Observava com um sorriso satisfeito enquanto o Youkai premiado deslizava de forma estabanada por cima do mar congelado até cair no abraço mortal do panda.
- Boa garoto! - Exclamava para meu companheiro antes de notar meus arredores.
Parecia tudo mais vazio, a maioria dos mortos vivos remanescentes agora eram apenas mortos, e o restante recuava em bando. Estava bem próxima dos lagartos e comigo vários outros também pareciam querer puxar briga com os repteis, inclusive um deles já havia até caído. Talvez não fosse tão difícil quanto imaginei inicialmente.
O outro pirata da cena se pronunciava, contando seu nome, que esqueceria rapidamente, claro.
- Agradecida. Um belo navio esse seu também, diga-se de passagem, caro Cookie. - Encarava a embarcação do Navis antes de responder sua pergunta.
- Rentável o suficiente, eu diria. - Sorria lembrando da recente aventura com o nobre e o bardo.
Ao longe, escutava uma voz que vinha de uma figura sombria, perguntando o que eram aquelas criaturas. Encarando o dono do questionamento, dava de ombros e pegava um punhado de doces.
- Docinhos, claro. - De fato não sabia o que eram, mas estava sendo bastante divertido mandá-los para o inferno.
- Por quê não se junta a nós e ajuda a matar alguns? - Apontava para o panda enquanto terminava minha frase, demonstrando que éramos aliados.
ROUND 3
Quase que imediatamente após minha fala, ouvia um som aterrorizante, que mandava calafrios por toda minha espinha. Virando a cabeça devagar, encarava o horizonte, que agora parecia todo enegrecido por elas, as temíveis aranhas. Em um gesto involuntário, sacudia o corpo, como se pudesse senti-las percorrendo minha pele.
- Certo, talvez isso seja meio inútil agora. - Guardava a pistola, uma vez que seria difícil acertar alvos que se moviam tão rápido. Ao invés disso, empunhava minha espada com uma mão, enquanto a outra ficava atrás das costas, pronta para ser usada de escudo, também conhecido como o tapinha para afastar insetos.
Dando pequenos pulinhos no lugar, preparando-me mentalmente, começava uma corrida. Ao fazer contato com a primeira aranha, miraria em suas partes mais "carnudas", onde obviamente seus órgãos estariam alojados. Esperava que o gelo atrapalhasse a agilidade das malditas, mas não contaria com isso, agachando para desviar de qualquer uma que pudesse pular em mim.
Se necessário, sacaria a arma apenas para inimigos próximos e lentos ou parados, os quais teriam mais chances de serem redecorados por um buraco de bala. Ficaria atenta para as teias que eventualmente surgiriam, cortando-as com a espada antes que pudessem grudar em mim e ajudando qualquer um que ficasse preso no caminho.
Com alguma brecha, usaria a pistola para atirar em alguns dos lagartos, afinal, parecia ter surtido efeito. Manter-me-ia próxima aos companheiros que já conhecia, para que pudessem cobrir minha retaguarda.
- Segura esses bichos que eu vou tentar um negócio. - Com isso, puxaria o gatilho.