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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

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Mensagem por Rowena Seg maio 13, 2024 11:00 pm

Relembrando a primeira mensagem :


A Odisseia dos Infortunados
O Conto de três Cavaleiros e um destino amaldiçoado
— Ano/Estação: 841 DG / Primavera
— Pessoas envolvidas: Renpa Shiragaki - Sordello Della'torre
— Localidade: Refúgio da Aurora
— Descrição: Três cavaleiros receberam uma missão de extrema importância: escoltar um carregamento vital de suprimentos desde o Refúgio da Aurora até uma aldeia remota nas terras distantes de Darkaria. Essa aldeia, isolada e carente, conta desesperadamente com esses suprimentos para sua sobrevivência, pois é constantemente assolada por ataques brutais e pelo surgimento de monstruosidades sinistras que têm impedido qualquer forma de comércio ou contato com forasteiros.
— Tipo de aventura: Auto Narrada
— Aviso: Violência - Gore e afins
「R」
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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados - Página 2 Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Rowena Sex maio 17, 2024 10:21 pm

A Odisseia dos Infortunados04

O espadachim tentou novamente afastar Renpa, mas o rapaz ainda não compreendia que sua curiosidade era uma força verdadeiramente insistente. A vergonha tingiu as feições do homem de vestes negras, enquanto o cavaleiro espiral, percebendo a ironia da situação, esboçou um sorriso. Pela primeira vez, Renpa vislumbrava algo além da enigmática figura: um guerreiro endurecido, momentaneamente desarmado por algo tão simples como a fome.

De fato, ele ainda era um humano.

Respeitando a postura altiva do espadachim, Shigaraki manteve-se inerte às ações que se desenrolaram entre eles. Contudo, ele não permaneceu parado por muito tempo. Assim que a figura retornou a caminhada, o jovem voltou a segui-lo, mantendo uma distância de alguns metros enquanto seus olhos atentos exploravam o vilarejo. O aroma do pão fresco ofertado aos necessitados ainda pairava em suas narinas, mas outro odor atraente começava a captar sua atenção.

Não muito longe dali, em uma modesta casa com telhas envelhecidas, uma velha senhora de orelhas pontudas, madeixas prateadas e olhos gentis, trabalhava em seu pequeno comércio.

— Oi, com licença. — Disse Renpa, captando atenção da figura — Preciso de algo que encha o estômago e seja fácil de transportar, mas que não pese muito na barriga. — Explicou de maneira clara e direta, recebendo um olhar repleto de carinho e, posteriormente, um sorriso largo.

— Claro meu filho, só um momentinho. — Proferiu a velha elfa, caminhando tão lentamente quanto um caramujo. Ela vasculhou em um pequeno armário no interior da loja, sendo este antigo e nitidamente desgastado, com marcas de uso e manchas espalhadas por toda sua extensão — Tenho algo especial aqui. — Disse com voz rouca e baixa, forçando Renpa a prestar muita atenção para escutá-la com clareza — Aqui está! — Exclamou com repentino ânimo.

Não demorou para que ela retornasse à entrada da loja, carregando um pequeno item enrolada em uma grande folha — Pão élfico, o melhor para longas viagens. — Disse, desenrolando cuidadosamente e mostrando um pedaço de pão que há muito não via a luz e tampouco sentia a brisa gélida que vagava entre as vielas do vilarejo — Ainda está bom, veja, o cheiro e o sabor foram conservados. — Continuou a vendedora, oferecendo um minúsculo pedaço ao jovem, que pôde confirmar a veracidade de suas palavras.

— Obrigado, isso é mais do que eu esperava. — Renpa falou com leveza e um sorriso que revelava seu carinho naquele momento, o cavaleiro parecia tomado por um estranho afeto materno que percorria seu interior, algo rotineiro dada a falta que sentia dos seus pais, mortos há muito tempo — Mas, tem certeza que deseja me vender isso? A situação do vilarejo não parece ser das melhores, não seria melhor manter no estoque para uma eventual necessidade? — Indagou o rapaz, demonstrando estar ciente da situação, ou pelo menos, desejava passar aquela impressão.

— Está tudo bem, tenho mais guardado para momentos de necessidade. — Respondeu a velha elfa e com isso, trouxe uma certa tranquilidade ao coração do rapaz.

— Obrigado. — Disse o cavaleiro, enquanto vasculhava os bolsos em busca do pequeno saco de moedas, feito de coura de cabra.

— Não precisa me pagar em dinheiro, em vez disso, poderia me fazer um favor? — Perguntou a elfa, sendo respondida por um aceno positivo —Meu filho está lá fora, nos arredores do vilarejo. Ele está trabalhando com outros homens, mas esqueceu de levar seu almoço. Poderia fazer o favor de encontrá-lo e entregar essa comida para ele? Não está muito longe daqui, na área da zona rural. — Finalizou a mulher, repousando sua mão em uma pequena trouxa de pano no singelo balcão.

Renpa nem sequer refletiu, apenas concordou rapidamente e finalizou aquela negociação, pegando em seguida as informações sobre a aparência e o nome do filho da senhora — Até breve, irei entregar o mais rápido possível. — Disse o jovem.

. . .


O jovem apressou seus passos e, em breve, divisou ao longe a figura do homem de vestes negras. A conversa com a senhora havia sido breve, embora pudesse ter parecido mais longa aos olhos de um observador externo. Renpa atou a trouxa contendo alimentos ao cinto que sustentava suas vestes, enrolando o mantimento com uma fina e resistente corda que guardava em um dos bolsos.

Ei! Pegue isto. — Bradou em alto e claro tom, lançando um singelo pedaço do pão que recebera anteriormente na direção do espadachim, após diminuir a distância entre ambos. — Pão élfico. Alguns dizem que sacia a fome por um dia inteiro; outros afirmam que é capaz de sustentar o estômago por semanas. Mas, sinceramente, não sei se tudo isso é verdade. — Disse, colocando um pedaço do pão na boca logo após encerrar suas palavras, sentindo o alimento derreter como manteiga sob fogo quente.

A dupla deixou para trás as últimas casas do vilarejo, sendo envolvida por uma atmosfera carregada e manifestamente perigosa. As árvores, esguias e retorcidas, erguiam-se como se possuíssem vida própria; o ar estava impregnado de uma umidade gélida que parecia penetrar até os ossos.

A trilha de terra batida que serpenteava pela floresta parecia ser engolida pela escuridão, com apenas a luz tênue da lua e de algumas tochas deixadas por viajantes proporcionando uma escassa iluminação em alguns trechos do caminho. Os sons da noite eterna eram inquietantes: o farfalhar das folhas, o ranger dos galhos e os ocasionais gritos distantes de criaturas desconhecidas se espalhavam pelo ambiente.

Não tardou para que avistassem os campos que, embora férteis, carregavam um ar de abandono e luta. Cercas de madeira envelhecida delimitavam pequenas propriedades agrícolas, onde o trigo crescia esparsamente, lutando por sustento sob o céu eternamente nublado. As plantações eram interrompidas por áreas de solo revolvido, evidências de batalhas recentes e ataques de criaturas.

— Tudo parece ser mais difícil por aqui, não acha? — Indagou Renpa, ao observar as pequenas cabanas de pedra e madeira espalhadas pela região. Cada moradia possuía um telhado de palha ou ardósia, com janelas cobertas por cortinas rústicas para manter o frio e a escuridão do lado de fora. Algumas eram um pouco mais elaboradas, com janelas e até barras de ferro. Os habitantes daquele território, alertados pelo som dos passos da dupla, observavam-nos com olhos desconfiados e cansados. Mesmo na penumbra, era possível ver suas faces marcadas por cicatrizes de combates e pelo árduo trabalho nos campos.

Entre as cabanas, era possível avistar pequenas hortas onde vegetais cresciam teimosamente, suas folhas brilhando como gotas de orvalho. Animais de fazenda, como galinhas e cabras, abrigavam-se em toscos celeiros, cercados por pedras e por homens e mulheres que serviam como sentinelas, indicando que esses pontos sofriam ataques recorrentes. Suas armas eram simples: espadas de ferro, foices, enxadas e lanças de madeira.

Também se avistavam algumas tavernas, em número menor do que se poderia contar nos dedos de uma mão. Iluminadas por lamparinas a óleo, ofereciam um refúgio acolhedor, principalmente aos poucos viajantes corajosos e mercadores que se aventuravam a fazer negócios naquela região, apesar da situação desfavorável. — Os ataques devem ter reduzido as visitas de pessoas interessadas em fazer negócios por aqui, mas você tem alguma ideia do que pode ter causado esses ataques repentinos de monstros?— Renpa tentava interagir com o homem ao seu lado, desejando conhecer mais e, talvez, obter alguma informação útil. — Meu mestre comentou que Darkaria é comumente atacada por monstros, vampiros, lobos, ogros e demônios.— Observou o rapaz.

Ao longe, colinas onduladas surgiam no horizonte, onde ruínas de antigos castelos e construções mais simples emolduravam o cenário desolador. Durante todo o caminho, o jovem permaneceu atento, procurando a figura que se encaixasse com a descrição do filho da velha elfa, ansioso por entregar o pedido.

— Você é um cavaleiro, não é? Depois de passar tantos anos entre cavaleiros, não é tão difícil reconhecer um companheiro. — Finalizou o rapaz.

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Mensagem por Sordello Sáb maio 18, 2024 6:08 pm

A Odisseia dos infortunados  Post: 05


| Sordello  alfhildr Della'torre |

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados - Página 2 Oie_oi18
HP: 110| 110
ENG: 375| 375

Sordello seguiu caminhando pela trilha de terra batida, seus passos pesados levantavam poeira no caminho seco em quanto mantinha atenção a sua frente, percebendo a simplicidade a humildade dos locais. Ele também notava, mais uma vez, que Renpa, o jovem ruivo, o seguia de perto. A constante presença do rapaz começava a incomodá-lo, mas ele escolheu ignorá-lo, mantendo a calma mais uma vez, acreditando que em breve o curioso desistiria de importuna-lo.

De repente, algo voou pelo ar em sua direção. Guiado por seus reflexos aguçados, Sordello ergueu a mão e agarrou o objeto: um pedaço de pão. Surpreso, ele parou, segurando o alimento e olhando para Renpa com uma mistura de irritação e curiosidade.

Renpa, sem se intimidar com a expressão de Sordello, explicou brevemente que era um pão élfico. O jovem começou a tagarelar novamente, esperando alguma reação. Sordello, ainda incrédulo, sentiu o aroma do pão fresco, e seu estômago roncou alto, traindo sua fome.

O espadachim deu uma mordida no pão, sentindo a textura macia e o sabor simples, mas satisfatório. Enquanto mastigava, ele estudou Renpa mais atentamente. A boa vontade do jovem era evidente, assim como sua insistência em se aproximar.

Sordello começou a caminhar novamente, com Renpa ao seu lado. Após alguns minutos, ele cedeu. - Me chamo Sordello, e sim, sou um cavaleiro. - Disse, de forma reservada.


Antes que pudessem desenvolver qualquer conversa, gritos desesperados ecoaram nas proximidades. Sordello agiu instintivamente. Suas veias se dilataram, o sangue maldito dos ashytas bombeava como fogo através de seu corpo, enquanto seus olhos assumiam uma coloração esverdeada e intensa. Em um instante, ele se lançou em uma corrida rápida, sua velocidade sobre-humana deixou Renpa para trás.

O espadachim seguiu o som dos gritos até uma casa de porte médio. Não era luxuosa, mas também não parecia pobre. Os gritos vinham de dentro, cheios de terror. Sordello não hesitou; com um forte pontapé, arrombou as portas, ouvindo-se o som da madeira estalando e se partindo sob a força brutal do golpe.

Ao entrar, Sordello foi imediatamente confrontado por uma visão horrível. Quatro homens de roupas esfarrapadas, com faces marcadas pela crueldade, brandiam facas afiadas. Eles cercavam uma mulher indefesa, que já estava seminua, suas roupas rasgadas e pendendo de seu corpo em tiras.

Os olhos de Sordello ardiam com uma fúria incontida ao ver a cena. Ele não perdeu tempo. Com um grito de guerra, avançou sobre o primeiro homem, mas no instante em que estava prestes a atingir seu alvo, algo o fez parar bruscamente.

Uma aura incomum começou a irradiar dos homens à sua frente, uma névoa negra e pulsante. Sordello recuou um passo, seus olhos se arregalaram de surpresa. Risadas demoníacas ecoaram em sua mente, acompanhadas por flashes de formas humanoides desconhecidas e aterrorizantes. As visões eram perturbadoras, mostrando seres de pesadelos que pareciam observá-lo e aguardá-lo nas sombras.

Mais uma vez, buscando forças em seu interior, o espadachim se levantou, esbanjando uma forte resistência mental com uma determinação implacável. Com um  novo grito de fúria, brandiu sua lâmina em um corte horizontal, direcionando a força de seu golpe para separar ao meio os homens que o cercavam.

Mas então, a pior parte veio. Ao piscar os olhos, como se uma miragem se desfizesse diante dele, Sordello viu que sua lâmina não havia encontrado os corpos dos homens possuídos. Em vez disso, a lâmina tinha atravessado a mulher inocente. O sangue gotejava de sua espada enquanto ele observava, horrorizado, o corpo sem vida da mulher, cortado ao meio e caído ao chão.

Um grito de desespero rasgou a garganta de Sordello. Ele caiu de joelhos, sua espada  se cravou no chão de madeira, seus olhos  estavam arregalados de incredulidade e dor. O peso da culpa e do horror o esmagava, a realidade de seu ato impulsivo começava a consumi-lo e eliminar sua sanidade. - Não pode ser... - Lamentava o espadachim, aos prantos.

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Mas então, algo mudou. Ao levantar a cabeça, limpando as lágrimas de fúria e desespero, percebeu que o corpo da mulher havia desaparecido. Ele olhou ao redor, com o coração batendo freneticamente em seu peito tentando entender o que havia acontecido. Não havia sinal de sangue, nem de morte. Apenas o vazio e o silêncio da casa.

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Última edição por Sordello em Sex maio 31, 2024 5:19 am, editado 2 vez(es)

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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados - Página 2 Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Rowena Seg maio 20, 2024 6:28 pm

A Odisseia dos Infortunados05

Renpa sorriu ao receber uma resposta do agora nomeado Sordello. De fato, ele havia acertado em deduzir que aquela figura enigmática pertencia à Ordem dos Cavaleiros e, em sua mente, refletiu sobre a absurda precisão de sua própria inteligência e capacidade de dedução, como se aquilo fosse algo realmente extraordinário.

Entretanto, antes que pudessem continuar a conversa, o homem partiu em disparada.

Por um breve momento, o garoto apenas ponderou as características que seus olhos captaram — Somos tão parecidos assim? — Brincou ao notar que o rapaz também pertencia à sua família — Eles realmente aceitam qualquer um, não é? — Riu ao concluir que aquele homem também era um Alfhildr.

O jovem cavaleiro então flexionou ambos os olhos, mas não ativou nenhuma das capacidades herdadas de sua família, que por sinal, claramente eram diferentes das de Sordello. Por fim, utilizando apenas sua velocidade natural, avançou na mesma direção.

Não tardou para avistar uma casa de porte médio, com duas janelas frontais cobertas por grossas cortinas. A porta estava escancarada e, ao se aproximar, percebeu qeu o cavaleiro negro estava em seu interior, imerso em sua própria angustia e visivelmente perturbado — O que aconteceu? — Inquiriu Renpa ao entrar na casa modesta, mas bem cuidada. Uma mesa de madeira coberta por um manto amarelado, alguns pratos usados recentemente e uma lareira fraca que mantinha o calor no interior da residência se mostravam como destaque em toda estrutura.

Renpa quis falar, porém, ao perceber a real situação, manteve-se em silêncio por um momento.

— Está tudo bem, não há ninguém aqui. — Disse em alto e bom-tom, tentando trazer Sordello de volta à realidade. O garoto já havia visto um pouco do horror do mundo e sabia o efeito devastador que isso poderia ter na mente das pessoas. Não era incomum ver cavaleiros abandonando suas armas e, até mesmo, preferindo a morte a conviver com o peso de suas jornadas.

Talvez fosse mais um caso assim.

— O que? — Questionou o cavaleiro mentalemnte ao avistar uma figura disforme com um sorriso macabro, que ativou seus sentidos de combate. A criatura passou ao seu lado e o garoto não pensou duas vezes, avançando em um movimento pesado, buscando agarrar o pescoço da criatura e forçá-la contra a parede.

Mas, estranhamente sua mão encontrou a carne, algo incompatível com a figura fantasmagórica.

— O… que estão… fazendo em minha… casa. — Uma voz lutava para sair do agarrão pesado de Renpa, que rapidamente recuou ao perceber que não se tratava daquela criatura.

— Desculpe! Você também viu algo passando por aqui? — Indagou Renpa a figura humanóide que aos poucos mostrava suas características, mostrando ser um elfo bem parecido com o que aquela velha senhora havia falado tempos atrás.

— Você está louco? O que passou por aqui? Nada passou por aqui! Quando enctrei você me agarrou pelo pescoço como se eu fosse um inimigo! — O elfo estava nitidamente irritado e não havia visto a criatura. De fato, nem todos detém a sensibilidade necessária para tais eventos, porém, os elfos não eram conhecidos por isso?

Bem, Renpa ponderaria a situação em outro momento.

— Peço perdão pelo inconveniente, mas meu amigo e eu estamos atrás de demônios que perturbam a paz por essas bandas. Achamos ter sentido alguns deles por aqui… — Disse o garoto, tentando parecer convincente — Inclusive, estava procurando por você também. — Acrescentou, desatando o nó que prendia o alimento em sua cintura — Sua mãe pediu para lhe entregar isso, ela estava nitidamente preocupada. Você já é bem grandinho, pare de preocupa-lá à toa. — Bradou deixando o elfo sem jeito.

A figura de orelhas pontiagudas agradeceu em meio às tosse pesada, devido à pressão feita por Renpa.

— E vá visitá-la, ela parece estar lutando bravamente para manter as coisas em ordem. A cidade não é segura para alguém da idade dela viver sozinha, então, assuma sua responsabilidade. — Continuou o rapaz de maneira mais autoritária —E Sordello, precisamos ir. — Disse em direção ao cavaleiro negro.

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[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados - Página 2 Empty Re: [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados

Mensagem por Sordello Ter maio 21, 2024 6:55 pm

A Odisseia dos infortunados  Post: 06


| Sordello  alfhildr Della'torre |

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Sordello levantou-se com um movimento brusco, a irritação  estava evidente em cada fibra de seu corpo. Ele olhou ao redor, os fantasminhas continuavam suas risadinhas insidiosas, flutuando e se desvanecendo na penumbra da casa. A percepção de que tudo não passara de uma ilusão cruelmente elaborada por algum espírito desencarnado qualquer o encheu de um ressentimento profundo. Com os punhos cerrados e os olhos faiscando de raiva, ele limpou o suor da testa, respirando fundo para recuperar a compostura.

No mesmo instante, a porta escancarada rangeu, e Sordello viu que duas figuras entraram na casa. Renpa, o jovem ruivo, estava acompanhado de um elfo alto e esguio, provavelmente o proprietário do imóvel. O elfo tinha uma expressão preocupada, seus olhos claros  estavam examinando o ambiente com desconfiança, enquanto Renpa lançava olhares curiosos para Sordello, claramente tentando entender a situação.

Sem perder tempo, Sordello estreitou os olhos em uma expressão de desagrado, era impossível de disfarçar. A presença daqueles dois apenas aumentava sua irritação em uma situação onde havia acabado de ser feito de bobo. Ele não tinha paciência para explicações ou trocas de palavras. Com uma postura rígida, ele caminhou em direção à saída, passando entre Renpa e o elfo sem proferir uma única palavra.


- Sordello precisamos ir, ele disse... Tsc. - Resmungava pelo caminho, a frustração, o cansaço e a irritação se mesclavam em cada passo pesado que dava. A persistência de Renpa em segui-lo, a intrusão não autorizada do jovem em sua vida, era como uma pedra em seu sapato. Ele apertou o passo, na esperança de que o jovem finalmente desistisse e o deixasse em paz em seu caminho.

Conforme seu relógio biológico apontasse que já era ''noite'' nestas terras, Sordello sentia cada vez mais o cansaço se instalar em seus ossos. Já fazia tanto tempo que não dormia, que não conseguia nem se lembrar da última vez que teve uma noite de descanso adequada. Ele sempre evitava dormir, consciente dos pesadelos que o aguardavam, terríveis visões das suas memórias e das atrocidades que enfrentou no inferno.

Mas naquele momento, o peso da exaustão era esmagador. Talvez fosse hora de procurar algum lugar para descansar, mesmo que por algumas horas. Seus olhos vagaram pelas casas ao longo do caminho, até que uma construção em particular chamou sua atenção.

A casa se destacava visivelmente das demais. O acabamento em madeira de verniz novo reluzia à luz do luar, conferindo à construção um brilho acolhedor e bem-cuidado. A estrutura assemelhava-se a um pequeno castelo de madeira de três andares, imponente e elegante, com um estábulo ao lado, uma anomalia em meio à simplicidade do local. Na porta, sentada em uma cadeira de balanço, estava uma bela mulher grávida, de cabelos loiros presos. Ela olhava distraída para a rua, com uma expressão serena e um sorriso gentil nos lábios.

Sordello hesitou por um momento, seus instintos de soldado o alertava para ser cauteloso. No entanto, a necessidade de descanso e a curiosidade o impulsionaram a seguir em frente. Ele se aproximou da casa, sentindo-se desconfortável com a ideia de pedir abrigo, mas a exaustão já estava afetando sua mente ao ponto de ceder.

A mulher levantou o olhar ao perceber sua aproximação, os olhos dela encontraram os dele com uma suavidade que ele não via há muito tempo. — Boa noite, meu bom senhor. — ela disse, com a voz melodiosa e acolhedora. — Está procurando por algo? — Concluiu a bela moça, em sua mais graciosa delicadeza.

Sordello parou a alguns passos de distância, relaxando seus ombros levemente e mostrando seu rosto sobre aquele luar. - Boa noite, senhorita. - Respondeu ele, tentando manter um tom respeitoso. - Estou em busca de um lugar para descansar por algumas horas. Poderia me ajudar? - Finalizava, se curvando respeitosamente a mulher.

A mulher, ao olhar mais atentamente para o rosto e o corpo de Sordello, sentiu um calafrio de medo. O que um troglodita desconhecido poderia fazer em sua casa? Preocupada, ela assentiu negativamente com a cabeça. — Me desculpe, meu senhor, meu marido ainda está em seu serviço na ferraria da vila e não gostaria que eu passasse a noite com um estranho,— Respondeu ela, apreensiva.

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados - Página 2 Oie_2210

Sordello, surpreso, começou a juntar as peças. - Espere, esta é a casa do ferreiro? A que bandidos veem com frequência? - Indagou o espadachim, sendo respondido com um assentimento positivo e tímido da mulher. Ele percebeu a preocupação nos olhos dela, mas também notou a oportunidade de resolver o problema e garantir seu descanso.

- Pois bem - Disse Sordello, com uma firmeza que não deixava espaço para dúvidas, - Seu marido me deu esta espada em troca de dar um fim nisso. - Ele então puxou a lâmina de aço, mostrando-a à mulher. A luz suave do luar refletiu na lâmina polida, realçando seu brilho, provando que de fato era uma arma de boa qualidade. - Me abrigue e matarei a todos que vierem hoje! Concluiu ele, de forma enérgica.

Sordello nunca saberá se fora por influência do Deus da Honra, ou apenas o acaso, mas a mulher concordou em abrigá-lo, mesmo não se sentindo totalmente convencida. — Vosmicê poderá ficar junto aos cavalos. Há feno quente o suficiente e trarei uma sopa logo mais —  Concluiu a senhoria da casa.

Sordello aceitou, sem pensar duas vezes. - Obrigado - Respondeu o espadachim, com um aceno de cabeça, aliviado por ter um lugar para descansar, sendo conduzido ao estábulo.

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Mensagem por Rowena Ter maio 21, 2024 7:54 pm

A Odisseia dos Infortunados06

Renpa observou, com uma mescla de consternação e fascínio, as ações intempestivas e desagradáveis de Sordello, ciente de que aquele cavaleiro estava marcado por profundos distúrbios.

Parece um velho rabugento. — Comentou o garoto, logo após o resmungo de seu companheiro, que acelerou os passos com o objetivo de deixá-lo para trás — É uma figura complicada mesmo. — Disse com um sorriso largo, percebedno que começava a desarmar as defesas do cavaleiro negro.

O ruivo atentamente acompanhou a interação entre Sordello e uma mulher, notando um lado mais polido do cavaleiro. Ele acenou com um sorriso discreto, enquanto a mulher conduzia a situação com certo louvor. Renpa entendeu a razão do homem estar ali: uma dívida pendente com o ferreiro.

— E a senhora, como está? — Inquiriu Renpa, ao vê-la retornar do estábulo — Carregar uma vida não deve ser uma tarefa fácil, imagino. — Disse com uma expressão carinhosa e, ao mesmo tempo, curiosa.

— Realmente, não é. Mas, está cada vez mais próximo de ele ou ela ver a luz… ou melhor, sentir o calor dos candelabros e das tochas. — A mulher respondeu com uma ligeira angústia, revelando as dificuldades de viver em Darkaria. Ela se acomodou em uma cadeira, repousando suas mãos sobre o ventre.

— As coisas estão complicadas por aqui. Não é perigoso que fique sozinha? Ainda mais com a situação que meu companheiro mencionou. — Comentou o ruivo, procurando um lugar para se sentar, finalmente acomodando-se no chão, próximo a um amontoado de feno.

— Você não está errado, é realmente perigoso. — Afirmou a mulher, apertando a barriga como se buscasse proteger a vida que carregava — Mas, não temos ninguém por aqui além de alguns vizinhos e conhecidos. Viemos em busca de uma vida melhor… sabe, as coisas aqui no Refúgio eram melhores no passado, mas os ataques de criatura e saqueadores estão destruindo o pouco que resta do vilarejo. — Pausou, reatando o fôlego —Encontrar um novo lar e trabalho digno é complicado, ainda mais com a idade e os problemas que Lucius carrega. Por aqui, pelo menos ele está consolidado e, assim, consegue bons trabalhos. — Finalizou.

Renpa, abraçando os joelhos, refletiu sobre a situação — Realmente, é complicado. — Disse, observando o horizonte escuro e as pessoas cansadas que surgiam no caminho — Mas, uma parte do povo parece ser bem acolhedora e, também, batalhadora. — Continuou — As coisas vão melhorar, eu tenho fé. Não sei se será um Deus ou nós seres humanos que iremos ajudar, mas acredito que alguma coisa irá mudar.  — Embora não fosse religioso, Renpa nutria esperança — Mas, vamos falar de coisas boas. Já tem possíveis nomes? — Perguntou, animado.

A mulher sorriu —Bartolomeu ou Elaira, são uma homenagem aos meus pais. — Disse, feliz — Faz muito tempo que não os vejo. São de um lugar mais ao norte de Satar e viajar tem sido difícil, tanto pelo dinheiro quanto pelo perigo. — Concluiu.

— São lindos nomes. Eles vão ficar muito felizes. Inclusive, me chamo Renpa e o rabugento se chama Sordello. — Disse o rapaz, voltando os olhos para a mulher.

—Me chamo Yennen, é um prazer conhecê-lo, Renpa. — Disse gentilmente e Renpa sentiu o afeto maternal. A mulher passou a acariciar a barriga e olhar o céu de poucas estrelas, ajeitando-se na cadeira e, aos poucos, adormecendo.

— Que perigo. — Murmurou Shiragaki ao vê-la adormecer. O jovem pegou uma coberta existente ao lado da cadeira e a cobriu cuidadosamente, permanecendo por perto, vigilante.

. . .


Horas se passaram e um homem de porte médio surgiu, exausto, coberto por uma membrana tão escura quanto a noite. Aproximou-se da mulher adormecida, mas Renpa emergiu das sombras com uma expressão séria.

— O que pensa em fazer? — Perguntou, cerrando os punhos.

O homem se assustou, porém, enfrentou o cavaleiro — O que você está fazendo espreitando minha esposa? — Indagou, puxando o martelo outrora atado em sua cintura.

Antes que entrassem em um derradeiro combate, Yennen despertou — Lucius? — Bradou, fazendo Renpa recuar, envergonhado.

—Ah! Você é o Lucius… — Disse, coçando a nuca um tanto quanto sem jeito.

. . .


O mal-entendido foi rapidamente resolvido. Renpa e Lucius tornaram-se bons colegas, e o jovem não tardou em contar sobre sua jornada e treinamento na Ordem, enquanto o ferreiro compartilhou sua vida em Darkaria e suas inquietações.

Tudo parecia bem, entretanto, o destino parecia tecer um caminho diferente para aquela noite.

A paz foi interrompido quando uma pedra atravessou a vidraça e quase atingiu a mulher, mas foi bloqueada pelo corpo de Renpa, que tomou a frente como um escudo humano. Do lado de fora, figuras trajando trapos e armas reluziam à luz do luar. O odor de queimado chamou a atenção de Renpa, que rapidamente entendeu as intenções daquelas figuras.

— Esses malditos atearam fogo no estábulo! — Bradou Lucius, preocupando com Sordello e os cavalos. A porta foi aberta com força, revelando uma figura de cabelos castanhos e rosto coberto de cicatrizes, o fedor que ele exalava rapidamente se misturava com o cheiro de queimado, era uma mistura de fezes, bebida e queimado.

— Você não fez o que pedimos. Agora sua mulher pagará o preço. — Disse a figura com voz rouca e intimidante, que fez a mulher recuar alguns passos e seu marido se colocar em sua frente.

Entretanto, antes que o antagonista pudesse dar mais um passo na casa imaculada, ele foi mandado voando para fora com um chute certeiro.

— Fiquem aqui. — Disse Renpa enquanto saía da casa, avistando uma ou duas dúzias de homens por ali — Vocês não merecem viver. — Bradou o jovem nitidamente furioso, enquanto as veias saltavam e seus olhos adquiriam uma coloração alaranjada.

Enquanto isso, era possível ver alguns homens nos arredores do estábulo.

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Mensagem por Sordello Ter maio 21, 2024 9:49 pm

A Odisseia dos infortunados  Post: 07


| Sordello  alfhildr Della'torre |

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A mulher, doce e gentil, trouxe uma tigela de sopa quente para Sordello. Ele a devorou em instantes, apreciando o calor e o sabor que aqueciam seu corpo cansado. Após agradecer brevemente, ele se ajeitou sobre o feno junto aos cavalos e finalmente adormeceu.

. . .

O inferno Ato I


No entanto, o descanso que buscava foi rapidamente substituído por um pesadelo sombrio. Em seu sono profundo, as lembranças do inferno retornaram com uma clareza dolorosa. Ele se viu preso em uma visão contorcida e terrível, onde uma jovem mulher de pele parda e cabelos negros curtos, também membro de seu antigo grupo de mercenários e condenada a esse destino cruel, estava sendo abusada incessantemente por um demônio. Sordello assistia impotente, com os olhos arregalados de horror e o coração batendo descontroladamente, acorrentado ao chão, se debatendo como uma fera, em quanto lidava com uma plateia de variados demônios que assistia tal barbaridade. Ele rangia os dentes com tanta força que sua boca começou a sangrar como se uma espada a tivesse atravessado, o gosto de ferro misturava-se com a bile da sua raiva.

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Os gritos desesperados da mulher eram como punhais em sua alma, cada som era carregado de um sofrimento indescritível para Sordello. No entanto, ao perceber a inutilidade de seus gritos, a mulher começou a aceitar sua humilhação, seus olhos mostraram apenas dor e resignação, mas seus lábios não emitiam mais sons. Para Sordello, forçado pelos demônios a assistir a esse espetáculo de terror, a humilhação de nada fazer era pior do que a própria morte. A impotência o corroía por dentro; ser incapaz de fazer qualquer coisa para ajudar uma mulher em tamanho sofrimento era uma tortura que dilacerava sua identidade e seu orgulho, sobretudo sua honra.

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados - Página 2 Oie_2212

Os demônios sabiam exatamente como quebrar a mente de Sordello. Cada cena de brutalidade e desespero era um golpe mortal em sua alma, uma ferida que nunca cicatrizaria. A tortura era sutil, mas eficaz, cada momento forçado a assistir ao horror desumanizava-o um pouco mais, corroendo sua sanidade e sua vontade de lutar. Ele sabia que essa era a verdadeira intenção dos demônios: transformar sua vida em um inferno perpétuo, onde a esperança era uma chama frágil prestes a ser extinta.

O inferno Ato I - final
. . .


Sordello se debatia no feno, seu rosto  estava contorcido em uma máscara de agonia enquanto as lembranças infernais o assaltavam. Finalmente acordando sobressaltado, com o coração disparado e o corpo coberto de suor frio. Seus punhos estavam cerrados com tanta força que suas unhas haviam perfurado a pele, deixando com que pequenas gotas de sangue mistura-se ao suor. Ele então passou uma mão trêmula pelo rosto, tentando apagar as últimas imagens do pesadelo.

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Quando Sordello retornou à realidade, ele foi subitamente envolvido por um cheiro acre e sufocante. Abrindo os olhos, ele se espantou ao perceber que o estábulo estava ardendo em chamas. As chamas laranjas e vermelhas lambiam as paredes de madeira e o calor intenso já começava a queimar sua pele. O fogo estava perigosamente próximo de alcançar onde ele havia estado dormindo.


Em uma fração de segundo, a mente de Sordello entrou em modo de sobrevivência. Ele se levantou rapidamente e começou a agir. Com movimentos rápidos e precisos, ele correu até os cavalos, soltando-os um a um. Os animais, em pânico, relincharam e correram dentre as chamas, saltando para fora do estábulo em busca de segurança. Com sua nova espada já empunhada, o espadachim  correu para fora, com os músculos tensionados e os sentidos alertas em sua forma meio ashyta.

Ao ver toda a cena do lado de fora, o sangue de Sordello fervilhou instantaneamente, e sem pensar nas consequências, ele avançou sozinho contra todos, movido por uma fúria incandescente que surpreendeu os homens encapuzados. Com um movimento rápido e preciso, ele empalou brutalmente três homens de uma vez só, cujos gritos de dor ecoaram na noite.

Os outros, atordoados por um momento, logo recuperaram a compostura e sacaram suas espadas, avançando contra o espadachim. A lâmina de Sordello, ainda atravessando os corpos dos três homens, se chocou com as espadas dos atacantes, mas ele, com sua força e destreza sobre-humanas, conseguiu erguer a espada juntamente dos homens empalados para desviar e bloquear os golpes, usando sua lâmina como uma extensão de seu próprio corpo.

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Mensagem por Rowena Ter maio 21, 2024 10:50 pm

A Odisseia dos Infortunados07

Para Renpa, o combate nada mais era do que sua casa. Desde muito cedo foi ensinado controlar seus impulsos, afinal, ele não era um humano como os outros, havia sangue de um monstro que há muito vem ceifando vidas: os ashytas.

Ele observou Sordello avançar contra um trio, manejando sua espada com maestria e, ao mesmo tempo, selvageria.

Aquele momento de descontração foi tempo o bastante para que um dos homens avançasse em sua direção, portando uma pequena, mas, afiada adaga que buscava penetrar o seu abdômen.

Entretanto, a lâmina não foi capaz de passar o seu corpo.

— Que tipo de mons… — O rapaz não teve nem chance de terminar, Renpa mais uma vez mostrou sua força e agarrou o crânio daquela figura maléfica, apertando tão forte que o som do osso se partindo foi um deleite para parte ashyta que coexistia em seu corpo.

Em sua mão, o sangue acumulado não tardava a gotejar e o garoto entrava no Êxtase Berserker Acalentado.

Sua expressão outrora racional dava lugar a uma face macabra, as veias saltadas, os olhos alaranjados e os dentes ligeiramente afiados indicavam que o carinhoso Renpa havia ficado para trás. Seu corpo, queratinizado impedia que lâminas comuns penetrassem sua defesa natural, que agora estava ainda mais intensa, dada às habilidades advindas de Granathor, o seu benfeitor.

O som dos seus dentes se misturavam com um leve rosnado, animalesco mas que, ainda sim, parecia tentar manter a racionalidade.

E então, a fera avançou.

O primeiro oponente fora uma figura esbelta, com cabelos longos que cobriam toda suas costas e pareciam enrolados. Um golpe de baixo para cima, a princípio parecia ser um soco simples, entretanto, três garras formaram-se e o corpo do oponente era atravessado com facilidade. O sangue esguichava na face do ruivo, que não tinha intenção de parar.

O homem que estava ao seu lado reagiu, no entanto, novamente a camada grossa protetora fez seu trabalho, bloqueando a lâmina espessa que o mesmo carregava. Com mais dois golpes, mais um oponente jazia no chão sem vida. Os olhos de Renpa rapidamente buscaram um novo alvo, como um predador busca por sua presa e, sem demora, ele encontrou.

O terceiro estava com um pequeno machado de uma única mão, nitidamente afiado e bem cuidado, diferente da higiene pessoal do homem que o portava: seus dentes estavam sujos, alguns até mesmo já haviam caído. Seu corpo era peludo e, em sua barba, era possível notar restos de alimentos que há muito tinham sido ingeridos.

A sede de sangue e o desejo pela carne se atenuou, Shigaraki por um momento deixou se levar pelo impulso e avançou, mas, a racionalidade retornou a sua mente. Ele parou no meio do caminho, arregalando os olhos e olhando ao redor como se torcesse para que não tivesse machucado nenhum inocente, como outros membros da família Alfhidr já fizeram no passado.

Aquele pequeno espaço inerte foi o tempo necessário para que o oponente robusto avançasse, atingindo o ruivo com um golpe em sua face, mas que ainda sim, não penetrava sua pele. No entanto, a força do homem foi capaz de jogá-lo poucos metros para trás.

— Obrigado. — Bradou o jovem olhando para seu oponente com um olhar agradecido — Quase sucumbi perante o desejo do monstro em meu interior. — Explicou colocando-se de pé novamente, desfazendo as garras, porém, mantendo a couraça poderosa.

E então, Renpa avançou.

Seu antagonista não permaneceu parado e, novamente, buscou desferir um golpe com o machado em suas mãos. O garoto desviou lateralmente, deixando o ataque passar em branco e, de maneira astuta, pisou um pouco mais forte no chão, fazendo com que um pilar de terra subisse e atingisse o queixo do gorducho em cheio. Aquela era uma simples demonstração do potencial das habilidades concedidas por Granathor.

Renpa pegou o machado do inimigo, uma arma que era do seu agrado, mas, não tão pequeno quanto aquele que agora carregava — Isso deve servir. — Comentou mantendo a postura e a guarda alta, observando os outros inimigos ao seu redor se entreolharam com certa aflição.

Dentre todos, havia um que captou a atenção do rapaz. Ele era alto, mais alto do que os demais e seu corpo parecia bem trabalhado; braços longos e recheados por músculos que apenas um guerreiro teria; um olhar de tranquilidade pairava em sua mente mas, ele não parecia interessado em Renpa ou Sordello, seus olhos eram direcionados unicamente à casa.

Sem mais, nem menos… ele avançou. Seu objetivo? A casa.

— Não mesmo! — Sinalizou o cavaleiro que avançou de encontro à estranha figura, desferindo um chute circular que facilmente o jogaria para trás, no entanto, pela primeira vez naquele combate, Renpa havia sido bloqueado — O que? — Uma sensação estranhamente conhecida percorreu seu corpo como um sinal de alerta, naquela singela troca de socos, o experiente caçador de Ashytas pôde perceber que seu algoz estava presente — Já era de se esperar que um merda como você, estaria aqui. — Refletiu em alto e bom-tom, enquanto aproveitava do corpo do inimigo para se impulsionar para trás, ficando entre ele e a casa.

— O que um ashyta faz em meio a saqueadores? — Bradou observando o inimigo voltar a sua postura confiante e agora, demonstrar um sorriso macabro em sua face.

— Existe um lugar melhor para encontrar comida? Posso matar qualquer um e não ser perseguido por isso! Por um momento, pensei em fugir quando vi vocês dois aqui, mas saborear aquela mulher e a criança em seu ventre é um banquete que não posso deixar passar. — Um demônio escondido entre os humanos, não era incomum que monstros como aquele existissem por aí.

Para Renpa, as coisas acabaram de ficar mais sérias. Diferente de apenas um combate contra bandidos, um ashyta estava presente e visivelmente não tinha medo de enfrentá-los, o que apenas indicava que, talvez, ele fosse forte o bastante para isso. Sua mente ponderava a situação, se mesmo que por um momento desse brecha, a criatura certamente atravessaria a casa e teria seu famigerado banquete, algo que o garoto não poderia deixar acontecer de jeito nenhum.

E mais uma vez, Renpa avançou.

Não tardou para o choque entre eles ocorrer, o ashyta ainda mantinha-se em sua forma humanoide e enfrentava de peito aberto o cavaleiro. Socos e chutes eram efetuados simultaneamente, enquanto Renpa em alguns momentos movia o machado em uma das mãos, buscando o pescoço do inimigo.

Mas, sem sucesso.

Em um momento, o garoto conseguiu acertar um golpe certeiro na altura do estômago do antagonista, seguido por um chute com o calcanhar no mesmo ponto, girando no próprio eixo e usando a força natural para lançá-lo alguns metros atrás. Ele parou por aí? Não! Não perdeu também e segurou o machado com mais força, deixando a mão portadora da arma para trás e então movendo seu corpo para frente com selvageria, finalizando com o lançamento da arma na direção do seu inimigo.

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O machado cortou o espaço entre eles como um verdadeiro relâmpago. E por uma fração de segundos, o inimigo conseguiu salvar seu pescoço, abdicando do braço direito.

— Como ousa me atacar de tal maneira? — Murmurou a criatura enquanto o sangue esverdeado pingava no chão, corrompendo o solo. A criatura então avançou na direção de um dos seus aliados e, sem um pingo de remorso, atravessou a carne com os próprios dentes, arrancando um pedaço considerável do tronco do outrora aliado.

E então, seu braço foi regenerado.

Ele sorriu e, aos poucos, sua aparência foi mudando. O corpo humano deu lugar a uma pele mais espessa e de cor tom mais escuro, seus olhos, ficaram tão verdes quanto o de Sordello, mas, pareciam mais animalescos do que o do cavaleiro negro. Sua cintura se afinava e seu corpo ficou maior, suas pernas ficaram mais grossas e mais quatro braços surgiram, dois em cada lado, totalizando em seis membros superiores.

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— Eu vou matar todos vocês e comerei aquela mulher e a criança. — Disse com uma voz demoníaca, que irritava os ouvidos mais sensíveis. O punhado de saqueadores que ainda restava partiu em disparada ao ver aquela cena, incrédulos em pensar que um monstro como aquele compartilhava bebida e comida com eles. Entretanto, não foram muito longe, dado o ataque com os dedos realizado pela criatura, que atravessou seus corpos com facilidade.

Renpa, por sua vez, cerrou seus punhos e se preparou para o derradeiro combate.

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Mensagem por Sordello Qua maio 22, 2024 5:12 am

A Odisseia dos infortunados  Post: 08


| Sordello  alfhildr Della'torre |

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Os homens tentavam um ataque conjunto contra Sordello, mas com uma força bruta surpreendente, ele os afastava facilmente. Alguns dos corpos se deslizavam da lâmina de Sordello, caindo no processo, já sem vida, enquanto o último ainda preso à espada urrava de dor como um porco no abate. O combate continuaria, não fosse por uma visão ainda mais bizarra que lhe tirou o foco.

O homem com quem Renpa lutava se transformava em um monstro completo, sua forma grotesca e aterrorizante rasgou o ar da noite. A marca no pescoço de Sordello ardia intensamente, indicando que se tratava de um adversário forte. Os demais bandidos, ao verem a transformação, fugiram desesperados, deixando apenas o monstro para trás.

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Sordello, aproveitando a oportunidade, concentrou sua energia através de sua espada. Com um grito de fúria, lançou uma rajada de energia contra a criatura. A rajada pegou o monstro de surpresa, decepando um de seus braços e abrindo um corte profundo em seu ombro esquerdo que esguichava seu sangue podre, destroçando por completo o bandido sem sorte que ainda estava preso em sua espada no processo. O monstro gritou de dor, ouviu-se o som estridente preenchendo o ar enquanto a ardência do corte, impregnado com propriedades divinas, queimava sua carne. - Awakened flame - (Rank D)

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Sordello encarou a criatura com um olhar feroz,  ao indaga-lo, sua voz ecoou com uma provocação carregada de desprezo e desafio. - Uma alma irregular como a minha - Ele gritou, - Será a mais saborosa de todas no mundo dos vivos que você provará! - Vociferou Sordello. O monstro rugiu em resposta,  mesmo com sua forma disforme se contorcendo com fúria e dor.

Empunhando a grande espada longa à sua frente, Sordello começou a caminhar lentamente em direção ao monstro. Cada passo era deliberado, com seu olhar fixo nos olhos da criatura, deixando sua imensa vontade assassina percorrer a troca de olhares, ao passo de que o espadachim também se assemelhava a um monstro, que  observava  sua presa com um misto de ódio e total desprezo.

- Venha. - desafiou Sordello,  com sua voz baixa e mortalmente calma. - Vamos acabar com isso. - Concluiu, tornando todas as atenções do monstro para si, fazendo com que a monstruosidade se arrancasse em um impulso até o espadachim preparando-lhe uma salva de ataques perfurantes.

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Mensagem por Prince Qua maio 22, 2024 1:29 pm





The Only Thing

I Know For Real


Eu estaria mentindo se Darkaria não fosse exatamente o que eu esperava ou bem, o que o nome entregava. O lugar era escuro, sujo e de certo assustaria qualquer um que passasse por ali. Eu não temia um cenário que parecia ter saído de um conto para assustar crianças, mas a minha experiência não tinha sido das melhores, também. Só tive o prazer de trombar com um monte de charlatões e vampiros esquisitos. Ainda assim, estava animada. Eu tinha uma missão que, sendo sincera? Nessas terras e condições, sabia que acabaria dando merda. E eu me deleitava com a chance disso tudo acabar em confusão. “Vamo lá Mary, troca de lugar! Eu quero brincar!” E ouvia Bloody Mary, minha segunda persona, martelando meus pensamentos. Sabia muito bem que ela era inclinada por natureza para a violência, ora, não foi sem motivo que acabei que recebendo esse apelido no campo de batalha, tudo graças a fama dela. Suprimir seus desejos não era nada fácil. Tinha que mantê-la sob controle antes que tentasse qualquer gracinha, mas como mentir para alguém que habita o mesmo corpo que eu? Mesmo se conseguisse, ela ainda estaria ciente de meus pensamentos e emoções. Apenas resmunguei de volta na nossa conversa mental. “Cala a boca! Você assume no momento certo.”

Minha mestra Elise me disse que acabaria me encontrando com dois cavaleiros, mas não havia sinal deles, por enquanto. Me encaminhei para o Refúgio da Aurora e não conseguia me conter, que lugarzinho mixuruca! – Se isso aqui é um refúgio, não quero nem imaginar como são os piores cantos de Darkaria. Bom que eu não preciso mais de sol pra viver. – Ou de comida, dormir ou bocejar. Apesar que essas atividades ainda eram bem prazerosas. A Corte era realmente desgraçada, fizeram uma Automata que conseguira se passar muito bem por humana. “Será que eu... Sangro? Se sangro, ainda não notei. Seria só sangue falso mesmo, só outra artimanha da Corte. Nem sou mais humana, mesmo...” A vila era realmente fajuta, conseguia ver o desespero e lamurio através do olhar perdido dos transeuntes que passavam por mim. Apesar de nunca ter pisado nesse refúgio antes, eu diria que eles estavam agitados até demais. Foi quando um deles, um senhor que sabe-se lá como, ainda tinha forças para andar, apesar de parecer um cadáver ambulante, me abordou: – Garota, o que está fazendo por essas bandas? Sei que é uma forasteira, saía enquanto há tempo! – E sua preocupação fútil fazia a ironia escapar de meus lábios: – Relaxa caveirinha, dá pra me explicar o que aconteceu por aqui? Ataque de vampiros? Zumbis? Lobisomens? Fala que foi algum monstro maluco, eu tô doida pra dar cabo de um! – Ele simplesmente não conseguia entender como uma garota, vestida como uma refugiada e de estatura medíocre, tinha tanta coragem, mas me explicou a situação de qualquer jeito: – Que os deuses te protejam, jovem. Demônios nos atacaram mais cedo, dois forasteiros nos protegeram, por sorte. E ouvi falar que está acontecendo uma confusão por essas bandas, mas ninguém teve coragem de se aproximar. Darkaria é uma terra perigosa. – Eu tinha ouvido isso mesmo? Confusão? Coragem? Aqui e agora? Se eu ainda tivesse um coração, ele estaria palpitando com meu ânimo. Mas no lugar, sentia Bloody se agitando em nossa mente, como se tivesse voando em cima de um foguete. “É ISSO AI, VAMO BATER EM GERAL!”

Um pouco desnorteada por conta da maluca dentro de mim, assenti com a cabeça para o velho. – Tá na hora de bater as pernas daqui, hein coroa? Por sorte, seus problemas acabaram. Me aponta de onde a confusão tá vindo e eu dou um jeito. – Ainda incrédulo com a valentia, ele apontava numa direção, encoberta de árvores, que fazia o local ser ainda mais escuro que os céus dessa região. – Valeu, coroa! E pra sua informação, a sua heroína se chama Mary! Não esqueça esse nome! – Agora, confusão, forasteiros e demônios? Eu apostava todas as minhas fichas que eram meus supostos companheiros. Não conseguia acreditar que estava atrasada para parte mais divertida da missão. – ACHO BOM QUE AINDA TENHA ALGUÉM PRA LEVAR PORRADA POR AI HEIN? – Eu gritei, rumando ao desconhecido pela trilha em que a encrenca estava acontecendo, e o velho não estava errado. Eu chegava e meus olhos indicavam que uma grande batalha acontecia, um homem alto como uma porta, em conjunto com um jovem ruivo estavam lutando contra algum tipo de monstro. “Pera ai... Eu não conheço aquele ali?” O jovem de machado me era familiar, mas não lembrava de seu nome. “Merda, tá na ponta da língua!” Bom, aproveitando que ninguém havia perseguido minha presença, era a chance de uma entrada triunfal.

Enquanto corria, saltei no ar e dei um belo de um chute na cabeça do maldito monstro. Caindo próxima da dupla, me virei com um largo sorriso, enfim fazendo contato visual com o conhecido e o espadachim misterioso. – Se importam se eu interferir? – Disse, levantando os cabelos e abrindo o compartimento em minhas costas que continha minha espada. Com a Lâmina Lunar em mãos, desferi dois cortes rápidos no torso do oponente, antes de me afastar em um ímpeto de velocidade, agora próxima da dupla. – Senhoras e senhores e... Monstro que é mais feio que bater em mãe, sua heroína chegou! – Abri os braços diante do oponente, demonstrando minha irreverência perante... Aquilo, seja lá o que fosse. – Vamo dançar! – Apontava a espada para o monstro, e acreditava que os dois já tinham entendido que uma nova aliada tinha se juntado a batalha.







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Mensagem por Rowena Qua maio 22, 2024 8:18 pm

A Odisseia dos Infortunados08

Renpa já sabia que os Ashytas não eram detentores de compaixão ou qualquer outro sentimento nobre, mas presenciar a eliminação de seus próprios companheiros era uma cena que apenas corroborava a crueldade inerente àquela espécie.

Uma série de eventos sucedeu-se de maneira vertiginosa. Sordello irrompeu, liberando uma energia notavelmente semelhante à divina utilizada por clérigos e paladinos, revelando a Shiragaki mais um aspecto do cavaleiro negro. Aquele ataque causou um dano significativo à criatura, que, de maneira peculiar, parecia atraída por Sordello.

Embora o ferimento se regenerasse lentamente, aquela característica inata a grande maioria dos Ashytas ainda se mostrava presente, o que dificultava sobremaneira a sua eliminação. O ruivo sabia disso e quando se preparava para avançar, buscando aproveitar-se de um momento oportuno, uma figura feminina surgiu, acertando o monstro e desviando que parecia ir em direção ao cavaleiro negro.

— Mary? — Indagou Renpa, reconhecendo a faceta familiar — Espere, o que está fazendo aqui? — Continuou, incrédulo com aquela presença — Não, deixe a conversa para outro momento; temos um trabalho a realizar. — Proferiu, voltando sua atenção ao monstro à sua frente.

O rugido macabro da criatura reverberou pelo ambiente com selvageria, fazendo até mesmo as tábuas da singela varanda chacoalhar. Suas garras se estenderam novamente com velocidade, desta vez tendo como alvos os corpos sem vida dos outrora aliados. Os corpos começaram a murchar, perdendo todo líquido, músculo e gordura. Em contrapartida, a expressão do Ashyta era do mais puro êxtase, sua boca salivava e seus olhos brilhavam com maior intensidade; seus músculos tornavam-se mais proeminentes e as veias, mais salientes.

Antes que a criatura pudesse concluir sua ação, Renpa avançou obstinadamente. Flexionando os joelhos, obtendo um impulso considerável, reduzindo a distância entre ele e seu alvo. Contudo, no meio do caminho notou que já era tarde demais.

Os olhos do Ashyta fixaram-se em Renpa, um sorriso cruel foi visto estampado em sua face. O monstro moveu-se com tal rapidez que, por um momento, o cavaleiro pensou que o perderia de vista. Reativamente, o ruivo posicionou-se defensivamente, utilizando os braços para bloquear o ataque lateral que o arremessou em direção à casa que pretendia proteger.

O cavaleiro atravessou uma das janelas com brutalidade, criando um buraco na residência e, por fim colidindo contra a parede de concreto que dividia a casa e a pequena forja nos fundos. O som metálico acompanhou o impacto, com espadas, lanças e machados caindo sobre o rapaz, antes guardados em um pequeno armário ali perto.

Do lado de fora, a criatura mostrava-se completamente curada do ferimento infligido pelo cavaleiro negro.

— Vocês precisam sair daqui. — Bradou Renpa, levando dos escombros — Não se tratava mais de uma desavença com bandidos; um monstro está lá fora. — Concluiu, cuspindo um pouco de sangue. A dor reverberava em seu corpo, não era algo externo, mas sim, interno.

— O que… é aquela coisa? — Perguntou a mulher, observando pelo buraco na residência. Naquele momento, a criatura avistou sua presa. Um grito ecoou, expressando o mais puro desejo do monstro pela mulher e pela criança em seu ventre.

Novamente, o ashyta estendeu uma das garras, desta vez em direção a Yennen.

O corpo de Renpa se moveu por instinto de batalha, desta vez brandindo um machado de duas mãos. Movendo os braços para cima, desceu com um corte vertical carregado pela pura brutalidade do seu estilo de combate, cortando o ataque da criatura, que perdeu força e não atingiu seu objetivo, tendo uma parte do corpo do ashyta caído a poucos centímetros da mulher.

— Saíam daqui! — Rugiu Renpa de maneira animalesca, seus olhos alaranjados e dentes serrilhados mostrava que ele não era um humano como aqueles no interior da casa. Aquilo assustou a mulher, que recuou, vendo um segundo monstro à sua frente.

Mas, aquela reação não era uma novidade para o cavaleiro.

— Mary, precisamos atacar e não deixar que ele se recupere novamente. — Bradou em direção a mulher — Sordello, preciso que faça o que tem feito de melhor até agora: corte-o! — Disse em direção ao cavaleiro negro.

O monstro, por sua vez, mantinha-se atento ao trio e ao interior da casa onde a mulher ainda se encontrava. Ele estava visivelmente mais forte, resistente e, sobretudo, rápido.

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Mensagem por Sordello Qui maio 23, 2024 3:42 am

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HP: 110| 110
ENG: 225| 375


Antes que a criatura completasse seu ataque, Sordello foi surpreendido por uma nova figura que surgiu com agilidade e precisão. A estranha desferiu um chute poderoso contra o monstro, arremessando-o para longe e pousando graciosamente ao lado do espadachim após desferir mais dois cortes na besta. Renpa, ao reconhecer a recém-chegada, a chamou de Mary, fazendo com que seu nome ficasse gravado sobre a mente do espadachim.

Sordello olhou para ela com desdém, seus olhos estreitos expressavam uma clara desaprovação pela intervenção. - Sim, eu me importo. Me dê licença! - Resmungou o brutamontes, a irritação era evidente em sua voz, para o ex soldado, as chances de fracasso seriam maiores a medida que mais pessoas se envolviam.

O ashyta rugiu com tamanho terror que até mesmo a poeira do chão batido e o fogo do estábulo sentiam o efeito, se espalhando mais, o espadachim tentava tampar seus ouvidos mas de nada adiantava. Em um piscar de olhos o monstro atacava o ruivo, o arremessando para dentro da casa, aterrorizando novamente os inocentes.

Quando o homem percebeu que Yennen estava em perigo, sem perder tempo, Sordello concentrou-se novamente no monstro, que se erguia com extrema facilidade, ainda que um pouco atordoado pelo golpe de Mary.

Aproveitando a oportunidade, o espadachim avançou em alta velocidade, brandindo sua espada com as duas mãos em um impulso ágil com sua forma meia ashyta, se tornado quase um borrão para aqueles que não tinham seus olhos treinados para tal velocidade.  - DEIXE-A EM PAZ CRIATURA VIL E DESPREZÍVEL - Bradava, enraivecido.

[Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados - Página 2 Oie_2310

O monstro tentou reagir,  com suas garras levantando-se defensivamente, mas a investida de Sordello foi implacável. Com um movimento certeiro, ele desferiu um corte pela horizontal, tão poderoso e pesado que cortou o ar, liberando uma forte brisa no movimento balançando suas roupas e o gramado.

A lâmina e o vento encontrou seu alvo, penetrando profundamente na carne da criatura. O impacto foi tão devastador que o monstro soltou um rugido de dor, cambaleando para trás enquanto sangue jorrava de sua ferida.

No entanto com sua espada presa sobre a pele do monstro, com uma rapidez inesperada,  ele contra-atacou. Em um movimento circular, suas garras macabras fatiaram o peito de Sordello, que foi arremessado para longe com a força do golpe juntamente com sua espada.

O espadachim voou pelo ar até colidir violentamente contra uma árvore morta de galhos secos, quebrando-a ao meio antes de parar ao atingir uma segunda árvore em cheio. A dor irradiou por todo o seu corpo e ele escarrou sangue pela boca, sentindo o gosto metálico invadir sua língua. - Desgraçado. - Resmungou o cavaleiro, em quanto se colocou de pé novamente se apoiando com a espada fincada ao chão, observando de relance a criatura se mover em direção a mulher desconhecida que acabara de chegar.

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