - Está acordado, garoto, ou eu devo te arrastar até a missão?
Comic piscou novamente, processando o momento. A dor em sua cabeça persistia como um eco, e por um breve instante ele considerou que talvez aquela mulher fosse outro fragmento de seus próprios pensamentos, materializado de forma estranha. Mas não – havia algo de real, algo palpável nela. E, pelo jeito como o chamava, ela sabia mais do que ele gostaria.
Ele endireitou-se na cadeira, ainda com o olhar ligeiramente perdido, mas pronto para responder. Talvez a chegada daquela figura enigmática fosse o próximo passo naquela missão... ou um novo enigma para ser desvendado. - Agora entendo porque os superiores me mandaram. - Na falta de resposta de Comic ela continuou, com seu tom azedando um pouco, mas ainda em volume controlado. Ela foi sentando-se do outro lado da mesa em que Comic estava. - De vez de estar trabalhando como lhe foi ordenado, está aqui relaxando. - Não havia qualquer pergunta, apenas uma simples e pura acusação.
- E quem é você para dizer que eu não estou trabalhando, Raio de sol?
Maeralyn encarou Comic com um olhar mais estreito quando ouviu o apelido. Ela cruzou os braços, um gesto que parecia casual, mas a tensão em seus ombros entregava outra coisa: desconforto, talvez até mesmo um lampejo de hostilidade.
— — "Raio de Sol"? Essa foi boa. Mal conheceu a mulher e já está bancando o poeta trágico. Mas vamos lá, continue. Quem sabe você a convence a te deixar ficar sentado aqui mais um pouco.
– Raio de Sol? – A voz dela saiu quase como um sussurro, mas carregava um peso que contrastava com o tom suave. Seus olhos, antes melancólicos, se estreitaram como se estivessem tentando perfurar algum tipo de barreira invisível ao redor de Comic. – O que sabe sobre isso, garoto? Quem é você, exatamente?
Comic piscou algumas vezes, ainda processando a dor que reverberava em sua cabeça. Ele notava a mudança no tom dela, mas demorava a conectar o motivo à sua escolha de palavras. Seus sentidos estavam distantes, parcialmente concentrados na dor causada pela perda de sua conexão com o escorpião.
– O quê? – Ele franziu a testa, confuso, antes de soltar uma risada fraca e rouca. – Só achei irônico... sabe, você é toda essa figura sombria, mas há algo em você que parece... brilhar. Como se o sol estivesse brigando para aparecer entre as nuvens.
As palavras saíram sem filtro, o que era incomum para Comic. Talvez fosse a dor, talvez fosse a conexão que ainda sentia entre a aura dela e a presença da divindade que parecia envolvê-la. No entanto, ele percebeu rápido que havia tocado em algo sensível.
Maeralyn descruzou os braços e se inclinou levemente para frente, agora encarando-o diretamente. Seus olhos, antes de um pesar melancólico, estavam agora afiados, quase predatórios.
– Você é um tolo ou apenas imprudente? – Ela perguntou, o tom controlado, mas claramente carregado de desconfiança. – Ninguém sabe disso. Nem deveria. Então, me diga... – A voz dela baixou ainda mais, o suficiente para ser ouvida apenas por ele. – Como sabe sobre ela?
Comic piscou novamente, sentindo-se como se estivesse saindo de um nevoeiro. Foi apenas naquele momento que ele percebeu que o apelido, aparentemente inofensivo, havia causado uma reação desproporcional. Ele se endireitou lentamente, os olhos agora mais focados em Maeralyn, analisando-a em silêncio.
– É apenas algo que faço. – Ele finalmente respondeu, mantendo o tom leve, mas com uma seriedade subjacente. – Não sei quem é "ela", mas posso ver... partes das pessoas. O que escondem, o que carregam, o que sentem, o que se move abaixo da superfície que querem mostrar. Seus sentimentos, sua essência se preferir. Não funciona em todos, alguns conseguem ocultar sua alma tão profundamente que nem mesmo eu consigo ver. Você, Raio de Sol, carrega mais do que só sombras. Há algo... ardente em você. - Completou deixando um sorriso por trás de sua máscara.
Maeralyn não relaxou. Pelo contrário, sua postura ficou ainda mais rígida, como se estivesse pronta para agir a qualquer momento. O olhar dela dançou entre o rosto de Comic e as portas do restaurante, como se calculasse uma rota de saída ou avaliava a possibilidade de uma emboscada.
– Talvez você devesse ser mais cuidadoso com o que vê, garoto. A última pessoa que tentou olhar dentro de mim encontrou algo que não queria. Comic deu de ombros, ainda confuso sobre o motivo da intensidade da reação dela. Ele apoiou o queixo na mão e olhou para ela com um misto de cansaço e curiosidade.
– É, acho que isso explica muito sobre você. Alguém que nem mesmo confia na luz que carrega. - Maeralyn estreitou ainda mais os olhos, o desconforto misturando-se com algo mais – talvez dúvida, talvez indignação.
– Se for verdade o que diz, garoto, sugiro que mantenha essas percepções para você. Meu trabalho não inclui perder tempo com palavras bonitas ou metáforas sobre o que sou.
Ela se levantou bruscamente, ajeitando o capuz que cobria parcialmente seu rosto, mas não deu as costas a ele. Comic notou a tensão nas mãos dela, os dedos fechados em punhos quase imperceptíveis.
– Termine seu chá ou o que quer que esteja bebendo. Temos trabalho a fazer.
— — E agora? Vai mesmo levantar? Olha só, a cadeira parece tão confortável. E você já fez tanto hoje, não acha que merece uma pausa?
Sem esperar resposta, Maeralyn deu um passo para trás, mantendo-o no campo de visão enquanto parecia apressá-lo para que a acompanhasse. Comic suspirou, massageando a testa enquanto a dor em sua cabeça começava a ceder.
– Parece que vou ter que me acostumar com isso. – Ele murmurou para si mesmo, ainda um pouco atordoado, mas já se preparando para o que viria a seguir. - Apenas sente. Eu já disse que estou trabalhando. Então, Raio de sol, deixe essas nuvens passarem e sorria enquanto ouve o que tenho a dizer.
Comic não duvidou de quem ela era, ou melhor, no estado de sua alma isso nem lhe passou pela cabeça, o que por sinal pode ser muito perigoso. Mas para sua sorte ela realmente era quem dizia ser. - Sabe? Para uma assassina fria e implacável você é bastante generosa. - Disse enquanto virava o rosto para a janela enquanto ela se sentava.
... uma fagulha de curiosidade. No entanto, antes que a conversa pudesse escalar ou se dissolver no silêncio desconfortável, Comic mudou de postura. Ele relaxou levemente os ombros, adotando um tom mais direto, desviando o foco da tensão.
— - Certo, Raio de Sol. Já que está tão interessada em meu progresso, aqui vai: as coisas no bazar são bem piores do que parecem. A loja de tapetes não é só fachada para comércio clandestino, mas também um ponto de escravidão. Ouvi menções de ouro roubado e chantagens, e parece que uma criança está sendo usada como moeda de troca e ….
Enquanto Comic descrevia a situação no bazar, com uma narrativa quase casual sobre o que havia observado, mencionou de forma direta que a criança provavelmente estava sendo vendida como escrava. Ele nem chegou a terminar a frase. Maeralyn, que até então estava silenciosamente escutando e analisando, teve um rompante. Seus olhos — antes melancólicos e calmos — brilharam com um vermelho ameaçador, e uma aura sombria de sede de sangue pareceu pulsar ao seu redor.
O ambiente à mesa ficou tenso. Algumas pessoas no restaurante começaram a se virar na direção deles, inquietas com a sensação opressiva que preenchia o ar.
Comic, sempre rápido no improviso, lançou um sorriso fácil por trás da máscara e estendeu as mãos num gesto teatral, exagerando na leveza para distrair os curiosos.
— Ah, sabe como é... minha amiga aqui só fica assim quando ouve falar que o vinho está sendo adulterado. Não é mesmo, querida? — Ele riu alto, abafando qualquer suspeita, enquanto discretamente pousava a mão na de Maeralyn sob a mesa.
Aproximando-se mais, ele sussurrou num tom firme e baixo, apenas para ela: — Hey, calma aí, sombra do sol. Não sei o que se passa aí dentro, mas você vai estragar tudo se continuar assim. Respira fundo e guarda essa energia pro momento certo. Vamos fazer isso direito, ok?
Maeralyn lentamente desviou o olhar para Comic. Seus olhos ainda brilhavam com a intensidade de sua raiva, mas, após alguns segundos, ela começou a voltar a si. A aura ao redor dela foi se dissipando, embora suas mãos ainda tremessem de indignação contida.
Ela inspirou fundo, fechou os olhos por um instante e, com esforço, forçou um sorriso discreto. — Claro... adulterar vinho é imperdoável.
Comic arqueou as sobrancelhas, satisfeito com a rápida recuperação dela. Ele se recostou na cadeira com um ar relaxado, retomando sua narrativa como se nada tivesse acontecido, mas por dentro sabia que teria que manter um olho em Maeralyn. A sede de justiça dela era algo poderoso, mas também perigoso.
Depois de uma pausa breve, ele continuou: — Há também um homem... Zahir. Jovem, mas com uma presença que pode te fazer perder o sono. Ele parece ser o elo entre tudo isso e algo maior. O tipo de peça que ou derruba o tabuleiro ou joga com regras que ainda não entendemos.
Comic recostou-se mais na cadeira, cruzando os braços, enquanto lançava a Maeralyn um olhar que misturava cautela e provocação.
— Então, Raio de Sol, se é minha babá designada, espero que tenha trazido mais do que só perguntas e olhares.
Maeralyn manteve o olhar fixo nele por alguns segundos, como se avaliando não apenas as informações, mas também o próprio Comic. A tensão entre os dois parecia diminuir apenas um pouco, mas o mistério que pairava no ar ainda era denso, como um véu que ambos tentavam atravessar.
Deixei o final em aberto, para o caso você queira inserir que a organização possa ter passado mais informações para ela. Acabei em um momento controlando um pouco o cenário, desculpe.
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