[Evento Dinamico] CrossOver DarkDoo e a Tenda Mal assombrada

— Sabe, doutor, eu tenho uma boa vida. Saúde, amigos, comida boa, buchinho cheio... Mas, às vezes, sinto um vazio, sabe? Não na barriga, no peito... — Vega desabafava, deitada em uma mesa de operação, com braços e pernas presos por algemas fixas.

O Fantasma, sentado ao seu lado com um bloco de notas, acenava enquanto escrevia algo. — Entendo, entendo... E como é seu relacionamento com os seus pais?

— Minha mãe morreu quando eu nasci... Meu pai... prefiro não falar sobre ele...

— Vega... Você precisa ser honesta comigo, ou não vamos fazer progresso — insistiu o Fantasma, adotando um tom sério.

— Aaarhf... Tá, tá. Acho que encontrei ele umas duas vezes? Normalmente, são os empregados dele que vêm me encher o saco... Quem me criou mesmo foi a minha família adotiva...

— Uhum, uhum, entendo... Só que nãããão! — O Fantasma, de repente, jogou a prancheta no chão, a voz explodindo em frustração. — Ei! Você tá achando que eu sou seu terapeuta, é? Que papo furado é esse?!

Surpresa com a mudança de tom, Vega soltou seus membros, separando-os do corpo e deixando a mão e pés ainda presos enquanto se sentava de pernas cruzadas sobre a mesa. — Hã?! Claro que não, cara. Eu só tava tentando quebrar o gelo, vixe... — E como se nada fosse, a semideusa voltou a deitar-se, reencaixando os braços e pernas.

— Você... você é bem experiente nisso, né? Digo, ser sequestrada...

— Ah, mais ou menos. Acontece a cada duas semanas, na média.

— En-entendo... Ahem... Bem, agora que quebramos o gelo... Vamos continuar... — O Fantasma puxou de algum lugar uma seringa gigantesca. — Sabe, desde que eu bati os olhos em você, eu senti essa essência... huuumm, como posso dizer? Dos deuses... heheheHAHAHAHA!

Mas, ao tentar perfurar Vega com a seringa, a agulha se quebrou. — Mas o quê?! — Por alguns minutos, o Fantasma tentou uma série de ferramentas: estacas, serrotes, espadas, serras mágicas, até as garras de uma das criaturas do circo. Nada parecia funcionar, até que Vega finalmente reagiu:

— AAAAAAH! Ah... atchim! ... tá empoeirado aqui, né? Hum? Ei, amigo, você tá sem ar?

— Ridículo! Fantasmas não... fantasmas não precisam respirar! — O sequestrador estava visivelmente frustrado e exausto. — Haah, chega! Eu tenho certeza de que, se eu continuar tentando, uma hora vai dar certo. Mas primeiro... — Sua voz tornou-se grave e ameaçadora novamente. — Vou me livrar dos seus amigos.

Com passos pesados, o Fantasma Risonho saiu à procura de Will e Moomoozinho.

— Okaaaaay! Eu acho que vou esperar aqui, então... Mas não demore muito, eu me entedio fácil! — murmurou Vega, revirando os olhos enquanto ambos pareciam esquecer que ela podia se soltar da mesa de operações a qualquer momento.

Abigail estava sentada nos ombros do Sr. Coelho que Mary controlava com uma aura de sangue ao redor da pelúcia, porque Mary não queria amassar a capa de vampiro levando a gerente em seus ombros.

— Por acaso, você sabe onde investigar? Ou pelo menos tem uma noção de para onde estamos indo? — Questionava Abigail receosa, as luzes apagadas onde elas estavam, e a gerente não queria acender uma lanterna correndo risco de atrair atenção indesejada, ela só podia contar com o senso de orientação de Mary, que não tinha dificuldade alguma de caminhar por ali.

— Hunf… Instinto de Vampiiiiro. — Respondeu Mary com um sorriso descolado, enquanto Abigail começava a se arrepender de deixar Mary guiando o caminho. — Também to sentindo almas mais fortes nessa direção, e todo mundo sabe que o lugar mais divertido é onde os fortões ficam. — No fim Mary apenas se deixava guiar pelo instinto de aventura, e a gerente sabia que precisam começar a busca de algum lugar então acabou aceitando.

— Ohhh… Se sente melhor agora? — Abigail olhava para baixo, enquanto uma mãozinha ia subindo até sair por cima do decote.

— Eita! É a Veve Pitiquinha… Como ela foi parar aí? — Perguntou Mary surpresa.

— A Mini Vega parecia bem abalada com o sumiço da Vega adulta, então a mantive até o humor dela melhorar. — A gerente respondeu com calma e um tantinho carinhosa.
— Entendi… Faz sentido. — Concordou Mary.

Elas iam continuar caminhando, quando um estalo ocorreu na mente de Mary. — Pera! Pera! Pera! A Veve Pitica tá aqui, então quer dizer que… WWUUOOOHH!! –– A vampira parou com o rosto bem pertinho do decote de Abigail, com olhos grandes e brilhantes Mary encarava Mini Vega. — Você consegue chamar aquele monstrão malvadão de choque? E também! Também! Criar desastres naturais!? Tempestade, Nevasca, Furacão!!?? –– Mary chegava a tremer de tanta excitação.  
A Mini Vega respondia que sim fazendo joinha e sorrindo muito confiante.

— HE! HEHE!! HEHEHE!!! — Mary soltou uma risada perversa e perturbadora. — Com todo o poder destrutivo de um Deus… Eu teria todos os humanos apetitosos tudinho só meu. Fufufufu!! — Tão perto de uma fonte ilimitada de poder, Mary se deixou corromper pela natureza de Vampiro. — Vevezinha. Juntas nós podemos governar soberanas… MUWAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! — *Gargalhada maligna.* Mary abriu as asas implacáveis, espalhando sua aura trevosa por todo o circo, nem se tratava mais de uma pessoa racional, apenas uma criatura diabólica tomada pela sede de poder que nem pertencia a ela.

— MAS NEM POR UM CARALHO!!! — Abigail perdeu foi toda a compostura, deixar Mini Vega com Mary era a última coisa que ela iria permitir. A morena repreendia Mary puxando pela orelha.
— Ai! Aí! Aí! Aí! Tá bom, tá bom! Já entendi! Para! Vai arrancar minha orelha fora! —

— Francamente. Como pode existir uma criatura tão sem juízo!! — Disse Abigail suspirando desgostosa.
— Você deveria ser que nem o Will, ele sim é um rapaz muito responsável e de confiança. Aposto que enquanto estamos aqui perdendo tempo com suas brincadeiras ele deve estar dando tudo si procurando pistas. — A discursava que nem uma professora puxando saco do aluno favorito.
— Chaaaaaaata!! — Mary respondia debochando, enquanto massageava a orelha dolorida. E a Mini Vega também dava uma resposta malcriada mostrando a língua.

O grupo seguiu por mais um pouco até parar em frente a porta do camarim. — As almas fortes tão ali dentro. — Disse Mary já abrindo a porta e entrando.

— TRUCO! – Dentro do camarim, tinha uma mesinha quadrada e quatro fantasmas sentados ao redor jogando cartas e apostando salgadinhos.
Mary empurrou um deles sentando na cadeira e pegando as cartas para jogar, quando Abigail a lembrou de que estavam ali para investigar e não jogar.

— Huuhhmm… Olha… Vocês parecem fantasmas gente boa, se me falarem o plano do seu chefe, eu não vou precisar descer o cacete em vocês. — Mary coçava a bochecha meio cabisbaixa por ter ido com a cara dos fantasmas.
— Mas vou entender se não der, eu quebro vocês na porrada e pego o que vim buscar, tudo nos conformes, sem perder a amizade. Hehe! — Ela abria um sorriso fofo mostrando os dentinhos.

Os fantasmas claro que não gostaram, e estavam ali para proteger o segredo do chefe, eles puxavam garrafas quebradas, barras de ferro e cadeiras.
— Então vamos de briga de bar, clássico. —

*O desenrolar ocorre com cenas fortes de violência contra fantasmas.*

Dos quatro fantasmas só restava uma poça de ectoplasma no chão. — Um deles conseguiu fugir… Acontece. — Mary deu de ombros e foi até os fundos do camarim.

A vampira voltou carregando um baú pequeno nas mãos. — No meio do quebra pau, eu acabei vendo isso, precisa de chave para o cadeado, colocar a combinação de números da senha, e está protegido por uma barreira mágica… Com certeza é importante. — Mary mostrava o baú para Abigail e Mini Vega.

— O difícil vai ser combinação… Se pelo menos eu tivesse equipamentos ladino…. — Mary estava meio desmotivada, então Mini Vega cutucou a bochecha dela com a ponta do dedo, e depois estendeu um martelo.

— Boa Vevezinha! Era exatamente o que eu precisava. — Mary pegava o martelo segurando pela cabeça, ergueu o braço bem alto e bateu no cadeado descendo a mão.
Ela martelou com o punho de Mitrhil de Vega na outra extremidade, derrubando um relâmpago destruidor dos céus, abrindo um rasgo na lona do circo, derrubando o teto da sala e explodindo o cadeado junto da barreira mágica.
— Mandou bem Veve Pitica! — Mary sorria aprovando o método sutil de destrancar fechaduras.
— Um martelo com o poder do Deus dos raios, já sei o nome perfeito. Hehehe! — Ela erguia o martelo iluminando a sala com relâmpagos e rugidos de trovões, a capa de vampiro esvoaçante numa aura épica.

Depois que o momento de empolgação passou, Mary abriu o baú vendo que tinha muitos documentos guardados ali. — Um plano de governo, os horários da rotina de alguém, e também instruções de assassinato… — Ela ia lendo bem rapidinho o monte de papeis.
— Tem cheiro de golpe de estado, o que você acha? —  A vampira perguntava para Mini Vega que estava de pé apoiada no ombro da Vampira. A Mini Vega sorria e acenava, concordando com Mary.

— Meus óculos… Eu não enxergo nada sem meus óculos. — Abigail engatinhava pelo chão da sala tentando procurar os óculos que haviam caído de seu rosto, por causa das ondas de impacto que Mary e Mini Vega criaram quando abriram o cadeado do baú.

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