[Off/Fechada/+18]Presas em ouro, anéis e sangue

Um casamento... Quem diria que estaria fazendo algo como isso à a algum tempo atrás? Bem, até pelas circunstâncias nobres normalmente não fariam isto considerando a posição de consorte. Ignorar essa trivialidade seria normalmente algo corriqueiro... Mas, por quê não? Uma festa era algo que eu não precisava negar, seria uma chance de compensá-lo por infelizmente não poder dar-lhe a posição de marido em si, e, talvez algo para aliviar as tensões por agora. Não poderia exagerar, é claro, enquanto busco fomentar uma guerra. Por outro lado, a demonstração de poder em si não era ruim quando comedida antes de situações assim.

Preparações simples. Um salão dentre os melhores custo benefício de alto padrão em Rozzovvy, convidados da nobreza local e de alguns outros locais com quem tenho bons termos. Alguns deles, um tanto ocupados, possivelmente não apareceriam, ainda mais pelo tempo repentino, mas, com uma cerimônia mais modesta isto também não seria um problema. Decoro o lugar com artes típicas de Darkaria, Esculturas pálidas e tom alvo que me é tão característico durante os meus trabalhos.

Como uma boa pessoa pão dura... Digo, econômica, utilizo do meu poder para fazer tudo que é possível de comidas a adornos menores. Um grande trono fica ao fim de um corredor têxtil cor de sangue, com tochas brandas em breves intervalos. A arquitetura local transparece nas partes não escolhidas, artes nas paredes que remetem aos dragões e outras estruturas. Ao lado do grande trono, dois outros um pouco menores estão, vazios. Todos são feitos em pedras alvas com tecidos em rubro sangue, detalhes em roxo e ouro.

Noir me ajuda ao escolher roupas para a ocasião, e, por mais que eu preferisse optar por meus ternos ou sobretudos brancos comuns, ela sugere mudar um pouco para a ocasião. Um longo manto negro que remete a nobreza, com pelos grossos e um terno igualmente negro. Vestidos... Foram cogitados, mas descartados, pela minha insatisfação e tanãnã. Mensageiros de Schande chegavam com a minha coroa enquanto marquesa, me tirando uma feição de um sorriso em estranhamento. Acho que nunca tinha chegado a colocá-la depois de tomar o título de Chernaya.

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E então, o grande dia chegava. Tinha ansiedade sobre coisas que não costumo pensar. Como ele vai se vestir? Ele vai entrar sozinho por aquela grande porta? Como seria essa cerimônia mista com traços de Darkaria e do arquipélago? O vento do inverno corta o ambiente pelas janelas em vitrais do ambiente, balançando a capa enquanto eu me levanto, aguardando, arfando ansiosamente. Queria colocar algum doce na boca, mas, provavelmente não era a melhor hora.


A feição nobre e a compostura eram mantidas, até com certa rigidez. Isso o incomodaria? Bem, aquela era a pompa de um evento como aquele, um casamento que envolve mais que duas pessoas, como também o peso de uma casa e sua força política. Isso o desagradava? Uma música tocava baixinha, calma, enquanto eu esperava que os acordes mais intensos logo começassem, anunciando o início daquela cerimônia.

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Sozinho, nem sombra dos seus pais adotivos ao seu redor, nem sombra de outras pessoas que ele tenha escolhido para fazer seu acompanhamento. Que pessoas solitárias éramos... Bem quando tenho esse pensamento meus olhos vagueiam por Noir e Asmodian... Bem, talvez nem tanto... Mas o que temos, construímos ao longo da vida e isto certamente é algo em comum... Como tantas outras coisas, nossas raças, onde nos criamos, somos como sombras opostas de duas vidas singulares com desfechos diferentes que ao longo de tempo encontraram-se.

Eu o vejo aproximando-se, cumprimentando as pessoas com um carisma que reforçava suas habilidades enquanto um bom consorte. Deveria pensar nisso? Infelizmente... Sim... Ao menos em minha posição. Por outro era um sorriso carregado de uma certa falsidade, um pouco vil e... Incrivelmente belo, do tipo que você quer aceitar suas mentiras mesmo sabendo que elas estão lá. Ele se aproxima e eu observo, erguendo a mão em seu rosto para mover um fio do seu cabelo ainda mantendo um semblante sério.


Enquanto isso, um clérigo local começa a ministrar a cerimônia. Era um pouco "dragão" de mais para nós, mas ainda assim agradável. Era coisas sobre legados, longevidade e união, coisas próximas pelos traços longevos e pelo fato das lendas que nos envolvem, quase como primos de outra raça. Meus olhos permanecem compenetrados enquanto vou ouvindo, de uma forma quase solene, ainda que um pouco inquieta, seja pela falta de doce ou por todo tempo despendido naquilo. Malditos vícios...

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O nem tão breve discurso do mestre da cerimônia findava-se e dava-se o momento dos votos, com a iniciativa partindo de Salazar. Seu discurso era menos breve do que esperava, além de um pouco mais sentimental, apesar de não muito. Ele fala sobre solidão, mas, nunca sobre amor... Bem como possivelmente era bem provável que eu também não conseguisse dizer. Era nossa raça ou apenas somos criaturas incapazes de entregar tal? Bem, talvez ambos casos sejam reais e o além abstrato seja muito distante.

Ainda assim, o sentimento de amornamos nossa solidão na cálida gélida presença era algo que eu entendia muito bem, me sentindo um pouco abraçada pelas aquelas palavras. Em silêncio, ainda sem iniciar meus votos, deixo meus olhos transparecem um pouco daquela alegria e um largo sorriso forma-se após um piscar longo, um pouco pensativo.


Caminho até uma almofada segurada por uma criança local onde acolchoam-se um anel dourado com uma joia rubra e o sutil entalhe de correntes ao entorno do local em que está encrustada, ao centro desta entalhado um símbolo atrelado à casa Chernaya, além de uma coroa fina, com sutis detalhes que imitam as lâminas de uma concertina apesar de não afiadas. Uma coroa que não detinha nenhuma nobreza em sua simbologia em si, mas que apesar disso detinha uma beleza característica em desenhos refinados e algumas joias.

- Não posso prometer-te o mundo, mas prometo que estaremos assistindo-lhe de cadeiras privilegiadas. Não consigo prometer ser dotada do calor que alguns esperariam em uma esposa, mas, tal qual o frio arde e queima nas peles descobertas, terás o suficiente que o frio que habita em mim seja vivo em tua carne e cerne para que lhe acompanhe e não te faltes. As primeiras palavras acompanham o gesto de erguer sua mão e colocar ali o anel que simbolizava sua posição ao meu lado.

Encaro seus olhos com um sorriso, pegando a coroa, esperando que ele se ajoelhasse uma vez mais sem apressá-lo. Quando o fizesse colocaria a coroa, prosseguindo minhas palavras. - Ainda que não leves contigo a mesma coroa, não terá ócio em teus fios e não faltará graça para enfeitar-te, ainda que dotado de vossa beleza tampouco seja necessário. Além disso, se dobras hoje o joelho para que eu possa adornar seus belos fios, prometo-te que não tombarás nem tampouco curvar-te-á de joelhos para ninguém à quem eu também não tenha de fazê-lo.


O ajudo a levantar-se enquanto o circundo sobre passos lentos, encostando minhas costas às suas. - Milênios passarão, estarei aqui por ti, mesmo quando não nos vermos, as correntes de Chernaya nos unirão além e tuas costas estarão protegidas por este vínculo. Minha mão move-se até a sua, entrelaçando os dedos nos seus, e, com meu domínio sobre as correntes, criando-as em torno dos nossos braços dispensando trazê-las fisicamente para a tradição matrimonial de minha região.

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