[Narrada/Fechada/18] Jornada das Almas

- Ergasse, seja minha espada e escudo… E mais importante, consigo sentir um de meus tesouros por perto, você deve assassinar ladrão e trazer de volta o meu item. Eu teria dito de forma fria, imperativa e séria,  de modo que se fazia fácil sentir a nefasta presença se reverberar.

Com um aceno de mãos trouxe meu servo esmeralda enquanto desci com calma as escadas, atrás do meu cavaleiro da morte, era óbvio que as criaturas eventualmente teriam vindo cercar e por isso, se fez necessário abrir o caminho.

Vi que o meu cavaleiro já havia avançado e cuidaria da linha de frente, o espirito esmeralda por outro lado teria cuidado de agir como um backup tanto para ele quanto para Shizuka, levantando pontuais moveis para impedir o avanço de maneira a ajudar na defesa, ou então levando os três disparos da energia fantasmagórica mágica ao qual emitia para que cobrisse pontos cegos de um dos dois que lá haviam.

Cruzei meus braços e esperei, sabia que pela presença de minha  coroa, seriam poucos os que sequer tentariam a sorte de passar, pois se paralizariam de medo, isso é se não fugissem no entanto, não deixei dúvida para o erro afinal, criaturas ignóbeis não eram capazes de reconhecer a grandeza, me limitando a esquivas que consistiam em recuar para trás quando viável, ou para um dos lados, também era flexível para me abaixar ou pular para um dos lados, utilizando a estrutura como um modo de ganhar tempo, até que meu cavaleiro retornasse a minha defesa.

Se percebesse o  ladrão se aproximando avisaria - Ele esta se aproximando, fique em guarda. Como uma comandante, meu local não era no campo de batalha mas, nas linhas onde minhas vontades pudessem inspirar a ação dos pequenos seres.


- Sim senhora. Me ergui, puxando o meu grandioso escudo, enquanto as chamas de meu corpo se incendiaram em um azul enlouquecedor enquanto segui a frente de minha rainha com a espada em punho e neste momento, sem ainda me ocultar nas sombras, pela própria escadaria, se fosse necessário eu teria utilizado da posição mais alta e de meu escudo para jogar o meu peso fortemente em uma pancada com o escudo a alguma criatura insolente enquanto teria dito.

- Criaturas mortais, se coloquem atrás de meu  escudo! Saiam do caminho e me permitam lutar! Eu teria dito caso pudesse ver que haviam inconvenientes como pessoas se desesperando ou tentando sair antes que fosse a hora. Observei os cantos e aguardei, pelo momento em que se rompesse a porta com criaturas para que o meu avanço acontecesse empurrando com o escudo com violência de modo que os monstros pudessem se amontoar, abaixando a postura e realizando um corte poderoso ao meu redor com intensidade de modo a limpar as criaturas que ali haviam e poderiam perturbar a minha mestra.

Eu não teria deixado passar um, me fazendo de sentinela naquela porta, usei de minha força e estatura, usando de golpes do escudo para impedir que projeteis ou golpes tivessem passado se viessem de uma posição inferior, no caso  de  algo que poderia passar pelo meu escudo pela parte de cima, minha espada agiria como um modo de aparar possíveis inconvenientes que ali haviam, como projeteis altos ou golpes altos, ao qual com minha lâmina agi  para empurrar, repelir e se com sorte empalar e  jogar nos demais atacantes.

Na possibilidade de algum de meus ataques não ser um sucesso, me adaptei, aproveitando de minha agilidade para corrigir a postura e mover a coluna para um corte diagonal enquanto tentei atingir o máximo possível. Lidar com o perigo imediato era o necessário antes de recuperar o item de minha mestra.

No caso do louco cavaleiro avançar contra mim, as chamas dentro de mim se incendiariam enquanto eu diria em cólera - Reconheça seu lugar mortal! Em uma voz fantasmagórica e nefasta o medo por meio de minha voz poderia se firmar nos corações mais fracos.  Eu não havia perdido a atenção nele, até porque a minha mestra teria me avisado sobre sua aproximação ainda que eu não o percebesse e se fosse o caso de um ataque, eu teria utilizado em um primeiro momento se possívelmente já estivesse sem uma posição de continuar atacando, utilizando de minha força bruta para realizar bloqueios para golpes altos e saltos para golpes baixos, desde que não a colocassem em risco e se colocassem, eu abaixaria e usaria do escudo para bloquear e empurrar, para evitar sequências.

Não me colocaria na frente dos golpes da raposa,  sabia de sua posição e também não a teria interferido negativamente de forma alguma.

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Meu cavaleiro da morte não demorou para junto a minha Shizuka a se livrarem das meras criaturas, algo que levou até tempo demais devido ao número deles ao qual era profundamente incomodo. Frente a aqueles civis, uma vez que não haviam ainda declarado o desejo por seguir a brilhante luz ao qual o caminho que eu trilhava trazia, não tive nenhuma ligação ou empatia para que pudesse mover minhas divinas mãos.

Um ser então pareceu agir como parte principal daquele problema, dada a sua estatura, meu olhar era frio e minhas palavras também eram, ainda que para muitos a chocante morte pudesse ser algo horripilante. - É uma pena que não sinto o usurpador por perto, talvez isso pudesse cansa-lo. Em um último aviso a criatura eu fui séria ao dizer. - Suma da minha vista. Apesar de não haver emoção em meio a ensandecida loucura emitida pelas ondas sonoras ao qual eu era capaz de emitir, misturavam-se a minha grande presença e também a coroa, ao qual poderia por si só ter sido responsável por evitar que eu tivesse de fazer com que mais da lâmina de meus servos se sujasse com pouco.

Shun no entanto, não planejava deixar a criatura andar por ai solta, então respeitei o seu espaço, apontando para a cabeça do Bicho, teria feito com que o Servo esmeralda a seguir do golpe de Shizuka avançasse e o atravessasse, como um meio de confundi-lo ainda mais, voando para as suas costas e atirando bolas de fogo ectoplásmicas em suas costas.

Por outro lado, dada a ignorância que existia naqueles ignóbeis seres, não lhe daria a honra de que minhas mãos estivessem envolvidas naquele combate tão baixo, me divertindo com a ideia de  mais de uma vez, utilizar do servo esmeralda para que atrapalhasse a visão ou confundisse a criatura, em movimentos  circulares, aproveitando dos intervalos dos golpes de Shun que poderiam acertá-lo para que não houvesse em si riscos em sua forma eterea para que  o velho da montanha agisse, não sentia mais nada muito próximo, portanto aproveitei  do espaço para que eu não me encontrasse próxima do foco do combate afinal, também não queria que aquele sangue imundo  pudesse respingar sobre a divindade que compreende a minha existência, portanto mantive-me afastada, usando de passos para trás, quando fosse mais viável ao ver algo vindo em minha direção que pudesse me acertar, ou  planejei desviar ao saltar para um dos lados, o que me parecesse mais conveniente no momento de acordo com a movimentação. Era uma defesa simples ao qual nem mesmo pensei que poderia acontecer.

Minhas mãos? Tal como um maestro conduzia uma música, através da necromância influenciava através da imputação de minhas intenções aos meus servos.


Admirei na força de minha mestra a gentileza com os insolentes seras que a desafiavam, enquanto firmei o aperto no punho da espada, entendendo que a Raposa compreendia  o melhor curso de ação, no momento em que a abertura fosse criada por esta, realizei um corte horizontal de baixo acima de forma veloz com intenção de dividir a criatura ao meio.  Sabia que a combinação poderia ter sido mais do que o suficiente, ainda assim, não relaxei.

Utilizei de meu escudo para em um primeiro momento dar a cobertura para a raposa, cobrindo golpes aéreos e a própria possibilidade do bicho lançar algo de cima contra ela ao erguer meu cadavérico braço com intensidade e força enquanto o escudo seria o intercessor de minha força de defesa e se fosse ainda tolo o suficiente para o fazer a mão da espada não ficaria quieta, ao colocar uma estocada forte contra a cabeça da criatura se em alcance, e se não, ao estocar, faria um movimento lateral com o braço de modo a expor suas vísceras de forma violenta.

Não apenas estaria pronto para golpes de cima como também utilizei de um encontro de momentos ao defender  jogando o escudo a frente com intensidade junto ao segurar firme de meu punho quase como um soco para desequilibrar e amortecer um golpe frontal ou inferior que visasse a acertar, não me colocando como um obstáculo caso pudesse analisar que a defesa da raposa seria mais eficiente, deste momento, não tendo problemas em me colocar por de trás de sua defesa sólida e me ocultar para contornar o bicho e o  atacar de forma brutal por suas costas, haviam muitas possibilidades ao qual eu estava pronto para me adaptar.


Se visse atenção demais na raposa apesar de eu ser um alvo bem maior a sua frente se fosse ser problemático, eu teria dito em voz alta - CRIATURA! ONDE PENSA QUE ESTA OLHANDO? Era a voz do próprio terror que sairia de  minha essência nefasta, ao qual intercalaria em movimentos que sempre permitissem a criação de oportunidades par aum dos dois lados, aproveitando inclusive de como o Servo esmeralda agia para confundir e danificar a criatura.

Mesmo que caisse, eu não daria vazão para o fim da criatura, sentindo que minha mestra não o tomaria como servo, eu teria certeza de pisar diversas vezes na cabeça da criatura, esmagando-a completamente seu crânio sobre meus pés, para que nada ali restasse.  Era um assassino experiente portanto, também não cairia em dificuldades como um corpo ao qual tentasse prender minha arma ou algo do tipo, impulsionando o meu corpo e aumentando ainda mais o dano da lâmina ao sair caso isso acontecesse.

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Apesar de tudo, me surpreendi em quão desleixado meu cavaleiro teria sido, por ter sido pressionado por uma criatura tão fraca, perante o seu próprio poder, não pude negar o desejo de o punir pela vergonha de se deixar ser acertado desta forma que ele me fizera passar, encarando aquela situação com uma cólera que não se aplicaria com o mero sangue do ladrão que ousava respirar tão próximo de mim.

Vendo que meu servo sabia o seu lugar eu teria dito - Não me envergonhe novamente. Dentro do seu corpo flui o maior poder do mundo, o meu poder. Então não falhe. Teria dito empurrando de volta a espada para que ele se erguesse e agisse de acordo, não havia me desgastado para que este tipo de coisa acontecesse.

Teria olhado então para Shun, não poderia dizer que meu humor estava melhor no entanto eu teria dito - Seja breve, estarei esperando. Teria dito cruzando os braços, sabia que ela carregava estas necessidades ainda.  Me focava em entender a precisa distância que havia entre o ladrão e o meu item, também buscando reestabelecer a minha conexão com a minha posse, para que eu pudesse recobrar sua história e seu funcionamento, antes mesmo que eu pudesse agir.

Não daria uma morte bonita ou gloriosa ao louco que decidiu atentar contra mim, se houvesse a oportunidade o faria sofrer, por longos períodos. Esperei que Shun pudesse tomar o seu café, dada a situação também não era capaz de pedir desculpas afinal, não deixei de respeitar suas vontades até então.

Enquanto isso, por debaixo da terra teria mandado o Servo esmeralda, para que a distância ele pudesse ver e voltar até mim, para que eu pudesse entender qual era a situação do armadurado morto, não ligava de ele tomar uma rota mais longa e segura propositalmente afinal, era como a minha vontade se manifestou.





Frente ao descontrole, acabei por deixar a batalha se estender por muito mais do que deveria, havia um tempo que não voltava ao plano, não que fosse justificável e eu entendia perfeitamente, seu olhar dizia mais do que a própria magia que corria dentro de mim naquele momento, em que me aproximei e aceitei o meu próprio destino.

Me prostrei  em uma reverência, sem dizer palavras, enquanto teria oferecido o cabo de minha própria espada, esperando a mais justa execução, se por assim fosse o que deveria vir por ali, afinal, não justifica eu ter me deixado acertar e ainda ter falhado ao ponto da raposa precisar usar sua própria defesa.

Vendo a grandeza que era incubida a minha frente eu teria dito - Não acontecerá novamente, rainha. Teria dito em um tom nefasto e cavalheiresco, esperando o sinal para que pudesse novamente me erguer, agindo como um Sentinela.

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