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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

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Mensagem por Rowena Seg maio 13, 2024 11:00 pm


A Odisseia dos Infortunados
O Conto de três Cavaleiros e um destino amaldiçoado
— Ano/Estação: 841 DG / Primavera
— Pessoas envolvidas: Renpa Shiragaki - Sordello Della'torre
— Localidade: Refúgio da Aurora
— Descrição: Três cavaleiros receberam uma missão de extrema importância: escoltar um carregamento vital de suprimentos desde o Refúgio da Aurora até uma aldeia remota nas terras distantes de Darkaria. Essa aldeia, isolada e carente, conta desesperadamente com esses suprimentos para sua sobrevivência, pois é constantemente assolada por ataques brutais e pelo surgimento de monstruosidades sinistras que têm impedido qualquer forma de comércio ou contato com forasteiros.
— Tipo de aventura: Auto Narrada
— Aviso: Violência - Gore e afins
「R」
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Mensagem por Rowena Seg maio 13, 2024 11:00 pm

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Última edição por Solomon em Ter maio 14, 2024 11:06 pm, editado 2 vez(es)

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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Sordello Ter maio 14, 2024 8:02 pm

A Odisseia dos infortunados  Post: 01


| Sordello  alfhildr Della'torre |

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Oie_oi18
HP: 110| 110
ENG: 375| 375


A noite lançava sombras longas sobre as vielas tortuosas do Refúgio da Aurora. O vilarejo, formado há séculos por fugitivos e desesperados, mantinha seu ar de clandestinidade. As construções eram rústicas, feitas de madeira envelhecida e pedras irregulares, algumas quase em ruínas, refletindo a história tumultuada de seus habitantes. As ruas estreitas estavam cobertas por uma fina camada de poeira e cascalho, criando um cenário desolador.

Sordello corria, atrás dele, uma horda de dez demônios menores o perseguia implacavelmente. Esses demônios, criaturas deformadas e hediondas com olhos vermelhos brilhantes e garras afiadas, emitiam sons guturais que reverberavam pelas vielas. Suas presenças traziam o medo dentre aqueles que presenciavam a caçada.

Os habitantes do Refúgio da Aurora, acostumados a lidar com o perigo, recuavam, observando com olhares assustados e curiosos. Em uma esquina, uma mulher de rosto envelhecido, vestida com trapos, puxava seus filhos para dentro de sua cabana, trancando a porta com pressa. Um grupo de homens visivelmente embriagados que contavam histórias de batalhas que possivelmente nunca lutaram, assistiam de uma taverna, se trancando na mesma logo em seguida.

Sordello virou bruscamente em uma curva apertada, entrando em um beco estreito. As paredes próximas dificultavam a passagem dos demônios, mas ele sabia que isso apenas retardaria o inevitável. Seu coração batia forte, mas sua mente estava focada. Desde sua fuga do inferno, enfrentava perseguições constantes, então não era nenhuma novidade para o homem.

Os demônios, cada vez mais próximos, avançavam com fúria. Um deles, mais rápido que os outros, quase alcançou Sordello, mas foi repelido por um movimento ágil de sua espada longa que o cortou pelo torso, esbanjando o sangue roxo da criatura pelas paredes. O demônio urrou de dor, mas isso apenas incitou ainda mais a fúria de seus companheiros.

No entanto, após cortar o demônio, Sordello abria um sinistro sorriso em seu rosto, como se estivesse se deleitando de prazer ao ver o sofrimento da maldita criatura, de certo modo, se tratava não apenas do prazer de lutar mas também de mais uma vez, desafiar o seu destino e vencer.   - Venham! - Vociferou o ex soldado, erguendo sua grande espada ensanguentada a sua frente.

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados 3f618710

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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Rowena Ter maio 14, 2024 11:06 pm

A Odisseia dos Infortunados01

Na imensidão da noite eterna que envolve Darkaria, um continente que há muito submerso nas sombras, uma figura de estatura notável e cabelos flamejantes avançava em passos tranquilos pelas ruas taciturnas da cidade. Seus olhos perscrutam ávidos o horizonte enevoado, ansiando por algo que, entre as construções dilapidadas de madeira e pedra, parece elusivo demais para ser alcançado.

— Meu mestre não poderia estar mais certo. Este lugar é desprovido de qualquer interesse. — Refletiu em voz alta, entrelaçando os dedos atrás da nuca enquanto avançava pelas vielas sinuosas do vilarejo. A luz tênue das tochas vacilantes, lutando contra a escuridão que as cerca, apenas reforçava a aura sombria que permeia cada recanto do continente — Porém, há algo inegavelmente… sombrio nisto tudo. Alguém deveria trazer luz a este lugar e expulsar as trevas que o dominam. Onde estão os cavaleiros do sol quando se precisava deles? — Indagava-se em voz alta, provocando olhares inquisitivos de transeuntes que passavam por ele.

Seus pensamentos e devaneios foram interrompidos por um tumulto nas proximidades, uma agitação que finalmente despertou sua curiosidade, assim como faria um tesouro escondido. Seus passos se aceleraram, impulsionados pelo ímpeto da descoberta, seu corpo se atiçou com tamanha velocidade que não demorou muito para que chegasse ao epicentro da comoção.

Seus olhos atentos observaram o espanto na face de alguns dos moradores ali presentes, enquanto os mesmos se recolhiam apressadamente para o interior das suas casas, como se fugissem de um monstro iminente. Existiam aqueles que, talvez, não tivessem tanto amor à vida quanto os demais, já que pareciam assistir tudo aquilo como se avistasse uma singela briga de bar.

— Venham? Existe alguém corajoso por aqui. — A voz ecoou à frente, convidativa, parecia-lhe chamar para desvendar o mistério que se desenrolava diante de seus olhos.

Entretanto, antes que pudesse desvendar todo burburinho, seus olhos se deparavam com uma visão inusitada.

— Demônios? — Sua incredulidade era palpável, embora estivesse ciente do ambiente hostil que se resumia o lugar onde estava, a presença aberta de criaturas tão macabras era desconcertante e, ao mesmo tempo, fascinante.

Um sorriso brotou em seus lábios, não de malícia, mas de excitação diante da perspectiva de um confronto iminente, afinal, ele não poderia ficar parado diante do mal. Seus músculos se contraíram em antecipação, enquanto seu corpo se preparava para o embate que se avizinhava. A experiência adquirida ao longo de suas jornadas transformou a dor em resistência, tornando-o mais resiliente do que nunca.

Sua pele, aos poucos, adquiriu mais densidade e um ligeira aspecto queratinizado. Este era claramente um dos dons proporcionados pela sua família, algo que quando colocado na balança, poucos eram aqueles que arriscavam viver de tal maneira.

Com um único golpe, Renpa projetou um dos demônios contra as paredes ásperas e desgastadas de uma casa próxima, celebrando sua vitória momentânea. Contudo, seu triunfo foi interrompido pela visão sinistra de uma figura sombria do outro lado daquele beco. Um arrepio percorreu sua espinha, instintivamente seu corpo parecia reconhecer o ser como um inimigo em potencial. No entanto, uma intuição repentina o levava a reconsiderar, percebendo que, talvez, esse demônio pudesse ser um aliado improvável naquele embate.

— Do lado de cá já foi um. — Balbuciou em direção a estranha figura na contraparte do beco, com o intuito de identificar suas intenções. Entretanto, o cavaleiro não permaneceu parado e sem hesitação, atravessou o espaço que separava-o do corpo sem vida da criatura maligna de outrora, agarrando o demônio caído e lançando-o de encontro aos seus semelhantes com uma força imparável.

O impacto ecoou pelo ar, dispersando alguns dos adversários…

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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Sordello Qua maio 15, 2024 6:59 pm

A Odisseia dos infortunados  Post: 02


| Sordello  alfhildr Della'torre |

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Oie_oi18
HP: 110| 110
ENG: 375| 375


O demônio inferior, mesmo ferido, avançou novamente, seus olhos vermelhos brilhavam com ódio e dor. Sordello, com uma precisão letal, brandiu sua lâmina pesada. Em um arco mortal, a cabeça da criatura foi decepada, rolando lentamente pela vilela, jorrando sangue roxo que se espalhou pelo ar, e novamente manchando as ruas e paredes, criando uma cena grotesca e quase artística sob a luz trêmula das lanternas. Sordello abriu um sorriso quase diabólico ao ver o sangue demoníaco, sentindo uma satisfação sombria com cada gota que caía.

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Oie_ad10

Sem perder tempo, ele se lançou aos gritos contra o restante do grupo. Os demônios, espremidos no beco estreito, tiveram pouco tempo para reagir. Sordello, movendo-se com a destreza e a força de um guerreiro endurecido por séculos de tormento e treinamento físico excessivo, desferiu um corte preciso em forma de meia lua na horizontal, que acertava até quatro alvos de uma vez só, os cortando ao meio em um ato de brutalidade extrema.

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Oie_1610


Foi então que Sordello percebeu uma presença incomum do outro lado do beco. Antes que pudesse fixar seus olhos no homem desconhecido, um dos demônios foi arremessado pelo ar, atingindo outros dois com um impacto brutal. Sordello ergueu o pescoço, tentando enxergar através da fumaça espessa e do sangue  que jorrava para o alto, dificultando sua visão.

A fumaça dos cadáveres demoníacos que se desintegravam ao seu redor formava uma névoa sufocante, ondulando e obscurecendo o beco. O cheiro acre de enxofre e sangue queimado era quase insuportável, e Sordello piscou várias vezes, tentando clarear a visão. Finalmente, ele discerniu uma figura jovem de cabelos vermelhos, de fato não aparentava uma ameaça dada a situação. O espadachim suspirava, relaxando sua guarda momentaneamente.

Nesse instante, dois demônios com os corpos pela metade se arrastavam pelo chão, deixando um rastro de tripas e sangue  pelo caminho. Seus olhos ardentes de ódio estavam fixos em Sordello, que se preparava para enfrentar os restantes da horda. Em um último ato desesperado, um dos demônios agarrou Sordello pelos tornozelos, suas garras sujas cravaram na carne do homem. O outro demônio, com suas garras afiadas prontas para atacar, se preparava para golpear as panturrilhas do guerreiro.

Sordello, sentindo o aperto no tornozelo e vendo a ameaça iminente, reagiu instantaneamente. Com um movimento fluido e preciso, ele manejou sua espada, descendo-a rente ao solo em um arco devastador. A lâmina cortou através dos demônios rastejantes, decepando-os imediatamente. Cabeças rolavam e corpos se contorciam em espasmos finais, mas o aperto no tornozelo de Sordello não cedeu.

Um dos corpos sem cabeça ainda o segurava com força, as garras estavam cravadas profundamente. Sem hesitar e sem mostrar um pingo de remorso, Sordello chutou o cadáver para longe, enviando-o voando contra a parede de pedra do beco. O impacto fez o corpo se desintegrar em uma nuvem de cinzas e fumaça negra.

Os últimos demônios menores, agora presos entre Sordello e o jovem desconhecido, olhavam para os lados buscando uma saída, mas já entendiam que nada poderia ser feito mais e apenas aguardavam seus momentos finais. Sordello direcionou um olhar de desconfiança ao jovem de cabelos vermelhos, ele não escondia sua antipatia e falta de vontade de conversar. - Quem é você? - Ele indagou, segurando firmemente sua espada.  

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Última edição por Sordello em Qui maio 16, 2024 10:50 am, editado 2 vez(es)
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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Rowena Qua maio 15, 2024 10:20 pm

A Odisseia dos Infortunados02

Por mais que os instintos de Renpa procuraram atenuar a presença daquela figura envolta em trajes sombrios, suas ações e semblantes pareciam contradizer tais esforços.

— Brutal. — Proferiu ao testemunhar a cena que se desenrolara diante de seus olhos. Os movimentos fluidos do guerreiro e a calma em suas ações revelavam muito mais do que qualquer interação social, de fato, o garoto estava diante de alguém experiente.

Por um instante, o membro da espiral sentiu a tentação de desafiá-lo — Não, meu mestre me advertiu contra este tipo de imprudência. — Falou consigo mesmo mais uma vez, desta vez no interior de sua própria mente. Externamente balançou a cabeça em uma tentativa física de afastar aquele pensamento insidioso.

E assim o fez, mostrando um dos motivos que lhe fez alcançar o posto de cavaleiro.

— Me chamo Renpa. — Murmurou  educadamente em direção à figura, percebendo, em seguida, o odor pútrido que exalava da morte recente daquelas criaturas — E você? — Indagou enquanto avançava em passos lentos na direção dos últimos demônios remanescentes.

Seus passos eram firmes e decididos; sua aura deixava as intenções tão claras quanto um dia ensolarado em Foz Dourada e, sua postura, passava calma.

—Isto é, de fato, curioso. Eles sentem temor? — Ponderou a cada passo adiante, afinal, parecia que aquelas criaturas, de alguma forma, sentiam um resquício de medo — Não lembro de ver isto constatado nas escrituras antigas. — Pontuou.

O avanço se deu e o primeiro inimigo foi eliminado com a facilidade de um golpe rápido e preciso, os dedos do cavaleiro atravessaram a carne podre do adversário como se esta fosse mera manteiga. O segundo, teve sua face brutalmente esmagada entre os punhos firmes de Renpa.

— O que você fez para atrair a atenção deles? — Inquiriu o jovem ao homem no extremo oposto do beco, pois não parecia haver qualquer sinal de ritual ou invocação nas proximidades — Ou por acaso há outro inimigo à espreita? Talvez, você esteja caçando um adorar demoníaco? — Questionou, erguendo o olhar para cima e avistando apenas o céu escuro de Darkaria.

Os curiosos logo se manifestaram, saindo de seus esconderijos e casas assim que perceberam a força dos dois homens. Alguns cochichavam e apontavam na direção deles, enquanto outros apenas os observavam com uma estranha mistura de desconfiança e curiosidade — Este é seu. — Declarou Renpa, empurrando o último demônio na direção do espadachim como se aquela criatura fosse um mero brinquedo em sua posse.

— Acredito que atraímos olhos curiosos, por hora, este não é o melhor caminho dado o trabalho de escolta que irei fazer. — Balbuciou coçando a nuca um tanto quanto sem jeito, seu mestre havia-lhe sinalizado buscar discrição, principalmente dada a ordem que fazia parte.

— Ah! Deus tenha misericórdia!— Exclamou a voz trêmula e levemente arrastada, ecoando pelo ambiente e proveniente de uma senhora cujos cabelos alvos se assemelham a flocos de algodão, e cuja pele enrugada mal deixava vislumbrar seus olhos — Agora que vocês os mataram, mais e mais demônios virão! Como se não bastassem os monstros e ladrões que vagueiam por essas terras… — Sua expressão fatigada contrastava com os andrajos que serviam de vestimenta — Nem mesmo os suprimentos conseguem alcançar os vilarejos mais próximos, e desafiar essa ordem só irá agravar a situação! Vim de tão longe para buscar por um lugar mais seguro, porém, agora vejo que estamos todos fadados à perdição. — O desalento parecia aos poucos dominar sua mente exaurida.

— O que estará se passando por aqui? — Questionou-se , enquanto observava o rebuliço causado pelas palavras da anciã. Alguns concordavam, enquanto outros iriam contra aquelas afirmações e, também, existia o punhado de seres que se mantinham inertes.

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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Sordello Qui maio 16, 2024 6:08 pm

A Odisseia dos infortunados  Post: 03


| Sordello  alfhildr Della'torre |

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HP: 110| 110
ENG: 375| 375


Sordello, ainda com os sentidos aguçados pela batalha, observou Renpa de cima a baixo. Ele notou a postura confiante do jovem, a maneira como lutava com familiaridade, e a expressão determinada em seus olhos era respeitável. Com um suspiro tedioso, Sordello finalmente decidiu responder.

- Não é da sua conta. - Disse ele, com a voz baixa e áspera. - E sugiro que fique longe de mim! - A resposta foi bruta, quase como um rosnado, e seus olhos endureceram, transmitindo claramente sua intenção de manter distância do rapaz.

No entanto, dentro de si, Sordello sentia um turbilhão de emoções conflitantes. Em seu consciente, ele se remoía. Fazia tanto tempo que não tinha uma companhia, e por mais que quisesse manter a fachada de indiferença, não podia negar que sentia falta de alguém com quem compartilhar o fardo de sua existência. Mas ele estava terrivelmente consciente dos perigos que sua presença trazia, temendo que, ao permitir que alguém se aproximasse, apenas mais uma vez prejudicaria outra pessoa inocente.

Sordello então começou a caminhar a passos lentos em direção ao demônio que Renpa havia empurrado, ele ergueu sua espada, e com um golpe, desceu a lâmina em um corte vertical, partindo a criatura ao meio. O demônio soltou um último grito antes de se dividir em duas metades grotescas, que caíram ao chão em um amontoado de carne e sangue.

Sem remorso algum, Sordello balançou a espada ao vento, jogando o sangue demoníaco para fora da lâmina. As gotas espessas voaram em um arco antes de se espalharem pelo chão de pedra do beco. Ele não olhou para trás, seus olhos estavam fixos na saída do beco.

Enquanto caminhava em direção à saída, ele passou por Renpa, Sordello diminuiu o passo por um breve instante, o suficiente para que seus olhares se encontrassem. Seus olhos, geralmente duros e impassíveis, mostraram um lampejo de sinceridade. Sem dizer uma palavra, Sordello desejou a Renpa um sincero adeus e boa sorte.

Ao passar por populares que haviam sido atraídos pelo tumulto. Alguns estavam visivelmente assustados,  com olhos arregalados e rostos pálidos de medo, enquanto outros observavam com curiosidade, inclinando-se para espiar por trás das portas e janelas semiabertas. A tensão no ar era palpável, e sussurros ansiosos percorriam a multidão.

O medo de que mais demônios surgissem para atacá-los fez com que um murmúrio inquieto se espalhasse entre os espectadores. Sordello, percebendo o pavor nos olhos daquelas pessoas, não pôde conter uma sincera gargalhada. O som ecoou pelas vielas, surpreendendo os populares.

-  Não sejam tolos - Vociferou Sordello, sua voz ressoava como um deboche. - Não são vocês que essas coisas querem. - Concluiu, olhando diretamente para alguns dos curiosos, seus olhos penetrantes os assustavam ainda mais, porém Sordello pouco se importava e seguia seu caminho dentre as ruas naquela vasta escuridão eterna de Darkaria.

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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Rowena Qui maio 16, 2024 10:22 pm

A Odisseia dos Infortunados03

Tão brutal quanto as ações, eram as palavras do homem de vestes negras. A princípio, o jovem Renpa acreditou que suas palavras eram meras bravatas. Contudo, as falas subsequentes indicavam que o ataque visava exclusivamente aquela figura.

A curiosidade do garoto foi, sem dúvidas, despertada.

— Que coisa peculiar… — Refletiu mentalemnte, observando o espadachim caminhar enquanto os olhares antes curiosos, agora se transformaram em reprovações evidentes — Com uma declaração dessas, não é de se surpreender que o povo o deteste. — Ponderou o cavaleiro, seu olhar mantinha-se fixo na cena como um observador atento.

As pessoas olhavam com um misto de sentimentos: medo, repulsa e até mesmo ódio. No entanto, Renpa parecia alheio a essa maré negativa. Em vez disso, a curiosidade em conhecer a verdadeira história por trás daquele homem aumentava gradativamente. Quem era ele? Por que os demônios o perseguiam?  O que tornava seus ombros tão pesados e seu olhar desolado? Estas eram algumas das questões que fervilhavam em sua mente.

Sem hesitar, o cavaleiro espiral iniciou uma caminhada lenta, seguindo os passos daquela estranha figura. A queratina exacerbada e a resistência singular de sua pele deram lugar à normalidade, deixando visível novamente as cicatrizes que contavam a história de seus treinos árduos.

— Então esses demônios te perseguem todos os dias? — Inquiriu ao se aproximar do homem que se movia nas ruas sombrias do Refúgio. O vilarejo, pobre e frequentemente atacado por monstros, mostrava essas marcas nas paredes das casas existentes naquela rua. As paredes destruídas, os visíveis sinais de garras e manchas de sangue que montavam uma decoração cruel, mostrando a mais pura realidade daquele ambiente.

Mas, não era apenas a dor que movia a engrenagem do vilarejo.

Foi possível ver pequenas tavernas com luzes fracas pelo caminho, estas abrigavam figuras encurvadas sobre canecas de cerveja, sorrindo e conversando com tranquilidade. Algumas crianças de rostos sujos espreitavam em meio às portas entreabertas das casas, enquanto os adultos se apressaram em suas tarefas diárias

O sorriso na face de algumas famílias acalentaria o coração dos mais emocionais, alguns estavam felizes simplesmente por viver e ter um pouco de alimento em suas mesas. O aroma de pão fresco logo chamava a atenção de Renpa, alguns metros à frente um homem adulto, com vestimentas simples e uma barba tão grande quanto sua barriga, ofertava os alimentos aos mais necessitados, aparentemente, era algo feito com as próprias mãos, dada as marcas de farinha de trigo em suas roupas.

— Tio! Os demônios irão aparecer novamente? — Indagou subitamente uma criação de madeixas alaranjadas que surgiu por ali, o olhar pesado e cansaço estampado em sua face mostrava a realidade da grande parcela dos moradores do Refúgio.

— É claro que não! — Bradou Renpa com um sorriso no rosto e um olhar tranquilo na face. Sua voz saiu com firmeza e confiança, mas por dentro, sabia que provavelmente a mentira velada viria à tona.

— Mas e se eles voltarem? — Questionou com uma nítida ansiedade em suas palavras, talvez, ele já tivesse sido atacado outrora.

— Não se preocupe com isso, deixe que os adultos cuidem dessas situações. Aqui, isso é para você comer algo e esquecer esses assuntos. — Prosseguiu entregando uma quantia de trinta moedas de cobre à criança, mantendo o sorriso e a coragem inerente à sua persona.

O menino sorriu e agradeceu, sumindo entre as sombras logo em seguida.

Shiragaki adiantaria os passos caso o espadachim não esperasse - o que era bem provável — Espera aí. O que acha de comermos algo? Nesse meio tempo você pode me contar o motivo desses demônios estarem atrás de você. — Bradava o garoto em direção ao homem — E não me ache um intrometido, isso é apenas a coisa certa a fazer como um Cavaleiro. — Dava ênfase na última palavra como se quisesse indicar um status, mas não em tom soberbo e sim explicativo.

Informações Importantes
- 30 Moedas de Cobre - Turno 03

Falas
Pensamentos


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Mensagem por Sordello Sex maio 17, 2024 3:30 am

A Odisseia dos infortunados  Post: 04


| Sordello  alfhildr Della'torre |

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O espadachim seguiu seu caminho, ignorando os olhares maliciosos dos populares. Em sua mente,  compreendia que era crucial manter distância e que era para o bem deles. Em sua filosofia Já não estava mais destinado a ser um herói; agora, era apenas um sobrevivente com uma honra a proteger.

De relance,  o ex soldado notava que o jovem de cabelos vermelhos o seguia. Fingindo que não o havia percebido, Sordello esperava pelo momento certo para questioná-lo sobre suas intenções. Enquanto ele parava para conversar com uma criança na rua,  o espadachim aproveitava a oportunidade para se dirigir a uma loja de armas ao lado.

— Ah, aí está você  — Exclamou o vendedor ao vê-lo entrar. Ele era um velho conhecido, embora não tão velho assim. — Ficou pronta ontem, é um belo exemplar! — Ele colocou uma magnífica espada longa de aço inoxidável sobre o balcão, até mesmo o metal reluzia sobre seus olhos, indicando sua boa qualidade.

- Quanto vai custar? - Perguntava o espadachim, curioso sobre o preço de tal obra-prima. —  Sabe — Começou o vendedor, —  Ando tendo problemas em minha propriedade. Alguns bandidos estão tentando me extorquir... Dê um jeito nisso e você não precisará pagar por ela. — Ele concluiu sua proposta com um sorriso astuto. Sordello não pode deixar de sorrir também, pegando a espada do balcão e sentindo seu peso em suas mãos antes de colocá-la nas costas, junto com sua outra lâmina.

- Considere feito -  Respondeu Sordello, em um tom sério, transpassando certa confiança, sabendo que sua palavra estava em jogo.  Ao sair do estabelecimento, Sordello foi pego de surpresa pelo jovem de cabelos ruivos, que o bombardeou com uma sequência de perguntas irritantes. Sordello sentiu uma leve irritação crescer dentro de si, e rangendo os dentes, ele respondeu de forma abrupta,

-  Já disse que não é da sua conta - Sordello gesticulou impacientemente, tentando afastar a preocupação do rapaz. - Não, não estou com fome - Afirmou com veemência. No entanto, como se desmentisse suas palavras, um forte rosnar em seu estômago ecoou no silêncio do momento.

Sordello sentiu o calor subir ao rosto, uma vermelhidão momentânea de embaraço tomava conta de suas feições. O som era inconfundível, e ele não pôde evitar uma expressão de constrangimento. Tentando recuperar sua compostura, Sordello desviou o olhar e tentou disfarçar a vergonha que sentia. -  Isso não  é nada. - Murmurou, ainda mais irritado quando viu que os espíritos que o assombrava riram do momento.

O espadachim ainda sentindo a necessidade de manter uma fachada de dureza, não pôde deixar de refletir sobre a ironia da situação. Aqui estava ele, um guerreiro endurecido pela batalha e pelo sofrimento, momentaneamente desarmado por algo tão simples como a fome.  Sordello novamente ignorava o rapaz, dando de ombros as suas falas e seguindo seu novo caminho em direção a zona rural da vila, em um semblante de solidão extrema porquanto vagueava.

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Mensagem por Rowena Sex maio 17, 2024 10:21 pm

A Odisseia dos Infortunados04

O espadachim tentou novamente afastar Renpa, mas o rapaz ainda não compreendia que sua curiosidade era uma força verdadeiramente insistente. A vergonha tingiu as feições do homem de vestes negras, enquanto o cavaleiro espiral, percebendo a ironia da situação, esboçou um sorriso. Pela primeira vez, Renpa vislumbrava algo além da enigmática figura: um guerreiro endurecido, momentaneamente desarmado por algo tão simples como a fome.

De fato, ele ainda era um humano.

Respeitando a postura altiva do espadachim, Shigaraki manteve-se inerte às ações que se desenrolaram entre eles. Contudo, ele não permaneceu parado por muito tempo. Assim que a figura retornou a caminhada, o jovem voltou a segui-lo, mantendo uma distância de alguns metros enquanto seus olhos atentos exploravam o vilarejo. O aroma do pão fresco ofertado aos necessitados ainda pairava em suas narinas, mas outro odor atraente começava a captar sua atenção.

Não muito longe dali, em uma modesta casa com telhas envelhecidas, uma velha senhora de orelhas pontudas, madeixas prateadas e olhos gentis, trabalhava em seu pequeno comércio.

— Oi, com licença. — Disse Renpa, captando atenção da figura — Preciso de algo que encha o estômago e seja fácil de transportar, mas que não pese muito na barriga. — Explicou de maneira clara e direta, recebendo um olhar repleto de carinho e, posteriormente, um sorriso largo.

— Claro meu filho, só um momentinho. — Proferiu a velha elfa, caminhando tão lentamente quanto um caramujo. Ela vasculhou em um pequeno armário no interior da loja, sendo este antigo e nitidamente desgastado, com marcas de uso e manchas espalhadas por toda sua extensão — Tenho algo especial aqui. — Disse com voz rouca e baixa, forçando Renpa a prestar muita atenção para escutá-la com clareza — Aqui está! — Exclamou com repentino ânimo.

Não demorou para que ela retornasse à entrada da loja, carregando um pequeno item enrolada em uma grande folha — Pão élfico, o melhor para longas viagens. — Disse, desenrolando cuidadosamente e mostrando um pedaço de pão que há muito não via a luz e tampouco sentia a brisa gélida que vagava entre as vielas do vilarejo — Ainda está bom, veja, o cheiro e o sabor foram conservados. — Continuou a vendedora, oferecendo um minúsculo pedaço ao jovem, que pôde confirmar a veracidade de suas palavras.

— Obrigado, isso é mais do que eu esperava. — Renpa falou com leveza e um sorriso que revelava seu carinho naquele momento, o cavaleiro parecia tomado por um estranho afeto materno que percorria seu interior, algo rotineiro dada a falta que sentia dos seus pais, mortos há muito tempo — Mas, tem certeza que deseja me vender isso? A situação do vilarejo não parece ser das melhores, não seria melhor manter no estoque para uma eventual necessidade? — Indagou o rapaz, demonstrando estar ciente da situação, ou pelo menos, desejava passar aquela impressão.

— Está tudo bem, tenho mais guardado para momentos de necessidade. — Respondeu a velha elfa e com isso, trouxe uma certa tranquilidade ao coração do rapaz.

— Obrigado. — Disse o cavaleiro, enquanto vasculhava os bolsos em busca do pequeno saco de moedas, feito de coura de cabra.

— Não precisa me pagar em dinheiro, em vez disso, poderia me fazer um favor? — Perguntou a elfa, sendo respondida por um aceno positivo —Meu filho está lá fora, nos arredores do vilarejo. Ele está trabalhando com outros homens, mas esqueceu de levar seu almoço. Poderia fazer o favor de encontrá-lo e entregar essa comida para ele? Não está muito longe daqui, na área da zona rural. — Finalizou a mulher, repousando sua mão em uma pequena trouxa de pano no singelo balcão.

Renpa nem sequer refletiu, apenas concordou rapidamente e finalizou aquela negociação, pegando em seguida as informações sobre a aparência e o nome do filho da senhora — Até breve, irei entregar o mais rápido possível. — Disse o jovem.

. . .


O jovem apressou seus passos e, em breve, divisou ao longe a figura do homem de vestes negras. A conversa com a senhora havia sido breve, embora pudesse ter parecido mais longa aos olhos de um observador externo. Renpa atou a trouxa contendo alimentos ao cinto que sustentava suas vestes, enrolando o mantimento com uma fina e resistente corda que guardava em um dos bolsos.

Ei! Pegue isto. — Bradou em alto e claro tom, lançando um singelo pedaço do pão que recebera anteriormente na direção do espadachim, após diminuir a distância entre ambos. — Pão élfico. Alguns dizem que sacia a fome por um dia inteiro; outros afirmam que é capaz de sustentar o estômago por semanas. Mas, sinceramente, não sei se tudo isso é verdade. — Disse, colocando um pedaço do pão na boca logo após encerrar suas palavras, sentindo o alimento derreter como manteiga sob fogo quente.

A dupla deixou para trás as últimas casas do vilarejo, sendo envolvida por uma atmosfera carregada e manifestamente perigosa. As árvores, esguias e retorcidas, erguiam-se como se possuíssem vida própria; o ar estava impregnado de uma umidade gélida que parecia penetrar até os ossos.

A trilha de terra batida que serpenteava pela floresta parecia ser engolida pela escuridão, com apenas a luz tênue da lua e de algumas tochas deixadas por viajantes proporcionando uma escassa iluminação em alguns trechos do caminho. Os sons da noite eterna eram inquietantes: o farfalhar das folhas, o ranger dos galhos e os ocasionais gritos distantes de criaturas desconhecidas se espalhavam pelo ambiente.

Não tardou para que avistassem os campos que, embora férteis, carregavam um ar de abandono e luta. Cercas de madeira envelhecida delimitavam pequenas propriedades agrícolas, onde o trigo crescia esparsamente, lutando por sustento sob o céu eternamente nublado. As plantações eram interrompidas por áreas de solo revolvido, evidências de batalhas recentes e ataques de criaturas.

— Tudo parece ser mais difícil por aqui, não acha? — Indagou Renpa, ao observar as pequenas cabanas de pedra e madeira espalhadas pela região. Cada moradia possuía um telhado de palha ou ardósia, com janelas cobertas por cortinas rústicas para manter o frio e a escuridão do lado de fora. Algumas eram um pouco mais elaboradas, com janelas e até barras de ferro. Os habitantes daquele território, alertados pelo som dos passos da dupla, observavam-nos com olhos desconfiados e cansados. Mesmo na penumbra, era possível ver suas faces marcadas por cicatrizes de combates e pelo árduo trabalho nos campos.

Entre as cabanas, era possível avistar pequenas hortas onde vegetais cresciam teimosamente, suas folhas brilhando como gotas de orvalho. Animais de fazenda, como galinhas e cabras, abrigavam-se em toscos celeiros, cercados por pedras e por homens e mulheres que serviam como sentinelas, indicando que esses pontos sofriam ataques recorrentes. Suas armas eram simples: espadas de ferro, foices, enxadas e lanças de madeira.

Também se avistavam algumas tavernas, em número menor do que se poderia contar nos dedos de uma mão. Iluminadas por lamparinas a óleo, ofereciam um refúgio acolhedor, principalmente aos poucos viajantes corajosos e mercadores que se aventuravam a fazer negócios naquela região, apesar da situação desfavorável. — Os ataques devem ter reduzido as visitas de pessoas interessadas em fazer negócios por aqui, mas você tem alguma ideia do que pode ter causado esses ataques repentinos de monstros?— Renpa tentava interagir com o homem ao seu lado, desejando conhecer mais e, talvez, obter alguma informação útil. — Meu mestre comentou que Darkaria é comumente atacada por monstros, vampiros, lobos, ogros e demônios.— Observou o rapaz.

Ao longe, colinas onduladas surgiam no horizonte, onde ruínas de antigos castelos e construções mais simples emolduravam o cenário desolador. Durante todo o caminho, o jovem permaneceu atento, procurando a figura que se encaixasse com a descrição do filho da velha elfa, ansioso por entregar o pedido.

— Você é um cavaleiro, não é? Depois de passar tantos anos entre cavaleiros, não é tão difícil reconhecer um companheiro. — Finalizou o rapaz.

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