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[Narrada] Ataque do Ossinho

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[Narrada] Ataque do Ossinho Empty [Narrada] Ataque do Ossinho

Mensagem por Furry Qua Out 16, 2024 7:47 pm

Ataque do Ossinho
Vou te matar... Mas depois da Soneca.
— Ano/Estação:  841 DG/Primavera
— Pessoas envolvidas: https://darkdungeonrpg.forumeiros.com/t997-fp-comic-sans#7527
— Localidade: Império Firdaziano
— Descrição: Comic inicia sua jornada no mundo dos assassinatos enquanto tenta desvendar o seu passado, antes da hora da soneca do meio da tarde.
Tipo de aventura:Narrada.
Aviso:.
「R」

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[Narrada] Ataque do Ossinho Empty Re: [Narrada] Ataque do Ossinho

Mensagem por Furry Qui Out 17, 2024 10:50 am


Piada Cruel



Naquele fim de noite, a taverna de Hormirzad estava repleta de vida, com risos altos ecoando entre as almofadas espalhadas pelo chão e as mesas baixas. O ambiente, adornado com tapetes bordados à mão e fumaça de narguilé dançando suavemente pelo ar, contrastava com a seriedade estampada no rosto de Comic. Ele estava recostado contra uma das paredes de pedra do lugar, observando a porta de entrada com uma paciência ensaiada, quase letárgica, como se o tempo ali não tivesse pressa para ele. Sentado em uma almofada laranja com uma mesa baixa a sua frente.

A iluminação da taverna era um misto peculiar entre o místico e o rudimentar. Pequenas esferas de luz flutuavam sobre as mesas, presas a finos cordões mágicos, enquanto velas de cera derretida davam o toque de luz trêmula aos cantos mais sombrios do estabelecimento. A sensação era de que o próprio tempo corria diferente ali, devagar, como se o ambiente conspirasse para que as conversas e os negócios fossem selados no ritmo certo.

Comic esperava. Não por prazer ou curiosidade, mas porque havia descoberto que aquela organização de assassinos de aluguel, à qual ele havia recentemente se juntado, guardava algo que poderia esclarecer o mistério que rondava seu passado. O deus do tempo... seu objetivo maior sempre o rondava como uma sombra. Ele sabia que existia uma ligação entre aquele grupo e os segredos que o deus do tempo escondia dele, e agora, cada degrau na hierarquia dos assassinos o aproximava um pouco mais das respostas que buscava.

Mas, como sempre, o tempo o testava. Havia recebido a informação que o seu contato o encontraria ali, assim que fosse necessário para uma missão, mas este já era o terceiro dia que ele se fazia presente.


"Cuidado, S. O tempo sempre cobra seu preço."

Nix sussurrava em sua mente, desejoso por fazê-lo desistir dessa nova empreitada, tentando puxa-lo para uma nova vida desperdiçada. Nada que o pequeno esqueleto já não tivesse acostumado.

Comic dava uma nova baforada no narguile a sua frente, não se apressando a responder enquanto puxava o ar profundamente. Sua feição e corpo escondido pelas roupas largas e capus, além do canto escuro.

-  Eu tentei usar magia do tempo outro dia, mas... me atrasei. – Tenso, né?


"..."

-  Tsc, você não entende uma boa piada. - Conversava baixinho consigo mesmo.

Ali sentado, Comic continuaria fumando, erguendo seus olhos sempre que via movimento à porta do lugar. A mesa e as almofadas em ambos os seus lados estavam desocupadas, esperando por quem possivelmente poderia ser o contato da guilda a lhe passar sua primeira missão.




Spoiler:


Última edição por Furry em Ter Out 22, 2024 7:31 pm, editado 4 vez(es)

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[Narrada] Ataque do Ossinho Empty Re: [Narrada] Ataque do Ossinho

Mensagem por Misterioso Sáb Out 19, 2024 9:37 am



Narração ~ Post 01



22:30
Taverna
Hormirzad


...Mesmo imerso na conversa consigo mesmo, os sentidos de Comic - aguçados pela longa espera - não deixam de captar um baixo rangido, como um leve sussurro atravessando o ar carregado do estabelecimento, ou talvez uma brisa trazendo consigo a promessa de mudanças.



Inicialmente, o Undead não nota ninguém passar pela porta entreaberta, contudo, ao prestar uma melhor atenção no todo, percebe algo movendo-se entre as sombras, uma movimentação discreta e silenciosa, passando por entre algumas das almofadas e pessoas, um pequeno ser que acaba sendo facilmente confundido com a penumbra da taverna.

Trata-se de um tamanduá, mas não qualquer um; sua pelagem azul escura possui uma tonalidade profunda e fosca, os olhos dourados refletem a fraca luz ambiente, possui um peculiar par de presas e está repleto de adornos de uma terra distante, algo que certamente não se encaixa na cultura do Império Firdaziano. O animal caminha com um ar de solenidade, seus passos não demonstram pressa alguma, e por vezes acaba atraindo os olhares de alguns poucos curiosos, que logo perdem o interesse e voltam a dar gargalhadas, imersos em suas próprias conversas.

Tamanduá:

O peculiar ser cessa o avanço bem ao lado de Comic, acomodando-se em uma das almofadas livres. É notável um pedaço de papel amarrado no corpo do Tamanduá, com um cordão de couro desgastado, certamente um bilhete que parece pulsar com uma energia estranha, como se ansioso para ser lido. E caso o Undead de fato resolva apanhar e desdobrar o bilhete, terá em mãos um papel amarelado e desgastado, como se já tivesse sido utilizado inúmeras vezes, porém, sem nada escrito, ao menos não inicialmente, pois alguns poucos segundos depois palavras em caligrafia elegante começariam a surgir no papel bem diante dos olhos de Comic.

Papel:

As informações são limitadas, nada sobre quem é o traidor ou mesmo sobre a tal chave, e nem mesmo a recompensa pelo serviço; ao menos o nome de um local é citado, podendo ser um começo. O Tamanduá permanece imóvel, mas encarando Comic com um semblante quase humano.

Da janela mais próxima, é possível contemplar uma noite fria que se envolve perfeitamente com a paisagem árida do exterior, onde estrelas brilham intensamente sobre as dunas ondulantes. Algumas horas atrás, quando a janela encontrava-se aberta, era possível sentir o aroma de especiarias e o som distante dos mercadores, além da agitação do mar, porém, agora tudo o que resta é o silencio da noite, como se a própria areia do deserto estivesse contando histórias de antigas caravanas, enquanto a calmaria recai sobre todo o oceano. Uma noite inquietante...

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[Narrada] Ataque do Ossinho Empty Re: [Narrada] Ataque do Ossinho

Mensagem por Furry Sáb Out 19, 2024 10:36 am


Piada Cruel


Comic observou o tamanduá peculiar com um arquejo quase cômico na sobrancelha inexistente, um sorriso torto aparecendo em seu semblante pálido.

"Um tamanduá mensageiro... Claro, por que não? É sempre um tamanduá, né, Comic? A vida realmente não perde a chance de jogar algo estranho no meu caminho," murmurou para si mesmo, já estendendo a mão para pegar o bilhete preso ao cordão gasto no corpo do animal. Sentiu a textura desgastada do papel entre os dedos, e, enquanto as letras surgiam, ele não conseguiu evitar um sussurro zombeteiro:

-  Ah, olhem só, uma mensagem mágica. Que original. Aposto que a próxima vai vir em um biscoito da sorte. - Mas por trás do sarcasmo, seus olhos vazios estavam atentos, fixos nas palavras que se formavam como se fossem o prelúdio de uma piada que ainda não tinha ouvido.

O bilhete, claro, era direto ao ponto: “Encontre o traidor que se esconde no Basar Al-qarish. Ele detém a chave para o segredo mais profundo. Recupere o que nos pertence e faça com que o traidor encontre seu fim.”

Ele leu novamente, dando um suspiro exagerado, como se o peso da missão fosse mais um incômodo trivial do que um perigo real. -  Sempre uma chave, sempre um segredo... e claro, matar alguém. Porque só pedir pra bater um papo com o cara seria demais, né? Talvez comer umas batatas com molho? - Ele sacudiu a cabeça, lançando um olhar de canto para o tamanduá.

Nyx, a sombra constante em sua mente, ressoou com um sussurro entediado e arrastado. "Ah, Comic... pra que tanto esforço? Acha mesmo que essa chave vai mudar alguma coisa? Você sabe que não vai encontrar nada além de mais poeira e segredos vazios... que cansativo."

Comic sorriu, mas foi um sorriso cansado, sem humor verdadeiro, algo que morreu antes mesmo de alcançar seus olhos. -  É, Nyx, talvez. Ou talvez eu precise apenas de um pouco de exercício. Afinal, um morto-vivo precisa manter a forma, sabe? Sua voz soou amarga, carregada de um ceticismo que tentava mascarar uma curiosidade crescente, quase desesperada.

“A forma? Por favor... você mal tem carne nos ossos. E mesmo se achasse algo, não é como se fosse fazer diferença. Por que não relaxa, hein? Fica aqui, aprecia a vista do tamanduá... é bem mais tranquilo.” A voz de Nyx era um zumbido constante, como uma brisa fria que insistia em soprar pela janela entreaberta.

Comic revirou os "olhos" para o vazio, já acostumado com a resistência da sua maldição. -  Você tem razão, Nyx. Ficar aqui seria bem mais fácil. Mas a vida não é só sobre... não fazer nada. Alguém tem que animar a festa, e parece que sou eu de novo.  Ele guardou o bilhete em suas vestes esfarrapadas e se levantou, lançando um último olhar ao tamanduá e em seguidas para as almofadas e o narguilé. Seu corpo subitamente pesado com um pensamento de quem sabe? Só mais um pouquinho não faria mal? Talvez beber alguma coisa? A letargia quase tomava conta deseu corpo quando sacudiu a cabeça afastando-a para o fundo de sua mente.

-  Seja lá quem mandou você, manda um obrigado pela visita. E talvez um recado: da próxima vez, manda um camelo com um drink. Faz tudo parecer menos... sabe, seco. - Riu sozinho.

Ele ajeitou o capuz sobre a cabeça descarnada, protegendo-se da brisa fria que entrava pela janela entreaberta, e deu um passo em direção à porta. Os sons abafados do bar, as risadas dos marinheiros e o cheiro forte de especiarias se desvaneceram, trocados pelo ar noturno e o brilho distante das estrelas sobre o porto do Império Firdaziano.

-  Basar Al-qarish, hein? Vamos ver se esse tal traidor tem algo que realmente valha a pena... ou se vai ser só mais um showzinho de merda para os deuses assistirem.

E no fundo de sua mente, Nyx apenas suspirou, frustrado, "Que perda de tempo..."

Mas Comic, com seu sorriso torto e uma piada sempre pronta na ponta da língua, se embrenhou nas sombras da noite, pronto para descobrir o próximo capítulo desse jogo sombrio. Planos? Por enquanto ele não tinha nenhum, apenas seguir pelas ruas vazias, aproveitando o ar frio da noite enquanto buscava se localizar em direção ao Bazar, afinal aquela era uma grade cidade portuária do império… O Bazar não fecharia a noite, fecharia?

-  Ah, um bazar noturno... Será que lá dentro é como a vida noturna adulta? Cheio de comerciantes suados, tentando me vender qualquer coisa com um sorriso e uma piscadinha marota? - Ele deu de ombros, os ossos estalando como uma maraca mal tocada.
-  Bem, se eles esperam que eu dance para conseguir alguma informação, espero que não se importem com um ‘dois pra lá, dois pra cá’ bem barulhento... Afinal, mexer os ossos é meu forte.
O sorriso se alargou enquanto se enfiava mais fundo nas sombras da cidade, deixando para trás o silêncio da noite.

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[Narrada] Ataque do Ossinho Empty Re: [Narrada] Ataque do Ossinho

Mensagem por Misterioso Ter Out 22, 2024 2:32 pm



Narração ~ Post 02



23:00
Zona Comercial
Hormirzad


...Apesar de toda a ironia e estranheza da situação, Comic mantêm a postura, lê e relê a carta que lhe foi enviada, com bastante atenção para absorver todos os detalhes da missão que lhe foi proposta. Obviamente Nyx não perde a chance de tentar mexer com a cabeça do Undead, fazê-lo não se envolver ainda mais naquilo, e ainda assim, Comic debate com a voz e opta por não dar ouvidos à ela, muito embora a tentação de postergar de fato se mostre uma tarefa difícil de superar.

O Tamanduá nada diz, apenas escuta todas as palavras ditas por Comic e o vê indo embora do local.

Ao deixar a taverna, Comic se depara com ruas vazias e silenciosas, o local em que está é bem próximo do caís - mesmo não estando no alcance de sua visão - e trata-se de uma área comercial que sempre é bem movimentada pela manhã e tarde, sendo o primeiro contato dos navegadores com a cidade, mas acaba por se tornar pacata logo ao cair do anoitecer, restando apenas tavernas e hospedarias abertas. Por outro lado, é possível escutar sons vindos de outro canto da cidade, à oeste, sendo para onde Comic se encaminha, com um largo sorriso estampado na face.

As ruas de Hormirzad são como um labirinto de areia e pedras, iluminadas por esferas de luz que flutuam de maneira caprichosa, lançando sombras dançantes nas paredes de adobe. Conforme Comic avança, o eco distante de vozes vai aumentando gradativamente; o Undead começa a se embrenhar por vielas estreitas e suspeitas, atravessando uma região que contrasta bastante com o restante da cidade, uma zona mais pobre e descuidada, com casas desgastadas ou mesmo incompletas, algumas mais parecendo ruínas do que verdadeiras moradias. É visível crianças e adultos maltrapilhas pelas ruas, com os pés descalços sob a areia e a exaustão estampada em suas faces, alguns com corpos tão magros que logo estarão competindo com o físico de Comic, um cenário de verdadeira miséria e tristeza.



Após alguns poucos minutos caminhando pela zona pobre da cidade, Comic sai em uma rua larga, que leva até uma espécie de praça circular, uma área aberta com uma pequena fonte em seu centro, bem longe das zonas residenciais do povo comum, mas próxima da zona pobre; o Undead percebe a atmosfera mudando consideravelmente ao se aproximar. Os comerciantes, que antes pareciam apenas figuras dispersas e distantes, agora se tornam vultos em meio a uma agitação crescente. As vozes se sobrepunham em um coro de barganhas, risadas e o blaterar de camelos, além é claro de artistas musicais independentes. A iluminação suave reflete bem os detalhes dos produtos expostos – tecidos vibrantes, joias reluzentes, comidas típicas e artefatos mágicos que parecem ter vidas próprias.

A rua e a praça estão bem movimentadas, com muitas informações paralelas tornando difícil para Comic acompanhar tudo; seria este um local que esconde segredos sob sua superfície? Onde seu alvo pode estar escondido? Ao chegar na praça, vê que além das diversas barracas e comércios expostas ao ar livre, também há alguns comércios fechados, tais como a "Forja do Sol Nascente" uma construção pequena de um único andar, um tanto rústica e sem nenhuma decoração, quadrada, soltando fumaça de uma chaminé; "Banquete da Lua Cheia" uma construção com fachada larga e janelas que revelam um interior repleto de mesas com bastante comida; e por fim, o "Al-qarish", uma bela construção de dois andares, com sua fachada decorada com tapeçarias de excelente qualidade, provavelmente sendo este o seu principal produto.

Al-qarish:

Comic vê que há um segurança na entrada do estabelecimento, o único lugar por ali em que há um, mas não vê ele barrando ninguém, pessoas entram e saem do bazar sem ele intervir; é um homem de estatura mediana, barbudo, segurando uma lança com a mão direita, traja um turbante branco e armaduras de couro em cores terrosas, além de manter um escudo nas costas e uma expressão séria. Antes que Comic se aproxime, vê um sujeito de túnica desgastada se aproximar do guarda, ele entrega algo na mão do homem e recebe alguma coisa em troca, sendo difícil para o Undead identificar o que é pela distância que se encontra, e o sujeito encapuzado adentra no estabelecimento logo em seguida.

Guarda:

- Ei você! - Um comerciante, com um sorriso largo e um brilho nas costas das mãos, chama Comic com um aceno, para que este se aproxime enquanto arruma suas joias na tenda. - Você, viajante! Venha ver o que tenho a oferecer! Estas pedras brilham como estrelas do deserto! Olhe só para esta, uma safira que captura a luz da lua! - Ele levanta uma gema azulada, que reluz de maneira hipnotizante sob a luz das esferas flutuantes.

De repente, um tumulto irrompe no centro da praça, e vozes se elevam em um coro de confusão. Aparentemente, dois homens iniciam uma briga furiosa próximos da fonte, empurrando-se e trocando socos, enquanto uma multidão vai se aglomerando ao redor para assistir o espetáculo.

- Ignore ignore, esse tipo de coisa acontece com frequência. Aqui, talvez você deseje algo mais... único? - Ele diz isso mostrando uma outra joia, uma pedra amarela levemente escurecida. - Olhe só para esta magnífica joia de âmbar! Te garanto que ela brilha perfeitamente sob a luz do sol, capturando a verdadeira essência do próprio deserto. E te digo mais! O âmbar é mais do que apenas beleza; ele traz proteção e sorte para os que lhe carregam. Cada uma dessas pedras é única, carregadas com histórias de eras passadas! E por um preço justo, você pode levar consigo não apenas uma joia, mas um pedaço desta longa história. O que me diz? Uma peça tão rara não deve ficar esquecida, mas sim adornar alguém tão ilustre quanto você! -

Enquanto isto, caso Comic preste atenção, perceberá que durante a confusão, algumas crianças maltrapilhas bem apressadas e desesperadas se aproveitam para roubar algumas barracas que acabaram vazias, já que bastantes comerciantes foram assistir a briga.

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[Narrada] Ataque do Ossinho Empty Re: [Narrada] Ataque do Ossinho

Mensagem por Furry Ter Out 22, 2024 3:23 pm


Piada Cruel


Comic mantinha a carta entre os dedos, enquanto caminhava pelas ruas desertas de Hormirzad à noite. A carta trazia uma nova missão, outra peça no quebra-cabeça para entender as ligações da organização com o deus do tempo. Ele sabia que, ao cumprir as missões, estaria subindo na hierarquia, mais perto das respostas que tanto buscava. No entanto, como sempre, Nix estava lá, sussurrando no fundo da sua mente.

Ah, Comic, pra quê todo esse esforço? Você nem sabe se esse 'deus do tempo' vale tanto assim... Que tal dar uma volta, esquecer essa missão por um tempo, hã?

Comic franziu o cenho, ignorando o peso crescente que a maldição jogava em seus ombros. A voz de Nix era suave, quase convidativa, como uma brisa de preguiça que tentava envolvê-lo. Mas ele sabia que ceder significava se atrasar, perder a chance de chegar mais perto da verdade. Ainda assim, a tentação estava sempre ali.

"Talvez Nix tenha razão,"   ele murmurou para si mesmo, quase rindo. "Talvez eu devesse sentar e observar as estrelas enquanto o mundo se desmorona ao meu redor... Parece divertido, né?"

Nix, persistente, voltou a cutucar sua mente, Exato, estrelas são ótimas... ou que tal um cochilo? A cidade vai estar aqui de manhã, não vai? Não há motivo para pressa.


-  — Ah, Nyx... sempre tão prestativa. Talvez eu devesse, sim, esquecer tudo isso e me deitar numa cama de espinhos. Melhor ainda, que tal eu ficar aqui e assistir à minha própria decadência enquanto você me fala o quanto eu sou inútil? —   Comic disse, ironizando o tom da entidade enquanto fortalecia sua própria determinação.

— Se fosse por mim, você já teria se rendido há muito tempo. Mas... ei, quem sou eu para dizer o que fazer, não é?  — Nyx continuou, com uma risada sibilante. — Sabe, eu não me importo se você seguir em frente com isso. Só acho que está se jogando em algo que vai acabar mal. Mas o que você sabe sobre decisões ruins, não é mesmo? Você é o especialista.

Comic sorriu novamente, mas dessa vez, havia um leve amargor em seu semblante. "Especialista em decisões ruins" , pensou. Talvez fosse verdade. No entanto, algo nessa missão, algo naquele nome misterioso e no destino incerto que ele estava prestes a confrontar, o mantinha seguindo adiante.

Prosseguindo em direção ao oeste, onde sons mais distantes anunciavam uma atividade noturna crescente. O sorriso largo de Comic se alargou ainda mais, uma expressão que beirava a loucura, enquanto seu olhar atravessava as vielas estreitas e o eco dos seus passos soava alto no silêncio da noite. Hormirzad, mesmo em seu lado mais pobre e negligenciado, ainda tinha vida nas suas veias.

Comic percebia as crianças e a pobreza à sua volta, mas para ele e do ponto de vista dele, a própria vida era um infortúnio, então não era como se ele fosse prestar atenção às maldições dos outros. Egoísta? Talvez, mas sua mente já não era mais tão completa.

Conforme se aproximava do coração da cidade, ele podia ver as barracas e lojas do bazar se tornando cada vez mais evidentes. Era um contraste chocante com a área empobrecida que ele acabara de atravessar, onde crianças maltrapilhas corriam descalças e adultos, exaustos pela vida, mal erguiam o olhar. Comic, um undead cuja aparência, se revelada, talvez já não causasse tanto espanto quanto deveria, se misturava à cena de decadência.

— Sabe, essa cidade me lembra muito você  — Nyx sussurrou novamente. — Bela na superfície, podre por dentro.

Comic sorriu de canto, sem perder a oportunidade de devolver a provocação com seu sarcasmo afiado.

-  — Ah, Nyx, você sempre sabe como fazer alguém se sentir especial. — Ele lançou um olhar breve para o céu, como se estivesse ponderando. -  — Sabe, eu poderia dizer o mesmo de você... mas eu não queria ofender a cidade. - Com a resposta ele finalmente conseguiu alguns minutos de silêncio, talvez o ego de Nix fosse um pouco sensível.

Ao alcançar a praça central, o cenário mudou rapidamente. A agitação das barracas, o brilho das mercadorias e o cheiro das especiarias criavam uma atmosfera completamente diferente. Comic olhou ao redor enquanto ajustava o capuz para esconder suas feições, seus olhos vazios absorvendo cada detalhe com uma certa dose de indiferença. O som das barganhas e a música ao fundo enchiam o ar com uma vivacidade que contrastava com a melancolia que ele carregava.

O bazar Al-qarish estava ali, à vista, com sua fachada rica e decorada. Comic, com sua postura usualmente descontraída e seu sorriso macabro, observava a entrada, seus olhos captando o segurança que permitia a entrada de alguns poucos, sem aparentemente barrar ninguém.

-  — Aí está, então — Comic sussurrou, para si e para Nyx. -  — O lugar onde todos os segredos estão guardados.

Mas antes que ele pudesse tomar qualquer ação, um comerciante se aproximou rapidamente, chamando sua atenção com entusiasmo exagerado.

O homem agitava uma joia azulada, tentando cativar o olhar de Comic. Este o encarou por um segundo, sem perder o sorriso, e inclinou levemente a cabeça, divertindo-se com a tentativa desesperada do comerciante.

-  — Ah, claro... uma joia que brilha mais do que minha própria vida, não é?  — Comic respondeu, o sarcasmo pingando de suas palavras. -   — Mas me diga, ela também me protege de vozes irritantes na minha cabeça? Porque se sim, talvez tenhamos um negócio.

— Sempre tão espirituoso — Nyx riu, mas o tom de desdém não escapou a Comic.

Antes que o comerciante pudesse insistir mais, uma confusão estourou no centro da praça. Duas figuras começaram a brigar violentamente, atraindo a atenção de muitos, enquanto algumas crianças maltrapilhas aproveitavam a distração para roubar as barracas deixadas vazias. Comic observava tudo com um olhar casual, enquanto os olhos treinados captavam o movimento furtivo das crianças.

Comic, sempre atento, notou algumas crianças maltrapilhas aproveitando a distração para roubar mercadorias de barracas vazias. "Bom, pelo menos alguém aqui está sendo produtivo," ele murmurou, observando a cena com um toque de humor sombrio enquanto ouvia o comerciante ao fundo insistindo.

-  — Ah, brilhantes como estrelas do deserto, hein? — Comic diz, apontando para as pedras que o homem exibia. -  — Sabe o que brilha mais que essas joias? O vazio na minha bolsa. A luz reflete tão bem no nada, você nem imagina.

Ele faz uma pequena reverência exagerada, afastando-se com as mãos levantadas.

-  — Mas agradeço a oferta. Quando eu achar algum ouro caído pela rua, volto correndo. Ou não. - Terminou bem humorado enquanto se virava deixando o comerciante e se dirigindo ao bazar, afinal que mal faria dar uma primeira olhada? O segurança não parecia estar bloqueando ninguém lá.

>><<
Se alguém o abordasse ao entrar no Bazar:
Comic, sem hesitar, abre um sorriso de canto e responde com a desculpa já preparada, embora ainda evitasse mostrar seu rosto, ainda que estivesse coberto pela mascara.

-  — Sim, tapetes... Bem, na verdade, eu estou atrás de algo um pouco mais... prático. — Ele se inclina um pouco, abaixando o tom da voz como se fosse confidenciar algo constrangedor. Esperando que o atendente correspondesse ao seu gesto -  — Veja bem, meu último tapete... como posso dizer isso... foi vítima de uma situação embaraçosa. Digamos que, uh, um acidente envolvendo uma lâmpada de óleo e... um gato muito curioso.

Ele gesticula de forma vaga, como se fosse óbvio o caos que isso teria causado.

-  — Então, preciso de algo que possa resistir a futuras... situações imprevisíveis. Algo resistente, mas que ainda tenha aquela aparência de "eu sou rico, mas sou cauteloso com felinos".

Enquanto o atendente se prepara para mostrar as opções, Comic apenas dá um aceno leve, mas seus olhos permanecem atentos, vasculhando o ambiente à procura de algo mais do que simples tapeçarias.

No caso de não ser abordado, apenas passearia olhando as tapeçarias com ouvidos apurados e olhos atentos.

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[Narrada] Ataque do Ossinho Empty Re: [Narrada] Ataque do Ossinho

Mensagem por Misterioso Sex Out 25, 2024 10:27 pm



Narração ~ Post 03



23:10
Bazar Al-qarish
Hormirzad


...Por mais persistente que Nyx se mostre, ainda assim, algo continua fazendo Comic recusar-se a ceder para a voz, mesmo que algumas das afirmativas lhe tragam uma sensação amarga ou que de fato algumas façam sentido. Conforme avança, o Undead não se abala com o cenário de pobreza pelo qual passa, preocupando-se mais em trocar insultos com Nyx e soltar diversas piadas de humor negro, até que eventualmente consegue fazer a voz se aquietar, ao menos temporariamente.

Na praça, o Undead foca sua atenção principalmente no estabelecimento cujo o nome fora citado na carta que recebeu. E ao ser abordado pelo comerciante de joias, não esconde seu sarcasmo ao respondê-lo, deixando o homem um tanto perdido.

- Vo-vozes? Bom... Vejamos... - Por mais que o homem possua certa habilidade em barganha, ele não esperava por tal resposta e acaba se perdendo, mas elabora algo no improviso e tenta apresentar outra pedra enquanto a explica, supostamente atendendo exatamente o que Comic diz querer, contudo, o Undead não presta atenção nas palavras do vendedor, já que sua atenção se volta para a praça e à confusão que se formou.

Comic só retoma o diálogo com o comerciante instantes depois, quando ele começa a falar sobre pedras de âmbar, mas a resposta que o esqueleto dá não agrada tanto o comerciante. - Tsc... - Bufa, ao ver seu possível cliente afastando-se da barraca.



Comic adentra no estabelecimento sem ninguém barrar ou questionar sua chegada, sendo imediatamente envolvido por uma atmosfera vibrante e cheia de vida. O ar está impregnado com o aroma de incensos e o suave toque de couro envelhecido. O interior é vasto, com tetos altos adornados por tapetes de seda que, graças aos lampiões, acabam criando um jogo de sombras que parecem dançar nas paredes de adobe.

Tapetes macios absorvem os passos dos visitantes, tornando o ambiente acolhedor; também há tapetes penduradas e expostos em mesas e varais, em uma grande variedade de opções, alguns bem coloridos, outros retratando cenas épicas de batalhas históricas, além daquelas mais sutis, e até mesmo alguns com padrões geométricos que soam quase hipnóticos.

Há bem poucos clientes perambulando pelo local, e os que estão analisam com cuidado cada produto oferecido, que inclusive não se limitam apenas à tapetes, havendo também incensos e algumas cerâmicas repletas de detalhes intrincados, muito embora os tapetes sejam o grande destaque do local.

- Permitam-me apresentar este tapete, uma verdadeira obra-prima, produzida pelo Mestre Al-qarish. Cada fio deste tapete foi tecido com o maior cuidado e dedicação do nosso senhor. - As palavras são proferidas por um homem idoso, trajando uma túnica azul escura, um tanto simples, mas bem cuidada, com um colete de tecido grosso sobreposto; em sua cabeça, um turbante branco esconde todo seu cabelo, enquanto os olhos astutos e a longa barba branca sugerem certa experiência. - Observe a riqueza das cores, toque, sinta a qualidade. Agora imagine-o adornando seu grande salão, será o cenário perfeito para suas celebrações. E, claro, como nobres, vocês merecem o melhor. O que acham? -

O velho vendedor está negociando com um jovem casal que se destaca bastante:

O rapaz veste um qaba, um longo manto de brocado, adornado com padrões intricados de flores e arabescos em tons de azul e dourado; o tecido é leve, mas opulento, sugerindo status e sofisticação. Seu manto é aberto na frente, revelando uma túnica de seda branca com bordados nas mangas. A cintura é cinzelada por um cinto de couro ornamentado com metais preciosos, segurando uma adaga decorativa. Na cabeça, usa um kulah, um chapéu de feltro com um toque de plumagem, que complementa seu estilo elegante. Seus sapatos são de couro macio, com pontas levemente curvadas, típicos da nobreza firdaziana.

Já a mulher, é igualmente deslumbrante, trajando um vestido longo que flui suavemente ao seu redor. O vestido, feito de seda, é de um tom profundo de esmeralda, com bordados em ouro e prateado que se entrelaçam em padrões florais. A parte superior é ajustada, com mangas largas que se expandem em rendas delicadas.

Sobre os ombros, ela drapeia um chador leve, que emoldura seu rosto e adiciona um ar de mistério. Seu cabelo escuro, adornado com pequenas pérolas e flores secas, escorre em ondas suaves. Em seus pés, sandálias de tiras finas completam o look.

- É impressionante, sem dúvida, mas você realmente acha que vale a pena? Já temos tapetes em casa. - Questiona o jovem homem, observando o tapete com uma expressão de insatisfação.

- Mas este é especial! Cada detalhe é uma obra-prima. Imagine como ficará nosso salão durante as festas. - A jovem, encantada com a beleza do produto, não pretende perder a oportunidade.

- Festas são uma coisa, mas um tapete tão caro? Será que isso realmente vai fazer diferença? - Questiona o homem, um tanto relutante.

- A diferença está na elegância que ele traz. Isso é mais que um simples tapete; é um símbolo de nosso status. - Responde ela, persistindo em seu desejo.

O jovem suaviza a expressão e começa a refletir, tentando chegar em uma decisão.

Além do casal bem vestido, do comerciante idoso e do próprio Comic, há apenas mais duas pessoas no interior do estabelecimento:

Uma mulher mais ao fundo, sozinha, observando alguns vasos de cerâmica; ela usa vestes leves e na cor amarela, consistindo em uma calça larga e tecidos cobrindo seus seios, a barriga chapada fica exposta, tal como seus braços, e a parte debaixo da face coberta por uma camada de tecido amarela, que junto do tecido branco sob a cabeça, forma uma espécie de niqab reduzido; os pés estão descalços mas enfaixados, e ela leva consigo um escudo e uma lança, ainda assim não aparenta ser uma guarda, mas sim uma cliente.

Por fim, há um estrangeiro, com algo por volta de um metro e noventa de altura, é enorme e musculoso, carrega nas costas uma espada montante larga, sua face é quadrada e rígida, possuí um cabelo loiro bem curto, traja uma túnica verde que vai até a altura do joelho, uma calça preta simples, botas e cinturão marrom, além de uma capa amarela. O homenzarrão aparenta estar procurando por alguma coisa específica, já que caminha pelo estabelecimento sem parar para analisar nada com tanto cuidado, parecendo não se importar com os tapetes.

Um fato notável e peculiar, é que o sujeito de túnica desgastada que Comic avistou adentrando no estabelecimento a poucos instantes atrás, não está presente no local. Além disto, não há nada fora do incomum por ali, e não aparenta haver outros cômodos no térreo mesmo sendo extenso, contudo, há uma escada que leva ao andar de cima, mas seu acesso é barrado por um balcão, além de não haver garantia alguma de que aja algo de interessante no andar superior.

Resta ao ser esquelético decidir como proceder.

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Mensagem por Furry Sáb Out 26, 2024 10:30 am


O bazar


Comic entra no bazar sem ser incomodado, absorvendo a atmosfera vibrante ao seu redor. O aroma dos incensos e o toque de tapetes macios sob os pés criam uma sensação acolhedora, e ele aproveita para observar tudo com um misto de curiosidade e análise. As cores, os cheiros e o leve jogo de sombras dançantes nas paredes de adobe evocam uma sensação de vida que contrasta intensamente com a sua própria natureza — um morto que, de certa forma, ainda caminha e observa. Mas a ironia não lhe escapa, e ele quase ri de si mesmo enquanto seus olhos percorrem os presentes com o Olho da Alma ativado, sondando as auras sem pressa.

A discussão do casal nobre o faz erguer discretamente uma sobrancelha. A mulher parece fascinada pelo luxo e pela ideia de exibir status, enquanto o homem exibe uma expressão cautelosa, tentando justificar que já possuem o suficiente. A discussão, quase cômica em seu superficialismo, o diverte. - “Ah, o eterno dilema da futilidade,” - pensa, com um leve sorriso de desdém. - “Ela quer um símbolo de status, ele quer um símbolo de bom senso... ou pelo menos de um saldo bancário menos arriscado.” - Ainda que observasse e soubesse que a bela mulher era para ele, igual o tapete era para ela.

Nix não perde a chance de comentar, com uma voz quase sibilante na mente de Comic: “Olha só, tão fascinados por um pedaço de tecido, como se um tapete fosse garantir nobreza... Humanos e suas pequenas vaidades. Pelo menos o tapete é mais útil que eles.” - Esse comentário foi capaz de surpreender ainda mais a Comic, pois ele realmente conseguia concordar com Nix nesse momento.

Contendo um riso e respondendo mentalmente a Nix: - “Útil para cobrir as pegadas de visitantes indesejados, talvez. Mas tenho que admitir, eles fazem do consumo uma verdadeira arte. Aposto que daqui a um ano ele nem vai lembrar quanto pagou.” - Comic os observa mais um pouco, tentando ler suas almas, não só a superfície, mas também os seus desejos mais íntimos. Não era tão bom quanto ler pensamentos, mas os desejos como luxúria, nervosismo, preocupação, agitação, urgência, tranquilidade. Todas essas coisas e muitas mais poderiam transparecer no formato, cor e movimento da alma de alguém.

Sua atenção, no entanto, logo se desloca para a mulher que analisa um vaso de cerâmica. Ela exala uma aura de força e independência — uma guerreira, talvez, a julgar pela lança e o escudo que leva consigo, mas há algo de distinto em sua postura. Enquanto muitos se fixaram na imagem clássica da guerreira em batalha, Comic a vê em um contraste fascinante: uma figura de poder, talvez de orgulho, examinando algo tão delicado quanto a cerâmica detalhada. Ele se permite admirar a cena por um instante. - “Há algo belo em uma guerreira que aprecia a fragilidade,” - ele reflete, contemplando a complexidade de alguém que, com um movimento, poderia reduzir aqueles vasos a cacos e, no entanto, os examina com a mesma reverência de um artista.

“Ah, o velho charme dos paradoxos,” murmura Nix em sua mente. - “Nada como ver alguém que poderia quebrar um crânio admirando porcelanato. Talvez devêssemos perguntar o preço de um vaso para esmagá-lo logo depois. Imagina o choque…”

Comic reprime um sorriso irônico, respondendo mentalmente a Nix: - "E eu seria o crânio esmagado, imagino. Afinal, nada mais fácil de quebrar do que ossos secos." - Ele visualiza a cena, imaginando a guerreira, com sua força e determinação, cravando a lança diretamente em seu crânio. - "Ela certamente ficaria mais que satisfeita em usar minha cabeça para esse teste."

Ele deixa seu Olho da Alma trabalhar, captando as auras dos presentes e interpretando-as para ver se há algo de interessante, alguma intenção oculta ou desconfiança que possa perceber antes de agir.

Se algum dos presentes resistir à leitura, indicando uma proteção espiritual, Comic mudará de alvo rapidamente, sem insistir. A última coisa que quer é atrair atenção para sua própria presença ali. No entanto, se avistasse uma pequena barata rastejando próxima a uma prateleira de cerâmicas, uma ideia lhe ocorreria. - “Perfeito,” pensa ele, preparando-se para usar Fissão de Alma e colocar um fragmento seu no inseto. Se conseguir, poderá usá-lo para explorar o andar superior sem se comprometer. Não apenas baratas, Comic poder-se-ia fazer uso de outros insetos, fossem moscas, aranhas ou mosquitos.

Com um leve sorriso, Comic observa enquanto o inseto, possuído pelo fragmento de sua alma, começa a se mover em direção à escada que leva ao andar de cima. Agora que o principal estivesse feito Comic se prepararia para deixar o local, indo em direção ao restaurante que antes havia visto.

Do lado de fora, ele avista o guarda que anteriormente recebeu a carta suspeita daquele sujeito que sumiu misteriosamente dentro do bazar. A figura imponente do guarda parece distraída, mas Comic não se arrisca. Ele retira uma moeda de prata e, com um leve toque, infunde nela um fragmento de sua alma usando a Fissão de Alma. A moeda carrega agora uma pequena parte de seus sentidos, permitindo que ele veja e ouça tudo o que o guarda fará enquanto a mantiver consigo.
Comic caminha até o guarda e, com seu usual sorriso sarcástico, estende a moeda, como se fosse uma simples gorjeta. - Para um homem atento como você, um reconhecimento. Talvez compre um tapete por aí. A voz tem um tom levemente provocador, um reconhecimento disfarçado de gentileza sem deixar de manter o olho da alma observando o sujeito.

Comic segue seu caminho em direção ao Banquete da Lua Cheia e procura um lugar para se acomodar, um que conseguisse ainda observar pela janela.

- Traga-me a bebida mais forte que tiverem… e algo que desça fácil, sem comprometer o gosto. - Pediria ao ser atendido.

"Dizem que a força de uma bebida se revela na manhã seguinte… Será que isso se aplica aos esqueletos?" murmura Nix em sua mente com um tom provocador, quase debochado.

- "Ah, mas se eu acordar com uma ressaca… saberemos que essa bebida é forte o bastante para qualquer coisa, até para mexer com ossos,” responde Comic, um sorriso cínico espreitando nos cantos de seus pensamentos, mesmo sabendo que como morto-vivo ele sequer dormisse.

Enquanto espera, Comic aproveita para observar o fluxo de pessoas ao redor, usando o Olho da Alma para captar nuances sutis nas almas que perpassam pelo local. Comic não daria a atenção a maioria das almas que visse, mas caso percebesse alguma com fortes emoções ou contradições, se permitiria mais tempo para observa-la.



OBS: Ia por os talento, mas meio grande. Olho da alma = talento de percepção que deixa ver a alma e avaliar emoções rank C

Fissão da alma, posso dividir minha alma em 7, colocando nos meus próprios mortos vivos, corpos mortos, objetos. Considerei no inseto… Também dá pra matar o inseto ele virar corpo morto e aí por a alma.



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