[Narrada/Fechada +18] - Eu, você, duas lagartixas e um canalha

A pequena criaturinha olhava para o rapaz enquanto apreciava seus ovos com bacon, ela olhava pra ele como se estivesse aprendendo mais sobre ele, ficava então depois de comer deitadinha ouvindo ele falar, até quando o assunto entrava no nome, quando ela entendia que o assunto era direcionado a si, ficava mais interessada.

Não que ela compreendesse a língua humana, mas pelo jeito dele, ela conseguia entender que estava falando com ela, e então o primeiro nome sugerido era Asinha, algo que ela ficou um tanto quanto perdida. Já quando surgiu o nome Ophelia, ela parecia bem mais empolgada.

Talvez fosse só porque o som era algo mais agradável, e não tivesse alguma relação direta com ela, porém, era interessante perceber que a criaturinha estava à vontade já até cochilava um pouco ali na mesa mesmo depois de ficar com a barriga cheia.


Volker parecia conhecer mais das runas, ele explicava para a moça o que viu, porém, claro, isso não ajudava a curto prazo, entretanto poderia ser algo que teria resultados num futuro próximo ou distante, a depender do que ia acontecer por ali. E mais um dado revoltante sobre a família dela vinha à tona, era verdade que ela não tinha tido muita sorte na vida.

Algo ao qual ela respondia a colocação do albino com palavras que provavelmente soariam óbvias, mas não tinha muito mais o que ela dizer.-O mundo não é muito justo, a gente luta como pode né.- forçou um sorriso no rosto mostrando os dentes afiados, mas era claro que aquele sorriso era falso, aquilo era algo que saiu como um pequeno momento de auto defesa.

Ela sabia que não era algo que gostava, e que se pudesse não passaria por isso, mas logo retomava seu astral incentivando ele a ir pro banho e deixar de lado esse assunto por mais algum tempo.-Mas vamos deixar isso pra lá, vai tomar banho que temos muito a fazer hoje. Não me deixe esperando em?-disse agora já com um humor melhor, deixando ele ir se banhar para que pudessem aproveitar o resto daquela noite.


Voltando ao saguão da guilda, o touro estava em choque, até Sieg tinha ficado mexido com a situação, Kain estava incrédulo e Seika ria de tudo aquilo a não tão pequena orc rolava pelo chão rindo, ela tinha adorado aquilo. Ela realmente gostava desse tipo de pegadinha, talvez por que ela já esperasse o resultado, era satisfatório ver algo acontecendo. Todos tinham um momento completamente aleatorio em suas vidas.

As pessoas da Guilda achavam aquilo estranho, alguns engraçado, outros ficavam se perguntando o que exatamente aconteceu e ficaram confusos. E quando houve a oportunidade ele foi falar com o Touro, ainda totalmente chocado dizia.-Deve ter tido dias melhores imagino.- disse quase que no automático fazendo uma negativa com a cabeça.

Mas Volker não era do tipo que parava, ele tinha mais coisas a dizer, toda aquela ideia que se passava pela mente do touro fazia ele começar a ficar irritado, dava pra escutar as batidas do coração dele de longe, o tanto que havia acelerado o bombear do sangue. Ele soltava o ar pelo nariz em grandes rajadas, o que não era um bom sinal.

Então, por um momento ele pensou em queimar as roupas novas do rapaz, mas se ele o fizesse aí que as coisas iam piorar mesmo, por que ele teria de ficar usando aquilo.-Promissor? Essa droga aí é marketing de puteiro porra!! Sempre soube que essa nova moda de revista de sacanagem ia acabar com a mente dos jovens, maldito o dia que foram criadas!!- ele parecia entrar numa tangente aleatória que não parecia ser diretamente ligada ao assunto, provavelmente por que ele já nem conseguia assimilar essa situação dentro da guilda.

Pra piorar tudo o albino ainda pulou o balcão pra se trocar, e fez isso ali mesmo, o que foi a última pá de terra que ele tinha de por no relacionamento dele com o bovino, que agora havia assumido uma posição de desprezo ainda maior quanto a ele. O que era uma leve sensação de desconforto, se tornava, aversão aquela figura, os olhos dele ficavam semi fechados e ele avaliava a situação entendendo aquilo como uma declaração de guerra.

Entretanto não respondeu aquela afronta por agora, ficando parado observando, deixou aquilo ir além, não adiantava punir ele ali. Enquanto isso, um Orc enorme entrava. Ele tinha por volta dos seus 3 metros. Ele vestia um terno e tinha sua presas a mostra. Realmente era uma figura ilustre ali.

Então ele logo dizia.-Seika, vim pra falar com você. Venha comigo. E a moça que estava toda sorridente levantava agora com uma cara seria, provavelmente aquele era um membro da família dela, provavelmente alguém mais importante que ela.


Ela então olhou para Volker, avisando ele que voltaria logo.-Volto logo, deve ser informação da luta.-E os dois saiam do local, onde agora Kain voltava a falar com o touro, ele tinha coisas muito importantes pra fazer.

Ele questionava ali se não tinha uma missão grande, então, o boi pegava algo bem do fundo da gaveta, algo que estava arquivado.-Escuta só, tenho algo que eu havia arquivado, ninguém voltou de lá. Porém, isso aqui é fichinha comparado ao desafio de Ilusyon. Se você não voltar falharia de qualquer forma, aqui está.-Ele jogava um papel já velho, com alguns rasgos, dava para ver o amarelado envelhecido, e dava para ver rasuras, era realmente algo que nunca foi resolvido.

Para finalizar ele entregava o cartaz dizendo.-Veja bem, o prêmio foi acumulando conforme ninguém resolveu. É uma missão de recuperação para alguns magos e cientistas. Eles querem um tubo que ficou dentro dessa propriedade abandonada. Porem, não se engane, essas missões desse tipo são as mais perigosas por que não se sabe o que tem lá.- ele entregava desenhos mostrando o tubo que eles queriam de volta.

Era uma missão bizarra mas pagava bem. Enquanto isso Sieg começava a mostrar sua nova filha para os dois ali, falando sobre eles saberem cuidar de pets.

O canalha não parava de contrariar o bovino, porém, a chance do boizão chegou, ele podia zoar, ele podia brincar com a situação que ele ficava sério, afinal, ele já tentava tirar um com o Orc que riu e ignorou ele, fazendo um gesto e vazando, ele tratou o albino com desdém, cuspindo no chão ao lado depois de ouvir aquilo, algo que Seika não tinha gostado, mas evitava problema dizendo.-Não esquenta, vai dar tudo certo, qualquer coisa eu chamo.- e ela saiu.

Nessa hora o bovino teve um último fio de bondade que restava nos chifres depois desses muitos anos que ele deixou de ser aventureiro.-Escuta bem, eu não sou seu fã, mas vou te dar um aviso, a Seika é problema. Já viveu mais que qualquer um aqui, acompanhei o auge e queda dela, vi o pior e melhor momento da garota. Eu não vou dizer muito mais sobre isso, mas tome cuidado, Seika era conhecida como A Calamidade. E ela nem é o maior problema de se envolver com ela, fica esperto. - Ele não tinha nenhuma responsabilidade para com Volker, tão pouco gostava dele o suficiente para falar mais que isso.

E se houvesse qualquer discussão puxada sobre o assunto, ele apenas daria um pequeno sorriso, e não ficaria no assunto, mesmo que fosse algo zuado, ele estaria sério e não ligaria para esses resultados em específico. Ficando mais na dele depois do papo da Seika, enquanto tudo avançava. O papo ia para perguntas sobre o assunto principal, focando na missão complexa, e então eles começavam a conversar sobre.

E era verdade era coisa perigosa demais, o bovino adicionou detalhes sobre o que ele sabia.-A lenda por trás disso eu conheço, porém é boato. A lenda por trás disso é que eles estavam fazendo algo como “Super Soldados”, algo similar a ideia por trás do surgimento dos Autômatos. Um experimento feito para criar um soro poderoso como esse. Eles queriam aumentar a habilidade de adaptação e resistência dos humanos ou coisa assim.-complementou com uma pequena lenda que existia sobre o assunto do que se tratava o tubo que eles iam recuperar lá.

Depois disso o papo ia pra garota grifo enquanto o bicho dava duas lambidas na mão do Albino quando ele se aproximava. Eles falavam um pouco sobre a criatura, e então partiam para esse papo, enquanto Sieg logo chegou e disse a real, quem quer rir tem de fazer rir, se quer grana divida a sua, era o papo.

Seika depois de algum tempo voltaria, e então explicaria o que tinham de resolver agora.-Deu merda lá nas lutas, tua próxima luta agora é em 3 dias. Parece que vão ter de mexer na programação, coisa do maluco do dono lá. Mas é isso, parece que vai demorar mais que o esperado pra lutar.- Ela parecia incomodada com a mudança de cronograma, mas ainda assim falava a informação de forma coerente, apesar de exibir uma irritação no olhar ainda.

Apesar dos alertas bovinos, o humano não parecia ter a intenção mínima de seguir as ideias do grandalhão, que só deixou pra lá, já tinha feito sua parte. Kain era o mais focado do grupo, que realmente deixava seus questionamentos focados na missão, enquanto após o retorno de Seika ele questionava seu jeitinho.

Porem ele mirava em tristeza quando ela estava brava, é o tipo de erro que lhe condena a morte quando você fala com uma mulher estressada, é uma dica para a vida, não tente adivinhar emoções se não tem certeza, ou pode nunca mais acordar. Entretanto, ela não respondeu aquilo com agressividade.

Apesar de ter tido uma tremidinha na palpebra, ela decidiu não gastar energia gritando EU TO PUTASSSAAAA PORAAAAA VAI TOMAR NO SEU CUUUUUU, ao invez de fazer isso ela tremeu a pálpebra inferior e fez um sorriso forçado.-Não, eu to bem, só que isso atrasa as coisas, e agora seu inimigo fica incerto denovo.- dosse pegando um chocolatinho do bolso.

Então ela começou a mordiscar o chocolate, melhorando seu humor de novo e dizendo.-Você tem mais coisa importante pra esquentar a cabeça que com o babacão lá, ele é problema pro futuro, uma hora a cabeça dele rola no chão, eu vou tentar ver com os organizadores nesses próximos dias que merda que deu, é bom estar inteiro com esse negócio aí em? Não vai me perder uns membros antes da próxima luta.- Então ela abraçou ele, e deu um beijo na bochecha do canalha, virando-se e saindo avoada, estava apressada pra ir resolver os pormenores.

Kain então se propunha a saber o que os outros iam fazer, e Sieg parecia ter sido desplugado da tomada por um tempo, o pequeno grifo lambia sua mão pra ver se ele retornava para a realidade, o que tinha acontecido com ele? foi sequestrado na vida real.. E assim o canalha dava a boa noticia, onde ele iria participar da incursão para a recuperação da ampola.