Últimos assuntos
» [Evento Dinâmico] Doces? Onde? - Halloween 2024
por Misterioso Hoje à(s) 11:06 am

» [Evento/Missão dinâmica] 3x1
por Sordello Hoje à(s) 5:02 am

» ~Npcs, Pets e Invocações
por Ashara Hoje à(s) 2:27 am

» [Evento Dinamico] CrossOver DarkDoo e a Tenda Mal assombrada
por Garota Cavalo Ontem à(s) 10:30 pm

» [Evento/Missão Dinâmica] Banshee - Halloween 2024
por Tidus Ontem à(s) 9:54 pm

» Hora do Rango - Parte 2
por Garota Cavalo Ontem à(s) 7:53 pm

» [Evento/Missão Dinamica] Ra-Ra-Rasputin, lover of the russian queen
por Belphegor Ontem à(s) 3:28 pm

» [Evento/Missão Dinamica] Dance Macabre
por Wesker Ontem à(s) 3:21 pm

» [Evento/Missão Dinâmica] Rasputin Strogonoff - Halloween 2024
por Ink Sáb Out 26, 2024 8:51 pm

» [FP] A'man
por Furry Sáb Out 26, 2024 8:28 pm

» [NPC] Maeralyn
por Furry Sáb Out 26, 2024 8:26 pm

» [Auto Narrada/Fechada] A Odisseia dos Infortunados
por Prince Sáb Out 26, 2024 5:59 pm

» [Narrada] Ataque do Ossinho
por Furry Sáb Out 26, 2024 10:30 am

» ~Magias e Ougis
por Prince Sex Out 25, 2024 7:15 pm

» ~Talentos~
por Rapina Sex Out 25, 2024 5:16 pm

» [FP] - Bloody Mary
por Lilith Qui Out 24, 2024 2:06 pm

» ~INSCRIÇÕES EVENTO: HALLOWEEN 2024~
por Lamp White Qua Out 23, 2024 6:35 pm

» [Evento Halloween] - Temporada de Caça
por DA do Ineel Qua Out 23, 2024 6:20 pm

» [Auto-Narrada / Narrada /+18] Surface Pressure
por Garuda Qua Out 23, 2024 2:20 pm

» [FP] Comic (Sans)
por Jean Fraga Ter Out 22, 2024 11:18 pm


Hora do Rango - Parte 2

3 participantes

Página 4 de 4 Anterior  1, 2, 3, 4

Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Furry Ter Set 10, 2024 5:52 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Hora do Rango!
Primeiro Prato!
— Ano/Estação: 841 DG / Primavera
— Pessoas envolvidas: Will Potimas, Bloody Mary e Vega Venator
— Localidade: Vale Sussurrante
— Descrição: Entramos na guilda de Aventureiros, fizemos o teste e agora estamos em castigo devido aos danos causados no prédio.
— Tipo de aventura: Auto narrada e depois Narrada
— Aviso: Vou atualizando com oq for rolando, se a Alip não narrar deve ficar tudo na inocência
「R」

_______________________________________________


Furry
Furry

Créditos : 9
Mensagens : 166
Data de inscrição : 08/05/2018
Idade : 32

Ir para o topo Ir para baixo


Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Lilith Qui Out 17, 2024 6:13 am

O quase golem de lava10


A viagem até a entrada do vulcão certamente foi turbulenta, porém Mary estava melancólica com outra coisa. — Armadura encouraçada, sei que nossa jornada até aqui foi longa, estamos juntas a tanto tempo tento… — A vampira estava envolvida por uma aura dramática, encarando os braços de exoesqueleto que ela usava como se fossem manoplas, Mary parecia se despedir de um amigo de longa data. — Mas o tipo inseto é fraco contra fogo e pedra… É aqui que nos separamos…— De coração partido ela ia removendo a armadura improvisada de partes de insetoides. — Eu eu…Snif… Não vou chorar…Uurrgh urrggh!! — Disse Mary em soluços com os olhos cheios de lágrimas… — Woaah!! Um lagartixo flamejante! — Toda a tristeza foi embora como se nunca tivesse existido ao avistar uma salamandra de fogo entrando por fendas do vulcão.

Mary só percebia que estava quente quando bolhas formaram em sua pele marcada por queimaduras de tanto ficar perto da lava, foi quando Vega com a função de ar condicionado chamou, ao ser aproximar da semideusa as bolhas e queimaduras iam sumindo. — Agora ta frio, eu acho… — Mary se afastava e as marcas de queimadura apareciam novamente. — Quente né? — Ao se aproximar de Vega a pele de Mary voltava ao normal. — Frio… — Os olhos grandes cor de rosa se enchiam de alegria por ter descoberto algo incrível e divertido. — Quente! Frio! Quente! Frio! Quente… — Ela ficava brincando de se aproximar e afastar de Vega enquanto seguiam o caminho vulcânico como se tentasse descobrir o limite do ar condicionado.

Dali pra frente seguia ignorando quaisquer regras de bom se explorar um vulcão cheio de monstros, perseguindo as salamandras de fogo, abrindo buracos nas paredes cheias de gás procurando por passagens secretas, empurrando pedras em passagens estreitas e causando deslizamentos.

Chegando no espaço aberto quando a criatura de pedra e lava se erguia com intenções hostis. — Um elemental de lava? — Mary coçava o queixo encarando a criatura de dez metros prestes a esmagá-la com seu punho gigante. — Sniff niff!! É mesmo um elemental de lava. Unhum unhum! — A vampira se transformou em névoa antes de ser golpeada, e se reconstituiu ao lado do elemental farejando a bochecha, então voltou a atenção para os colegas de time confirmando suas suspeitas como se fosse mais importante do que o próprio fato de uma criatura gigante monstruosa atacando eles.

— Sabe… Eu tava esperando um golem de lava zumbi, ou um golem de lava fantasma,um golem de lava mal assombrado com certeza, não um elemental… Rrrruumm!! — Resmungou coçando a garganta, enquanto levitava de braços e pernas cruzadas ao redor do monstro. — A Veve e o Popo tão com um monte de pressa, lidar com uma criatura viva feita de lava vai dar uma trabalheira…— Mary seguia levitando, se transformando em névoa e voltando a forma original antes de ser golpeadas pelos diversos socos em sequência do monstro.

— Espera! Criatura viva!? — A ficha caia dentro da caixola de Mary. — Waaaah chomp!!! — Ela abria bastante a boca mordendo o pescoço do elemental, cravando os dentinhos afiados no filete de lava que escorria parecendo uma veia. — Gulp gulp!! — Mary apertava os dentes com força sugando o fluído.

Então o rosto dela ficava todo vermelho com fumaça branca saindo por cima da cabeça. — Skeeesh!! — Mary recuava cobrindo a boca com as duas mãos e balançando as pernas bem rapidinho toda afobada. — Queimei a língua…Tehe! — Ela coçava as costas da cabeça com um grande sorriso mostrando os dentes branquinhos perfeitamente alinhados e a parte inferior do rosto toda carbonizada.

Lilith

Mensagens : 116
Data de inscrição : 27/02/2019

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Garota Cavalo Qui Out 17, 2024 7:48 am

Grog10

Vega era a primeira a levar o ataque do elemental de lava, que dava um encontrão na semideusa e a arremessando até uma poça de lava onde submergiu metade das costas — Oof… — A garota nem tinha tempo de reação antes de sentir o calor escaldante, felizmente seu corpo era resistente o suficiente para tratar aquilo como alguns minutos na sauna. Embora ela tivesse que congelar as próprias roupas para que o seu top não caísse.

QUEEENTE! QUEEEEENTE!!! RWAAAAAAAA! — O Elemental de Lava berrava num grito gutural de dor, sua cólera tamanha que nem percebia Mary se churrascando enquanto sugava seu sangue de… magma? A criatura estava tão imersa em dor que nem parecia estar atacando o grupo diretamente, era mais como se estivesse se debatendo em chamas.

Haah, chega… Se tá tão quente então fica frio aí! — Vega, da mesma forma que Mary, se abraçava no monstro, seu corpo emitindo uma energia frígida. Fora da caverna, acima do vulcão, as nuvens de tempestade começaram a descer e circular a montanha, uma nevasca começava a se formar.

A partir de um dos ombros, o elemental começou a esfriar e se acalmar, não apenas a criatura, mas algumas poças de magma começaram a esfriar e se tornar rocha sedimentar — QUEEENTE! Quente… morno… aaah… Grog confortável.

Após resfriado era possível notar que não se tratava de um elemental de lava, mas sim um elemental de terra infligido com alguma condição ou maldição de queimaduras. Novamente antes que pudesse reagir Vega era pega pela criatura, dessa vez não em um viés agressivo, o elemental apanhava a bárbara com os dedos e a colocava na frente de seu rosto.

Pequenina ajudar Grog, Grog amigo pequenina.

Ei amigão, o que aconteceu com você? — Vega parecia aceitar a amizade extremamente rápido.

Grog ajudar senhora Fennelore. Mas parede brilhante queimar Grog. Dor. Quente. Muito Quente.

Hoooh! Ele tá falando a linguagem dos bárbaros! — Vega dizia empolgada para seu grupo, antes de limpar a garganta e se comunicar novamente com o elemental — Vega ajudar senhora Fennelore. Grog mostrar caminho!

SIMMMM! GROG MOSTRAR CAMINHO! — Empolgado com a nova ajuda, o elemental de pedra tentava apanhar o resto do grupo e levá-los nos braços pela caverna. Com uma monstruosidade daquelas guiando o caminho, os monstros pequenos fugiam de perto dos aventureiros, ainda mais depois de Grog destruir tudo ao seu redor em fúria por tantos anos.

Os caminhos da caverna pareciam cada vez mais espaçosos e distantes, realisticamente, um sistema de aquedutos tão grande não cabia dentro daquele vulcão não importando o quão grande ele era, o espaço do local claramente estava distorcido por magia ou algo similar.

Eventualmente Grog os levava até uma caverna aberta e espaçosa, três coisas chamaram atenção ali, a primeira era um grande arco de pedra cravado com runas, na passagem do arco, um caminho para um túnel menor, porém bloqueado por uma barreira de cor púrpura — Parede cuidado. Quente. — O elemental avisava com relação a barreira.

Também encravado nas paredes, havia a figura de uma criatura grande e de forma indefinida. Adorando tal imagem, estava um culto de salamandras bípedes e flamejantes, das mais pequenas até outras grandes, chegando aos três metros. Estas não fugiam de medo, estavam imersas numa dança de adoração frenética e contagiante.


Vega iniciou uma calamidade (Nevasca)
Intensidade: 1/4 posts

Status:

_______________________________________________



^ Ficha Acima ^
Garota Cavalo
Garota Cavalo

Créditos : 75
Mensagens : 701
Data de inscrição : 27/04/2018

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Furry Sex Out 18, 2024 9:51 am


Ragatanga



O grupo observava atentamente enquanto Grog, agora mais calmo e frio, caminhava com passos pesados pelos corredores da caverna, abrindo caminho em meio à escuridão com sua massiva presença. A atmosfera, antes opressivamente quente, havia se transformado em um ambiente mais suportável, com o ar frio que Vega conjurou para acalmar o elemental. Cada passo de Grog fazia o solo vibrar levemente, ecoando pelos túneis cavernosos.

- Uau, não sei se consigo me acostumar a ser carregado assim, parece que virei um saco de batata! — comentou Will, de cima dos ombros do elemental.

Conforme avançavam, os corredores da caverna se tornavam cada vez mais amplos e complexos, parecendo menos naturais e mais como se tivessem sido moldados por uma antiga civilização ou por uma magia desconhecida. As paredes rochosas eram gravadas com símbolos e runas que emitiam uma luz tênue e avermelhada, enquanto o som da lava borbulhando em poços profundos ecoava ao longe. O espaço, embora fisicamente impossível de caber dentro do vulcão, possuía uma sensação distorcida, como se a realidade ali estivesse manipulada por algum poder arcano.

Ao adentrarem uma vasta câmara aberta, Grog parou abruptamente e deixou o grupo no chão, ou melhor, quase os arremessou devido a pouca delicadeza que cabia a um elemental de terra.

Will observava o arco de pedra que Grog havia comentado e certamente, mesmo a distância conseguia sentir o calor que emanava do mesmo, mas também conseguia sentir um tipo de familiaridade. Não parecia ser um calor maligno, era mais como… - Uma cozinha? - Will inclinou a cabeça para o lado enquanto falava em voz alta, mas sem ter certeza de suas próprias palavras.

O arco era todo marcado com símbolos que Will não conhecia, o que não queria dizer muito, pois eles poderiam ser letras do idioma mais comum que ainda iriam parecer runas mágicas para Will, assim sendo o jovem não arriscou a parecer ignorante chamando a atenção dos outros para lerem os símbolos com medo que fossem apenas as mais comuns das letras.

O segundo detalhe que chamou a atenção dele estava nas paredes da câmara: esculpida em alto-relevo, a figura de uma criatura imensa e disforme, com tentáculos e uma boca grotesca que parecia sorrir de forma macabra. A imagem era perturbadora, e o estilo das marcas sugeria uma entidade muito antiga, algo que remontava às origens da corrupção que agora permeava a floresta.

E então, o terceiro elemento, talvez o mais imediato, surgiu: um culto de salamandras bípedes, cobertas por chamas, que rodeavam a estátua em adoração. As criaturas variavam em tamanho, algumas pequenas como goblins flamejantes, enquanto outras chegavam a três metros, com suas escamas vermelhas como carvão incandescente. Eles interromperam suas preces fervorosas e se viraram para encarar o grupo, os olhos brilhando com uma mistura de ódio e nervosismo.

- Amigos de Grog, não gosta de parede! Grog grunhiu para as salamandras, tentando intimidá-las, mas sua voz grave ecoou pela caverna sem efeito. As salamandras apenas rosnaram em resposta, antes de voltar para a figura na parede.

Observando com os olhos atentos os movimentos das criaturas, Will pode ver que não só se ajoelharam em reverência à estátua na parede, mas também dançavam, balançando os corpos escamosos em movimentos fluidos, quase hipnóticos. Era uma mistura de reverência e energia primal, como se suas chamas vibrassem ao ritmo de um propósito maior.

- Você tem certeza que devia estar fazendo isso? - Will perguntou preocupado caso Mary houvesse se aproximado e começado a dançar junto das salamandras cultistas.
A poeira se enguia e o coração do vulcão parecia retumbar com os passos daquela dança primal.

Logo, tambores começaram a ecoar pelo ambiente, surgindo de algum lugar mais ao fundo da caverna, como se o próprio espaço respondesse à dança e às preces das salamandras. Os ritmos dos tambores eram graves e compassados, vibrando pelas paredes e ressoando nos ossos de todos ali. As salamandras teriam olhado para Mary, e aparentemente aprovando seu comportamento continuaram o ritual.

- Acho que nunca vi alguém se enturmar tão… Fácil? - Will comentou meio que incrédulo com Vega.

- Não… Não… Dança má. Dança muito má. - Grog rugiu ao lado, mas não ousando se aproximar das salamandras de fogo, talvez traumatizado por toda a dor que havia sentido até então.

Will soltou um suspiro resignado, mas seus olhos ainda estavam atentos às reações das salamandras, avaliando se isso poderia representar algum tipo de perigo. Entretanto, o que ele viu o surpreendeu: as criaturas não mostravam sinais de hostilidade. Ao contrário, pareciam mais intensas em suas preces e movimentos, como se a presença de Mary, participando do ritual, tivesse intensificado o propósito daquele momento.

- Acho que… por enquanto, não estamos em perigo. - Ele murmurou, relaxando um pouco sua postura de combate.

E assim, naquele estranho e efêmero momento, a caverna que antes parecia um lugar de ameaça tornou-se palco de um ritual, em que um grupo improvável se unia por um breve momento de dança e ritmo, enquanto a grande estátua esculpida nas paredes parecia observar silenciosamente tudo ao seu redor.

- Sabe.. até que parece ser legal dançar. - Will comentou sem perceber que estava começando a deixar se levar. Vega talvez também pudesse estar se sentindo mais ''convidativa'' e ''receptiva'' ao evento, afinal parecia bastante algumas das festas tribais que costumava ter entre os bárbaros e até então não conseguia sentir nenhuma malícia vinda daquele ritual. Não fosse pela escultura monstruosa, pareceria com qualquer dança tribal que ela estava acostumada.



Gastos de Mana: Rank A, Rank C + Rank C E considerar uma rank C como eu tentando manter as plantas sobre controle.
Técnica Arando o campo - Rank C.
Energia Gasta = 2000

HP: 880
Energia: 2000 / 3600

_______________________________________________


Furry
Furry

Créditos : 9
Mensagens : 166
Data de inscrição : 08/05/2018
Idade : 32

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Lilith Dom Out 20, 2024 2:59 am

Se não pode vencê-los...11


Mary prendia com os dentes no cangote de um dos monstros menores que tentou fugir do elemental, ela sugava o sangue da criatura para se recompor dos danos sofridos após ter mordido Grog em sua forma de lava amaldiçoada. Grrhoomm mhhumm mhuumm? (Elemental de pedra, você come pedra?) — A vampira falava segurando a comida na boca. Ela sentava de pernas cruzadas sob uma bolha acolchoada.

— Sim, Grog comer pedras, mas só pedras duras e fortes, Grog crescer forte e duro como pedra. — O elemental não só entendia como também respondia adequadamente.

— Mmhhmm hrruumm mmhhrrmm. (Entendi, Grog é um elemental de pedra muito esperto, sim sim.) — Mary continuava a conversa enquanto mordia o monstro pequeno, acenando em afirmação com a cabeça.

— Bubububu! Grog gostar de elogios. — O elemental soltava uma risadinha fofa com som de pedrinhas crocantes, e duas marquinhas rosadas surgiam nas bochechas dele com um olhar bem bonzinho meio sem jeito.

— Então Mary comer humanos fortes, Mary crescer forte…Faz sentido.  — Mary ainda tinha o monstro preso nos dentes, mas dessa vez a voz soou com clareza para todos ali, como um pensamento alto, o som simplesmente vinha dela e nem precisava usar uma estrutura de boca para falar.

Chegando no Baile das Salamandras. — Mas que porra…— Mary havia testemunhado muitos fenomenos extraordinarios da floresta rubra até o vulcão, um golem de lava, que na verdade era um elemental de lava, que na verdade era um elemental de terra, mas um culto de salamandras dançantes, era bizarrice de mais até para ela. — Hunf! Tão tá. — Deu de ombros ignorando toda a estranheza da cena.

No momento seguinte Mary estava junto com as salamandras imitando os movimentos ritualísticos em sincronia com a trupe dançante, afinal Mary pensar simples, Mary ver um bando de salamandras fazendo dança esquisita, Mary ir fazer dança esquisita também.

— To seguindo o ritmo…Tuntz tuntz! Pam pam pam! — Mary respondeu Will com a mesma expressão neutra das salamandras, ela seguia jogando os braços e pulandinho acompanhando a coreografia, imitando os sons de tambor com a boca.
... — Só depois de um tempo as salamandras notavam a presença da vampira ali no meio deles, os anfíbios paravam todos ao mesmo tempo encarando ela.
— … — Em perfeita sincronia Mary também parou, encarando as salamandras de volta, por um segundo o clima ficou tenso, mas logo voltaram ao culto tudo normal.

— Veve, deve ser coisa da sua família. — Disse para a semideusa. — É que tá escrito em comum bem no cantinho. — Mary apontava com o nariz para as inscrições na estátua onde estava escrito em letras miúdas: Thornar Venator.

Mary seguia cultuando com as salamandras por mais um tempo, até se cansar e ficar entediada. — Cansei, tô ficando entediada. —
*KABOOM!* Disparou um projétil de sangue explodindo a face da estátua.
— Coé Devorador! Vem logo pro pau! Tenho o dia todo não. A porrada hoje é no atacado! Se eu for aí e te pegar vai ser pior!! — Ela estava em cima da face destruída da estátua empunhando um dos tentáculos de pedra e balançando acima da cabeça.

As salamandras bípedes reagiam todas em desespero, algumas delas começam a rugir caindo de joelhos em prantos, outras tentavam recolher os estilhaços para reconstruir a estátua, e outras pareciam sair do estado de transe e corriam em direção a entrada por onde o grupo veio.
—- Não, não, não! Devorador voltar, Devorador com raiva, muito zangado, furioso. — Uma das salamandras caia em frente a Grog e começava a tremer balbuciando algumas palavras de medo.

Os sons de tambor cessaram, e um silêncio perturbador se fez presente no local. — Arregou foi? — Mary fazia uma carinha inocente de quem não pensa sobre as consequências das ações.

As salamandras todas estavam imóveis, suando frio, o olhar vazio como se tivessem desistido e não havia mais o que ser feito.

O silêncio era quebrado por um suspiro quente tomando todo o ambiente, e depois um rugido rouco. — RRWWWWWWUUUUUUHHRR… — As paredes e os chão estremeceram, como em um terremoto de pequena escala.  

_______________________________________________


Lilith
Lilith

Créditos : 15
Mensagens : 116
Data de inscrição : 27/02/2019

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Garota Cavalo Dom Out 20, 2024 11:43 pm

Família11


Vega observava a cena sem saber como reagir; um culto de salamandras dançantes não era exatamente algo que se via todos os dias. Na verdade, ela se perguntava se alguém acreditaria na sua história se contasse. Embora o ritual parecesse atrair involuntariamente qualquer um que assistisse, esse efeito não se aplicava à semideusa, que, graças à sua linhagem, era imune àquela maldição — ou ao que quer que fosse aquilo. O interesse de Vega, na verdade, estava nas inscrições nas paredes: runas e símbolos que se assemelhavam muito àqueles usados pelo xamã de sua tribo.

Ela se preparou para o combate de forma instintiva ao ver Mary destruindo o ídolo de adoração, mas a reação desesperada das salamandras cultistas era, no mínimo, curiosa. Todo aquele pavor não era causado pelo rugido da criatura selada, tratada como divindade daquele ecossistema vulcânico, mas sim pelos efeitos que se seguiram.

Quando o grito de fúria cessou, o trio de aventureiros assistiu às salamandras tombarem, uma a uma, suas carcaças frias e sem vida. Suas almas eram visivelmente sugadas, um brilho que escapava de suas bocas e atravessava o arco em direção ao devorador, que as consumia. Até mesmo Vega, Will e Mary sentiam algo como uma maré os puxando, mas sua energia era suficiente para resistir à força estranha. Grog, por outro lado, não teve a mesma sorte.

A bárbara se assustou ao ouvir o som de rochas caindo ao seu lado. Ao se virar, viu que o corpo do elemental havia se transformado em uma pilha de pedras comuns, e uma trilha de energia elemental — em uma cor ligeiramente diferente das outras almas — seguia em direção ao arco.

Filhas da puta mataram o Grog! — Vega tentou agir rapidamente, misturando correntes de ar com sua energia divina e envolvendo a energia da terra do elemental, mas pouco a pouco foi perdendo o controle. — Hurgh... Eu não... sou... boa com almas... Uma ajudinha aqui! Aaah! — Com um solavanco final, a semideusa foi forçada a soltar a energia, caindo para frente e plantando o rosto no chão. Se ninguém agisse, a existência de Grog seria consumida.

[...]

Devorador maldito, você vai ver só... — A semideusa se aproximou do arco, lembrando-se do aviso do elemental e examinando as inscrições ao seu redor, em busca de uma forma de prosseguir. — "Aqui jaz o túmulo de Thormar Venator, pois um homem não morre quando perde seu corpo, e sim quando perde seu sonho... Porém, não me arrependo, sacrifiquei-me em prol de minha amada, e embora tenha saído em derrota, só posso esperar que algum descendente digno de seu nome possa corrigir os erros que cometi. Não tema o círculo de fogo, pois minha verdadeira família jamais se queimaria com as chamas de minha paixão."

Após ler em voz alta, Vega refletiu sobre o significado de tudo aquilo. A história era complexa e cheia de lacunas, mas sua intuição dizia que o caminho era seguir em frente.

Eu acho... que é seguro — Sem hesitar, a semideusa atravessou o arco mágico. Nada aconteceu: sem danos, sem chamas. — Viu?

Ao ver que Vega estava ilesa, Moomoozinho se animou para segui-la. Mas, antes que chegasse muito perto, todos puderam sentir o cheiro de churrasco.

Mooo! — O animal não chegou a se ferir, ao se afastar, as chamas cessaram, e Moomoo ficou apenas com um pouco do pelo chamuscado.

Que estranho, sou a única que consegue atravessar? — Vega lembrou que o trio havia sido escolhido para a missão por conta de sua descendência, mas havia um detalhe que os administradores da guilda desconheciam: Vega era adotada e não tinha nenhuma relação de sangue com Thormar ou qualquer outro Venator.

O único motivo seria... — Olhando para o próprio braço, a bárbara notou a Mini Vega, que entusiasticamente parecia ter desvendado o enigma. Depois de alguns tapinhas na pele de Vega, revelou a tatuagem do símbolo de sua família. — Aha! Então era isso! Bloo, Will, Moomoo, me deem suas mãos.

Vega atravessou o arco novamente e reuniu o grupo. Juntando as mãos de todos, com a sua própria no topo e o brasão de sua família à mostra, ela proferiu o mesmo encantamento de quando recebeu sua primeira tatuagem:

Este símbolo significa família, e família quer dizer nunca esquecer ou abandonar. Pela autoridade concedida a mim, eu, Vega Venator, lhes concedo um laço, não de sangue, mas de espírito.

Com cada palavra pronunciada, os três sentiam um calor crescente em suas peles e, ao final do ritual, todos estavam marcados com a mesma tatuagem de Vega.

Hehe, agora vocês também são "Venator". Quando terminarmos tudo aqui, precisamos comemorar! Ah, e o arco não deve dar problema agora.

Vega iniciou uma calamidade (Nevasca)
Intensidade: 2/4 posts

Status:

_______________________________________________



^ Ficha Acima ^
Garota Cavalo
Garota Cavalo

Créditos : 75
Mensagens : 701
Data de inscrição : 27/04/2018

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Lilith Ter Out 22, 2024 12:30 pm

Bloody Mary... Venator?12


As almas das salamandras bípedes sugadas sabe-se lá para onde, Mary não pode evitar sorrir genuinamente feliz e tremer furiosa. – Vou mostrar pra esse monstrão quem é o Devorador. – Feliz por estar prestes a jantar, e raivosa por ter sido tratada como presa.

A frenesi só foi interrompida quando ouviu Vega pedindo ajuda. Mary olhou entendo logo de cara as intenções da semideusa. — Huuurrh… Engenharia Reversa de Contra-Magia…. Que trabalhão…  – Mary foi o caminho todo resmungando que nem uma criança indo fazer a lição de casa.

Na mente da vampira, prateleiras de livros altas até sumir de vista, elas não tinham começo tampouco fim, e muitas Marys em versões diminutas folheando e arremessando para todo canto milhares de milhares de livros.

Mary criava uma esfera de energia necrótica prendendo a alma de Grog, do ponto de vista do elemental talvez fosse melhor ser devorado logo, confortável era a última coisa que a alma dele estava dentro da esfera, afinal era a natureza da necromancia.

Alguns novos pares de braços saíam das costas de Mary,  ela ia desenhando círculos mágicos e símbolos arcanos com todos eles, seus pensamentos a todo vapor buscando por referências em sua biblioteca mental e nos dados coletados desde que a chegada na floresta, para desenvolver uma maneira de preservar a alma de Grog.

O olhar de Mary vazio e distante, da boca dela um fio de saliva escorria, a vampira parecia ter desligado algumas funções do cérebro e priorizando outras. As solas do pés sendo arrastadas pela força daquilo que estava do outro lado.

Os braços extras terminavam os círculos mágicos, ela empurrava com as palmas abertas disputando contra a energia puxando a alma de Grog. — Não suficiente? Huh! — Quando voltou a si, Mary permaneceu empurrando os círculos como uma barreira, sendo arrastada de pouquinho a pouquinho.

— …vai quebrar. — Rachaduras surgiram na esfera de energia necrótica e nos círculos mágicos. Ela cerrou os olhos antes de empurrar com toda força.

A ruptura de magias jogou Mary para trás, rolando em cambalhotas pelo chão, enquanto a alma do elemental foi sugada desaparecendo de vista.

Deitada no chão Mary girava os cotovelos e joelhos num ângulo impossível para humanos comuns e se colocava de pé. A carinha dela amassada parecendo que tava de ressaca depois de tanto esforço intelectual.

As bochechas dela esticaram uma após a outra, como algo se debatendo querendo sair, Mary pinçou com as pontas dos dedos puxando de dentro da boca a alminha de Grog. Ela arqueou uma sobrancelha surpresa com o mini sucesso.

Mary caminhou até se agachar próximo ao amontoado de pedregulhos que formavam o corpo do elemental, montando um bonequinho com e desenhando outro círculo mágico ao redor, depois empurrou a o pedacinho de alma dentro do boneco e infundiu um pouco de mana. — …é não deu, se fosse um golem... — Quando alguns segundos se passaram e nada acontecia Mary se conformou, estando de muito mal-humor para ficar triste.

— Vamo pegar jantar logo, tô brava e com fome, e isso me deixa mais brava e com mais fome… Huurrhh… — Mary virou as costas para o bonequinho resmungando toda ranzinza. — Eu ser Grog.

— Hoh! Então deu certo... — Ela encarava por cima do ombro vendo o mini Grog com os olhinhos piscando e uma voz mais fofinha.

Mary repassava alguns acontecimentos em sua mente, ela havia quebrado a esfera antes da ruptura e sugado com os lábios um fragmento de alma do elemental. O boneco de pedra e o círculo mágico era mais uma passagem para facilitar o retorno da alma para o corpo, e com aquele pouquinho de alma não teria poder suficiente para energizar o corpo gigante de antes. — Não deve ter muitas memórias do antigo Grog, mas almas são difíceis de destruir, então pode ter mais sobrando… Fwwwaaah!! – Bocejou abrindo a boca expondo os caninos afiados. — Pensar cansa… —

Eu ser Grog. — Falava o elementalzinho sentadinho comendinho pedrinhas do chão.

[...]

Mary futucava a parede de chamas com o dedo depois de Vega atravessar. — Huhhmmm… Será que eu também viro elemental de fogo? Fufufu!! — Apoiou o dedo indicador no queixo se imaginando em uma versão monstruosa de fogo-sangue.

Mas antes que pudesse seguir com o plano a tatuagem já estava feita. — Família é… Parece difícil. — Ela tinha um olhar distante, ela só via sentido nessa palavra em personagens de livros, mas até aquele momento, além de Zhili, Mary nunca teve ninguém que pudesse considerar próximo de família.

— Hrrrrhhhmm… Bloody Mary Venator? — Coçou o queixo gastando os preciosos neurônios em algo sem importância. — Venator Bloody Mary… Ou Bloody Venator Mary… Muito difícil mesmo… — Então concluiu que era melhor decidir isso depois.

Status:
200 de mana gastos na contra-magia pra salvar o tiquitinho de Grog.

_______________________________________________


Lilith
Lilith

Créditos : 15
Mensagens : 116
Data de inscrição : 27/02/2019

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Furry Qui Out 24, 2024 9:25 am


A Cozinha


Will observava tudo com a expressão serena de quem já está acostumado às coisas inesperadas da vida. O caos ao seu redor não era novidade, mas ainda assim ele se sentia pesado pela perda de Grog. Ele não tinha sido exatamente um amigo próximo, mas Grog era parte do time, e sua morte o lembrava das realidades do caminho que haviam escolhido, mas também do seu passado.

Ao ver Vega tentando, em vão, segurar a essência do elemental, ele deu um passo à frente, mas antes que pudesse agir, Mary já estava no meio do ritual, usando sua necromancia para salvar o que restava da alma de Grog. Will, mesmo quieto, prestava atenção aos detalhes. Mary, com seus múltiplos braços e círculos mágicos, parecia quase fora de si, concentrada no que estava fazendo. Quando ela finalmente conseguiu prender a pequena alma de Grog dentro do boneco de pedra, mesmo que por acidente, Will sorriu de leve, um sorriso triste, mas com um toque de alívio.

- — Parece que o Grog tem uma segunda chance — comentou ele, baixo, enquanto Mary se queixava da fome e da frustração. Mesmo sabendo que talvez aquele pequeno ser não fosse o mesmo Grog que antes.

Quando Vega começou a ler as inscrições em voz alta, ele ficou em silêncio, escutando as palavras dela, sentindo o peso da história que aquelas runas carregavam. Algo sobre o sacrifício de Thormar Venator e o legado de sua família lhe parecia familiar, mesmo que distante. Talvez porque, assim como Thormar, Willian também sentia que sua vida estava em busca de algo maior, algo pelo qual valesse a pena sacrificar-se.

- — Então é isso... — murmurou ele, enquanto Vega atravessava o arco de fogo sem sofrer nenhum dano. Quando ela voltou e sugeriu o ritual, Will hesitou por um breve momento. Ele não era alguém que se ligava as pessoas facilmente, mas já fazia tempo que tinha decidido que esse grupo, de alguma forma, importava para ele. Vega, Mary, até o Moomoozinho... eles eram os mais próximos que ele tinha de uma "família" agora.

- — Vamos lá então, Venator — disse ele, num tom brincalhão, estendendo a mão para se juntar ao ritual. Ele sentiu o calor da magia envolver sua pele, marcando-o com o símbolo da família de Vega. O toque da tatuagem queimava, mas não de dor — era mais como um conforto, uma sensação de pertencimento.

Will riu levemente, quase tímido, enquanto olhava para a marca em sua mão.

- — Isso significa que agora somos oficialmente parte da "família", hein? — Ele sacudiu a cabeça, ainda processando a nova realidade.

Com a marca, ele se aproximou do arco, confiante de que não haveria problemas. Ao atravessar com os outros, sentiu um novo tipo de força crescendo dentro dele. O peso da perda de Grog ainda estava ali, mas agora ele tinha mais determinação do que antes.

- — Depois de tudo isso, vai ser bom comemorar. Mas, antes, temos um devorador para enfrentar — disse ele, sua voz carregada com um tom mais sério agora. Sabia que o perigo à frente era real, mas estava pronto. Afinal, para Will, não importava o destino final, mas sim as cicatrizes e os laços que ele formava ao longo da jornada.

Ao passar pelo portal, Will sentiu uma onda de calor densa e poderosa, como se o próprio coração do vulcão batesse ao seu redor. Ele instintivamente soube que estavam no antigo refúgio de Thormar Venator, o lendário criador da guilda. No entanto, o ambiente à frente não era apenas uma cozinha comum — era o que restava do local onde o devorador estava aprisionado, um lugar carregado de história, magia, e uma escuridão sufocante.

O salão, outrora uma cozinha grandiosa, estava agora devastado, como se os anos de aprisionamento do devorador tivessem corroído o espaço de dentro para fora. Paredes esculpidas em pedra vulcânica brilhavam com runas e símbolos antigos, enquanto cristais de lava derretida iluminavam o local com um brilho vermelho-alaranjado, pulsando como veias incandescentes no chão e nas paredes. Ao redor, podiam ser vistos antigos utensílios de cozinha gigantescos, forjados de metal mágico, agora corroídos pela corrupção que se espalhava.

No centro do cômodo, onde o fogo mágico havia um dia ardido intensamente, havia agora um enorme caldeirão coberto por uma névoa espessa e escura, o epicentro da corrupção. A sensação de fome era palpável no ar, como se cada pedra, cada fragmento da cozinha estivesse impregnado com o desespero e o vazio do devorador. Esse era o local onde ele havia sido deixado para passar fome, e agora, sua essência havia se fundido com a escuridão que permeava o vulcão e a floresta ao redor.

O teto da cozinha, muito alto, possuía uma cúpula de vidro rachado que mostrava o céu, agora noturno, tingido pelo brilho da lava. Estrelas cintilavam fracas em contraste com a ardente realidade do vulcão abaixo. Correntes de energia maligna dançavam entre os restos da cozinha, e Willian percebeu que não estavam apenas em um local físico, mas dentro de algo que pulsava com poder corrupto, um fragmento da própria entidade do devorador.

Ao redor do caldeirão, sombras dançavam, formas indefinidas que pareciam ser resquícios de almas devoradas ao longo dos séculos, seus lamentos misturando-se ao som borbulhante e grotesco do conteúdo dentro do caldeirão. O cheiro de carne queimada e de pratos outrora gloriosos, agora distorcidos pelo toque do devorador, preenchia o ar, deixando o estômago de Will inquieto.

Ao fundo, perto de uma lareira gigante que dominava o local, uma velha mesa de madeira negra e pesada ainda estava de pé, com pratos espalhados por ela, alguns quebrados, outros intocados. As marcas de batalhas passadas e de anos de abandono estavam por todo lado, como se a própria cozinha tivesse sido palco de uma guerra silenciosa. Mas era a presença latente do devorador, invisível mas sentida em cada canto, que fazia o coração de Will acelerar.

- — Estamos no coração disso tudo — murmurou ele, quase como se falasse para si mesmo, enquanto examinava o lugar. - — A cozinha do maior cozinheiro que esse mundo já viu, corrompida pela fome de algo muito pior.

Cada detalhe daquela sala falava de poder, decadência e sacrifício, e Will sabia que eles estavam à beira de um confronto que definiria o destino não apenas deles, mas do legado deixado por Thomas Venator e, talvez, da própria guilda. Essa era uma missão realmente para novos recrutas? Pois até mesmo a vida de uma poderosa e antiga dríade dependia deles.

— Preparem-se — disse ele, sua mão já se movendo instintivamente para sua enxada. Ele sabia que o devorador estava por perto. Agora, só restava descobrir como derrotá-lo antes que fossem engolidos pela mesma fome que o havia corrompido.



Gastos de Mana: Rank A, Rank C + Rank C E considerar uma rank C como eu tentando manter as plantas sobre controle.
Técnica Arando o campo - Rank C.
Energia Gasta = 2000

HP: 880
Energia: 2000 / 3600

_______________________________________________


Furry
Furry

Créditos : 9
Mensagens : 166
Data de inscrição : 08/05/2018
Idade : 32

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Garota Cavalo Ontem à(s) 7:53 pm

No olho do vulcão12


Durante todo o processo da tatuagem, Vega se perguntou se realmente deveria fazer aquilo. Afinal, o trio só se conhecia há pouco mais de um dia, e o Xamã que lhe concedera a autoridade da Tatuagem de Família havia a feito prometer que seria cautelosa com tal poder. Por outro lado, Will e Mary pareciam minimamente confiáveis, e essa era a única forma de resolver as pendências de um de seus ancestrais. Mesmo que tivesse que trazer desconhecidos potencialmente mal-intencionados para a família, talvez seus ancestrais não a julgassem tão duramente, considerando os motivos.

No fim das contas, a semideusa decidiu ignorar suas preocupações e, dando de ombros, deixou que a "Vega do futuro" lidasse com as consequências.

[...]

Estamos no olho do vulcão? — Vega comentou, ao avistar a claraboia que revelava um céu estrelado. Em sua mente, fazia sentido que a única forma de ver o céu fosse se estivessem no centro do vulcão. — Isso existe?

A cozinha de Thormar Venator era ampla e acolhedora, muito provavelmente o local onde sua guilda foi fundada. Caldeiras, fornos e fogões eram aquecidos pelo magma do vulcão, ainda pré-aquecidos e operantes. Apesar de um leve toque de corrupção do miasma que havia se instalado no coração da floresta, o ambiente estava relativamente limpo, mantido por magia.

O que mais despertava a curiosidade de Vega era como Thormar, que ela imaginava ser um bárbaro de sua linhagem, havia adquirido tanto conhecimento em magia para construir um lugar assim. E ao olhar para uma das paredes, encontrou sua resposta: uma foto com quatro pessoas — Fennelore, um homem de traços que lembravam sua família, um jovem mago de aparência esnobe e um cavaleiro de armadura negra e expressão austera, provavelmente os membros fundadores que ajudaram seu ancestral a criar aquele local.

Logo abaixo da foto, havia uma mesa de escritório cheia de cartas antigas, material de escrita e um diário peculiar, feito à mão e encadernado com couro de alguma criatura mística. Vega abriu um sorriso ao pegar o livreto, já tendo uma ideia do que poderia ser.

Gente, olha isso aqui! — chamou pelo grupo enquanto folheava as páginas. Era exatamente o que ela pensava. Assim como Vega mantinha um diário com coisas que queria fazer antes de morrer, Thormar não era diferente — exceto que, em sua lista, todos os itens eram receitas que ele desejava e havia conseguido experimentar.

Mesmo Will, que não sabia ler, conseguia apreciar os desenhos detalhados de ingredientes e pratos que o fundador havia rascunhado. O único item que estava marcado como incompleto era o prato final, o que seria sua obra-prima: o "Devorador". — Ei, não é isso que a gente veio buscar?

Tsk… — Apesar de a ilustração do prato parecer deliciosa, a descoberta deixava um gosto amargo na boca de Vega. Ver um ancestral, um homem de feitos tão lendários, morrer sem completar seu sonho, sua lista... não havia tragédia maior para um Venator.

Agora eu tô irritada com essa coisa — disse ela, fechando o diário e o jogando para Moomoozinho guardar. Vega fechou os olhos por um instante, respirando fundo enquanto ativava sua centelha divina, seus dedos emitindo estática. Pela claraboia, era possível ver que do lado de fora nevava intensamente, e, de alguma forma, o poder da semideusa fez com que uma pequena nevasca também se formasse dentro da cozinha. Por fim, o Devorador se revelava.

Vega iniciou uma calamidade (Nevasca)
Intensidade: 3/4 posts

Status:

_______________________________________________



^ Ficha Acima ^
Garota Cavalo
Garota Cavalo

Créditos : 75
Mensagens : 701
Data de inscrição : 27/04/2018

Ir para o topo Ir para baixo

Hora do Rango - Parte 2 - Página 4 Empty Re: Hora do Rango - Parte 2

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 4 de 4 Anterior  1, 2, 3, 4

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos