[Auto-Narrada|Fechada] Alvorecer Dourado: Livro-1

A manhã no solo dos Anar é uma das melhores vistas que Sylvia poderia pedir. Teria uma semana agitada, por isso acordara bem cedo. Como de praxe, se encontrava sentada em frente a sua penteadeira, banhada pelos raios de sol que começavam a nascer, enquanto terminava de realizar suas pinturas corporais, e seu look no geral. - É muito bom estar ao seu lado Helia… - Seguia para a varanda após terminar minhas preparações, me deitando em um de meus bancos para pegar mais Sol. Passavam uns minutos até que pudesse ouvir os passos de minha mãe em direção ao andar de baixo.

Me sentava no banco abrindo bem os braços e bocejando bastante. - Hora do café! - Dizia, levantando com um pulo e indo em direção as escadas. - Mãe! - Falava ao abrir a porta do quarto, mas a mesma já estava na base da escada. - Para de gritar! Seus irmãos estão dormindo! - Não prestava muita atenção no que ela dizia e seguia meu rumo, pulando no corrimão da escada e deslizando até o andar de baixo, parando ao lado dela. - Esqueci, desculpa! - Falava com um sorriso no rosto enquanto a abraçava.

- Bom dia pra você também. - Ela dizia retribuindo o abraço e partindo em direção a cozinha depois. - Quer o que para o café? - Perguntava. - Tem suco?? Eu tô com muita vontade de beber suco de laranja, mas também beberia de pêssego… Ovos! Ovos e bacon certamente! Talvez algum pão, ou torrada, ou b-biscoito… Ah, eu como o que tiver. - Falava me atirando na cadeira da mesa, girando o banco dela enquanto pensava nas opções.

Após um café da manhã repleto de risadas e conversas animadas com sua mãe, Sylvia decidiu aproveitar a manhã ensolarada para dar um passeio pelos arredores da vila dos Anar. Vestindo seu traje de viagem favorito, uma túnica verde adornada com detalhes dourados, ela saiu de casa com sua bolsa a tiracolo, pronta para explorar a natureza exuberante que cercava sua comunidade.

Enquanto caminhava pela trilha sinuosa que levava à floresta próxima, Sylvia respirava fundo o ar fresco da manhã, sentindo-se revigorada pela energia da natureza ao seu redor. Ela se deteve por um momento para observar os pássaros cantando nas copas das árvores e o brilho do sol filtrando pelas folhas verdes, uma cena que sempre a acalmava e inspirava.

- Que bela manhã para uma aventura! - pensou Sylvia, sentindo-se grata pela oportunidade de explorar os encantos da natureza. Com passos leves e determinados, ela avançou pela trilha, deixando para trás as preocupações do cotidiano e entregando-se ao fluxo tranquilo da floresta.

O solo macio sob seus pés e a brisa suave acariciando seu rosto a faziam sentir-se em casa, como se pertencesse àquela terra há séculos. Ela acariciou a casca de uma árvore centenária, sentindo a energia antiga pulsar sob seus dedos.

- Que sensação maravilhosa... - murmurou Sylvia, absorvendo a serenidade do momento. Com um sorriso nos lábios, ela continuou sua jornada, ansiosa por descobrir os segredos ocultos da floresta.

Enquanto explorava os recantos da floresta, Sylvia avistou um grupo de cervos pastando pacificamente em uma clareira ensolarada. Encantada com a visão, ela se aproximou cautelosamente dos animais, admirando sua graça e beleza selvagem. Por um momento, ela se sentiu parte da própria floresta, conectada a todas as criaturas que a habitavam.

Sylvia observou os cervos por um tempo, absorvendo a paz e a serenidade do ambiente antes de seguir adiante em sua jornada. Ela estava determinada a aproveitar cada momento desse dia especial, tão cheio de promessas e possibilidades.

De repente, um som estranho quebrou a tranquilidade da floresta, fazendo com que os cervos levantassem a cabeça em alerta. Sylvia franziu o cenho, tentando identificar a origem do ruído, quando avistou uma figura solitária se aproximando pela trilha. Era um viajante desconhecido, carregando uma mochila pesada nas costas e uma expressão cansada no rosto.

Enquanto caminhava pela trilha, Sylvia se perguntava sobre os motivos que levaram o viajante a estar ali. Será que ele também estava em busca de aventuras ou apenas procurava um refúgio temporário na floresta? Essas questões pairavam em sua mente enquanto ela avançava pelos bosques, cada vez mais intrigada com a presença do estranho.

O homem parecia perdido em seus próprios pensamentos, absorto em algum dilema interior. Sylvia se aproximou com cuidado, oferecendo-lhe um sorriso amigável.

- Boa tarde! - cumprimentou Sylvia, decidida a quebrar o silêncio constrangedor que pairava entre eles. - Você parece precisar de uma pausa. Quer compartilhar um lanche comigo?

O viajante olhou para ela com surpresa, como se não esperasse ser abordado por uma estranha na floresta. No entanto, o convite sincero de Sylvia o fez sorrir, e ele aceitou prontamente, agradecendo pela gentileza.

Enquanto compartilhavam comida e histórias, Sylvia e o viajante trocaram experiências sobre suas jornadas e aventuras. Ele revelou que estava viajando em busca de respostas para questões pessoais, enquanto Sylvia compartilhava suas próprias reflexões sobre a vida na vila dos Anar e suas aspirações para o futuro.

A conversa fluía de maneira natural, como se fossem velhos amigos se reencontrando após muito tempo. O viajante contou sobre os desafios que enfrentara em sua jornada, enquanto Sylvia compartilhava histórias sobre a vida na vila e as tradições dos Anar.

- Você sabe, minha mãe sempre diz que a vida é como uma trilha na floresta - comentou Sylvia, pensativa. - Às vezes, encontramos pessoas que caminham ao nosso lado por um tempo, antes de seguir seus próprios caminhos. Mas cada encontro deixa uma marca em nós, nos moldando para o que está por vir.

O viajante assentiu com um sorriso, como se concordasse com as palavras sábias da jovem elfa. Juntos, eles compartilharam o pão e o queijo, desfrutando da companhia um do outro enquanto o sol se punha no horizonte.

Conforme o sol se punha lentamente no horizonte, banhando a floresta em tons dourados e alaranjados, Sylvia e o viajante se despediram com um aperto de mãos caloroso. Ele expressou sua gratidão pela hospitalidade dela e prometeu continuar sua jornada com um novo ânimo e determinação.

Sylvia observou enquanto o viajante se afastava pela trilha, desaparecendo lentamente entre as árvores. Ela sentiu um misto de emoções, sabendo que aquele encontro fugaz deixaria uma marca indelével em sua memória.

Ao retornar para casa, Sylvia foi recebida pelos braços acolhedores de sua mãe, que a abraçou com ternura.

- Sylvia! Que bom vê-la de volta, querida! Como foi seu dia? - perguntou sua mãe, com um sorriso afetuoso.

- Foi incrível, mãe! Conheci um viajante na floresta e compartilhamos histórias e comida. Foi como se o mundo inteiro se abrisse diante de mim - respondeu Sylvia, com os olhos brilhando de excitação.

Enquanto conversavam, o aroma reconfortante do jantar se espalhava pela casa, preenchendo o ambiente com uma sensação de calor e familiaridade.

Enquanto jantavam em família, Sylvia compartilhou mais detalhes de suas aventuras na floresta, fazendo seus irmãos mais novos ficarem encantados com suas histórias. Seu pai ouvia atentamente, ocasionalmente acrescentando um comentário ou uma pergunta sobre suas experiências.

- Mãe, o que você acha que Sylvia vai fazer quando crescer? - perguntou o irmão mais novo, com os olhos brilhando de curiosidade.

Sua mãe sorriu, olhando para Sylvia com carinho antes de responder:

- Bem, querido, o futuro é cheio de possibilidades. Sylvia é uma elfa corajosa e determinada, tenho certeza de que ela encontrará seu próprio caminho, seja ele qual for.

Sylvia sentiu um calor reconfortante no peito ao ouvir as palavras de apoio de sua mãe. Ela sabia que não importava para onde a vida a levasse, sua família estaria sempre ao seu lado, apoiando-a em todas as suas decisões.

Após o jantar, a família se reuniu ao redor da lareira, compartilhando histórias e lembranças enquanto o fogo crepitava suavemente. Sylvia sentiu-se grata pela paz e harmonia daquele momento, sabendo que seriam esses momentos simples e preciosos que ela mais sentiria falta quando partisse em sua jornada.

- Vocês são tudo para mim - murmurou Sylvia, abraçando seus pais e irmãos com carinho. - Não importa o que aconteça, sempre teremos um ao outro.

Seus pais e irmãos retribuíram o abraço com igual ternura, envolvendo-a em um abraço caloroso e reconfortante. Naquele momento, Sylvia soube que, embora estivesse prestes a embarcar em uma jornada incerta, ela sempre teria uma família amorosa para voltar quando precisasse.

Com isso, a noite se estendeu tranquila e acolhedora, envolvendo a família dos Anar em um abraço de amor e união. E enquanto o fogo crepitava e as estrelas cintilavam no céu noturno, Sylvia sentiu-se em paz, pronta para enfrentar o que quer que o futuro reservasse.

Na manhã seguinte, Sylvia acordou com o coração cheio de gratidão pela família amorosa e pelo lar acolhedor que tinha. Ela se levantou da cama com determinação renovada, pronta para enfrentar mais um dia na vila dos Anar antes de iniciar sua jornada.

Enquanto se arrumava, Sylvia refletia sobre as palavras de sua mãe e o apoio de sua família. Ela sabia que, independentemente do que escolhesse fazer, sempre teria o amor e o apoio deles ao seu lado.

Uma semana se passou desde o encontro com o viajante na floresta dos Anar. Sylvia ainda estava repleta de pensamentos sobre o que havia compartilhado com o estranho. Ela ansiava por mais aventuras, mas também sentia um aperto no coração ao pensar em deixar para trás sua vida cotidiana na vila.

Enquanto ajudava sua mãe na horta, Sylvia aproveitava para refletir sobre o futuro. Os raios de sol filtravam através das folhas das árvores, criando padrões de sombra no chão de terra batida. Ela ergueu uma cesta cheia de frutas maduras e sorriu para sua mãe.

- Você sabe, mãe, às vezes me pergunto se não estou destinada a algo maior do que apenas ficar aqui na vila - disse Sylvia, hesitante.

Sua mãe parou de regar as plantas e olhou para ela com ternura.

- Eu sei, querida. Mas não importa o que você decida fazer, sempre estaremos aqui para apoiá-la - respondeu ela, com um sorriso reconfortante.

Decidida a aproveitar ao máximo o tempo que lhe restava antes de tomar uma decisão, Sylvia passou o dia ajudando sua mãe na horta, cuidando das plantas e colhendo frutas maduras sob o sol quente do meio-dia. Enquanto trabalhava, ela refletia sobre as conversas que tivera com o viajante e as histórias que ele compartilhara sobre os lugares distantes que visitara.

Enquanto colhia maçãs maduras, Sylvia deixou sua mente vagar para além dos limites da vila, imaginando-se explorando terras distantes e descobrindo segredos antigos. Ela sabia que a decisão de partir não seria fácil, mas sentia que era hora de seguir seu próprio caminho e descobrir seu destino.

Ao final do dia, Sylvia retornou para casa com a cesta cheia de frutas e uma sensação de determinação renovada. Ela sabia que estava pronta para enfrentar o que quer que o futuro lhe reservasse, com coragem e determinação.

Ao retornar para casa com a cesta de frutas, Sylvia sentiu uma sensação de inquietação crescente em seu peito. Enquanto sua família se reunia para o jantar, ela lutava para se concentrar nas conversas animadas ao seu redor.

Enquanto sua mãe servia o jantar, Sylvia finalmente encontrou coragem para compartilhar seus pensamentos com sua família.

- Mãe, pai, tenho algo importante para lhes dizer - começou ela, com a voz um pouco trêmula. - Eu sei que sempre fui feliz aqui na vila, mas recentemente tenho sentido um chamado para explorar o mundo além de nossas fronteiras. Acho que é hora de seguir meu próprio caminho e descobrir o que mais há lá fora.

Seus pais trocaram olhares preocupados, enquanto seus irmãos mais novos olhavam para ela com admiração.

- Sylvia, nós sempre apoiamos você em qualquer decisão que tomar - disse seu pai, colocando uma mão reconfortante sobre a dela. - Mas por favor, pense bem antes de tomar uma decisão tão importante. O mundo lá fora pode ser perigoso e imprevisível.

Sylvia assentiu, sabendo que seus pais estavam certos em expressar suas preocupações. Mas no fundo de seu coração, ela sabia que precisava seguir seu chamado e embarcar em uma jornada de descoberta.

Naquela noite, Sylvia mal conseguiu dormir, sua mente girando com possibilidades e incertezas. Enquanto olhava para o teto escuro de seu quarto, ela soube que não podia ignorar o chamado do desconhecido por mais tempo.

Na manhã seguinte, ela se levantou com determinação renovada. Ela sabia o que precisava fazer.

- Vou partir em uma jornada para descobrir meu destino - anunciou ela para sua família durante o café da manhã. - Sei que não será fácil, mas é algo que devo fazer.

Seus pais e irmãos trocaram olhares, finalmente entendendo a seriedade de sua decisão. Eles sabiam que não podiam impedi-la de seguir seu coração.

- Vá, minha filha, e que os ventos da sorte estejam sempre ao seu favor - disse sua mãe, com lágrimas nos olhos.

Com um nó na garganta, Sylvia se despediu de sua família e partiu em sua jornada, pronta para enfrentar o desconhecido com coragem e determinação.

Ao longo de sua jornada, Sylvia enfrentou muitos desafios e adversidades, mas também encontrou amigos e aliados que a ajudaram em sua busca. Ela viajou por terras distantes, explorando ruínas antigas e desvendando segredos há muito esquecidos.

E quando finalmente encontrou o que estava procurando - a resposta para o seu chamado interior - ela soube que sua jornada estava apenas começando. Com um sorriso nos lábios e o coração cheio de esperança, ela continuou a trilhar seu próprio caminho, pronta para enfrentar o que quer que o futuro reservasse.