[Auto-Narrada / Narrada /+18] Surface Pressure

A aprovação em primeiro lugar tem de vir de dentro.

Quando ela pedia desculpas por agarrar minha cintura, a puxei para perto de mim, cheirando seus cabelos enquanto a abraçava pela lateral, dei-lhe um beijo na bochecha falando.-Não esquenta, ta tudo bem.-Disse sorridente, quando aquilo aconteceu, acolhendo ela, mesmo sem saber no que ela estava pensando achei que aquilo fosse o mais apropriado.

Já no local os doces... Bem eu até sentia o sabor deles. Eu podia já sentir minha saliva cada vez mais preenchendo minha boca, era uma sensação de que poderia experimentar algo delicioso logo. Peguei o saquinho que estava ali e coloquei nos bolsos, dessa vez peguei um deles e dei para Battler que agarrou com ânimo e colocou em uma zona da carapaça, deixando guardado.

Peguei as moedas de bronze e coloquei sobre o balcão.-Ainda é desse valor Zeke?-disse colocando o valor equivalente a 50 cobres na mesa, 20 por cada saquinho de doce e 10 pelas carnes fritas de Shiki. Ele sorri exibindo aquele feliz sorriso amarelo, entregando também os doces da elfa, enquanto fez um gesto positivo com a cabeça.

E então confirmando verbalmente e agradecendo pelas compras que fizemos ali.-Exatamente, 20 cobres por cada doce e 10 pela carne, voltem sempre, espero que gostem.-Disse fazendo um sinal de positivo, os doces me deixavam com água na boca, senti uma vontade imensa de devorar eles.  Mas peguei apenas uma balinha jogando na boca, Shiki rapidamente comeu uma carne enquanto se dirigia a porta.

Assim que saíamos, após poucos passos, no entanto, a pequena Feyre se virou para nós, eu sentia que ela parecia estar decidida, determinada, claro era um achismo meu, mas sentia que ela tinha realmente algo importante para se dispor a dizer. E quando escutei aquilo, não pude deixar de esboçar um sorriso grande, que tomou conta do meu rosto.-Mas, é claro, eu gostaria de lhe ter ao meu lado.-Comentei com firmeza em cada palavra que disse.

Shiki engoliu sua bolota de carne e disse em seguida, com tranquilidade, ela não parecia surpresa com a decisão da elfa.-Não vejo problema, nossa jornada está começando agora também, não importa que rumo essa busca tome, acho que podemos apreciar a jornada não é? Vai ser divertido.-Ela era como sempre muito positiva com a situação, ela gostava de ter mais pessoas para resolver os problemas que teríamos adiante.

Battler ficou animado, ele gostava de conversar com Feyre, já que Ayla era às vezes muito distante ou as vezes estava vidrada na cachaça, jogos de azar e seu estilo bohemio e Shiki igualmente, alguém que gostava de papear apenas pelo próprio ato, era muito bem-vindo naquele lugar, para ele.-Vai ser bom, tem uma parceira de conversas, pra debater muitos assuntos. -A ideia de que ela sempre gostava de aprender e ele de ensinar era tentadora ao insetão.

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A aprovação em primeiro lugar tem de vir de dentro.

O abraço coletivo era delicioso, todos se sentiam bastante reconfortados, o calor que vinha de cada um deles deixava uma sensação fraternal que preenchia cada um. Battler era o mais empolgado com situação, ele realmente gostava quando pessoas novas se uniam a nos. Sim, ela não era a primeira com quem acabamos fazendo parceria, apesar de ser a primeira que pretendíamos ter relacionamentos de longo prazo.

Nesse ponto eu já estava bem de boas também, talvez a gente devesse voltar para tomar umas biritinhas, e jogar um carteado, ou dados, talvez uma sinuca, ou quem sabe alguma aposta diferente pelo lugar, corrida de eletrossauro, ou quem sabe o coliseu dos besouros de fogo. Muitas possibilidades acontecendo. Eu estava viajando com os olhos mirando o nada e brilhando, com um sorriso bobalhão que quase a baba escorria. 

Pensando nos milhares de futuros, mas a pergunta de Feyre me trouxe a realidade, tínhamos mesmo uma missão para fazer. Era realmente algo que começou há uns 3 meses, acho que só realmente trabalhei nisso uma única vez… É... Talvez fosse hora de eu começar a pensar no assunto de maneira mais seria. 

Então com um semblante menos esquisito e agora, com um rosto focado que, não tenho ideia de quanto tempo vai durar... Olhei em retorno e disse.-Na verdade eu estou em busca de uma espada, uma bem especial que está agora em algum lugar dessa floresta que não me lembro, é uma espada minha, mas, não faço ideia de onde tá.-Comentei dando de ombros para a informação final, que realmente devia ser algo que eu fosse capaz de achar, mas já visitei o lugar que achei ela da outra vez e não estava mais lá.

Entretanto, isso não era tudo, explorar livremente não iria conceder muito mais se não fossemos a guilda.-Mas primeiros vamos pegar alguns cartões na guilda, porque podemos resolver enquanto investigamos. Assim fazemos duas coisas de uma vez.-Battler se preparou e fomos todos subindo nele, dei a mão para que ela me acompanhasse na subida e nosso besourão alçou voo logo em seguida.

O voo veloz era bastante agradável, o vento batendo no rosto, enquanto abracei Feyre por trás, aconchegando sua cabeça em meu busto e aquecendo ela durante a viagem com aquele vento congelante, gerado pela umidade e velocidade. Chegando no local ele era notavelmente diferente do bar, e também muito distinto da lojinha, esses dois eram mais rústicos, já a guilda lembrava mais a arquitetura élfica, lembrando um pouco de Eldacar.

Era um lugar com muralhas em volta, o que fazia todo sentido afinal é Greenleaf, ter uma proteção era o mínimo.-EEEee cheegaamooss, bem-vinda a Guilda Feyre, aqui é onde vamos pegar missões e fazer a maioria das coisas mais importantes, ajudando a salvar Greenleaf e às vezes quem sabe todo o mundo!!- Eu não sei dizer se a guilda toda salvaria o mundo, mas Shiki falava isso com uma convicção impar. Battler se posicionava se esticando animado, ele fazia um muque e uma pose heroica dizendo.-Veja só!! O lugar para virarmos herois HAHA se prepare!!- A gente ainda é de rank baixo não vai sair muito daqui hehe, mas eles estão animados e isso é bem-bom, além de tudo admito que esse sorriso não é posado, eu estava contaminada pela vibe.

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A chegada foi tranquila e adentramos ao local, Feyre estava empolgada assim como todos, eu já fui guiando ela para o balcão parando do lado do quadro de missões e mostrando para ela o que tinha ali. -Aqui, esse é o lugar que você perguntou, tem esse quadro aqui, onde da para ver alguns dos trabalhos mais cotados, e depois vemos com aquela pessoa atrás do balcão.- Disse dando uma olhada nos trabalhos, e pensando no que poderíamos pegar.

A sugestão dela era uma boa ideia, talvez investigação, fui descendo os olhos pelas coisas e puxei um dos folhetos, onde mostrei para ela e para todo mundo.-Acho que esse aqui é uma boa. Investigação e recuperação.- O trabalho tinha uma pintura de uma flauta, era um trabalho para descobrir quem roubou e onde está, e se possível trazer de volta.

Era uma missão que cobria uma area abrangente, então abria espaço para nossa busca, e espaço para conhecermos mais pessoas, entretanto como seria a primeira missão dela nessa nova vida, logo disse.-E então? O que acha? Acha que é uma boa primeira missão pra você?- Comentei apenas deixando que ela avaliasse tudo ali e pudesse observar melhor a ideia.

Shiki parou e observou o cartaz, mas não tomou partido, já que ela me viu questionando Feyre ela percebeu que eu queria trazer uma experiência para garota, cobrindo um pouco das expectativas que ela poderia ter sobre a vida de heroísmo, glórias e seja lá mais o que isso pudesse proporcionar. 

Ela então se aproximou do balcão começando a ver o que deveria comprar para levar, enquanto a moça que estava atendendo começou a prestar atenção em nós também, ficando em prontidão para o registro da missão, ela era uma mulher de mais ou menos 1,75, cabelos verdes, roupas feitas de peles, e parecia ser algum tipo druídico. Ela certamente era assim como eu nascida aqui nessas terras, ou em terras inóspitas como essas.

Battler girou a cabeça, e ficou um tanto pensativo, sua opinião era bastante sincera e desprovida de qualquer culpa, ele falava o que pensou assim que leu.-Acredito que o problema é só que não sabem se foi roubada ou perdida, pode ser algo incrível ou nem tanto, não desgosto da ideia, ela só tem muitas amplas possibilidades.- Ele era bem direto, e realmente, ele tinha um ponto forte a pontuar, mas ainda assim, esperei a opinião de Feyre.

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A busca de algo perdido se inicia no planejamento.

Ayla parecia convicta de pegar aquela missão também, ela não parecia se preocupar com a complexidade, mas intuia bons resultados, era mais do que eu precisava, então deixei ela colocar de volta aquilo, mas percebi aquele movimento e o pedido repentino de desculpas, como se algo estivesse afetando ela de alguma maneira, levei minha mão até o topo de sua cabeça, afagando-a, deslizei até seu rosto e apoiando em sua lateral sorri para ela, olhando diretamente nos olhos lhe disse.-Ta tudo bem.-Minha voz soaria carinhosa e voluptuosa, deixando um sentimento acolhedor com ela.

Então me virei para o balcão e apontei novamente para o quadro dizendo.-Vamos ficar com aquela missão, pode registrar por favor?-E assim ele fez, pegou a pena e escreveu num manuscrito que carregava consigo. Ele fez um rabisco rápido, e então colocou de volta na parte de baixo, então apenas confirmou de maneira veloz. -Pois bem, a missão é de vocês, boa sorte.-E com isso estava tudo feito, iria caminhar junto com todos para fora.

Quando chegasse lá, iria dar um sinal para Battler que rapidamente iria se preparar mais outro voo, subiria como sempre auxiliando Feyre com cautela, iria entregar a mão e puxar ela para o topo agarrando ela e a deixando numa posição firme para podermos voar. Shiki subiu sozinha começando a pensar nas possibilidades que tangenciam a missão. E o voo seguiu até uma região mais remota longe da civilização, onde Battler parou em meio às árvores.

Então desci mais uma vez para que pudéssemos começar a debater os detalhes, longe dos ouvidos curiosos que podem nos atrapalhar, seja por fazer questionamentos tentando entrosar, ou simplesmente decidirem sabotar de verdade a missão.-Bem, creio que o devíamos primeiro ir atrás do contratante, a missão tem dados muito vagos, por isso precisamos coletar relatos, a menos que vocês tenham outra ideia, de como prosseguir. -Comentei com certa dúvida, afinal isso foi o que consegui pensar até então, mas imagino que eles possam ter diferentes ideias sobre o assunto.

Battler então colocou seu ponto de vista na ideia também, uma rota alternativa que veio a mente dele, mas se complementava com a ideia inicial.-Visitar o lugar é indispensável. Mas além disso temos que coletar dados do que aconteceu, restos, traços de furto, e tentar identificar o que foi o causador do desaparecimento.-fechou sua fala colocando em vigor a ideia que tinha sobre o assunto.

Shiki decidiu comentar também sua posição que não diferia muito em ideias também.-Acho que devemos cobrir a região dos arredores também e fazer uma varredura completa.-complementou as ideias que vinham sendo colocadas, e agora esperávamos pelo posicionamento de Feyre com a situação vigente.

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A busca de algo perdido se inicia no planejamento.

O voo era seguro e bastante calmo, eu ia aproveitando o vento, enquanto me mantinha atenta as pequenas reações da elfa, até finalmente começarem os planejamentos. Aos quais ela dava a ideia de dividir-se, não era uma ideia ruim, podíamos cobrir um terreno maior ao colocar uma busca dividida. Por isso concordei.-Podemos fazer isso, deixamos o Battler e a Shiki percorrerem a floresta, já que vão ter resultados mais rápidos de exploração e vamos seguir para a coleta de perguntas.-E dessa forma, agarrei-a pela cintura a erguendo, enquanto posicionei uma mão sobre a parte de trás de seus ombros e outra que a segurava pelas coxas a erguendo em meus braços, saltei de Battler para o chão.

Então iria colocar ela cuidadosamente de pé, para que ela pudesse me acompanhar pelo caminho, onde começaria a guiar até o pequeno vilarejo. Era um braço de Eldacar, que ainda ficava fora da zona maior do reino, então, comecei a caminha com ela, com tranquilidade, aproveitando as matas para apenas apreciar o meu tempo na natureza, antes que inevitavelmente chegássemos a civilização comum. 

As primeiras formas das construções começaram a se mostrar em algum tempo de caminhada, as cercas de criação de ovelhas e gado, eram a primeira coisa avistada, e em seguida a estrada de terra batida que podíamos começar a seguir para chegar, até que as casas começavam a ficar cada vez mais visíveis, nos arredores trabalhadores, elfos com roupas humildes o que era raro de se ver.

Ainda assim, seus olhares, mesmo desses elfos que se mostram tão simples, ainda demonstram certo julgamento sobre minha pessoa. Não saberia eu dizer as razões, poderiam ser apenas as dúvidas sobre as intenções de uma forasteira, ou talvez se tratasse realmente de algum problema com minha aparência. A verdade é que ignorei isso.

As casas eram de uma arquitetura simples, assim como um grande moinho conectado ao rio que cruzava o centro da vila. Mas nenhuma dessas que foram vistas era a casa que estávamos buscando, foi ali que vi a casa que se destacava, uma de arquitetura bem mais nobre, essa, sim, seria possuidora de um item como o descrito. Sem demora, caminhei até o lugar, onde, me aproximei da porta, batendo contra a madeira com o vergalhão de ferro que deixaram pendurado para tal.


De dentro da casa uma figura surgiu, era uma elfa de cabelos negros, olhos verdes, que tinham uma tonalidade escura, usava um batom roxo que claramente realçava seus lábios, e combinava com a sombra que tinha nas sobrancelhas.  Suas orelhas eram adornadas de uma prata finíssima.  E joias roxas na ponta, o que se repetia em seu colar, uma moça bastante diferente do que vimos na maior parte da população até aqui.

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